João Teixeira de Macedo

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João Teixeira de Macedo
3º Senhor de Teixeira
Alcaide-Mór de Montalegre
Senhor de São Brás de Vila Real
Alcaide-Mór de Portelo
Senhor de Monforte de Rio Livre
João Teixeira de Macedo
Antecessor(a) Pedro Vasques Teixeira, Cavaleiro e 2º Senhor de Teixeira
Sucessor(a) Martim Teixeira de Macedo, 4º Senhor de Teixeira
Nascimento c. 1440
Morte 6 de julho de 1506
  Vila Real, Portugal
Sepultado em Capela de São Brás, Vila Real
Nome completo João de Macedo Teixeira
Cônjuge Violante de Barros
Ocupação Fidalgo, administrador, militar e contador da comarca de Trás-os-Montes

João Teixeira de Macedo (c. 1440- 6 de Julho de 1506) foi um Fidalgo da Casa Real, 3º Senhor de Teixeira[1]. Por serviços prestados a D. Afonso V no Norte de África, D. João II fá-lo Alcaide-Mor de Montalegre e de Portelo, posteriormente confirmado por D. Manuel I, e de quem obteve o vínculo da capela com o objectivo de a converter em panteão familiar.

O seu túmulo encontra-se na Capela de São Brás, em Vila Real.[2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

João Teixeira de Macedo nasceu por volta de 1440, filho primogénito de Pedro Vasques Teixeira (c.1390- c.1460), Cavaleiro e Senhor de Teixeira, e de Joana Martins de Macedo.[1] Como qualquer fidalgo português na altura, João foi educado nas humanidades, e educado para lutar e pegar em armas.

Durante a sua juventude, João é enviado para a corte, onde passa a ser Fidalgo da Casa Real de Afonso V. Rapidamente se faz notar na corte de Afonso V, o que lhe traz alguma consideração por parte deste. Ao longo da sua vida, João Teixeira de Macedo revelar-se-ia um fidalgo bastante leal e próximo à Coroa, desde Afonso V a D. Manuel I, prestando vários apoios e serviços, inclusive militares.

Depois de algum tempo, passa a ser Contador da Comarca de Trás-os-Montes. A quatro de Outubro de 1461, em Braga, recebeu ordens menores.

Com a morte de seu pai, João Teixeira de Macedo herda agora o título morgado de Senhor de São Brás, em Vila Real.

A 28 de Novembro de 1472, João foi privilegiado por Dom Afonso V com a "licença para lançar suas éguas aos asnos".

Carreira Militar[editar | editar código-fonte]

Visto que era membro da nobreza portuguesa, João Teixeira de Macedo era, portanto, um homem educado na arte de guerrear. Prestou, por isso, o seu serviço ao lado de D. Afonso V nas campanhas do Norte de África, e destacou-se neste, o que lhe valeu títulos e honrarias. É provável que um jovem João Teixeira de Macedo tenha participado na Conquista de Alcácer-Ceguer e posteriormente na Conquista de Arzila

No contexto da Guerra de Sucessão de Castela, João Teixeira de Macedo apoiou a incursão do exército português de D. Afonso V em Castela, tomou Vilvestre por combate, e susteve-a por três anos. [4][1]

A 10 de Julho de 1476, foi nomeado Fidalgo do Conselho Real, "com todas as suas honras, liberdades e privilégios". Sendo João parte da corte e fidalgo da Casa Real, foi por esta altura que conheceu e casou-se com Violante de Barros[5], dama da Rainha D. Joana de Castela. Fruto deste casamento terá o seu primeiro filho Martim Teixeira de Macedo, 4º Senhor de Teixeira, Jerónimo Teixeira, capitão da Índia, Pedro Macedo, Joana Teixeira e Alda Macedo[5]. Fora deste casamento, teve ainda Branca Teixeira. [6]

Depois da morte de D. Afonso V, e da subida ao trono de D. João II, João Teixeira de Macedo manteve a boa reputação e consideração que tinha perante o Rei.[4]

Tal como seu pai o tivera feito, D. João II vê neste um magistrado e administrador capaz, grato a este pelo seu serviço militar junto de seu pai. Foi, por isso, nomeado Alcaide-mor de Montalegre e de Portelo a 6 de fevereiro de 1484. Demonstrando capacidade no exercício de suas funções, a sua boa reputação é aumentada.[1]

Em 30 de Maio de 1484, recebeu de Dom João II, as terras de Nuzelos, e a quintã e direitos reais de Macedo.[7] Também neste ano, a quatro de Junho foi perdoado da acusação de ter preso por dias e noites um frade que tentava seduzir uma moça de sua casa.[7]

Túmulo de João Teixeira de Macedo, Capela de São Brás

Pelos muitos serviços que prestou ao D. Afonso V, e sendo contador da comarca de Trás-os-Montes, foi lhe dado o julgado de Monforte do Rio Livre, confirmado pelo rei D. Manuel I em 10 de Maio de 1496.[8] A 10 de Novembro de 1497 obteve mercê de que, por sua morte, fosse paga uma tença de 20 mil reais a Martim Teixeira e outra igual a Jerónimo Teixeira, seus filhos.[9]

Capela de São Brás, na Igreja de São Dinis, Vila Real


No fim da sua vida, preocupou-se com a construção de uma jazigo de família na Capela de São Brás, capela esta que já há muito tinha obtido o vínculo de D. Afonso V para a converter em panteão familiar.[3][2]

João Teixeira de Macedo acabou por morrer no dia 06 de Julho de 1506[1], e foi sepultado na Capela de São Brás em Vila Real.

No pavimento, numerosas lápides atestam a vontade de João Teixeira de Macedo em fazer da capela o seu panteão, uma vez que algumas são de seus descendentes, caso de Ascânio Teixeira de Azevedo. No interior, há ainda a registar a presença de algumas pinturas e murais quinhentistas.


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Referências

  1. a b c d e Felgueiras Gayo, Carvalhos de Basto (1989). Nobiliário das Famílias de Portugal. IX. Braga: [s.n.] p. 552 
  2. a b «OFERTAS - Capela de São Brás e o Túmulo de Teixeira de Macedo | Douro Alliance - Eixo Urbano do Douro». www.douroalliance.org. Consultado em 6 de fevereiro de 2021 
  3. a b «DGPC | Pesquisa Geral». www.patrimoniocultural.gov.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2021 
  4. a b «Chancelaria de D. Afonso V - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2021 
  5. a b Felgueiras Gayo, Carvalhos de Basto (1989). Nobiliário das Famílias de Portugal. II. Braga: [s.n.] 565 páginas 
  6. do Amaral, Augusto Ferreira (2014). «16º - Macedos do morgado de S. Brás em Vila Real». Macedos - Subsídios Genealógicos. [S.l.: s.n.] p. 221 
  7. a b «Chancelaria de D. João II - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2021 
  8. «Chancelaria de D. Manuel I - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2021 
  9. «A João Teixeira de Macedo, fidalgo da casa del-rei e do seu Conselho, confirmação de uma carta de D. Manuel, datada de Évora, 10 de Novembro de 1497 e escrita por André Fernandes na qual, D. João II, havendo respeito aos muitos serviços por ele prestados a D. Afonso V, lhe fizera mercê das alcaidarias-mores de Montalegre e Portelo, com 40. - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 6 de fevereiro de 2021