Iospilidae

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Iospilidae é uma família da ordem Phyllodocida, atualmente considerada como Phyllodocida incertae sedis, devido a sua relações com as demais famílias da ordem ainda serem incertas. Foi descrita originalmente no início do século XX. As características-chave dos membros dessa família são os dois pares de cirros tentaculares e notopódios extremamente reduzidos, com cirros dorsais foliáceos.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaIospilidae

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Annelida
Classe: Polychaeta
Pleistoannelida
Subclasse: Errantia
Ordem: Phyllodocida
Subordem: Phyllodocida incertae sedis
Família: Iospilidae

Caracterização e Morfologia[editar | editar código-fonte]

Os membros da família Iospilidae são holopelágicos e holoplanctônicos. Trata-se de anelídeos poliquetas pequenos, de corpo curto, com menos de 60 segmentos, que ocupam ambientes marinhos.

O prostômio é pequeno e aparentemente fundido ao peristômio, que é também reduzido. Estão presentes um par de palpos e órgãos nucais, e um par de olhos pode ocorrer; antenas estão ausentes. A faringe é eversível, altamente muscular e porta um par de ganchos em Phalacrophorus, o que não ocorre em outros gêneros. O peristômio é praticamente inconspícuo e possui dois pares de cirros tentaculares e boca ventral. Os segmentos anteriores possuem apenas neuropódios, enquanto os segmentos subsequentes são birremes. Cirros dorsais e ventrais estão presentes, assim como as acículas (suportes quitinosos em forma de bastonete, no interior dos ramos parapodiais[1]). Todas as cerdas são compostas. Brânquias e cirros pigidiais estão ausentes, e o pigídio é arredondado, com o ânus terminal. Possui tegumento transparente, com cromatóforos bem desenvolvidos.[2]

Diversidade[editar | editar código-fonte]

Atualmente Iospilidae possui uma subfamília, denominada Iospilinae Bergström, 1914, compreendendo os gêneros Iospilopsis Augener, 1922 e Phalacrophorus Greeff, 1879. A própria Iospilidae possui apenas dois gêneros, Iospilus Viguier, 1886 e Paraiospilus Viguier, 1911 (Fig.1). Ao todo, são 4 espécies aceitas, cada uma com um gênero, o que pode indicar tanto a pequena diversidade, quanto pode refletir a falta de estudos sobre a família.

Os membros dessa família são cosmopolitas e relativamente comuns desde águas superficiais até profundidades de 200 m, principalmente no Oceano Antártico e na Península Antártica.[3] Registros observacionais do site Global Biodiversity Information Facility (GBIF) predominam, até o momento, na Zona Glacial Norte, na Zona Glacial Sul e nas costas da América Central.[4]

Figura 1 - Desenho esquemático de animais do gênero Phalacrophorus

Taxonomia e filogenia[editar | editar código-fonte]

Em 1977, Iospilidae foi incluída em Glyceriformia, táxon pertencente a Polychaeta. Posteriormente, essa classificação foi alterada, sendo Iospilidae agrupado em Phyllodocida, que faria parte de Aciculata, dentro de Palpata, este grupo irmão de Scolecida, todos dentro de Polychaeta.

Como citado anteriormente, Iospilidae é uma família de afinidade incerta, atualmente em Phyllodocida incertae sedis, que reúne outras famílias, também de posição indefinida. Aciculata, Palpata e Scolecida não são mais considerados táxons válidos.

Referências

  1. AMARAL, A. Cecília (1996). Annelida Polychaeta: Características, glossário e chaves para famílias e gêneros da costa brasileira. Campinas, SP: Editora da UNICAMP. p. 28 
  2. Soares, Maria Cordélia (15 de setembro de 1986). «Sistema planctônico da região do emissário submarino de esgotos de Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, populações zooplanctônicas: Annelida Polychaeta». Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultado em 20 de junho de 2020 
  3. TOVAR-FARO, Bruna; LEOCÁRDIO, Michele; PAIVA, Paulo Cesar de. Distribution of Iospilidae (Annelida) along the eastern Brazilian coast (from Bahia to Rio de Janeiro). Proceedings of the 3rd Brazilian Congress of Marine Biology” A.C. Marques, L.V.C. Lotufo, P.C. Paiva, P.T.C. Chaves & S.N. Leitão (Guest Editors). DOI: 10.3856/vol41-issue2-fulltext-11
  4. «Occurences». Global Biodiversity Information Facility (GBIF). Consultado em 27 de junho de 2020