Julio Mourão

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Julio Mourão[editar | editar código-fonte]

Julio Olímpio Fusaro Mourão (Belo Horizonte, Minas Gerais, 13 de Novembro de 1944) é um economista brasileiro e video-maker amador.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido em Belo Horizonte, filho de Nelly Fusaro Mourão e Vinícius Rabello Mourão. Estudou no Colégio Estadual de Minas Gerais e na faculdade de economia da UFMG antes de mudar-se para o Rio de Janeiro e formar-se pela UERJ. Cursou mestrado em Engenharia de Produção na UFRJ e doutorado na UNICAMP (este último sem defender tese). Entrou no BNDES por concurso público em 1966 e chegou a exercer o cargo de superintendente.[1] Foi casado com Sonia Maria Fleury Teixeira, com quem tem um filha. É casado com Barbara Musumeci Mourão.

Trajetória Política e Profissional[editar | editar código-fonte]

Julio Mourão foi superintendente de planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre 1983 e 1990 e é conhecido por ter sido um dos intelectuais responsáveis pela idealização e aplicação da teoria da "integração competitiva" no Brasil, que marcou uma mudança crucial na política desenvolvimentista do país.[2][3][4][5][6][7] Também foi pioneiro em introduzir a metodologia do "planejamento estratégico" com a utilização de “Cenários” no país.[8] Durante as décadas de 1960 e 1970, Julio Mourão lutou contra a ditadura militar como militante da Juventude Estudantil Católica (JEC) e do Partido Comunista Brasileiro (PCB).[9] Participou inclusive de uma viagem clandestina a Moscou organizada por Aloísio Teixeira com objetivo de aprofundar-se na leitura do Capital.[10] Nesta época, foi vitima da repressão política do governo militar, tendo sido perseguido e preso duas vezes, e chegando a passar um ano na prisão. Após aposentar-se do BNDES, atuou como consultor em diversas cidades do país, aplicando a metodologia do planejamento estratégico com o uso de cenários no âmbito do planejamento urbano e da administração local através do programa conhecido como “Agenda 21”.[11][12][13]

Atividade como Vídeo-Maker[editar | editar código-fonte]

Julio Mourão é também video-maker amador, tendo participado de diversos festivais nacionais e internacionais.[14][15] Seus filmes "Torres del Paine" e "Jordânia: de Amã a Petra" ganharam prêmios por melhor trilha sonora no Festival Brasileiro de Filmes de Aventura, Turismo e Sustentabilidade (FATU) em 2009 e 2011 respectivamente.[16][17]

Referências

  1. Nassif, Luís (2007) “Os Cabeças-de-Planilha”. Rio de Janeiro: Ediouro. (ver p.136)
  2. Nassif, Luís (2007) “Os Cabeças-de-Planilha”. Rio de Janeiro: Ediouro. (ver p. 136ff.)
  3. Julio Mourão (1994). “A Integração Competitiva e o Planejamento Estratégico no Sistema BNDES”. Revista do BNDES, Vol.1, Nr. 2, pp. 3-36. http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/rev201.pdf
  4. Ricardo Henriques Luís Otávio Reiff (2010) “O ‘S’ do BNDES e a Sustentabilidade do Desenvolvimento”, em Anna Cláudia Além e Fabio Giambiagi (org.) “O BNDES em um Brasil em Transição”, Rio de Janeiro: BNDES. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/livro_brasil_em_transicao/Brasil_em_transicao_cap22.pdf (ver p. 354)
  5. Nassif, Luis (2013). “Falta visão estratégica no país”. Blog. http://www.hojeemdia.com.br/m-blogs/lu%C3%ADs-nassif-1.88634/falta-visão-estratégica-ao-pa%C3%ADs-1.173420 Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.
  6. Brasílio Sallum Jr. (2013). “O desenvolvimentismo e o Estado contemporâneo brasileiro”, em Luiz Carlos Bresser-Pereira (org.) “O que esperar do Brasil?”, Rio de Janeiro: Editora FGV, pp. 61-72. Disponível em: http://www.bresserpereira.org.br/terceiros/novo%20desenvolvimentismo/13.09.Sallum-desenvolvimentismo.pdf). (ver p. 63-65)
  7. Peter H. Ladner (2010) “Reinvention Without Replacement: The Role of Inertial Statism and Brazil’s Economic Bureaucracy in Maintaining an Active Developmental State” Comps Paper. http://people.carleton.edu/~amontero/Peter%20Ladner.pdf (ver p. 24)
  8. Nassif, Luís (2007) “Os Cabeças-de-Planilha”. Rio de Janeiro: Ediouro. (ver p.138)
  9. Evidência da participação de Julio Mourão no movimento estudantil mineiro pode ser encontrada em documentos da polícia sobre atividades subversivas disponíveis no arquivo público mineiro, por exemplo: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/dops_docs/photo.php?numero=0285&imagem=414
  10. Maria Mello de Malta (2012) “Interpretar e transformar o mundo: o propósito de Aloísio Teixeira”. Rev. Econ. Contemp., Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, p. 385-392, set-dez/2012. http://www.ie.ufrj.br/images/blog/REC_16.3_01_Bio-Aloisio.pdf (verp.386)
  11. Prefeitura de Vitória (2003). “Agenda 21 da Cidade de Vitória: um Sonho em Construção”. Vitória: Prefeitura Municipal de Vitória.
  12. Américo Barbosa e Dirce Alves (2012) Agenda 21 de Cubatão: Uma história feita por muitas mãos”. Cubatão: CIDE/CIESP http://www.agenda21cubatao.com.br/livro.pdf .(ver p.44)
  13. Julio Mourão (2001). “Piracicaba 2010 – realizando o futuro”. Piracicaba
  14. Festival "Culture Unplugged", http://www.cultureunplugged.com/storyteller/Julio_Mourao#/myFilms
  15. Cineeco 2009, "XV Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente" - Serra da Estrela, Seia, Portugal. http://cineecoseia.org/historico/2009/catalogo2009.pdf Arquivado em 12 de dezembro de 2013, no Wayback Machine.
  16. Lista de Premiados, FATU 2009, http://fatu.com.br/?p=484
  17. Lista de Premiados, FATU 2011, http://fatu.com.br/?p=633