Mostrar código-fonte de Líbia

{{Coord|display=title|26|3||N|18|12||E|type=country_region:LY}}
{{Ver desambig|a ninfa que deu o nome ao país|Líbia (mitologia)}}
{{mais fontes|data=setembro de 2021}}
{{Info/País
 |nome_nativo                  = <small>{{lang|ar|دولة ليبيا}}<br><small>''Dawlat Lībiyā''</small></small>
 |nome_longo_convencional      = Estado da Líbia
 |nome_pt                      = Líbia
 |imagem_bandeira              = Flag of Libya.svg
 |leg_bandeira                 = [[Bandeira da Líbia|Bandeira]]
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 |leg_brasão                   = [[Brasão de armas da Líbia|Emblema Nacional]]
 |hino                         = ''[[Líbia, Líbia, Líbia]]'' <br> <div style="padding-top:0.5em;" class="center">[[Imagem:Libya, Libya, Libya instrumental.ogg]]</div>
 |localização                  = Libya (orthographic projection).svg
 |gentílico                    = Líbio;<br>líbico<ref>[http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=gentilicos&search=L%EDbia Portal da Língua Portuguesa - Dicionário de Gentílicos e Topónimos]</ref>
 |capital                      = [[Trípoli]]
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 |longitude                    = 13°11′E
 |maior_cidade                 = Trípoli
 |língua_oficial               = [[Língua árabe|Árabe]]<ref>[[Árabe líbio]] e outras variedades e [[Línguas berberes|línguas tamazirte]] em certas áreas ocidentais e meridionais. A língua oficial é simplesmente identificada como "[[Língua árabe|árabe]]" ([http://www.libyaherald.com/2012/11/19/national-congress-begins-debate-on-selection-of-constitution-drafters-amidst-renewed-rumblings-in-the-east/ Declaração Constitucional, artigo 1]).</ref>
 |tipo_governo                = [[Estado unitário]] com [[Governo provisório]]
 |título_líder1               = [[Lista de chefes de Estado da Líbia|Presidente do Conselho Presidencial]]
 |nome_líder1                 = [[Mohamed al-Menfi]]
 |título_líder2               = [[Lista de chefes de Estado da Líbia|Membros do Conselho Presidencial]]
 |nome_líder2                 = [[Mohamed al-Menfi]]<br>[[Abdullah al-Lafi]]<br>[[Musa al-Koni]]
 |título_líder3               = [[Lista de chefes de governo da Líbia|Primeiro-ministro]]
 |nome_líder3                 = [[Abdul Hamid al-Dabaib]]
 |título_líder4               = [[Câmara dos Representantes da Líbia|Presidente da Câmara dos Representantes]]
 |nome_líder4                 = [[Aguila Saleh Issa]]
 |evento_tipo                 = [[Independência]]
 |evento_nota                 = da [[Itália]]
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 |população_estimada          = {{fmtn|7252573}}<ref>"[https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/libya/ Libya]". CIA World Factbook. Acessado em 22 de junho de 2023.</ref>
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|IDH_categoria            = {{Elevado}}<ref name="IDH">{{citar web|url=https://hdr.undp.org/system/files/documents/global-report-document/hdr2021-22overviewptpdf.pdf|titulo=[[Relatório de Desenvolvimento Humano]] 2021/2022|publicado=Programa de Desenvolvimento das Nações Unida|acessodata=8 de setembro de 2022}}</ref>
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}}
A '''Líbia'''<ref>{{Citar web|título = Serviço das Publicações — Código de Redação Interinstitucional — Anexo A5 — Lista dos Estados, territórios e moedas|URL = http://publications.europa.eu/code/pt/pt-5000500.htm|obra = publications.europa.eu|acessadoem = 2015-11-04}}</ref> ({{langx|ar|ليبيا||''Lībiyā''}}, {{IPA-tudo|ˈliːb(i)jæ|pronunciado:|Ar-Libya.ogg}}, {{IPA-tudo|ˈliːbjæ|pronunciado em [[árabe líbio]]:}}; em {{ling|ber}}: [[Imagem:Libya amazigh.svg|40px|ⵍⵉⴱⵢⴰ]]) é um país na região do [[Magrebe]], no [[Norte da África]], banhada pelo [[mar Mediterrâneo]] ao norte. O país tem [[fronteira]]s com o [[Egito]] a leste, com o [[Sudão]] a sudeste, com o [[Chade]] e o [[Níger]] ao sul e com a [[Argélia]] e a [[Tunísia]] ao oeste. As três partes tradicionais do país são a [[Tripolitânia]], [[Fezã|a Fazânia]] e a [[Cirenaica]]. Com uma área de quase 1,8 milhões de quilômetros quadrados, a Líbia é o [[Lista de países e territórios por área|17.º maior país do mundo]].<ref>{{citar web|url=http://unstats.un.org/unsd/demographic/products/dyb/DYB2003/Table03.pdf |título=Demographic Yearbook (3) Pop., Rate of Pop. Increase, Surface Area & Density |publicado=United Nations Statistics Division |formato=PDF |data= |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref>

A maior cidade e capital, [[Trípoli]], é o lar de 1,7 milhão dos 6,4 milhões de habitantes da Líbia. Em 2012 o país tinha o segundo melhor [[índice de desenvolvimento humano]] (IDH) da [[África]] e o quinto maior [[produto interno bruto]] (PIB) (em [[paridade do poder de compra]]) ''per capita'' do continente (em 2009), atrás da [[Guiné Equatorial]], de [[Seicheles]], do [[Gabão]] e do [[Botsuana]]. A Líbia tem as décimas maiores reservas comprovadas de [[petróleo]] do mundo e a 17.ª maior produção petrolífera.<ref>{{citar web|url=http://www.opec.org/library/Annual%20Statistical%20Bulletin/interactive/2004/FileZ/XL/T33.HTM |título=World proven crude oil reserves by country, 1980–2004 |publicado=Opec.org |data= |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref>

Em 2011, após uma [[Guerra Civil Líbia (2011)|guerra civil]] e uma [[Intervenção militar na Líbia em 2011|intervenção militar internacional]] liderada pela [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (OTAN), houve o derrube e a morte do ex-líder do país, [[Muamar Gadafi]], e o colapso de seu governo de mais de quatro décadas de duração. Como resultado, a Líbia está passando por um processo de reconstrução política e é regida sob uma constituição provisória elaborada pelo [[Conselho Nacional de Transição]] (CNT).<ref>{{citar web |url=http://www.tunisia-live.net/2011/08/11/the-ntc-issues-the-constitutional-declaration-for-the-transitional-period/ |título=NTC Announces Constitutional Declaration |publicado=Tunisia-live.net |data= |acessodata=5 de fevereiro de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120310023915/http://www.tunisia-live.net/2011/08/11/the-ntc-issues-the-constitutional-declaration-for-the-transitional-period/ |arquivodata=2012-03-10 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.ntclibya.org/english/about/|título=Introducing the Council|publicado=The Libyan Interim National Council|acessodata=23 de outubro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130607172209/http://www.ntclibya.org/english/about/|arquivodata=2013-06-07|urlmorta=yes}}</ref> Eleições para o [[Congresso Geral Nacional (Líbia)|Congresso Geral Nacional]] foram realizadas em 7 de julho de 2012 e o CNT entregou o poder à assembleia recém-eleita em 8 de agosto.<ref name="Esam-8-Aug">{{citar jornal|url=http://www.boston.com/news/world/middle-east/2012/08/08/libya-transitional-rulers-hand-over-power/uMPkXd9vTSSHg589mU9ykJ/story.html |título=Libya's transitional rulers hand over power |autor =Esam Mohamed |agência=[[Associated Press]] |data=8 de agosto de 2012 |publicado=Boston.com |acessodata=8 de agosto de 2012}}</ref> A assembleia nacional tem a responsabilidade de formar uma [[assembleia constituinte]] para redigir uma constituição permanente para a Líbia, que será, então, submetida a um [[referendo]].<ref>{{citar web|título=Libya's NTC hands power to newly elected assembly|url=http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-19183300|publicado=BBC News|acessodata=9 de agosto de 2012}}</ref>

== História ==
{{AP|História da Líbia}}

=== Antiguidade ===
{{AP|Antiga Líbia|África Proconsular}}
[[Imagem:Temple of Zeus - Cyrene.jpg|esquerda|thumb|Templo de [[Zeus]] na antiga [[colônia grega]] de [[Cirene (cidade)|Cirene]]]]
Antigo assentamento de povos tão díspares quanto os [[fenícios]], os [[Roma Antiga|romanos]] e os [[Império Otomano|turcos]], a Líbia recebeu seu nome dos colonos gregos, no {{-séc|II}}<ref name="Antiguidade na Líbia 1" />

Durante grande parte de sua [[história]], a Líbia foi povoada por [[árabes]] e [[nômade]]s [[berberes]], e somente na costa e nos [[oásis]] estabeleceram-se [[colônia]]s. [[Fenícios]] e [[Grécia Antiga|gregos]] chegaram ao país no {{-séc|VII}} e estabeleceram colônias e cidades. Os fenícios fixaram-se na [[Tripolitânia]] e os gregos na [[Cirenaica]]. Os [[Cartago|cartagineses]], herdeiros das colônias fenícias, fundaram na Tripolitânia uma província, e no {{-séc|I}} o [[Império Romano]] se impôs em toda a região, deixando monumentos admiráveis ([[Léptis Magna]]).<ref name="Antiguidade na Líbia 1" />

A Líbia permaneceu sob domínio romano - organizada nas províncias de [[Tripolitânia (província romana)|Tripolitânia]] e [[Cirenaica (província romana)|Cirenaica]] - até ser conquistada pelos [[vândalos]] em {{DC|455|n}} e só foi [[Guerra Vândala|reconquistada]] pelo [[Império Bizantino]], continuador do romano, em 533-534.<ref name="Antiguidade na Líbia 1">Bertarelli, p. 202</ref>

=== Domínio islâmico e otomano ===
[[Imagem:Capture of Tripoli by the Ottomans 1551.jpg|thumb|esquerda|O cerco de [[Trípoli]] pelos [[otomanos]] em 1551]]
{{AP|Líbia otomana}}
Durante pouco mais de três séculos, o [[Califado Almóada]] manteve o domínio sobre a região tripolitana, enquanto a Cirenaica esteve sob o controle [[Império Aiúbida|egípcio]].

Em 1551, [[Solimão I]], o Magnífico, incorporou a região ao Império Otomano,<ref>Enciclopédia do Mundo Contemporâneo 3ª Ed., 2002, Publifolha, Editora do Terceiro Milênio, p. 384 ou http://www.guiadelmundo.org.uy/cd/</ref> estabelecendo o poder central em [[Trípoli]]. A autoridade turca, entretanto, mal passava da região para além da costa.

Dois séculos mais tarde, o reinado da dinastia Karamanli, que dominou Trípoli durante 120 anos, contribuiu para assentar mais solidamente as regiões de [[Fezã]], Cirenaica e Tripolitânia, e conquistou maior autonomia, sendo apenas nominalmente pertencente ao Império Otomano, a região servia de base para [[corsário]]s, o que motivou [[Intervenções norte-americanas|intervenção norte-americana]], a primeira [[Guerra Berbere]] ocorreu entre 1801 e 1805.

Em 1835, o [[Império Otomano]] restabeleceu o controle sobre a Líbia, embora a confraria [[Islamismo|muçulmana]] dos [[Senussi|sanusis]] tenha conseguido, em meados do século, dominar os territórios da Cirenaica e de Fezã (interior do país).

=== Domínio italiano ===
{{AP|Líbia Italiana}}
[[Imagem:Italoturca1.jpg|thumb|esquerda|Soldados [[Reino de Itália (1861–1946)|italianos]] enfrentando forças [[Império Otomano|otomanas]] em [[Trípoli]] durante a [[Guerra ítalo-turca]]]]
Em 1911, sob o pretexto de defender seus colonos estabelecidos na [[Tripolitânia]], a [[Reino de Itália (1861–1946)|Itália]] declarou guerra ao [[Império Otomano]] e invadiu o país, fato que iniciou a [[Guerra Ítalo-Turca]]. A seita puritana islâmica dos sanusis liderou a resistência, dificultando a penetração do Exército italiano no interior. A Turquia renunciou a seus [[direito]]s sobre a Líbia em favor da Itália no [[Tratado de Lausana]] ou [[Tratado de Ouchy]] (1912). Em 1914 todo o país estava ocupado pelos italianos que, no entanto, como os turcos antes deles, nunca conseguiram afirmar sua autoridade plena sobre as [[tribo]]s sanussis do interior do [[deserto]].

Durante a [[Primeira Guerra Mundial]], os líbios recuperaram o controle de quase todo o território, à exceção de alguns [[portos]]. Terminada a guerra, os italianos empreenderam a reconquista do país. A resistência líbia à colonização italiana, liderada por Omar Mukhtar, foi esmagada em 1932, após anos de repressão. A guerra provocou a morte em massa dos povos indígenas da [[Cirenaica]], num total de 225.000 pessoas. Os crimes de guerra italianos incluíram a utilização de [[Arma química|armas químicas]], a execução de combatentes rendidos e o massacre de civis. As autoridades italianas expulsaram à força 100.000 [[beduínos]] da Cirenaica das suas colónias, muitas das quais foram depois confiadas a colonos italianos.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.cambridge.org/core/books/cambridge-world-history-of-genocide/eurocentrism-silence-and-memory-of-genocide-in-colonial-libya-19291934/2F6A0A6F7010B944D4C13A4A6425A0A1 |título=Eurocentrism, Silence and Memory of Genocide in Colonial Libya, 1929–1934 |data=2023 |publicado=Cambridge University Press |editor-sobrenome= |editor-nome= |series=The Cambridge World History of Genocide |local=Cambridge}}</ref>

Em 1939 a Líbia foi incorporada ao reino da Itália. A colonização não alterou a estrutura econômica do país, mas contribuiu para melhorar a infraestrutura, como a rede de estradas e o fornecimento de água às cidades.

Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], o território líbio foi cenário de combates decisivos. Entre 1940 e 1943 houve a campanha da Líbia entre o ''[[Afrikakorps]]'' do general [[Alemanha Nazi|alemão]] [[Rommel]] e as tropas [[Inglaterra|inglesas]]. Findas as hostilidades, o [[Reino Unido]] encarregou-se do governo da [[Cirenaica]] e da Tripolitânia, e a [[França]] passou a administrar [[Fezã]]. Essas nações mantiveram o país sob forte governo militar.

=== Independência  ===
[[Imagem:King Idris I of Libya August 15, 1965.jpg|thumb|O rei {{lknb|Idris|I|da Líbia}} levou o país à independência e foi o seu primeiro líder]]
{{AP|Reino da Líbia}}

Em 24 de dezembro de 1951, a Líbia declarou sua independência como o [[Reino da Líbia|Reino Unido da Líbia]],<ref>{{Citar web|url=https://www.worldstatesmen.org/Libya.htm|titulo=Libya|acessodata=2021-12-23|website=www.worldstatesmen.org}}</ref> uma [[monarquia constitucional]] e [[Monarquia hereditária|hereditária]] sob o rei [[Idris I da Líbia|Idris I]], único monarca do país.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/news/world-africa-13755445 |titulo=Libya profile - Timeline |data=2021-03-15 |acessodata=2021-12-23 |jornal=BBC News |lingua=en-GB |arquivourl=https://web.archive.org/web/20211115075637/https://www.bbc.com/news/world-africa-13755445 |arquivodata=2021-11-15}}</ref> Em 1 de janeiro de 1952, a [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] aprovou a independência da Líbia, data a partir da qual foi adotado o nome Reino Unido da Líbia. O líder religioso dos sanusis, o [[emir]] Saíde Idris Senussi, foi coroado [[rei]] com o nome de {{lknb|Idris|I|da Líbia}} {{nwrap|r.|1951|1969}}. Depois de sua admissão na [[Liga Árabe]], em 1953, a Líbia firmou acordos para a implantação de bases estrangeiras em seu território. Em 1954, houve a concessão de bases militares e aéreas aos [[Estados Unidos|norte-americanos]]. A influência econômica dos Estados Unidos e do Reino Unido, autorizados a manter tropas no país, tornou-se cada vez mais poderosa. A descoberta de [[Jazida mineral|jazida]]s de [[petróleo]] em 1959 constituiu, no entanto, fator decisivo para que o governo líbio exigisse a retirada das forças estrangeiras, o que provocou graves conflitos políticos com aquelas duas potências e com o [[Egito]]. Em 1961 tem início a exploração do petróleo.

=== Era Gadafi ===
{{AP|Era Muamar Gadafi}}
A [[Era Muamar Gadafi]] teve início em 1969, quando um grupo de oficiais nacionalistas, de forte alinhamento político-ideológico com o [[pan-arabismo]], derrubou a [[monarquia]] e criou a ''[[Jamairia]]'' (República) Árabe Popular e Socialista da Líbia, [[muçulmana]] [[militar]]izada e de organização [[socialista]]. O Conselho da Revolução (órgão governamental do novo regime) era presidido pelo coronel [[Muamar Gadafi]]. O regime de Muamar Gadafi, [[chefe de Estado]] a partir de 1970, expulsou os efetivos militares estrangeiros e decretou a nacionalização das empresas, dos [[banco]]s e dos recursos petrolíferos do país. Em 1972, a Líbia e o Egito uniram-se numa [[Confederação de Repúblicas Árabes]], que se dissolveu em 1979. Em 1984, a Líbia e o [[Marrocos]] tentaram uma união formal, extinta em 1986.

Gadafi procurou desencadear uma revolução cultural, social e econômica que provocou graves tensões políticas com os Estados Unidos, Reino Unido e países árabes moderados (Egito, [[Sudão]]). Apoiado pelo [[Partido Político|partido]] único, a [[União Socialista Árabe (Líbia)|União Socialista Árabe]], aproveitou-se da riqueza gerada pela exploração das grandes reservas de petróleo do país para construir seu poderio militar e interferir nos assuntos dos países vizinhos, como o Sudão e o [[Chade]]. O Chade foi invadido pela Líbia em 1980.

Depois da [[Guerra do Iom Quipur]], a Líbia levou seus parceiros árabes a não exportar petróleo para os Estados que apoiaram [[Israel]]. Opôs-se à iniciativa do presidente egípcio [[Anwar al-Sadat]], de restabelecer a paz com Israel, e participou ativamente, junto com a [[Síria]], da chamada "[[frente de resistência]]" em 1978. Seu apoio à [[Organização para a Libertação da Palestina]] ([[OLP]]) se intensificou, e a cooperação com os [[palestinos]] se estendeu a outros grupos revolucionários de países não árabes, que receberam ajuda econômica Líbia. A rejeição a Israel, as manifestações antiamericanas e a aproximação com a [[União Soviética]], por parte da Líbia, geraram sérios conflitos na década de 1980. As relações da Líbia com os Estados Unidos se deterioraram quando, em 1982, os Estados Unidos impuseram um embargo às importações de petróleo líbio. Em resposta a vários atentados contra soldados americanos na [[Europa]] e às acusações de que o governo líbio patrocinava ou estimulava o [[terrorismo]] internacional, o presidente [[Ronald Reagan]] ordenou, em abril de 1986, um bombardeio da aviação americana a vários alvos militares em Trípoli e Bengazi, em que pereceram 130 pessoas. Gadafi, que perdeu uma filha adotiva quando sua casa foi atingida, manteve-se como chefe político, mas sua imagem internacional deteriorou-se rapidamente.

[[Imagem:Muammar al-Gaddafi at the AU summit.jpg|thumb|upright|[[Muammar al-Gaddafi|Gadafi]] na conferência da [[União Africana]] em 2009]]

Para tirar o país do isolamento [[Diplomacia|diplomático]], no início da década de 1990 o chefe líbio dispôs-se a melhorar o relacionamento com as potências ocidentais e com as nações vizinhas. Em 1989, a Líbia associou-se à [[União do Magrebe Árabe|União do Magrebe]], um acordo comercial dos Estados do norte da África. Em 1991, durante a [[Guerra do Golfo Pérsico]], a Líbia adotou uma posição moderada, opondo-se tanto à invasão do [[Cuaite]] quanto ao posterior uso da força contra o [[Iraque]]. Apesar de sua neutralidade no conflito, a Líbia se manteve sob crescente isolamento internacional até meados da década. Em 1992 os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, com a aprovação do [[Conselho de Segurança da ONU|Conselho de Segurança]] das [[Nações Unidas]], impuseram pesados embargos ao [[comércio]] e ao tráfego aéreo líbio, porque o governo se negava a [[extradição|extraditar]] os dois líbios suspeitos de terem colocado uma [[bomba]] num avião de passageiros norte-americano que explodiu sobre [[Lockerbie]], na [[Escócia]], em 1988, e matou 270 pessoas ([[Atentado de Lockerbie]]). Este tipo de sanção repetiu-se nos anos seguintes, mas Gadafi desrespeitou o bloqueio aéreo militar viajando para [[Nigéria]] e [[Níger]], bem como enviando peregrinos a [[Meca]] em aviões de [[Bandeira da Líbia|bandeira líbia]].

Em 1993 a Líbia rompeu relações com o [[Irão]], reagindo contra o crescimento do [[fundamentalismo islâmico]]. Em 1994, os líbios retiram-se do Chade. As relações de Gadafi com os palestinianos se deterioraram, à medida que estes se mostraram dispostos a negociar uma paz com Israel, e em setembro de 1995 o dirigente líbio anunciou a expulsão de 30 mil palestinianos que trabalhavam na Líbia. A medida foi suspensa depois da [[deportação]] de 1 500 pessoas, e em outubro de 1996 Gadafi anunciou que estas seriam [[Indenização|indenizadas]]. O regime líbio enfrentou uma crescente resistência de parte de grupos religiosos islâmicos, e em 1997 seis oficiais do exército foram [[Fuzilamento|fuzilados]], acusados de [[espionagem]]. Tentando melhorar sua imagem internacional, Gadafi admitiu a possibilidade de conceder a extradição dos dois agentes acusados do atentado de Lockerbie, desde que não sejam [[Julgamento|julgados]] nos Estados Unidos ou no Reino Unido.

=== Revolução ===
{{AP|Primavera Árabe|Guerra Civil Líbia (2011)|Intervenção militar na Líbia em 2011|Inverno Árabe}}
[[Imagem:Demonstration in Bayda (Libya, 2011-07-22).jpg|thumb|esquerda|Manifestações contra [[Muamar Gadafi]] em [[Al Bayda' (Líbia)|Bayda]], 22 de julho de 2011]]
[[imagem:US Navy 110329-N-XO436-010 The Arleigh Burke-class guided-missile destroyer USS Barry (DDG 52) launches a Tomahawk cruise missile to support Joint.jpg|thumb|esquerda|O [[USS Barry (DDG-52)|USS ''Barry'']], dos [[Estados Unidos]], dispara um míssil [[BGM-109 Tomahawk|Tomahawk]] durante a [[intervenção militar na Líbia em 2011]]]]

Em fevereiro de 2011, manifestações (influenciadas pela chamada "[[Primavera Árabe]]") contra o governo de [[Muamar Gadafi]] (em português, e [[Muamar Gadafi]] em Líbio - Árabe) provocaram a morte de dezenas de civis. Os protestos tomaram conta de boa parte do país, incluindo a capital Trípoli.<ref>{{citar web|url=http://blogs.aljazeera.net/middle-east/2011/02/17/live-blog-libya |título=Live Blog - Libya|obra=Al Jazeera |acessodata=23 de fevereiro de 2011}}</ref> Em 27 de fevereiro, as diferentes facções da oposição Líbia formaram o [[Conselho Nacional de Transição]] para administrar as áreas do país controladas por opositores, e também para iniciar uma luta formal para derrubar o então regime líbio. Em março, a França se tornou o primeiro país a reconhecer a legitimidade da organização. Outros países logo também o fizeram.<ref>{{citar web|url=http://ntclibya.com/InnerPage.aspx?SSID=6&ParentID=3&LangID=1|título=The Council»International Recognition|publicado=National Transitional Council (Libya)|data=1 de março de 2011|acessodata=23 de outubro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110926043358/http://www.ntclibya.com/InnerPage.aspx?SSID=6&ParentID=3&LangID=1|arquivodata=2011-09-26|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-12699183 |título=Libya: France recognises rebels as government|obra=BBC News|data= 10 de março de 2011 |acessodata=23 de outubro de 2011}}</ref>

Utilizando sua superioridade militar, as [[Forças Armadas da Líbia|forças]] pró-Gadafi empurraram os rebeldes até a região leste da Líbia e cercaram a cidade de [[Bengazi]], que havia se tornado o centro da rebelião.<ref>{{citar jornal|url=http://www.nytimes.com/2011/03/10/world/africa/10libya.html|título=Qaddafi Forces Batter Rebels in Strategic Refinery Town |obra=New York Times |acessodata=9 de março de 2011 |primeiro1 =Kareem |último1 =Fahim |primeiro2 =David D. |último2 =Kirkpatrick}}</ref> Os soldados de Gadafi foram acusados de cometerem diversos crimes contra a humanidade neste meio tempo.<ref>The Independent, 9 de março de 2011 P.4</ref> A ONU e diversas nações do mundo condenaram a violência na Líbia e exigiram uma solução pacífica.<ref>{{citar jornal|url=http://www.latimes.com/news/opinion/editorials/la-ed-libya-20110226,0,6927383.story |título=Some backbone at the U.N. |obra=The Los Angeles Times |acessodata=26 de fevereiro de 2011}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.novinite.com/view_news.php?id=125800 |obra=Sofia News Agency |título=Libya Expelled from UN Human Rights Council  |acessodata=2 de março de 2011}}</ref>

No dia 17 de março de 2011, o conselho de segurança das Nações Unidas aprovou a [[Resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas|Resolução 1973]]. Esta resolução dava autoridade a seus países membros de estabelecer uma [[zona de exclusão aérea]] sobre a Líbia e garantia o uso de "toda a força necessária para proteger os civis".<ref>{{citar web|url=http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=37808|título=Security Council authorizes ‘all necessary measures’ to protect civilians in Libya|publicado=United Nations News Service|data=17 de março de 2011|acessodata=30 de março de 2011}}</ref> Dois dias depois, aeronaves de combate francesas, apoiados por aviões e navios americanos, [[Intervenção militar na Líbia em 2011|bombardearam alvos militares]] na Líbia.<ref name="libyrate1">{{citar jornal|autor =Jonathan Marcus |url=http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-12795971 |título=French military jets open fire in Libya |obra=BBC News |data=19 de março de 2011 |acessodata=20 de agosto de 2011}}</ref> Em julho de 2011, o [[Conselho Nacional de Transição]] foi reconhecido pela [[ONU]] como o novo governo líbio.<ref>{{citar jornal|url=http://af.reuters.com/article/commoditiesNews/idAFLDE76E0W120110715|publicado= [[Reuters]] |acessodata=25 de julho de 2011|título=Excerpts from Libya Contact Group Chair's Statement}}</ref>

Em agosto, forças rebeldes, apoiadas pela [[OTAN]], [[Segunda batalha de Trípoli|avançaram]] sobre a capital [[Trípoli]].<ref>[http://www.aljazeera.com/news/africa/2011/08/201182193129278233.html "Libyan rebels in 'final push' for capital"]. Página acessada em 18 de junho de 2013.</ref> A cidade caiu após 8 dias de violentos combates.<ref>[http://www.thenews.com.pk/TodaysPrintDetail.aspx?ID=65109&Cat=1 "Rebels claim capture of last army base in Tripoli"]. Página acessada em 18 de junho de 2013.</ref> Militantes da oposição continuaram avançando em direção ao oeste do país, tomando várias cidades, incluindo [[Batalha de Bani Walid|Bani Walid]]. Em [[Sirte]], onde Muamar Gadafi e suas tropas remanescentes estavam entrincheirados, os rebeldes travaram [[Batalha de Sirte|uma das últimas batalhas]] da guerra. Depois de quase um mês de combates, a cidade caiu e o ditador acabou sendo morto.<ref>[http://www.publico.pt/mundo/noticia/khadafi-foi-capturado-dizem-comandantes-do-cnt-1517420 "Forças líbias anunciam 'ao mundo' que Khadafi 'está morto'"]. Página acessada em 18 de junho de 2013.</ref>

A "libertação" da Líbia foi oficialmente proclamada em 23 de outubro de 2011, apesar de lutas sectárias ainda estarem sendo reportadas. Ao menos 30 mil pessoas foram mortas no conflito.<ref>{{citar jornal|url=http://www.guardian.co.uk/world/feedarticle/9835879 |título=Libyan estimate: At least 30,000 died in the war |autor =Karin Laub |agência=Associated Press |obra=The Guardian |data=8 de setembro de 2011 |acessodata=25 de novembro de 2011}}</ref> Com a derrocada de Muamar Gadafi do poder, após 40 anos de governo, e com o fim da [[Guerra Civil Líbia (2011)|guerra civil]], o país passou a ser oficialmente uma [[república parlamentarista]].<ref>{{citar jornal|url=http://www.mercurynews.com/news/ci_18910663|obra=San Jose Mercury News|primeiro =Edith|último =Lederer|título=UN approves Libya seat for former rebels|acessodata=16 de setembro de 2011}}</ref>

=== Guerra civil ===
{{AP|Conflito na Líbia (2011–2014)|Guerra Civil Líbia (2014–2020)}}
[[Imagem:Libyan Civil War-pt.svg|300px|thumb|Situação militar atual
{{legenda|#ebc0b3|Sob o controle do [[Câmara dos Representantes da Líbia|governo baseado em Tobruque]] e [[Brigadas de Zintane|Aliados]]}}
{{legenda|#cae7c4| Sob o controle do [[Novo Congresso Geral Nacional]] e [[Força Escudo da Líbia|Aliados]]}}
{{legenda|blue|Sob o controle de forças locais}}
{{legenda|#e3d975|Sob o controle de forças [[tuaregues]]}}]]

Em 7 de julho de 2012, os líbios votaram em suas primeiras eleições parlamentares desde o fim do regime de Gadafi. Em 8 de agosto de 2012, o [[Conselho Nacional de Transição]] entregou oficialmente o poder ao eleito [[Congresso Geral Nacional (Líbia)|Congresso Geral Nacional]], que foi encarregado da formação de um governo interino e a elaboração de uma nova constituição, a ser aprovada em um [[referendo]] em geral.<ref name="Esam-8-Aug" />

Em 25 de agosto de 2012, no que parece ser o ataque sectário mais flagrante desde o fim da guerra civil, homens não identificados demoliram uma [[mesquita]] [[sufista]] com sepulturas, em plena luz do dia e no centro da capital líbia, [[Trípoli]]. Esta foi a segunda destruição de um local sufista em dois dias.<ref>{{citar jornal|último =Zargoun |primeiro =Taha |título=Fighters bulldoze Sufi mosque in central Tripoli |url= http://www.reuters.com/article/2012/08/25/us-libya-islamists-idUSBRE87O08Y20120825 |agência=Reuters|data=25 de agosto de 2012}}</ref> Em 11 de setembro de 2012, ocorreu o ataque de [[Bengazi]], quando militantes islâmicos foram capazes de atacar com sucesso o consulado estadunidense na cidade para matar o embaixador estadunidense no país, [[J. Christopher Stevens]]. Em 7 de outubro de 2012, o primeiro-ministro eleito da Líbia, [[Mustafa A. G. Abushagur]] saiu do poder<ref>{{citar jornal|autor =Grant, George |título=Congress dismisses Abushagur |url= http://www.libyaherald.com/2012/10/07/congress-dismisses-abushagur |data=7 de outubro de 2012 |acessodata=7 de outubro de 2012 |obra=Libya Herald}}</ref> depois de falhar uma segunda vez em conseguir a aprovação parlamentar para um novo gabinete.<ref>{{citar jornal|autor =Zaptia, Sami |título=Abushagur announces a smaller emergency cabinet |url= http://www.libyaherald.com/2012/10/07/abushagur-announces-a-smaller-emergency-cabinet |obra=Libya Herald |data=7 de outubro de 2012 |acessodata=7 de outubro de 2012}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Libyan Prime Minister Mustafa Abu Shagur to stand down |url= http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-19864136 |data=7 de outubro de 2012 |obra=BBC News |acessodata=7 de outubro de 2012}}</ref> Em 14 de outubro de 2012, o Congresso Nacional Geral elegeu o advogado de direitos humanos [[Ali Zeidan]] como seu primeiro-ministro designado.<ref>{{citar jornal|autor = Grant, George |título=Ali Zidan elected prime minister |url= http://www.libyaherald.com/2012/10/14/ali-zidan-elected-prime-minister/ |data=14 de outubro de 2012 |acessodata=14 de outubro de 2012 |obra=Libya Herald}}</ref> Zeidan foi empossado após seu gabinete ser aprovado pelo CNG.<ref>{{citar jornal|título=Libya congress approves new PM's proposed government |url= http://www.reuters.com/article/2012/10/31/us-libya-government-idUSBRE89U18O20121031 |agência=Reuters |data=31 de outubro de 2012 |acessodata=31 de outubro de 2012}}</ref><ref>{{citar jornal|autor = Zapita, Sami |título=Zeidan government sworn in |url= http://www.libyaherald.com/2012/11/14/zeidan-government-sworn-in/ |data=14 de novembro de 2012 |acessodata=3 de junho de 2013 |obra=Libya Herald}}</ref>

Em 25 de março de 2014, o governo líbio abriu o debate sobre a restauração da [[monarquia]] no país. "A restauração da monarquia é a solução que irá garantir o retorno à segurança e estabilidade. Contatos já foram feitos e estamos em contato com dignitários e chefes tribais na Líbia e também com o neto do rei [[Al-Senussi]], o Príncipe Mohamed, que mora no exterior", disse o ministro das Relações Exteriores da Líbia, Mohamed Abdelaziz, durante a reunião.<ref>{{citar jornal|autor =Mahjar-Barducci, Anna |título=Libya: Restoring the Monarchy? |url= http://www.gatestoneinstitute.org/4251/libya-monarchy |data=16 de abril de 2014 |acessodata=30 de abril de 2014 |obra=Gatestone Institute}}</ref> A partir de janeiro de 2014, a ilegalidade, as questões de segurança e o partidarismo regional permanecem sendo problemas importantes e, aparentemente, cada vez maiores para o governo interino atual do país.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.bbc.co.uk/news/av/world-africa-24985595 |titulo=Gun battles in Libyan capital |acessodata=2021-06-05 |jornal=BBC News |lingua=en-GB}}</ref>

Em 16 de maio de 2014, o general líbio aposentado [[Khalifa Haftar]] lançou um ataque aéreo e terrestre em Bengazi, visando grupos militantes islâmicos entrincheirados na cidade. Este ataque foi feito sem qualquer autorização do governo central. Em 18 de maio de 2014, em Trípoli, o edifício do parlamento foi invadido por tropas leais a Haftar,<ref>{{citar web|url=http://news.sky.com/story/1264043/rogue-generals-troops-storm-libyan-parliament|título=Rogue General's Troops Storm Libyan Parliament|publicado=Sky News|data=18 de maio de 2014}}</ref> no que o governo líbio descreveu como uma tentativa de [[golpe de Estado]].<ref>{{citar web|url=http://www.ibtimes.co.uk/libya-rogue-general-khalifa-haftar-storms-parliament-attempted-coup-1449045|título=Libya: Rogue General Khalifa Haftar Storms Parliament in Attempted 'Coup'|autor =Fiona Keating|data=18 de maio de 2014|publicado=International Business Times}}</ref>

Com a esperança de sufocar a violência e desarmar a luta pelo poder com o general Haftar, em 20 de maio de 2014 a comissão eleitoral anunciou a realização de eleições parlamentares em 25 de junho de 2014.<ref name="LibyaElections">{{citar jornal|título=Libya to hold elections in a bid to defuse violence|url=http://www.heraldglobe.com/index.php/sid/222161387/scat/2411cd3571b4f088/ht/Libya-to-hold-elections-in-a-bid-to-defuse-violence|acessodata=20 de maio de 2014|publicado=''Herald Globe''}}</ref> Haftar afirmava estar limpando a Líbia de elementos militantes islâmicos e terroristas que ele descreve como tendo "infectado o país". Ele proclamou a dissolução do Conselho Nacional Geral e afirmava apontar para o estabelecimento de um governo eleito, sem qualquer ligação com milícias islâmicas. O movimento de Haftar foi recebido com passeatas e manifestações de apoio por milhares de cidadãos líbios em Trípoli, Bengazi e em outras cidades líbias.<ref name="thousands demonstrate in Haftar support">{{citar web|url=http://gulfnews.com/news/region/libya/thousands-march-for-dignity-and-reforms-1.1337771|título=Thousands march for ‘dignity and reforms|último =Kouddous|primeiro =Sharif|data=24 de maio de 2014|publicado=Gulf News|língua=Inglês|acessodata=26 de maio de 2014|local=Dubai}}</ref>

== Geografia ==
[[Imagem:Libya sat.jpg|thumb|esquerda|Imagem de satélite do território líbio]]

A Líbia situa-se no [[Norte de África]], banhada pelo [[mar da Líbia]], uma parte (reentrância) do [[mar Mediterrâneo]], ladeada pelo [[Egito]] a leste e pela [[Tunísia]] e [[Argélia]] a oeste. Ao sul limita-se com o [[Níger]] e [[Chade]] e, a sudeste, um pequeno trecho com o [[Sudão]]. Divide-se em três regiões geográficas: a [[Cirenaica]], a [[Tripolitânia]] e a [[Fazânia]]. Ao longo da costa, o clima é mediterrânico, mas o interior é o deserto muito seco do [[Deserto do Saara|Saara]], de onde por vezes sopra um [[siroco]] quente, seco e carregado de poeira, conhecido no país como ''ghibli''. No deserto também são comuns [[Tempestade de areia|tempestades de poeira]] de areia. Os recursos naturais principais do país são o [[petróleo]], [[gás natural]] e [[gesso]].

Mas, além disso, a Líbia - assim como o [[Egito]], o [[Chade]] e o [[Sudão]], na parte oriental do [[deserto do Saara]] - repousa sobre o [[Sistema Aquífero Arenito da Núbia]], a maior reserva de [[água subterrânea]] existente no mundo, que abrange uma enorme área, que, segundo as estimativas, contém 150&nbsp;000 [[km³]] de água. A maior parte do suprimento de água da Líbia provinha de dispendiosas usinas de [[dessalinização]], situadas no litoral, de modo que havia pouca água para destinar à [[irrigação]]. O aquífero historicamente usado em Trípoli estava contaminado e seu grau de salinidade estava aumentando. Em 1983, um grande projeto de [[engenharia]], conhecido como [[Grande Rio Artificial]], foi criado para o [[abastecimento de água|abastecimento]] da região costeira do país e para expandir a [[agricultura]] através da irrigação, com aproveitamento da água desses [[aquífero]]s do deserto.<ref>[http://www.economist.com/blogs/dailychart/2011/03/libyas_water_supply Libya's water supply: Plumbing the Sahara]. ''[[The Economist]]'', 11 de março de 2011.</ref>

=== Deserto da Líbia ===
[[Imagem:Libyan_Desert_-_2006.jpg|thumb|[[Deserto da Líbia]]]]
O [[deserto da Líbia]], que abrange grande parte do país, é um dos lugares mais [[árido]]s e calcinados pelo [[Sol]] na [[Terra]].<ref name="SalakLibya">{{citar web|url=http://www.nationalgeographic.com/adventure/0504/excerpt1.html |título=Rediscovering Libya |último =Salak |primeiro =Kira |publicado=National Geographic Adventure |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110923175457/http://www.nationalgeographic.com/adventure/0504/excerpt1.html |arquivodata=23 de setembro de 2011 |df= }}</ref> Em alguns lugares, décadas podem passar sem nenhuma [[Precipitação (meteorologia)|precipitação]] e mesmo nas planícies as [[chuva]]s raramente acontecem, em média uma vez a cada 5-10 anos. Em [[Ueinate]], na tríplice fronteira Líbia-Egito-Sudão, última chuva registrada foi em setembro de 1998.<ref name="Libdesert">{{citar web|url=http://www.fjexpeditions.com/frameset/florafauna.htm |autor =András Zboray |título=Flora and Fauna of the Libyan Desert |publicado=Fliegel Jezerniczky Expeditions |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref>

Da mesma forma, a temperatura no deserto da Líbia pode ser extrema; em 13 de setembro de 1922, a cidade de [[Al 'Aziziyah]], que está localizada a sudoeste de Trípoli, registrou uma temperatura de 58°C, considerado um recorde mundial.<ref>{{citar web|url=http://www.extremescience.com/hottest.htm |título=How Hot is Hot? |publicado=Extreme Science |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref><ref name="Death_Valley">{{citar web|url=http://wmo.asu.edu/world-highest-temperature |título=World: Highest Temperature |acessodata=15 de janeiro de 2013 |ano=2012 |obra=World Weather / Climate Extremes Archive |publicado=Arizona State University |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130104143844/http://wmo.asu.edu/world-highest-temperature |arquivodata= 4 de janeiro de 2013}}</ref><ref name=El_Azizia>{{citar periódico|último =El Fadli|primeiro =KI|título=World Meteorological Organization Assessment of the Purported World Record 58°C Temperature Extreme at El Azizia, Libya (13 September 1922)|url=http://journals.ametsoc.org/doi/pdf/10.1175/BAMS-D-12-00093.1|periódico=Bulletin of the American Meteorological Society|data=Setembro de 2012|doi=10.1175/BAMS-D-12-00093.1|volume=94|número=2|página=199|display-authors=etal | issn = 0003-0007}}</ref> Em setembro de 2012, no entanto, o recorde mundial de 58°C foi revogado pela [[Organização Meteorológica Mundial]].<ref name="Death_Valley"/><ref name=El_Azizia/><ref>{{citar jornal|último = Westcott |primeiro =Tom |título=Libya loses 'world's hottest place' record |url= http://www.libyaherald.com/2012/09/15/libya-loses-worlds-hottest-place-record/ |obra=Libya Herald |data=15 de setembro de 2012}}</ref>

Existem alguns [[oásis]] pequenos, desabitados e dispersos, geralmente ligados às depressões maiores, onde a [[água]] pode ser encontrada cavando a alguns metros de profundidade. No oeste, há um grupo amplamente disperso de oásis em depressões rasas desconectadas, o grupo Cufra, composto por Tazerbo, Rebianae e [[Cufra]].<ref name="Libdesert" /> Além das escarpas, a planicidade geral só é interrompida por uma série de planaltos e maciços perto do centro do deserto, em torno da convergência das fronteiras entre [[Egito]], [[Sudão]] e Líbia. Um pouco mais ao sul estão os [[maciço]]s de Arkenu, Ueinate e Kissu. Essas montanhas de [[granito]] são antigas, formadas muito antes dos [[arenito]]s que as cercam. Arkenu e Ueinate Ocidental são complexos muito semelhantes aos das [[Montanhas de Aïr]]. O Ueinate Oriental (o ponto mais alto do deserto da Líbia) é um planalto de arenito elevado ao lado da parte de granito mais a oeste.<ref name="Libdesert" />

A planície ao norte de Ueinate é pontilhada com características vulcânicas erodidas. Com a descoberta de [[petróleo]] na década de 1950 também veio a descoberta de um [[aquífero]] maciço por baixo de grande parte da Líbia. A água neste aquífero antecede as últimas [[eras glaciais]] e o próprio [[deserto do Saara]].<ref>{{citar web|url=http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_562.html |título=Fossil Water in Libya |publicado=NASA |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref> Esta área também contém as estruturas de Arkenu, que podem ser duas crateras de impacto.<ref name="CigoliniOthers2012a">Cigolini, C, C Laiolo, and M Rossetti (2012) ''Endogenous and nonimpact origin of the Arkenu circular structures (al-Kufrah basin-SE Libya)'' Meteoritics & Planetary Science. 47(11):1772–1788.</ref>

=== Fauna ===

A Líbia tem sido um estado pioneiro no Norte de África na protecção de espécies, com a criação da área protegida de El Kouf em 1975. A queda do regime de Muammar Kadhafi encorajou uma intensa [[caça furtiva]]: "Antes da queda de Kadhafi até as armas de caça foram proibidas. Mas desde 2011, a caça furtiva tem tido lugar com armas de guerra e veículos sofisticados nos quais até 200 cabeças de gazelas podem ser encontradas mortas por milicianos que caçam para passar o tempo. Estamos também a assistir ao aparecimento de caçadores sem qualquer ligação com as tribos que tradicionalmente praticam a caça. Filmam tudo o que encontram, mesmo durante a época de reprodução. Mais de 500 000 aves são mortas desta forma todos os anos, quando áreas protegidas foram apreendidas por chefes tribais que se apropriaram delas. Os animais que lá viviam desapareceram todos, caçados quando são comestíveis ou libertados quando não são", explica o zoólogo Khaled Ettaieb.<ref>{{Citar web |ultimo=Chibani |primeiro=Ali |url=https://orientxxi.info/magazine/le-maghreb-prend-conscience-du-declin-de-sa-biodiversite,4034 |titulo=Le Maghreb prend conscience du déclin de sa biodiversité |data=2020-08-04 |acessodata=2021-06-05 |website=Orient XXI |lingua=fr}}</ref>

== Demografia ==
A Líbia é um país grande, com uma população relativamente pequena, concentrada principalmente ao longo da costa.<ref>{{citar web|último =Zakaria|primeiro =Fareed|título=Gadhafi's brutal regime can't survive|url=http://edition.cnn.com/2011/OPINION/02/25/zakaria.libya.gadhafi/index.html|publicado=CNN|data=25 de fevereiro de 2011}}</ref> A [[densidade populacional]] é de cerca de 50 pessoas por km² nas duas regiões do norte ([[Tripolitânia]] e [[Cirenaica]]), mas essa taxa cai para menos de uma pessoa por km² em outras regiões. 90% das pessoas vivem em menos de 10% da área do país, principalmente ao longo do litoral. Cerca de 88% da população é urbana, principalmente concentrada nas três maiores cidades, [[Tripoli]], [[Bengazi]] e [[Misurata]]. A Líbia tem uma população de cerca de 6,5 milhões de habitantes, 27,7% dos quais têm até 15 anos de idade. Em 1984, a população era de 3,6 milhões, um aumento de 134% em relação ao 1,54 milhão relatado em 1964.<ref>{{citar web|url=http://countrystudies.us/libya/ |título=Libya |publicado=Countrystudies.us|acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref>

A [[língua oficial]] da Líbia é o [[Língua árabe|árabe]].<ref name="Cfbly">{{citar web|título=Libya|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ly.html|publicado=CIA|acessodata=16 de dezembro de 2014}}</ref> O [[árabe líbio]], a variante local, é falada ao lado do árabe padrão. Várias [[Língua berbere|línguas berberes]] também são faladas, incluindo tamaxique, gadamis, nafusi, sucna e aujila.<ref name="Cfbly"/> Além disso, o [[Língua italiana|italiano]] e o [[Língua inglesa|inglês]] são amplamente entendidos nas principais cidades, sendo que o primeiro é usado no comércio e ainda é falado entre a [[Italianos|população italiana]] restante.<ref name="Cfbly"/>

=== Composição étnica ===
[[Imagem:Libya ethnic-pt.svg|thumb|Mapa dos grupos étnicos da Líbia]]
Existem cerca de 140 [[tribo]]s e [[clã]]s na Líbia.<ref>{{citar web|url=http://www.spiegel.de/international/world/0,1518,747234,00.html |título=Uprising in Libya: 'Survival Hinges on Tribal Solidarity' |publicado=Spiegel Online |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref> A vida em família é importante para os líbios, a maioria dos quais vivem em blocos de apartamentos e outras unidades habitacionais independentes, com modos precisos de habitação em função da sua renda e riqueza. Embora na Líbia os [[árabes]] tradicionalmente tenham vivido em estilos de vida [[nômade]], eles já se estabeleceram em várias vilas e cidades. Devido a isso, seus antigos modos de vida estão gradualmente desaparecendo. Um pequeno número desconhecido de líbios continua a viver no deserto, como suas famílias têm feito por séculos. A maior parte da população tem trabalho na [[indústria]] e nos [[serviços]], e uma pequena porcentagem na [[agricultura]].<ref>{{citar web |url=http://www.ncrss.com/report3.doc |título=The Family and the work of women, A study in the Libyan Society |autor=Al-Hawaat, Ali |publicado=National Center for Research and Scientific Studies of Libya |data= |acessodata=5 de fevereiro de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20030403191008/http://www.ncrss.com/report3.doc |arquivodata=2003-04-03 |urlmorta=yes }}</ref>

Segundo a ''Pesquisa Mundial de Refugiados de 2008'', publicado pelo Comitê para Refugiados e Imigrantes dos Estados Unidos, a Líbia acolheu uma população de [[refugiado]]s e requerentes de [[Direito de asilo|asilo]] que somavam aproximadamente 16 mil em 2007. Deste grupo, cerca de nove mil pessoas eram da [[Estado da Palestina|Palestina]], {{fmtn|3200}} do [[Sudão]], {{fmtn|2500}} da [[Somália]] e {{fmtn|1100}} do [[Iraque]]. A Líbia teria deportado milhares de imigrantes ilegais em 2007, sem dar-lhes a oportunidade de requerer asilo. Os refugiados enfrentam discriminação de funcionários líbios quando se deslocam no país e quando procuram emprego.<ref name="World Refugee Survey 2008">{{citar jornal|título=World Refugee Survey 2008|publicado=U.S. Committee for Refugees and Immigrants|data=19 de junho de 2008|url=http://www.refugees.org/resources/refugee-warehousing/archived-world-refugee-surveys/2008-world-refugee-survey.html}}</ref>

=== Religião ===
{{Principal|Religião na Líbia|Igreja Católica na Líbia}}
[[Ficheiro:مسجد بو البدرية.JPG|thumb|Mesquita Al Badri em [[Bengazi]]. 97% da população do país segue o [[islã]]]]
Aproximadamente 97% da população na Líbia é [[muçulmano|muçulmana]], a maioria pertencente ao ramo [[sunita]].<ref name="spooks">{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ly.html |título=Libya |publicado=CIA World Factbook |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref> Pequeno número de muçulmanos [[Ibadismo|ibadistas]], [[sufistas]] e [[Comunidade Ahmadi|ahmadistas]] também vive no país.<ref>{{citar web |url=http://www.islamopediaonline.org/country-profile/libya/religious-minorities/minority-muslim-groups |título=Minority Muslim Groups |publicado=Islamopedia Online |data= |acessodata=1 de abril de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160415030122/http://www.islamopediaonline.org/country-profile/libya/religious-minorities/minority-muslim-groups |arquivodata=2016-04-15 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.libyaherald.com/2013/01/16/pakistani-ahmedis-held/ |título=Pakistani Ahmedis Held |jornal=Libya Herald|local=[[Tripoli]] |data=16 de janeiro de 2013 |acessodata=5 de junho de 2014}}</ref>

Antes da década de 1930, o movimento [[senussi]] era o principal movimento islâmico na Líbia. Este foi um renascimento religioso adaptado à vida no deserto. Sua ''zawaaya'' (lar) era encontrada na [[Tripolitânia]] e no [[Fezã]], mas a influência senussi foi mais forte na [[Cirenaica]]. Resgatando a região da inércia e da anarquia, o movimento senussi deu ao povo tribal apego religioso, além de sentimentos de unidade e propósito.<ref name="senussi">{{citar web|url=http://lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd/cstdy:@field(DOCID+ly0065) |título=The Sanusis |publicado=Federal Research Division of the Library of Congress |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref> Esse movimento islâmico, que acabou por ser destruído tanto pela [[Guerra ítalo-turca|invasão italiana]] como depois pelo governo de Gadafi,<ref name="senussi" /> era muito conservador e um tanto diferente do islamismo que existe atualmente na Líbia. Gadafi afirmava ser um muçulmano devoto e seu governo estava assumindo um papel no apoio às instituições islâmicas e no [[proselitismo]] mundial em nome do islã.<ref>{{citar web|url=http://lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd/cstdy:@field(DOCID+ly0066) |título=Islam in Revolutionary Libya |publicado=Federal Research Division of the Library of Congress |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref>

Desde a queda de Gadafi, as tensões [[Fundamentalismo islâmico|ultra-conservadoras do islamismo]] se reafirmaram em diversos lugares. [[Derna]], no leste da Líbia, historicamente um foco de pensamento [[Jiade|jiadista]], ficou sob o controle de militantes alinhados ao [[Estado Islâmico do Iraque e do Levante]] em 2014..<ref>{{citar jornal|url=http://www.egyptindependent.com/news/derna-islamic-state-emirate-egypt-s-borders|agência=Egypt Independent|título=Derna: An Islamic State emirate on Egypt’s borders|data=15 de outubro de 2014|acessodata=20 de fevereiro de 2015}}</ref> Elementos jiadistas também se espalharam para [[Sirte]] e [[Bengazi]], entre outras áreas, como resultado da [[Guerra Civil Líbia (2014–presente)|Segunda Guerra Civil da Líbia]].<ref>{{citar jornal|url=https://www.wsj.com/articles/islamic-state-gained-strength-in-libya-by-co-opting-local-jihadists-1424217492|agência=Wall Street Journal|título=Islamic State Gained Strength in Libya by Co-Opting Local Jihadists|data=17 de fevereiro de 2015|acessodata=20 de fevereiro de 2015|obra=The Wall Street Journal|primeiro1 =Benoît|último1 =Faucon|primeiro2 =Matt|último2 =Bradley}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.newsweek.com/al-qaeda-islamic-police-patrol-libyan-city-contested-isis-302961|agência=Newsweek|título=Al-Qaeda ‘Islamic Police’ on Patrol in Libyan City Contested With ISIS|data=29 de janeiro de 2015|acessodata=20 de fevereiro de 2015|primeiro =Jack|último =Moore}}</ref>
[[Imagem:LA_CATTEDRALE_DI_TRIPOLI_1960.jpg|thumb|A [[Catedral de Trípoli]] antes da sua conversão em uma [[mesquita]]]]

Existem pequenas comunidades estrangeiras de [[cristão]]s. O [[Igreja Ortodoxa Copta|cristianismo copta ortodoxo]], que é a Igreja Cristã do [[Egito]], é a maior e mais histórica [[denominação cristã]] na Líbia. Existem cerca de 60 mil coptas egípcios na Líbia.<ref>{{citar web |url=http://www.islamopediaonline.org/country-profile/libya/religious-minorities/christian-communities |título=Christian Communities |publicado=Islamopedia Online |data= |acessodata=1 de abril de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160326235402/http://www.islamopediaonline.org/country-profile/libya/religious-minorities/christian-communities |arquivodata=2016-03-26 |urlmorta=yes }}</ref> Os coptas na Líbia são egípcios. Existem três igrejas coptas na Líbia, uma em Trípoli, uma em Bengazi e uma em [[Misurata]]. A Igreja Copta cresceu nos últimos anos no país, devido à crescente imigração de coptas egípcios na Líbia, visto que todos os seguidores do cristianismo no país são estrangeiros que vieram sob permissão de trabalho. Há cerca de 40 mil [[católicos romanos]] que são atendidos por dois [[bispo]]s, um em Tripoli (servindo a [[Italianos|comunidade italiana]]) e um em Bengazi (servindo a [[Malta|comunidade maltesa]]). Há também uma pequena comunidade [[Anglicanismo|anglicana]], composta principalmente de trabalhadores imigrantes africanos em Trípoli; é parte da diocese anglicana do Egito. Pessoas já foram presas por suspeita de serem missionárias cristãs, uma vez que o proselitismo religioso é ilegal no país.<ref>{{citar jornal|título=Foreigners held in Libya on suspicion of proselytising|url=http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-21488976|publicado=BBC News |data=16 de fevereiro de 2013}}</ref> Os cristãos também enfrentaram a ameaça de violência de islâmicos radicais em algumas partes do país, com um vídeo divulgado lançado pelo Estado Islâmico em fevereiro de 2015, representando a decapitação em massa de cristãos.<ref>{{citar jornal|url=http://www.npr.org/blogs/parallels/2015/02/17/386986424/isis-beheadings-in-libya-devastate-an-egyptian-village|agência=National Public Radio|data=17 de fevereiro de 2015|acessodata=20 de fevereiro de 2015|título=ISIS Beheadings In Libya Devastate An Egyptian Village|primeiro =Leila|último =Fadel}}</ref><ref>{{citar jornal|url=https://www.theguardian.com/world/2015/feb/20/egyptians-captured-libya-isis-christians-families-campaign-cairo|agência=The Guardian|título='We want our sons back': fears grow for Egyptians missing in Libya|primeiro =Jared|último =Malsin|data=20 de fevereiro de 2015|acessodata=20 de fevereiro de 2015}}</ref>

A Líbia já foi o lar de uma das [[Judeus|comunidades judaicas]] mais antigas do mundo, que remonta a pelo menos {{AC|300|x}}<ref>{{citar web|url=http://geoimages.berkeley.edu/libyajew/LibyanJews/thejews.html |título=History of the Jewish Community in Libya |publicado=University of California at Berkeley |acessodata=5 de fevereiro de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130425114822/http://geoimages.berkeley.edu/libyajew/LibyanJews/thejews.html |arquivodata=25 de abril de 2013 |df= }}</ref> Em 1942, as autoridades [[Itália fascista|fascistas italianas]] criaram campos de [[trabalho forçado]] ao sul de Trípoli para os judeus, incluindo [[Giado]] (cerca de {{fmtn|3000}} judeus), [[Gariam]], Jeren e [[Tegrena]]. Em Giado, cerca de 500 judeus morreram de fraqueza, fome e doenças. Em 1942, os judeus que não estavam nos [[campos de concentração]] foram fortemente restringidos em sua atividade econômica e todos os homens entre 18 e 45 anos foram para o trabalho forçado. Em agosto de 1942, judeus da [[Tripolitânia]] foram internados em um campo de concentração em Sidi Azaz. Nos três anos seguintes a novembro de 1945, mais de 140 judeus foram assassinados e mais centenas foram feridos, em uma série de ''[[pogroms]]''.<ref name="harris">{{citar livro|último =Harris|primeiro =David A.|título=In the Trenches: Selected Speeches and Writings of an American Jewish Activist, 1979–1999|url=https://books.google.com/?id=hivqZxB70poC&pg=PA149|data=2000|publicado=KTAV Publishing House, Inc.|isbn=978-0-88125-693-2|páginas=149–150}}</ref>

=== Cidades mais populosas ===
{{Cidades mais populosas da Líbia}}

== Política ==
{{desatualizado}}

A unidade política da Líbia vive em estado de incerteza devido ao colapso da [[Era Muamar Gadafi|Jamahiriya Árabe da Líbia]] em 2011 e por uma [[Guerra Civil Líbia (2014–presente)|guerra civil em curso]] entre o [[Câmara dos Representantes da Líbia|Câmara dos Representantes]] em [[Tobruque]] e seus apoiadores, o [[Novo Congresso Geral Nacional]] em [[Trípoli]] e seus aliados, além de vários grupos [[Jiade|jiadistas]] e tribais que controlam partes do país.<ref>{{citar web|url=http://www.nybooks.com/articles/archives/2015/feb/19/libya-against-itself/|publicado=The New York Review of Books|título=Libya Against Itself|primeiro =Nicolas|último =Pelham|data=Fevereiro de 2015|acessodata=18 de fevereiro de 2015}}</ref>

A antiga legislatura era o [[Congresso Geral Nacional (Líbia)|Congresso Geral Nacional]] (CGN), que tinha 200 assentos.<ref name=cialegbr>{{citar web|título=Legislative Branch|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2101.html|publicado=CIA World Factbook}}</ref> O [[Novo Congresso Geral Nacional]], um parlamento rival e em grande parte não reconhecido, baseado na capital ''de jure'' de [[Trípoli]], afirma ser uma continuação legal do CGN.<ref>{{citar jornal|url=http://www.reuters.com/article/2014/08/25/us-libya-security-parliaments-idUSKBN0GP18S20140825|agência=Reuters|título=Libya's ex-parliament reconvenes, appoints Omar al-Hasi as PM|data=25 de agosto de 2014|acessodata=4 de março de 2015}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.dailynewsegypt.com/2014/12/28/egypt-reiterates-support-libyas-legitimate-institutions-amid-deepening-crisis/|agência=Daily News Egypt|título=Egypt reiterates support for ‘Libya’s legitimate institutions’ amid deepening crisis|data=28 de dezembro de 2014|acessodata=4 de março de 2015}}</ref>

Em 7 de julho de 2012, os [[líbios]] votaram em [[eleições]] parlamentares, as primeiras eleições livres em quase 40 anos.<ref name="rfi-elections"/> Cerca de trinta mulheres foram eleitas como membros do parlamento.<ref name="rfi-elections">{{citar web|título=Encouraging Libyan women to play a greater role in politics|url=http://www.english.rfi.fr/middle-east/20130204-encouraging-Libyan-women-play-greater-role-politics|publicado=Radio France Internationale}}</ref> Os primeiros resultados da votação mostraram a [[Aliança das Forças Nacionais]], liderada pelo ex-primeiro-ministro interino [[Mahmoud Jibril]], como principal grupo político.<ref>{{citar jornal|autor =Stephen, Chris |url= https://www.theguardian.com/world/2012/jul/10/muslim-brotherhood-expectations-libyan-election |título= Muslim Brotherhood fell 'below expectations' in Libyan elections |jornal=The Guardian |local=London |data=10 de julho de 2012 |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref> O Partido Justiça e Construção, afiliado à [[Irmandade Muçulmana]], teve menos popularidade do que partidos similares no [[Egito]] e na [[Tunísia]].<ref name=econ-knack/> Ganhou 17 dos 80 assentos que foram disputados pelos partidos, mas cerca de 60 independentes já se juntaram a ele.<ref name=econ-knack>{{citar jornal|título=The knack of organisation |url= http://www.economist.com/news/middle-east-and-africa/21569418-muslim-brotherhood-looks-likely-make-further-gains-knack |obra=The Economist |local= London |data=12 de janeiro de 2013}}</ref>

Em janeiro de 2013, houve uma crescente pressão pública sobre o Congresso Nacional para elaborar uma nova constituição através de uma Constituinte. O Congresso ainda não decidiu se os membros da Constituinte seriam eleitos ou nomeados.<ref>{{citar comunicado de imprensa|título=In Libya, New Government Has Expressed Determination to Tackle Major Internal Problems, Including Precarious Security Situation, Security Council Told |data=29 de janeiro de 2013 |url= http://www.un.org/News/Press/docs/2013/sc10902.doc.htm |publicado=Nações Unidas}}</ref>

Em 30 de março de 2014, o Congresso Nacional Geral votou para se substituir pela nova [[Câmara dos Representantes da Líbia|Câmara dos Representantes]]. A nova [[legislatura]] atribui 30 cadeiras para mulheres, têm 200 lugares no geral, com indivíduos capazes de se apresentar como membros de partidos políticos, e permite a candidatura de líbios de nacionalidade estrangeira.<ref name=lh30march>{{citar jornal|url=http://www.libyaherald.com/2014/03/30/congress-votes-to-replace-itself-with-new-house-of-representatives/|título=Congress votes to replace itself with new House of Representatives|agência=Libya Herald|data=30 de março de 2014|acessodata=1 de abril de 2014}}</ref>

Após as eleições de 2012, a ''[[Freedom House]]'' melhorou a classificação da Líbia de "não livre" para "parcialmente livre" e agora considera que o país é uma [[democracia|democracia eleitoral]].<ref>{{citar web|título=Libya|url=http://www.freedomhouse.org/report/freedom-world/2013/libya|obra=Freedom in the World 2013|publicado=Freedom House}}</ref> No entanto, na reunião da Comissão dos Assuntos Externos do [[Parlamento Europeu]] de 2 de dezembro de 2014, o Representante Especial da [[ONU]], Bernardino León, descreveu a Líbia como uma entidade política "não estatal".<ref>{{citar jornal|url=http://english.alarabiya.net/en/News/middle-east/2014/12/03/Libya-has-moved-from-dictatorship-to-no-state-U-N-envoy.html|agência=Al Arabiya News|título=Libya moved from dictatorship to non-state: U.N. envoy|data=2 de dezembro de 2014|acessodata=4 de dezembro de 2014}}</ref>

Gadafi fundiu tribunais civis e da [[charia|sharia]] em 1973. Os tribunais civis agora empregam juízes da sharia que se sentam em tribunais de recurso regulares e se especializam em casos de apelação da sharia.<ref>{{citar web|url= http://www.law.emory.edu/ifl/legal/libya.htm |título=Libya |publicado=Law.emory.edu |acessodata=18 de fevereiro de 2013}}</ref> As leis relativas ao estatuto pessoal derivam da lei islâmica.<ref>{{citar web|título=Libya Gender Equality Profile |url= http://www.unicef.org/gender/files/Libya-Gender-Eqaulity-Profile-2011.pdf |publicado=Unicef}}</ref>

Um acordo para formar um governo interino unificado foi assinado em 17 de dezembro de 2015.<ref name="theguardian.com">{{citar jornal|autor =Patrick Kingsley |url=https://www.theguardian.com/world/2015/dec/17/libyan-politicians-sign-un-peace-deal-unify-rival-governments |título=Libyan politicians sign UN peace deal to unify rival governments &#124; World news |jornal=[[The Guardian]] |data= |acessodata=1 de abril de 2016}}</ref> De acordo com os termos do acordo, seriam formados um Conselho de Presidência de nove membros e um [[Governo do Acordo Nacional]] interino composto por 17 membros, com o objetivo de realizar novas eleições dentro de dois anos.<ref name="theguardian.com"/> A Câmara dos Representantes continuaria a existir como uma legislatura, e um órgão consultivo, conhecido como Conselho de Estado, seria formado com membros nomeados pelo Novo Congresso Geral Nacional.<ref>{{citar web|url=http://english.alarabiya.net/en/views/news/middle-east/2015/12/25/Libyan-deal-on-course-but-who-is-on-board-.html |título=Libyan deal on course, but who is on board? |website=English.alarabiya.net |acessodata=1 de abril de 2016}}</ref>

No dia 2 de fevereiro de 2021, foi realizado o Fórum de Diálogo Político Líbio organizado pela [[ONU]] em [[Genebra]], [[Suíça]], os delegados optaram por um Conselho Presidencial com três membros e um primeiro-ministro. No primeiro turno, nenhum candidato alcançou os 70% dos votos. Em uma eleição entre listas em 5 de fevereiro, nenhuma chapa conseguiu os 60% requeridos; a chapa liderada por [[Aguila Saleh Issa]] como Presidente do Conselho Presidencial e Fathi Bashagha como primeiro-ministro teve 25 votos, a liderada por [[Mohamed al-Menfi]] e [[Abdul Hamid al-Dabaib]] teve 20 votos, o liderado por al-Sharif al-Wafi e Muhammad Abdul Latif al-Muntasir obteve 15, e o liderado por Muhammad Hassan Sleiman al-Bargathi e Muhammad Khalid Abdullah Ghweil, 13. Em um terceiro turno entre as duas chapas mais votadas, a lista de [[Mohamed al-Menfi]] é então escolhida com 39 votos contra 34 de [[Aguila Saleh Issa]].<ref>{{citar web |url=http://rulers.org/2021-02.html |titulo=February 2021 |acessodata=16 de fevereiro de 2021 |publicado=Rulers |lingua=en}}</ref>

== Subdivisões ==
[[Imagem:Libya, administrative divisions - Nmbrs - colored.svg|thumb|300px|Distritos da Líbia desde 2007]]
{{Artigo principal|Subdivisões da Líbia}}
Desde 2007, a Líbia é dividida em 22 distritos ([[baladia]]s):

{{columns-list|2|
# [[Nigatal Homs]]
# [[Zauia (distrito)|Zauia]]
# [[Jafara]]
# [[Trípoli (distrito líbio)|Trípoli]]
# [[Murgube]]
# [[Misurata (distrito)|Misurata]]
# [[Sirte (distrito)|Sirte]]
# [[Bengasi (distrito)|Bengasi]]
# [[Marje (distrito)|Marje]]
# [[Jabal Acdar (distrito)|Jabal Acdar]]
# [[Darna (distrito)|Derna]]
# [[Butnane]]
# [[Nalute (distrito)|Nalute]]
# [[Jabal Algarbi]]
# [[Axati]]
# [[Jufra]]
# [[Oásis (distrito)|Oásis]]
# [[Gate (distrito)|Gate]]
# [[Uádi Alhaiate]]
# [[Saba (distrito)|Saba]]
# [[Murzuque (distrito)|Murzuque]]
# [[Cufra (distrito)|Cufra]]
}}

== Economia ==
{{Artigo principal|Economia da Líbia}}
[[Imagem:Tripoli Central Business District from Oea Park.JPG|thumb|esquerda|Edifícios comerciais em [[Trípoli]]]]
[[Imagem:Libya location map-oil & gas 2011-en.svg|thumb|esquerda|220px|O país tem reservas de petróleo estimadas de 43,6 bilhões de barris<ref>[http://www.salon.com/news/opinion/glenn_greenwald/2011/06/11/libya "In a pure coincidence, Gaddafi impeded U.S. oil interests before the war"], Glenn Greenwald. Salon. 11 de junho de 2011. Acessado em 11 de junho de 2011</ref>]]
[[Imagem:Libyan pivot irrigation 460142568 02e969004a o.jpg|thumb|esquerda|[[Pivô central de irrigação|Pivôs centrais de irrigação]] em [[Cufra]]]]

A [[economia da Líbia]] depende principalmente das receitas do setor de [[petróleo]], que representam 80% do [[PIB]] e 97% das [[exportações]].<ref name=star-oil /> A Líbia possui as maiores reservas de petróleo comprovadas na [[África]] e é um contribuidor importante para o fornecimento global de petróleo leve e cru.<ref name=eia-libya>{{citar web|título=Libya – Analysis|url=http://www.eia.gov/countries/cab.cfm?fips=LY|publicado=U.S. Energy Information Administration}}</ref> Além do petróleo, outros recursos naturais são [[gás natural]] e [[gesso]].<ref name=opec-libya/> O [[Fundo Monetário Internacional]] estimou o crescimento do PIB real da Líbia em 122% em 2012 e 16,7% em 2013, após uma queda de 60% em 2011.<ref name="star-oil">{{citar web|título=Oil production boosts Libya economy, instability hampers reconstruction |url=http://www.dailystar.com.lb/Business/Middle-East/2012/Oct-20/192086-oil-production-boosts-libya-economy-instability-hampers-reconstruction.ashx |publicado=The Daily Star |data=20 de outubro de 2012}}</ref>

O [[Banco Mundial]] define a Líbia como uma "economia de renda média alta", juntamente com apenas sete outros países africanos.<ref>{{citar web|url=http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/DATASTATISTICS/0,,contentMDK:20421402~pagePK:64133150~piPK:64133175~theSitePK:239419,00.html#Upper_middle_income |título=Upper Middle Income Economies |publicado=World Bank |acessodata=5 de fevereiro de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080524215837/http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/DATASTATISTICS/0%2C%2CcontentMDK%3A20421402~pagePK%3A64133150~piPK%3A64133175~theSitePK%3A239419%2C00.html |arquivodata=24 de maio de 2008 |df= }}</ref> As receitas substanciais do setor de energia, aliadas a uma pequena população, conferem à Líbia um dos maiores PIB ''per capita'' na África.<ref name=opec-libya/> Isto permitiu que o regime da [[Era Muamar Gadafi|Jamahiriya Árabe da Líbia]] oferecesse um nível extensivo de segurança social, particularmente nos domínios da habitação e da educação.<ref>{{citar web|url=http://www.unhchr.ch/tbs/doc.nsf/(Symbol)/E.1990.5.Add.26.En?OpenDocument |título=Libyan Arab Jamahiriya Report |publicado=[[Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos]] |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref>

A Líbia enfrenta muitos problemas estruturais, incluindo falta de instituições, governança fraca e [[desemprego]] estrutural crônico.<ref name=imf-survey>{{citar web|título=Libya on Recovery Path but Faces Long Rebuilding Effort |url=http://www.imf.org/external/pubs/ft/survey/so/2012/car041612a.htm |publicado=[[International Monetary Fund|IMF]] |ano=2012}}</ref> A economia mostra uma falta de diversificação econômica e uma dependência significativa da mão de obra [[imigrante]].<ref name=ilo-libya/> O país tradicionalmente se baseou em níveis insustentáveis de contratação do setor público para criar emprego.<ref name=african-outlook/> Em meados da década de 2000, o governo empregava cerca de 70% de todos os trabalhadores nacionais.<ref name=ilo-libya>{{citar web|título=Libya |url=http://www.ilo.org/public/english/region/afpro/cairo/countries/libya.htm |publicado=[[Organização Internacional do Trabalho]]}}</ref>

O desemprego aumentou de 8% em 2008 para 21% em 2009.<ref>{{citar jornal|url=http://af.reuters.com/article/investingNews/idAFJOE52106820090302 |título=Libya's Jobless Rate at 20.7 Percent |publicado=Reuters Africa |data=2 de março de 2009 |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref> De acordo com um relatório da [[Liga Árabe]], com base em dados de 2010, o desemprego para as mulheres é de 18%, enquanto é de 21% para homens, fazendo da Líbia o único país árabe onde há mais homens desempregados do que mulheres.<ref>{{citar web|título=More men unemployed than women in Libya: report|url=http://english.alarabiya.net/articles/2012/03/18/201511.html|publicado=Al Arabiya|data=18 de março de 2012|acessodata=2017-06-08|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120502214611/http://english.alarabiya.net/articles/2012/03/18/201511.html|arquivodata=2012-05-02|urlmorta=yes}}</ref> A Líbia possui altos níveis de desigualdade social, altas taxas de desemprego juvenil e disparidades econômicas regionais.<ref name=african-outlook>{{citar web|título=Libya |url=http://www.africaneconomicoutlook.org/en/countries/north-africa/libya/ |publicado=African Economic Outlook}}</ref> O abastecimento de água também é um problema, com cerca de 28% da população sem acesso a [[água potável]] em 2000.<ref>{{citar web|url=http://www.unicef.org/specialsession/about/sgreport-pdf/03_SafeDrinkingWater_D7341Insert_English.pdf |título=Safe Drinking Water |publicado=WHO/UNIADF Joint Monitoring Programme |formato=PDF |ano=2000 |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref>

A Líbia importa até 90% de seu consumo de [[cereais]] e as importações de [[trigo]] em 2012/13 foram estimadas em cerca de 1 milhão de toneladas.<ref name="fao giews"/> A produção de trigo de 2012 foi estimada em cerca de 200 mil toneladas.<ref name="fao giews"/> O governo espera aumentar a produção de alimentos para 800 mil toneladas de cereais até 2020.<ref name="fao giews"/> No entanto, as condições naturais e ambientais limitam o potencial de produção agrícola da Líbia.<ref name="fao giews">{{citar web|título=Country Brief on Libya|url=http://www.fao.org/giews/countrybrief/country.jsp?code=LBY|publicado=FAO Global Information and Early Warning System on Food and Agriculture}}</ref> Antes de 1958, a agricultura era a principal fonte de receita do país, representando cerca de 30% do PIB. Com a descoberta do petróleo em 1958, o tamanho do setor agrícola diminuiu rapidamente, compreendendo menos de 5% de PIB até 2005.<ref name=voa-olive>{{citar web|título=Olive Oil – Libya’s Other Oil Economy|url=http://www.voanews.com/content/olive_oil_libyas_other_oil_economy/1120507.html|publicado=VOA News}}</ref> O país entrou para a [[Organização dos Países Exportadores de Petróleo]] (OPEP) em 1962.<ref name=opec-libya>{{citar web|título=Libya facts and figures|url=http://www.opec.org/opec_web/en/about_us/166.htm|publicado=OPEC}}</ref> A Líbia não é membro da [[Organização Mundial do Comércio]] (OMC), mas as negociações para a sua adesão começaram em 2004.<ref>{{citar web|título=Libya – Trade|url=http://ec.europa.eu/trade/creating-opportunities/bilateral-relations/countries/libya/|publicado=European Commission}}</ref> No início dos anos 1980, a Líbia era um dos países mais ricos do mundo, sendo que seu PIB ''per capita'' era maior que o de alguns [[países desenvolvidos]].<ref>''Philips' Modern School Atlas'', 1987, 1983 GNP per capita figures are quoted in a list.</ref>

[[Imagem:Libya Product Exports (2019).svg|thumb|220px|Principais produtos de [[exportação]] da Líbia em 2019 {{en}}]]

Em agosto de 2011, após [[Guerra Civil Líbia (2011)|uma revolução]] que foi seguida por [[Guerra Civil Líbia (2014–presente)|uma guerra civil em curso]], estimou-se que levaria pelo menos 10 anos para reconstruir a infraestrutura do país. Mesmo antes da guerra de 2011, a infraestrutura da Líbia estava em mau estado devido à "absoluta negligência" pela administração de Gadafi, de acordo com o NTC.<ref>{{citar jornal|url=http://www.bbc.co.uk/news/business-14684547 |título=Libyan sovereign wealth fund 'missing $2.9bn' |publicado=BBC News Business |data=26 de agosto de 2011 |acessodata=5 de fevereiro de 2013}}</ref> Em outubro de 2012, a economia se recuperou do conflito de 2011, com a produção de petróleo voltando para níveis quase normais.<ref name=star-oil /> A produção de petróleo foi de mais de 1,6 milhão de barris por dia antes da guerra. Em outubro de 2012, a produção média de petróleo superou 1,4 milhão de barris diários.<ref name=star-oil /> A retomada da produção foi possível devido ao rápido retorno das principais empresas ocidentais, como [[Total S.A.|Total S.A]], [[ENI]], [[Repsol]], [[Wintershall]] e [[Occidental Petroleum|Occidental]].<ref name=star-oil />

== Infraestrutura ==

=== Saúde ===

Em 2010, os gastos com saúde representaram 3,88% do PIB do país. Em 2009, havia 18,71 médicos e 66,95 enfermeiras para cada 10 000 habitantes.<ref>{{citar web|titulo = Health|url = http://www.sesrtcic.org/oic-member-countries-infigures.php?c_code=26&cat_code=8|publicado = SESRIC | arquivourl = https://web.archive.org/web/20141023065839/http://www.sesrtcic.org/oic-member-countries-infigures.php?c_code=26&cat_code=8|arquivodata = 23 de outubro de 2014 |acessodata = 5 de fevereiro de 2013 | lingua = inglês}}</ref> A [[expectativa de vida]] ao nascer era de 74,95 anos em 2011, sendo 72,44 anos para homens e 77,59 anos para mulheres.<ref>{{citar web|titulo = Demography |url = http://www.sesrtcic.org/oic-member-countries-infigures.php?c_code=26&cat_code=7 |publicado = SESRIC |arquivourl = https://web.archive.org/web/20141023065748/http://www.sesrtcic.org/oic-member-countries-infigures.php?c_code=26&cat_code=7 |arquivodata = 23 de outubro de 2014 |acessodata = 5 de fevereiro de 2013 | lingua = inglês }}</ref>

=== Educação ===

A população da Líbia inclui 1,7 milhão de estudantes, mais de 270 000 dos quais estudam no nível superior.<ref name="Libedu">{{citar web |url=http://www.wes.org/eWENR/04July/Practical.htm |titulo=Education in Libya |autor=Clark, Nick |publicado=World Education News and Reviews, Volume 17, Issue 4 |data=Julho de 2004 |acessodata=5 de fevereiro de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130208081721/http://www.wes.org/ewenr/04July/Practical.htm |arquivodata=8 de fevereiro de 2013 }}</ref> A educação básica na Líbia é gratuita para todos os cidadãos, e é obrigatória até o nível secundário.<ref>{{citar web |url=http://lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd/cstdy:@field(DOCID+ly0070) |titulo=Education of Libya |publicado=Federal Research Division of the Library of Congress |acessodata=5 de fevereiro de 2013 |arquivourl=https://archive.today/20120921235353/lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd/cstdy:@field(DOCID+ly0070) |arquivodata=21 de setembro de 2012 }}</ref> A taxa de alfabetização de adultos em 2010 foi de 89,2%.<ref name=unescolit>{{citar web|titulo=National adult literacy rates (15+), youth literacy rates (15–24) and elderly literacy rates (65+)|url=http://stats.uis.unesco.org/unesco/TableViewer/tableView.aspx?ReportId=210|publicado = UNESCO Institute for Statistics |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131029183908/http://stats.uis.unesco.org/unesco/TableViewer/tableView.aspx?ReportId=210 |arquivodata=29 de outubro de 2013 |lingua=inglês}}</ref>
[[Ficheiro:Piazza 28 Ottobre, Bengasi.jpg|thumb|200px|direita|''Al Manar Royal Palace'' no centro de [[Benghazi]] - a localização do primeiro campus da Universidade da Líbia, fundado por decreto real em 1955.<ref name="Libedu2" />]]
Após a independência da Líbia em 1951, sua primeira universidade – a [[Universidade da Líbia]] – foi estabelecida em Benghazi por decreto real.<ref name="Libedu2">{{citar web|url=http://www.bc.edu/bc_org/avp/soe/cihe/inhea/profiles/Libya.htm |titulo=Country Higher Education Profiles – Libya |autor=El-Hawat, Ali |publicado=International Network for Higher Education in Africa |data=8 de janeiro de 2013|acessodata=5 de fevereiro de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100605042417/http://www.bc.edu/bc_org/avp/soe/cihe/inhea/profiles/Libya.htm |arquivodata= 5 de junho de 2010 | lingua = inglês}}</ref> No ano letivo de 1975-1976, o número de estudantes universitários foi estimado em 13 418. A partir de 2004, esse número aumentou para mais de 200 000, com mais 70 000 matriculados no setor técnico e profissional superior. O rápido aumento do número de estudantes no ensino superior refletiu-se no aumento do número de instituições de ensino superior.<ref name="Libedu" />

Desde 1975, o número de universidades aumentou de duas para nove e, após a sua introdução em 1980, o número de institutos superiores técnicos e profissionais é atualmente de 84 (com 12 universidades públicas). Em 2007, algumas novas universidades privadas, como a [[Universidade Médica Internacional da Líbia]], foram estabelecidas. Embora antes de 2011 um pequeno número de instituições privadas tenha sido credenciado, a maior parte do ensino superior da Líbia sempre foi financiado pelo orçamento público. Em 1998, a dotação orçamentária para a educação representou 38,2% do orçamento nacional total da Líbia.<ref name="Libedu2" />

== Cultura ==

=== Gastronomia ===
[[Imagem:Libyan Cuscous.jpg|thumb|[[Cuscuz]], uma refeição tradicional líbia popular e originária do norte da África]]
A cozinha líbia é uma mistura das culinárias árabe e do [[Mediterrâneo]], com uma forte influência [[Itália|italiana]].<ref>{{Citar web|titulo=Enjoy a taste of Libya's traditional dishes |url=https://www.libyaobserver.ly/culture/enjoy-taste-libya%E2%80%99s-traditional-dishes|acessodata=25/05/2021|publicado = Libya Observer |lingua=en|arquivodata=12/06/2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210612055238/https://www.libyaobserver.ly/culture/enjoy-taste-libya%E2%80%99s-traditional-dishes}}</ref> O legado da Itália, da época em que a Líbia era uma colônia italiana, pode ser visto na popularidade das [[massa]]s nos seus cardápios, particularmente [[macarrão]].

=== Esporte ===
[[Imagem:11 June Stadium BenTaher.jpg|thumb|[[Estádio de Trípoli]]]]
Embora sempre tenha existido grande paixão do povo local pelas tradições árabes, tem crescido naturalmente no país um movimento de inclusão e difusão de diversos esportes pela população nativa. Exemplos são a [[Liga da Líbia]], de basquete, que embora com pouca projeção vem crescendo, e a [[Supertaça Líbia de Futebol]], principal fonte de atletas para a seleção de futebol.

== Ver também ==
{{Anexo|Missões diplomáticas da Líbia}}
* [[Mundo árabe]]

{{Referências}}

== Ligações externas ==
*{{Commonscat-inline|Libya|Líbia}}

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