Milagre eucarístico de Santarém

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O milagre eucarístico de Santarém, também chamado de Santíssimo Milagre, trata-se de um milagre eucarístico dos mais célebres e reconhecidos no mundo, cientificamente analisado, e o qual ocorreu em Santarém, Portugal, no século XIII, sendo ainda hoje objeto de uma veneração nacional e internacional.[1][2][3][4]

Corria o ano de 1226 (ou o de 1247, segundo alguns cronistas) quando, em Santarém, vivia uma pobre mulher, a quem o marido muito maltratava, andando desencaminhado com outra. Cansada de sofrer, foi pedir a uma bruxa que, com os seus feitiços, pusesse fim à sua triste sorte. Prometeu-lhe esta remédio eficaz, mas necessitaria de uma hóstia consagrada.

O Santuário do Santíssimo Milagre de Santarém (ou Igreja de Santo Estevão)

Depois de hesitar, a pobre mulher foi à Igreja de Santo Estêvão, confessou-se e, recebida a Sagrada Partícula, com suma cautela a tirou da boca, embrulhando-a no véu. Saiu rapidamente da igreja, encaminhando-se para a casa da feiticeira. Mas, então, sem que ela o notasse, do véu começou a escorrer sangue, o que, visto por várias pessoas, as levou a perguntar à infeliz que ferimentos tinha. Confusa em extremo, corre para casa, e encerra a Hóstia Miraculosa numa arca. Passou o dia, entretanto, e à tarde voltou o marido. Já em alta noite, acordam os dois, e vêem toda a casa resplandecente. Da arca saíam misteriosos raios de luz. Inteirado o homem do acto pecaminoso da mulher, de joelhos, passaram o resto da noite, em adoração.

Mal rompeu o dia, foi o pároco informado do prodígio sobrenatural. Espalhada a notícia, meia Santarém acorreu pressurosa a contemplar o Milagre. A Sagrada Partícula foi então levada, processionalmente, para a Igreja de Santo Estêvão, onde ficou conservada dentro de uma espécie de custódia feita de cera. Mas, passado alguns anos (em 1340), ao abrir-se o sacrário para expor à adoração dos fiéis, como era costume, encontrou-se a cera feita em pedaços e, com espanto, descobriu-se que a Sagrada Partícula se encontrava encerrada numa âmbula de cristal, miraculosamente aparecida. Esta pequena âmbula foi colocada num ostensório de prata dourada, onde ainda hoje se encontra.

A Igreja Paroquial de Santo Estêvão é actualmente o Santuário do Santíssimo Milagre. Desde a ocorrência do milagre, esta igreja foi destino de inúmeras procissões, feitas pela corte régia, ou por grandes personalidades da nobreza e do clero, sobretudo a pretexto de doenças, cheias, ou de seca. Muitos são os ecos que, documentalmente, nos ficaram como testemunho, como o caso da Rainha Santa Isabel, que passando por Santarém a caminho de Coimbra, a fim de pacificar as discórdias entre seu marido D. Dinis e seu filho D. Afonso IV, mandou fazer uma procissão de preces, em que ela acompanhou descalça o Santíssimo Milagre, com uma corda ao pescoço e coberta de cinzas, implorando assim a misericórdia do Altíssimo. Também o rei D. Afonso VI, a 25 de Janeiro de 1664, ao deslocar-se a Santarém, não deixou de visitar a Igreja do Santíssimo Milagre e o Convento de São Domingos, onde, por esta época, se conservava a misteriosa toalha que envolvera a Sagrada Hóstia e na qual era ainda visível o sangue. No local onde se situava a casa da pobre mulher, encontra-se hoje a Ermida do Milagre.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Milagre Eucarístico de Santarém». Arautos do Evangelho. Consultado em 16 de março de 2023 
  2. «O milagre eucarístico de Santarém». www.arquidiocesedegoiania.org.br. Consultado em 16 de março de 2023 
  3. ChurchPOP, Editor (8 de janeiro de 2020). «Milagre eucarístico de Santarém: a hóstia continua derramando sangue depois de 770 anos». ChurchPOP Português. Consultado em 16 de março de 2023 
  4. Aquino •, Por Prof Felipe (13 de agosto de 2013). «Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal - Cléofas». Consultado em 16 de março de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]