Lúcio Quíncio Cincinato (tribuno consular em 438 a.C.)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com seu famoso pai, ditador romano, Lúcio Quíncio Cincinato.
Lúcio Quíncio Cincinato
Tribuno consular da República Romana
Tribunato 438 a.C.
425 a.C.
420 a.C.

Lúcio Quíncio Cincinato (em latim: Lucius Quinctius Cincinnatus) foi um político da gente Quíncia nos primeiros anos da República Romana eleito tribuno consular por três vezes, em 438, 425 e 420 a.C. Era filho de Lúcio Quíncio Cincinato, ditador romano em 458 e 439 a.C., e irmão de Cesão Quíncio, de Tito Quíncio Peno Cincinato, cônsul em 431 e 428 a.C. e tribuno consular em 426 a.C., e de Quinto Quíncio Cincinato, tribuno consular em 415 e 405 a.C.[1].

Tribuno consular (438 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Lúcio Quíncio foi eleito tribuno consular em 438 a.C. com Mamerco Emílio Mamercino e Lúcio Júlio Julo[2]. Durante seu mandato, a colônia de Fidenas (em latim: Findenae) se revoltou contra os romanos, expulsando a guarnição local e se aliando ao rei de Veios, Tolúmnio, assassinando depois os emissários enviados por Roma[3].

Guerra contra Fidenas[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Batalha de Fidenas (437 a.C.)

Em 437 a.C., Lúcio Quíncio foi escolhido mestre da cavalaria (magister equitum) pelo ditador e colega Mamerco Emílio[3], que nomeou como seus legados, Tito Quíncio Capitolino Barbato, que já havia sido cônsul por seis vezes, e Marco Fábio Vibulano[3]. Enquanto Lúcio Quíncio comandava o centro do exército, apoiado pela cavalaria, Mamerco comandava pessoalmente a ala esquerda e conseguiu uma grande vitória, recebendo um triunfo por ela[4].

Tribuno consular (425 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Batalha de Fidenas (426 a.C.)

Em 425 a.C. foi eleito tribuno novamente, desta vez com Aulo Semprônio Atratino, Lúcio Fúrio Medulino e Lúcio Horácio Barbato[5].

Neste ano foi firmada uma trégua de vinte anos com Veios, derrotada no ano anterior por Mamerco Emílio Mamercino à frente das muralhas de Fidenas, e uma outra de três anos com os équos[5].

Tribuno consular (420 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 420 a.C., foi eleito pela terceira vez, desta vez com Marco Mânlio Vulsão e, novamente, Lúcio Fúrio Medulino e Aulo Semprônio Atratino[6].

Neste ano não houve conflitos com os povos vizinhos, mas, na cidade, a tensão foi grande por causa da eleição dos questores, uma posição que até então era um apanágio dos senadores e que, com base numa nova lei, podia ter membros eleitos inclusive da plebe[6]. O processo, conduzido por Aulo Semprônio, leva à eleição de candidatos todos patrícios[6], o que provoca a ira dos tribunos da plebe Aulo Antíscio, Sexto Pompílio e Marco Canuleio[7]. Eles conseguem então condenar o primo de Aulo Semprônio, Caio Semprônio Atratino, cônsul em 423 a.C., pela má condução da guerra contra os volscos em 423 a.C. e obrigam-no a pagar uma multa de 15 000 asses[6].

Foi também em 420 a.C. que o processo contra virgem vestal Postúmia, acusada de má conduta, foi finalmente encerrado com sua absolvição[8].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Tribuno consular da República Romana
Precedido por:
Agripa Menênio Lanato

com Tito Quíncio Capitolino Barbato VI

Mamerco Emílio Mamercino
438 a.C.

com Lúcio Quíncio Cincinato
com Lúcio Júlio Julo

Sucedido por:
Marco Gegânio Macerino III

com Lúcio Sérgio Fidenato

Precedido por:
Tito Quíncio Peno Cincinato III

com Marco Postúmio Albo Regilense
com Caio Fúrio Pácilo Fuso
com Aulo Cornélio Cosso

Lúcio Quíncio Cincinato II
425 a.C.

com Aulo Semprônio Atratino
com Lúcio Fúrio Medulino II
com Lúcio Horácio Barbato

Sucedido por:
Ápio Cláudio Crasso

com Lúcio Sérgio Fidenato II,
com Espúrio Náucio Rutilo
com Sexto Júlio Julo

Precedido por:
Numério Fábio Vibulano

com Tito Quíncio Capitolino Barbato

Lúcio Quíncio Cincinato III
420 a.C.

com Aulo Semprônio Atratino II
com Lúcio Fúrio Medulino III
com Marco Mânlio Vulsão

Sucedido por:
Agripa Menênio Lanato

com Espúrio Náucio Rutilo
com Caio Servílio Áxila I?
com Públio Lucrécio Tricipitino


Referências

  1. Broughton 1951, p. 74.
  2. Lívio, Ab Urbe condita, IV, 16..
  3. a b c Lívio, Ab Urbe condita, IV, 17.
  4. Lívio, Ab Urbe condita libri IV, 2, 20.
  5. a b Lívio, Ab Urbe condita, IV, 35.
  6. a b c d Lívio, Ab Urbe condita, IV, 44.
  7. Broughton 1951, p. 70.
  8. Lívio, Ab Urbe condita IV, 44, 11-12

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • T. Robert S., Broughton (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas