João José Carneiro da Silva

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João José Carneiro da Silva
Nascimento 16 de outubro de 1839
Quissamã
Morte 2 de agosto de 1882
Rio de Janeiro
Cidadania Império do Brasil
Progenitores
Irmão(ã)(s) Bento Carneiro da Silva, Manuel Carneiro da Silva, João Caetano Carneiro da Silva
Ocupação político
Título fidalgo

João José Carneiro da Silva, primeiro e único Barão de Monte de Cedro, (Quissamã, 16 de outubro de 1839Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1882) foi um fidalgo, proprietário rural, político e empresário brasileiro.

Filho de José Carneiro da Silva, primeiro Barão de Araruama e Visconde de Araruama, e de D. Francisca Antonia Ribeiro de Castro, filha de Manuel Antônio Ribeiro de Castro, primeiro Barão de Santa Rita. Irmão de Bento Carneiro da Silva, Conde de Araruama; de Manuel Carneiro da Silva, Visconde de Ururaí; e de João Caetano Carneiro da Silva, Visconde de Quissaman. Cunhado de Ignácio Francisco Silveira da Motta, Barão de Vila Franca.

Casou-se com D. Anna Francisca Carneiro Ribeiro de Castro em 31 de julho de 1864, que era sua sobrinha e prima-irmã, filha de sua irmã Maria Isabel e do comendador Julião Ribeiro de Castro, irmão de sua mãe. Com o falecimento de Anna Francisca, sete meses depois, João José casou-se, em 1 de abril de 1866, com a irmã de sua falecida esposa, D. Francisca Antonia Carneiro Ribeiro de Castro, conhecida como Totonha, Baronesa consorte.

Desse casamento nasceram os filhos:

  • José Julião Carneiro da Silva, casado com sua prima Francisca Maria Carneiro Ribeiro de Castro, neta do Conde de Araruama.
  • Maria Isabel de Castro Carneiro da Silva, falecida ainda criança.
  • Carlos Arthur Carneiro da Silva, casado com sua prima Anna Luísa Carneiro de Queirós Mattoso, neta do Visconde de Ururaí.
  • Francisca Maria de Castro Carneiro da Silva, casada com Doutor Antonio Cavour Pereira de Almeida.
  • Anna Francisca de Castro Carneiro da Silva, casada com Doutor Antonio Cavour Pereira de Almeida, viúvo de sua irmã.

Em 1863, graduou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em São Paulo e retornou à sua cidade para cuidar de sua propriedade, a Fazenda Monte de Cedro, com belíssima residência, ricamente recheada com fino mobiliário; a dita "louça brasonada" apresenta monograma com as iniciais "JJCS" (João José Carneiro da Silva), e marcas da célebre manufatura portuguesa Vista Alegre e da Casa Agostinho B. & Teixeira (Porto); além do serviço de cristal lapidado, floristado e monogramado "JJCS" (João José Carneiro da Silva), com peças preservadas no Museu Imperial de Petrópolis.

Ergueu no centro da freguesia de Quissamã uma grande casa para sua família, a Chácara São João, pois sua fazenda era muito distante. Esta construção, concluída por seu irmão o Visconde de Quissamã, ainda está preservada e serve como exemplo das residências urbanas - com algumas característica rurais - utilizadas pelas oligarquias do açúcar do final do século XIX.

Apesar de Advogado, exerceu sua forte vocação de ruralista, dedicando-se a vários estudos e trabalhos publicados por editoras no Rio de Janeiro: “Estudos Agrícolas 1.ª e 2.ª Série”; “Estudos sobre a Quina”; “Memórias sobre Estudos e Enxertos de Canas”; “Estudos Econômicos” e “Notícias Descritivas sobre o Município de Macaé”. Fez a tradução do famoso Relatório de Burton sobre os engenhos centrais da Martinica, que serviu de modelo para a implantação de engenhos centrais no Brasil.

Juntamente com seus irmãos, cunhados e outros parentes, fundou a Cia. Engenho Central de Quissamã, a primeira do gênero na América do Sul.

Na política, foi por várias legislaturas Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Macaé, numa época em que, não havendo a figura do prefeito, o Poder Executivo era exercido pelo Presidente da Câmara.

Por Decreto Imperial de 17 de dezembro de 1881, assinado por Dom Pedro II, recebeu o título de Barão.

Morreu no Rio de Janeiro, em 2 de agosto de 1882, no Hotel de Santa Teresa onde estava hospedado. Um simples resfriado transformou-se em pneumonia. Seu corpo está sepultado no Cemitério do Catumbi.

Referências[editar | editar código-fonte]

  • FROSSARD, Larissa; GAVINHO, Vilcson (Org.). Macaé, Nossas Mulheres, Nossas Histórias. Macaé (RJ): Macaé Offshore, 2006, verbetes 26, 159.
  • GAVINHO, Vilcson. A Biblioteca do Barão (Coluna Naquele tempo... Instituto Histórico e Geográfico de Macaé; Fundação Macaé de Cultura; Petrobras - E & P - Bacia de Campos). In: O DEBATE: Diário de Macaé. Macaé/RJ, 30 de abril de 2000, p. 3, Caderno Dois.
  • LAMEGO, Alberto. A Terra Goytacá: Á luz de documentos inéditos. Niterói, RJ: Diário Oficial, Tomo Sexto, 1943, p. 157, 159.
  • PARADA, Antonio Alvarez. Histórias Curtas e Antigas de Macaé. Rio de Janeiro: Artes Gráficas, 1995, (volume I, p. 99), (volume II, p. 60–1, 65).
  • PARADA, Antonio Alvarez. O Barão de Monte de Cedro. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB. Rio de Janeiro, n. 337, out./dez., 1982, p. 83–103.
  • VEIGA, Jorge Getúlio, LEAL, Carlos Eduardo de Castro, LIMA, João Augusto de Souza. O Cristal no Império do Brasil. Rio de Janeiro: Quinta Cor Editores, 1996, p.226-7.