Mixco Viejo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mixco Viejo
Jilotepeque Viejo
Mixco Viejo
Localização atual
Mixco Viejo está localizado em: Guatemala
Mixco Viejo
Mapa de Guatemala
Coordenadas 14° 52' 18" N 90° 39' 51" O
País Guatemala
Departamento Chimaltenango
Cidade San Martin Jilotepeque
Altitude 980 m
Dados históricos
Região histórica Civilização Maia
Fundação Século XIII
Abandono 1524 d.C.
Notas
Escavações 1896
Arqueólogos Karl Sapper
Acesso público Sim

Mixco Viejo, também conhecido como Jilotepeque Viejo, é um sítio arqueológico de um assentamento do período pós-clássico da Civilização Maia. Está localizado na cidade de San Martin Jilotepeque, no departamento Chimaltenango, na Guatemala.[1][2][3]

História[editar | editar código-fonte]

O assentamento era habitado pelos Chajóma, um grupo da etnia Kaqchikel, que chamavam a cidade de Chuwa Nima'Ab'Äj (frente da grande pedra). Ainda não se sabe a data exata da fundação do assentamento, mas há evidências das construções mais antigas datarem do século XIII.[1][2]

Em 1524, o explorador espanhol Pedro de Alvarado ficou sabendo de um tesouro escondido em uma caverna que se localizava em Chuwa Nima ́Ab ́Äj, e enviou Gonzalo de Alvarado para tomar a cidade e pegar o tesouro. Gonzalo de Alvarado ao se aproximar da cidade, percebeu a dificuldade do cerco, pois a cidade possuía uma arquitetura defensiva. Ficou observando até descobrir um estreito caminho esculpido em zigue-zague, na face norte da elevação, em uma encosta quase vertical. Acessou a cidade por este caminho, ocorrendo uma batalha e incêndio do assentamento. Após a conquista dos espanhóis, a cidade foi abandonada.[1]

Características[editar | editar código-fonte]

O local para a construção do assentamento foi estrategicamente escolhido, por estar próxima a dois rios, Pixcayá e Motagua; no topo de uma colina; e cercada por ravina, proporcionando um assentamento defensivo.[1][3]

O sítio possui 120 estruturas. Essas estruturas se dividem em grupos, sendo 3 delas de maior relevância. As bases das estruturas eram feitas com pedra-pome e argila, forradas com pedra de xisto e ardósia. Todo o material era provenientes das margens dos rios localizados mais abaixo do assentamento; e usavam, para reboco, uma camada de estuque pintado em cores diversas.[1][3]

Grupo A[editar | editar código-fonte]

Possui uma praça cerimonial, com um altar em seu centro; uma quadra de bola, com as laterais fechadas; um templo piramidal; 7 longas plataformas retangulares; e 10 plataformas pequenas para residências.[1]

Grupo B[editar | editar código-fonte]

Possui um terraço de alvenaria de 4 metros de altura, que leva até um elevado circular, e é composto pelas "pirâmides gêmeas" com um pequeno altar na frente; uma pequena pirâmide; quatro altares no centro da praça; quatro plataformas alongadas; com duas plataformas pequenas; e uma quadra de jogo de bola, com laterais fechadas.[1]

Grupo C[editar | editar código-fonte]

Este grupo está localizado na parte mais alta do assentamento. É separado dos outros dois grupos por um terraço de alvenaria com duas escadas de acesso. E possui uma pirâmide; uma plataforma alongada; e 2 altares no centro. Neste grupo está as ruínas mais bem preservada de uma residência do assentamento, apresentando colunas e um cômodo com estuque de gesso e restos de tinta.[1]

Pesquisas e escavações[editar | editar código-fonte]

As ruínas foram descobertas em 1896, pelo arqueólogo alemão Karl Sapper, que fez desenhos e anotações referente as ruínas. Sapper foi o responsável por denominar os grupos de estruturas em A, B, C, D, E, F e G.[1][2]

Novas escavações e estudos foram feitas por Henri Lehmann, através da Missão Científica Franco-Guatemalteca, de 1954 a 1967. Durante esta missão, foi feita uma cartografia completa do sítio e a maioria das estruturas foram restauradas. Parte dos artefatos encontrados, ficaram sob o depósito do Museu do Homem de Paris em um contrato de 50 anos, para poder ser restaurado e estudado. Na época, a Guatemala não tinha especialistas para restaurar e estudar os artefatos cientificamente. Os artefatos em boas condições foram para o Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia, na Guatemala.[1][2][4]

No ano de 1976, ocorreu um terremoto que destruiu algumas das restaurações feitas. Após o terremoto, 70% das estruturas afetadas, foram recuperadas pelo arquiteto Marcelino González.[1][2]

Durante as escavações, descobriram costumes funerários do assentamento. Encontraram urnas funerárias com cinzas humanas, e adornos de jade, vasilhas com comida, machados, entre outros. Também encontraram restos mortais de crianças e mulheres enterrados diretamente na terra, com os corpos direcionados à praça cerimonial central. Foram encontrados artefatos de cerâmicas como panelas com alça e sem alça, jarros, incensários, entre outros. A representação de serpente foi muito usada para ornamentar as cerâmica. Também encontraram pontas de lanças e flechas, sendo a obsidiana a pedra mais usada para estas pontas.[1]

Galeria de fotos[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l «Chuwa Nima'Ab'Äj (Mixco Viejo)». Ministerio de Cultura y Deportes. Gobierno de Guatemala. (em espanhol). 12 de julho de 2013. Consultado em 27 de julho de 2023 
  2. a b c d e Kwei, Ivon (11 de agosto de 2017). «Datos curiosos del sitio arqueológico Mixco Viejo en Chimaltenango». Guatemala.com (em espanhol). Consultado em 27 de julho de 2023 
  3. a b c Gracht, Carlos Rosado van der (21 de fevereiro de 2022). «Mixco Viejo — a late-era Mayan city among the clouds». Yucatán Magazine (em inglês). Consultado em 27 de julho de 2023 
  4. Gervais, Véronique. «Repatriación de las piezas arqueológicas de Mixco Viejo, depositadas en el Museo del Hombre de París, Francia». Asociación Tikal. XIII Simposio de Investigaciones Arqueológicas en Guatemala, 1999. pp.693-694. Museo Nacional de Arqueología y Etnología, Guatemala (em espanhol). Consultado em 27 de julho de 2023 

Ver também[editar | editar código-fonte]