Massacre indígena de Leito
O massacre indígena de Leito foi um evento da história do Equador ocorrido em Leito, província de Tungurahua, durante a presidência de José Luis Tamayo devido a problemas políticos. Os indígenas que habitavam e trabalhavam naquela área buscavam melhores condições de trabalho, o que gerou uma reação violenta das autoridades.[1][2]
Antecedentes[editar | editar código-fonte]
Entre 1907 e 1933, a Sierra Centro Norte tinha a hacienda como mecanismo de controle territorial. Por isso, os indígenas mostraram resistência; uma vez que buscavam adquirir melhores condições laborais e tentavam preservar o espaço comunitário que lhes correspondia por direito. As atitudes indígenas impuseram um limite aos processos de expansão da hacienda; provocando nos latifundiários disposições de censura. Neste período ocorreram cinco revoltas indígenas.
Contexto[editar | editar código-fonte]
O historiador Luis Fernández Salvador afirmou que a hacienda Leito possuía de 80 a 100 arrendatários; os mesmos que tinham que pagar um arrendamento em dinheiro e cumprir jornadas de trabalho, dois dias por mês. Em março de 1923, esses arrendatários solicitaram a concessão de domínios sobre certas partes da hacienda; isso gerou repressão por parte da força pública, queimaram oito casas dos arrendatários, essas medidas de repressão delineiam o temor dos latifundiários, pois mostra que os arrendatários buscavam o crescimento e a emancipação de suas economias sobre o domínio da hacienda.[3]
Chacina[editar | editar código-fonte]
Em 13 de setembro de 1923, ocorreu o massacre em Leito. Um grupo de 70 soldados do exército junto com Carlos Loza, chefe político de Pelileo, assassinaram os camponeses que prevaleceram contra a repressão dos militares. Vários sobreviventes do massacre deslocaram-se para o vale do Río Verde Chico e formaram a aldeia Vizcaya na área da cordilheira oriental. O levante indígena foi justificado porque as pensões de arrendamento eram muito altas; e a repressão militar foi defendida porque os arrendatários estabeleceram um grande domínio sobre parte da hacienda e isso não era conveniente para seu proprietário.[4]
Referências
- ↑ JOSÉ LUIS TAMAYO (1858-1947). Edufuturo por: Simón Espinosa Cordero
- ↑ César Burgos Flor. «94 años de la masacre de Leito». El Telégrafo
- ↑ Pedro Reino Garcés (27 de julho de 2014). «100 personas perdieron la vida por exigir sus derechos. Réquiem por la masacre de Leito, en 1923, porque trascendió en el tiempo». El Telégrafo. Cópia arquivada em 27 de janeiro de 2023
- ↑ TIERRA. MERCADO Y CAPITAL COMERCIAL EN LA SIERRA CENTRAL. EL CASO DE TUNGURAHUA (1850-1930). Hernán Ibarra. Quito. Novembro de 1987. páginas 77-78