Inácio Pedro VII Jarweh
Inácio Pedro VII Jarweh
| |
|---|---|
| Patriarca da Igreja Católica | |
| Patriarca de Antioquia | |
| Atividade eclesiástica | |
| Diocese | Patriarcado de Antioquia dos Sírios |
| Serviço pastoral | 1820 - 1851 |
| Eleição | 25 de fevereiro de 1820 |
| Nomeação | 28 de janeiro de 1828 |
| Entrada solene | 3 de março de 1820 |
| Predecessor | Inácio Simão II Zora |
| Sucessor | Inácio Antônio I Samheri |
| Ordenação e nomeação | |
| Ordenação presbiteral | 12 de junho de 1802 |
| Nomeação episcopal | 1810 |
| Ordenação episcopal | 14 de setembro de 1810 por Julius-Antoine |
| Dados pessoais | |
| Nascimento | Alepo 9 de julho de 1777 |
| Morte | 16 de outubro de 1851 (74 anos) |
| Títulos anteriores | - Exarca Patriarcal de Jerusalém (1810-1828) |
| dados em catholic-hierarchy.org Categoria:Igreja Católica Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo | |
Mar Inácio Pedro VII Jarweh (ou Butrus Javré, Jaroueh, Garweh, Djarweh, Giarvé, 1777 - 1851) foi Patriarca de Antioquia da Igreja Católica Siríaca de 1820 a 1851.
Biografia
[editar | editar código]Pedro Jarweh nasceu em 9 de julho de 1777 na cidade de Alepo. Ele era sobrinho do Patriarca Inácio Miguel III Jarweh, e estudou ciências em Charfet e era conhecido por seu conhecimento de siríaco, árabe, italiano, latim e turco. Foi ordenado sacerdote em 12 de junho de 1802, no Mosteiro de Al-Sharfa (Charfet), e logo depois acompanhou seu tio na Europa.[1] Em 14 de setembro de 1810, foi ordenado bispo de Jerusalém, pelo bispo Julius-Antoine, de Amid dos Sírios.[2]
Em 1818, após contato com o missionário protestante W. Jowett, ele foi à Europa para arrecadar fundos: em Londres, a Sociedade Missionária da Igreja lhe deu 10 000 francos, e em Paris o rei Luís XVIII deu-lhe outros 8 000 francos. Com essa quantia, pôde comprar uma prensa, que levou ao mosteiro de Charfet (que, à época, era a Sé patriarcal), no Líbano, a fim de imprimir a Bíblia e outros textos litúrgicos em árabe.[3]
Em 25 de fevereiro de 1820, Pedro Jarweh foi eleito pelo Sínodo dos Bispos da Igreja Católica Siríaca como Patriarca de Antioquia.[2] Recebeu a consagração patriarcal em 3 de março, na Igreja de Nossa Senhora da Livração, na presença de Inácio Simão II, o antigo Patriarca, Gregório Pedro VI, Patriarca dos Armênios, e Aloisio Gandolfi, Delegado Apostólico, juntamente com todos os bispos siríacos e alguns bispos maronitas e armênios.[1]
Mas o Vaticano possuía suspeitas sobre ele[carece de fontes] devido ao presente que recebera dos missionários protestantes. Ele só foi confirmado como Patriarca após uma visita a Roma,[3] em 28 de janeiro de 1828,[2] pelo Papa Leão XII.[4] Exatamente um mês depois, recebeu o pálio do papa.[5]
Durante seu patriarcado, a Igreja Católica Siríaca se expandiu, particularmente no sul do Líbano e na região de Damasco, e conduziu a conversão de alguns bispos ortodoxos siríacos, entre eles Antônio Samheri (bispo de Mardin e futuro patriarca católico siríaco) e os bispos de Mossul e Homs. Em Mossul, os siríacos católicos e ortodoxos compartilhavam os mesmos templos, mas cada comunidade tinha seus próprios sacerdotes.[6]
Quando, Mar Antônio procurou Jarweh em Charfet, o Patriarca o enviou à corte do Sultão, conseguindo, meses depois, o decreto imperial que legitimava a independência da Igreja Católica Síria da Igreja Ortodoxa Siríaca. Uma cópia foi enviada para Alepo, uma para Amid, a terceira para Mardim e a quarta para Mossul, onde foram devidamente registradas junto às autoridades civis. Assim, em 1830, a constituição civil suprimiu toda autoridade que os patriarcas ortodoxos sírios pudessem reivindicar a partir de então sobre as pessoas e/ou bens dos católicos. Mar Inácio Pedro VII conseguiu da Santa Sé permissão para transferir a sede patriarcal de Charfet para Alepo.[7]
Em 1836, o patriarca introduziu o calendário gregoriano, e reformou a escola de Charfet em 1842 e nomeou professores formados na Europa.[1] Em 1841, ele renunciou como Eparca de Beirute, mas permaneceu como Patriarca até sua morte.[2] Em 1844, Jarweh visitou Constantinopla para servir aos interesses de sua comunidade e apoiar sua independência civil de outras comunidades. No ano seguinte, ele retornou ao seu posto após visitar Jerusalém, as dioceses de Beirute, Damasco, Homs, Nabk e os mosteiros do Líbano.[1]
Morte
[editar | editar código]Em setembro de 1850, os muçulmanos atacaram os cristãos em Alepo, queimando suas igrejas, e o patriarca Pedro Jarweh sofreu um grave ferimento no pescoço. Ele morreu em 16 de outubro de 1851.[3] O patriarca foi sepultado no dia seguinte, na Igreja de Nossa Senhora da Dormição, em Alepo, em frente ao grande altar onde é lido o Evangelho.[1]
Obras
[editar | editar código]Pedro Jarweh escreveu três livros de homílias, traduziu livros do latim e do italiano para o árabe, e foi autor de uma biografia do patriarca Miguel III Jarweh.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f «Syriac Catholic Patriarchate Official Website». www.syr-cath.org. Consultado em 23 de maio de 2025
- ↑ a b c d «Patriarch Ignace Pierre Jarweh (Jaroue, Djarwé) [Catholic-Hierarchy]». www.catholic-hierarchy.org. Consultado em 23 de maio de 2025
- ↑ a b c Aubert R. (1997). Dictionnaire d'histoire et de géographie ecclésiastiques. 26. Letouzey et Ané. pp. 1082–1085. ISBN 2-7063-0202-X Erro de citação: Código
<ref>inválido; o nome "DHGE" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ fide, Roman Catholic Church congreg de propag (1841). Bullarium pontificium Sacrae congregationis de propaganda fide. 5 tom. [and] Appendix. 2 tom (em latim). [S.l.: s.n.] Consultado em 23 de maio de 2025
- ↑ Catholic Church. Congregatio de Propaganda Fide (1888). Iuris pontificii de propaganda fide. : Pars prima, complectens bullas, brevia acta S.S. a Congregationis institutione ad praesens [i.e. 1878 et pars secunda, complectens decreta, instructiones, encyclicas literas, etc. ab eadem Congregatione lata]. Harvard University. [S.l.]: Romae : Ex Typographia Polyglotta S.C. de Propaganda Fide. Consultado em 23 de maio de 2025
- ↑ Frazee, Charles A. (2006). Catholics and Sultans: The Church and the Ottoman Empire 1453–1923. Cambridge University Press. [S.l.: s.n.] 293 páginas. ISBN 978-0-521-02700-7
- ↑ «Syrian Christianity | Encyclopedia.com». www.encyclopedia.com. Consultado em 23 de maio de 2025
- Nascidos em 1777
- Mortos em 1851
- Naturais de Alepo
- Naturais do Império Otomano
- Assírios (grupo étnico)
- Patriarcas católicos sírios de Antioquia
- Escritores siríacos
- Tradutores siríacos
- Tradutores da língua árabe
- Escritores católicos do século XIX
- Bispos do século XIX
- Otomanos do século XVIII
- Otomanos do século XIX
