Mohnyin Thado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mohnyin Thado
Nascimento 20 de outubro de 1379
Nyaungyan
Morte 1 de maio de 1439
Ava
Cidadania Myanmar
Progenitores
  • Saw Diga de Mye-Ne
  • Saw Pale de Nyaungyan
Cônjuge Shin Myat Hla de Ava
Filho(a)(s) Narapati de Ava, Minyekyawswa de Ava
Ocupação monarca

Mohnyin Thado (birmanês: မိုးညှင်း သတိုး, pronunciado [móɲ̥ɪ́ɴ ðədó]; Nyaungyan, 20 de outubro de 1379 — Ava, 1 de maio de 1439) foi um rei de Ava de 1426 a 1439. Ele também é conhecido na história birmanesa como Mohnyin Min Taya (မိုးညှင်း မင်းတရား, [móɲ̥ɪ́ɴ mɪ́ɴ təjá], “Senhor Justo de Mohnyin”) após seu longo mandato como o saopha de Mohnyin, um Estado fronteiriço de língua xã (no atual estado de Cachim, Myanmar). Ele fundou a casa real (ou dinastia) de Mohnyin (မိုးညှင်း ဆက်) que governaria o reino até 1527.

Nascido na nobreza menor, Thado começou sua carreira como comandante do exército real em 1401 durante a Guerra dos Quarenta Anos contra o reino de Hanthawaddy. Depois de fazer seu nome sob o comando do príncipe herdeiro Minye Kyawswa, incluindo a conquista de Arracão em 1406, Thado foi nomeado saopha de Mohnyin em 1410 pelo rei Minkhaung I.[1][2] Depois de sobreviver às incursões chinesas de 1412-1415, a influência do saopha no norte dos Estados xãs cresceu na década seguinte. Ele permaneceu leal ao sucessor de Minkhaung, o rei Thihathu, servindo como cocomandante-chefe ao lado do príncipe Min Nyo de Kale na campanha final bem-sucedida da Guerra dos Quarenta Anos em 1422–1423.[3] Quando Nyo tomou o trono de Ava com a ajuda da rainha Shin Bo-Me em 1425, Thado foi o único vassalo a desafiar abertamente o casal usurpador; ele os expulsou de Ava (Inwa) em 1426.[4][5]

No entanto, o próprio Thado foi visto como um usurpador por muitos vassalos e não conseguiu encontrar nenhum apoio fora do vale do Irauádi. Ele enfrentou uma rebelião incômoda do príncipe Minye Kyawhtin da dinastia anterior desde o início e, em 1427, várias rebeliões surgiram nas regiões periféricas, incluindo sua base, Mohnyin. Em 1429, ele desistiu em grande parte do projeto de reunificação e começou a gastar grande parte do tesouro real em uma série de construções de edifícios religiosos.[6] Ele estava despreparado quando seus rivais internos e externos se aproveitaram de sua política introspectiva. Ele perdeu a região irrigada de Yamethin para o Estado rebelde de Toungoo (Taungoo) em 1429–1430; foi forçado a ceder Tharrawaddy e Paungde ao rei Binnya Ran I de Hanthawaddy em 1431 após uma breve guerra; e não fez nada quando Ran assumiu o controle de Toungoo em 1436. Ficou cada vez mais excêntrico em seus últimos anos e, apesar do conselho de sua corte, redefiniu o calendário birmanês para o ano 2 em 1438.[6][7]

Embora nunca tenha tido qualquer controle sobre as regiões periféricas, deixou seus sucessores com as regiões mais produtivas do reino. Seus sucessores imediatos — Minye Kyawswa I e Narapati I — usariam os recursos das regiões centrais para reunificar com sucesso o reino na década seguinte. Sua linhagem levaria Ava ao seu "apogeu" na segunda metade do século XV.[8]

Infância[editar | editar código-fonte]

Ruínas da atual Inwa (Ava)

O futuro rei nasceu Min Nansi (မင်း နံစီ) c. 23 de outubro de 1379[a] em Nyaungyan, uma pequena cidade 130 km ao sul de Ava (Inwa), de um ramo afastado da família real. Ambos os seus pais — Saw Diga de Mye-Ne e Saw Pale de Nyaungyan — eram descendentes do rei Kyawswa I de Pinya (reinou 1344–1350) e, finalmente, das linhagens reais de Pagã e Pinya, assim como o então monarca reinante Swa Saw Ke de Ava.[9] Nansi tinha dois irmãos mais novos, um irmão e uma irmã.[10][11]

Sua família aparentemente tinha laços bastante próximos com o rei Swa. O rei deu a Nansi Inbe, uma vila 80 km a noroeste de Ava, como um apanágio juntamente com o título de Udein (ဥဒိန်, páli: Udinna).[10][11] De acordo com as crônicas Maha Yazawin e Hmannan Yazawin, quando ele era um menino, Udein serviu brevemente como um pajem dos filhos mais novos do rei, Min Swe e Theiddat, durante a turnê de anos dos príncipes pelo reino, mas deixou o emprego logo depois, pois ele não conseguia lidar com a vida na estrada.[12][13] A crônica Yazawin Thit descarta a história, apontando que ele ainda era muito jovem para ter sido um pajem durante o período (1381–1385) em que os príncipes percorreram o país.[14]

Udein era um dos partidários de Min Swe em 1400, quando o príncipe ascendeu ao trono com o título real de Minkhaung. O novo rei, que enfrentou vários desafios ao seu governo no início de seu reinado, nomeou Udein governador de Myohla (atual Shwebo), perto de Inbe, com um título atualizado de Thado.[15]

Início de carreira[editar | editar código-fonte]

Mapa político da Birmânia c. 1450. O mapa na primeira metade do século era semelhante, exceto Arracão, que era desorganizado até 1429. Os Estados xãs mais próximos em amarelo claro, incluindo Mohnyin, Mogaung, Thibaw (Hsipaw/Onbaung) e Nyaungshwe (Yawnghwe), foram em algum momento tributários de Ava durante a primeira metade do século XV

Thado foi um dos poucos vassalos leais com quem o rei podia contar quando o rei Razadarit de Hanthawaddy Pegu invadiu Ava em 1401. Ele fez seu nome como comandante do exército real em 1402, liderando uma missão bem-sucedida para abastecer a cidade sitiada de Prome (Pyay). Seu regimento guardando um comboio de 2 mil pôneis de carga, cada um carregando dois tins (~82 litros, ~2,25 bushels) de arroz, rompeu com sucesso as linhas de Hanthawaddy para abastecer a cidade faminta, ajudando Prome a resistir à estação chuvosa.[16]

Sua carreira continuou a crescer nos anos seguintes. Em 1406, ele era o segundo em comando (sitke) do exército de invasão Ava (10 mil homens, 500 cavalos, 40 elefantes) liderado pelo filho mais velho de Minkhaung, o príncipe Minye Kyawswa, que capturou o reino ocidental de Arracão (atual estado de Arracão).[17][18] Em 1408, depois que Hanthawaddy reiniciou a Guerra dos Quarenta Anos, Thado foi membro da delegação sênior de Ava que tentou sem sucesso negociar uma trégua.[19][b]

Em março de 1410,[c] o rei Minkhaung nomeou Thado saopha (governador-geral) de Mohnyin, um importante Estado de língua xã (no atual estado central de Cachim) perto da fronteira chinesa. A nomeação ocorreu após a longa deliberação de Minkhaung com seu ministro-chefe, Min Yaza, sobre a melhor forma de lidar com as relações do reino em rápida deterioração com a China. Como presente de despedida, o rei também deu uma de suas rainhas, Shin Myat Hla, em casamento com Thado. Por seu lado, Thado reconheceu a importância e o risco associado à nomeação; ele procurou o conselho do governo de Min Yaza antes de partir para o estado do norte.[1][2]

Saopha de Mohnyin[editar | editar código-fonte]

Thado passou os próximos 16 anos em Mohnyin e usou sua base do norte para assumir o trono de Ava em 1426.[20][21] Seu governo bem sucedido em Mohnyin lhe rendeu os apelidos Mohnyin Thado (lit. “Thado de Mohnyin”), e Mohnyin Min Taya (lit. “Senhor Justo de Mohnyin”) os nomes pelos quais ele é mais conhecido na história birmanesa.[d]

Incursões chinesas (1412–1415)[editar | editar código-fonte]

Mapa representando as reivindicações chinesas Ming a partir de 1409, que incluíam Mohnyin e grandes áreas do atual norte e leste de Myanmar. A corte Ming exigiu que Ava deixasse Mohnyin, Bhamo e Kale em 1406, e quando Ava não obedeceu, começou a planejar a guerra em 1409.[22]

A principal missão de Thado era servir como defesa de Ava no norte. Desde o início, ele enfrentou dois problemas: a China e a própria província fronteiriça inquieta. Composta por 19 maings (distritos),[e] Mohnyin foi historicamente o mais poderoso dos Estados xãs que circundavam todo o arco norte-leste do Reino de Ava. Às vezes, até controlava outros Estados xãs, incluindo Mogaung e Kale (Kalay), e periodicamente invadia os Estados das planícies (Ava e seus predecessores Sagaingue e Pinya) desde a década de 1350.[23][24] Foi apenas em 1406 que o poderoso Estado caiu sob o controle de Ava.{{nre|As crônicas (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 224–225) e (Hmannan Vol. 1 2003: 445–446, 467) Nyaungshwe e Mohnyin caíram em 767 ME (1405/1406) e 768 ME (1406/1407), respectivamente. (Fernquest Autumn 2006: 51): de acordo com o Ming Shilu, Ava havia conquistado Mohnyin, Bhamo e Kale em 25 de agosto de 1406; no caso de Mohnyin, Ava ganhou o controle de Mohnyin após uma batalha que matou o saopha de Mohnyin e seu filho.</ref> Embora manter a ordem em Mohnyin fosse um desafio por si só, um problema mais imediato e urgente para Ava era a China. Alegando que os Estados xãs, que Ava assumiu em 1405-1406, eram seus tributários, a corte Ming exigiu que Ava acabasse com sua “agressão” nos Estados xãs desde 1406 e considerou uma ação militar contra Ava desde 1409.[22] Ele também ficou do lado de Hanthawaddy, reconhecendo o reino de língua mom como seu tributário.[25]

No entanto, Ava não avaliou totalmente a extensão do agravamento da situação. Além de colocar Thado em Mohnyin, a corte de Ava continuou a priorizar o esforço de guerra em andamento contra Hanthawaddy no sul, enviando recrutas de Estados fronteiriços chineses como Onbaung e Nyaungshwe até 1410-1412.[26] Descobriu-se que o regimento de Thado em Mohnyin não era suficiente para defender outros distritos do norte e do leste. Quando o vassalo chinês Hsenwi invadiu os distritos do nordeste de Ava em 1412, Thado e outros saophas do norte tiveram que se defender até que Minye Kyawswa chegasse do teatro de guerra de Arracão com um exército. O regimento de Mohnyin de Thado fazia parte do exército de 7 mil homens de Minye Kyawswa que parou o exército de Hsenwi em Wetwin (atual Pyin U Lwin). Minye Kyawswa, o príncipe Min Nyo e o governador Thado lutaram contra os principais comandantes Hsenwi — o saopha de Hsenwi, ao lado de seu filho e genro — em seus respectivos elefantes de guerra, e as forças Hsenwi recuaram depois que seu saopha foi morto em combate.[27][28] O exército de Ava sitiou Hsenwi pelos próximos cinco meses e, após a estação chuvosa, c. novembro de 1412 derrotou uma força de socorro chinesa (20 mil homens e 2 mil cavaleiros) fora de Hsenwi.[28][29] Segundo o historiador G. E. Harvey, Thado foi um dos “melhores capitães” de Minye Kyawswa.[21]

Príncipe herdeiro Minye Kyawswa, comandante-em-chefe das forças de Ava (1410-1415)

A campanha de Hsenwi acabou por ser o ponto alto da atuação de Thado na guerra. Ele e outros governadores do norte foram novamente deixados à própria sorte depois que Minye Kyawswa foi transferido para a frente sul no final de 1412. Quando o exército chinês retornou no início de 1413, Thado resistiu em Mohnyin, mas outras cidades menos fortificadas foram completamente devastadas pelos chineses. (De acordo com a Ming Shilu, os chineses destruíram mais de 20 cidades e paliçadas, e trouxeram de volta elefantes, cavalos e outros bens, que foram apresentados na capital chinesa em setembro de 1413.[27]) Foi preciso o retorno de Minye Kyawswa para expulsar as forças apoiadas pelos chineses para a fronteira em 1413–1414.[30][31] As defesas do norte de Ava finalmente detiveram os chineses em 1414–1415, mas a estrela da campanha, de acordo com as crônicas, foi Smin Bayan, um ex-comandante de Hanthawaddy.[f]

Período pós-guerra à crise de sucessão de Ava (1415–1425)[editar | editar código-fonte]

Embora as incursões chinesas tenham terminado depois de 1415,[g] sem nenhum tratado formal de paz assinado, Thado permaneceu em Mohnyin por mais uma década. Quando o rei morreu em 1421, Thado emergiu como um dos principais saophas do norte, e seu apoio foi cortejado por Thihathu, o sucessor do trono de Ava. Como um gesto de lealdade, Thado enviou seu filho do meio de oito anos, Nawrahta, para ser pajem do novo rei. Thihathu por sua vez, também num gesto simbólico, deu ao jovem o feudo de Inbe, que também foi o antigo feudo de Thado.[32][33]

Rei Thihathu de Ava

Seu relacionamento foi ainda mais consolidado em 1422–1423, quando Thado coliderou uma campanha bem-sucedida contra Hanthawaddy. A campanha foi uma tentativa de Thihathu de tirar vantagem da crise de sucessão no reino do sul. Thado comandou o exército principal (8 mil soldados, 500 cavalos, 30 elefantes de guerra) enquanto o príncipe Min Nyo de Kale comandou a força de invasão naval (6 mil soldados, 700 barcos de guerra, 200 barcos de carga).[34] A campanha foi um sucesso. As forças combinadas capturaram todo o delta do Irauádi e forçaram o príncipe Binnya Ran, o principal pretendente ao trono de Pegu, a propor um tratado de paz com termos favoráveis a Ava, incluindo uma aliança de casamento entre Thihathu e a princesa Shin Saw Pu, irmã de Ran. Thihathu aceitou a proposta e assinou o tratado em 1423.[3]

Após a campanha bem sucedida, a influência de Thado cresceu sem controle no norte. Ele enfrentou pouca supervisão do rei, que de acordo com as crônicas{{nre|(Maha Yazawin Vol. 2 2006: 57) (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 269–270) e (Hmannan Vol. 2 2003: 57–58)</ref> passou a maior parte de seu tempo com Shin Saw Pu e suas concubinas, e fez pouco governo. O saopha estava bem estabelecido no norte quando Thihathu foi assassinado em agosto de 1425. (O assassinato foi realizado pelos homens do governo de Le Than Bwa de Onbaung, e organizado pela rainha Shin Bo-Me, a segunda rainha queria colocar seu amante, o príncipe Min Nyo, no trono.[35][36]) Ele nominalmente reconheceu o filho de oito anos de idade de Thihathu e sucessor, Min Hla, mas começou a conduzir abertamente sua própria política. Embora não esteja claro se ele tinha autoridade legal para fazê-lo, Thado nomeou seu filho do meio Nawrahta, que escapou do assassinato de Thihathu, como saopha de Wuntho.[35][36]

Revolta bem sucedida (1425–1426)[editar | editar código-fonte]

Sua ruptura total com Ava veio em novembro de 1425, quando a facção Bo-Me assassinou o menino rei e colocou o príncipe Nyo no trono. A tomada de poder foi vista por muitos governantes vassalos como ilegítima.[37] Embora o príncipe tivesse uma forte reivindicação ao trono como filho único do rei Tarabya de Ava (reinou em 1400), ele recebeu apenas um apoio morno dos vassalos próximos à capital. No norte, onde Thado dominava, apenas Le Than Bwa de Onbaung e Baya Gamani de Singu apoiaram Nyo, enquanto no sul, o governador Min Maha de Prome, um grande Estado vassalo, não reconheceu Nyo.[4][38] Ainda assim, Thado foi o único vassalo que tentou expulsar Nyo. Nos três meses seguintes, Thado garantiu o apoio da maioria dos Estados xãs do norte, incluindo o poderoso Estado de Mogaung.[4][38] Sua autoridade agora alcançava até o sul do vale do Mu, uma das três principais regiões irrigadas de Ava, embora Nyo ainda não tivesse concedido a região.[h]

Restos das muralhas externas de Ava atualmente

Sua viagem para o sul começou em fevereiro de 1426.[i] Suas forças enfrentaram as defesas de Ava lideradas pelo governador Thray Sithu de Myinsaing e pelo governador Le Than Bwa de Onbaung. A estratégia de Thado era marchar a um “ritmo lento, metódico e deliberado”,[37] de modo a permitir que os vassalos sem entusiasmo de Nyo o abandonassem. Mesmo quando suas forças de vanguarda obtiveram uma vitória surpreendentemente rápida em Thissein, Thado interrompeu o avanço para recrutar mais tropas da região. Em abril, suas forças ampliadas derrotaram a guarnição de 3 mil homens em Wetchet, tirando Thray Sithu da guerra.[4][38]

A vitória abriu o caminho para Sagaingue, do outro lado do rio Irauádi de Ava. Aqui, Thado persuadiu o comandante da guarnição de Sagaingue, Le Than Bwa, a deixar a luta dando ao saopha uma quantidade substancial de ouro e prata.[j] A partida de Le Than Bwa criou pânico do outro lado do rio. Todos, exceto um dos vassalos que guardavam o perímetro ao redor da capital, renunciaram a seus laços com Nyo e se retiraram para suas regiões de origem. O rei Nyo e a rainha Bo-Me posteriormente fugiram da capital,[4][5] e Thado entrou na capital sem oposição em 16 de maio de 1426.[k]

Reinado[editar | editar código-fonte]

Ascensão[editar | editar código-fonte]

Uma representação do nat Mahagiri, ao qual os soldados de Thado sacrificavam cavalos e gado para honrar a ascensão de seu senhor ao trono de Ava

Thado subiu formalmente o trono em 20 de maio de 1426[l] com o título real de Thiri Tri-Bawana-Ditya-Pawara-Pandita Dhamma-Yaza (သီရိ တြိဘဝနာဒိတျပဝရပဏ္ဍိတ ဓမ္မရာဇာ, em páli: Śrī Tribhavanādityapavarapaṇḍita Dhammarājā).[m] Ele nomeou seu filho mais velho de 15 anos einshei min (herdeiro aparente) com o título de Minye Kyawswa.[39][40] Sua coroação é notável pelas práticas animistas de seus soldados, que celebravam sacrificando cavalos e gado ao espírito Mahagiri.[16][41]

O homem de 46 anos assumiu o trono, embora os príncipes mais antigos na ordem de sucessão — Tarabya e Minye Kyawhtin, não tenham desistido de sua reivindicação. Tampouco havia garantido o apoio dos vassalos do sul e do leste, que o consideravam “na melhor das hipóteses um sênior”.[16][42]

Consolidação do poder[editar | editar código-fonte]

Seus alvos iniciais eram a realeza com a maior reivindicação ao trono. Suas tropas perseguiram o rei Nyo e a rainha Bo-Me, e Nyo morreu fugindo cerca de duas semanas depois.[5][39] A rainha Bo-Me, apesar de seu desprezo por Thado, tornou-se uma de suas rainhas.[43][44]

Seus próximos alvos foram os príncipes Tarabya e Minye Kyawhtin, que estavam resistindo em Pakhan, cerca de 100 quilômetros a sudoeste de Ava. Nos dois meses seguintes, Thado garantiu o apoio dos vassalos ao longo do rio IrauádiPagã (Bagan), Sale, Sagu, Pakhan Nge, Salin e Prome (Pyay).[45] Em agosto,[n] suas forças (9 mil soldados, 300 cavalos e 20 elefantes) facilmente invadiram Pakhan, e capturaram ambos os príncipes, bem como Shin Saw Pu, consorte de Tarabya e ex-rainha do rei Thihathu.[46][47] Thado criou Pu para ser sua rainha e, em seguida, tomou a decisão fatídica de perdoar os príncipes, o único filho vivo e neto de seu falecido senhor, o rei Minkhaung. Ele enviou Tarabya para morar em uma propriedade em Pagã, e Minye Kyawhtin para Thissein.[46][47]

Em seguida, ele convocou os dois principais governadores do Sudeste, Thinkhaya III de Toungoo e Thihapate III de Taungdwingyi para Ava. Quando os governadores apareceram com relutância, ele os cortejou apresentando presentes luxuosos e tratando-os com respeito. Enquanto os governadores polidamente juravam lealdade ao novo rei, o filho mais velho de Thado, o príncipe herdeiro, estava cético e instou seu pai a não permitir que eles retornassem aos seus feudos. Thado rejeitou o conselho de seu filho.[46][47]

Início das rebeliões e da guerra das sombras de Pegu[editar | editar código-fonte]

Logo descobriu-se que a suspeita do filho estava correta. Os dois governadores declararam a independência logo depois de voltarem aos seus feudos. No início de 1427, o regime de Thado foi assediado por uma nova rodada de rebeliões: Onbaung e Mohnyin (seu antigo feudo) no norte, e Toungoo e Taungdwin no sul.[48]

O que desencadeou a próxima rodada foi a rebelião do príncipe Minye Kyawhtin, cuja vida foi poupada por Thado no início de agosto. Ao contrário de seu tio Tarabya, o príncipe, o filho mais velho do príncipe herdeiro Minye Kyawswa (reinou 1406–1415), recusou-se a renunciar ao trono. Ele prontamente deixou Thissein para Onbaung, onde recebeu o apoio de Le Than Bwa. No final de 1426, o príncipe e seu exército de Onbaung invadiram, chegando a Yenantha, cerca de 60 km a nordeste da capital. Embora o exército principal de Thado tenha conseguido expulsar Kyawhtin, a batalha tão perto da capital provou ser a abertura para vassalos sem entusiasmo.[49][48] Em janeiro de 1427, o saopha de Mogaung revoltou-se depois de ser preterido para o governo de Mohnyin, e tomou Mohnyin.[o] Enquanto isso, os governadores de Toungoo e Taungdwin não apenas se revoltaram, mas também contaram com o apoio do rei Binnya Ran I de Hanthawaddy Pegu para apreender Prome (Pyay). As forças de Hanthawaddy ocuparam Tharrawaddy, o distrito mais ao sul de Prome.[48][49]

Resposta fraca às rebeliões[editar | editar código-fonte]

Rainha Shin Saw Pu, que fugiu de Ava e retornou à sua terra natal, Pegu, em 1429

Thado estava mal preparado para enfrentar as rebeliões simultaneamente. Ele considerou a defesa de Prome sua principal prioridade e desdobrou a maioria de suas forças no sul. Mas ele foi completamente pego de surpresa quando Kyawhtin invadiu novamente na próxima estação seca. O príncipe rebelde avançou até Tabetswe, apenas 25 km a sudeste de Ava. Thado teve que lutar para levantar uma força, o que só poderia empurrar Kyawhtin de volta para Pinle, cerca de 70 km a sudeste de Ava.[49][50]

Após a vitória apertada, Thado seguiu uma política amplamente defensiva. Além de enviar uma pequena e malsucedida expedição a Pinle na estação seca de 1428-1429, ele colocou suas forças em posições defensivas nas fronteiras sul e norte, nomeando seu segundo filho governador de Prome e seu irmão mais novo governador de Myedu em 1429.[51] As nomeações vieram logo depois que a rainha Shin Saw Pu conseguiu fugir de Ava e voltou para Pegu.[51] O retorno de Pu abriu caminho para seu irmão Ran avançar para Prome, mas Thado estava alheio à ameaça. Ele estava focado na construção de uma grande estupa budista para as relíquias trazidas do Ceilão por dois monges seniores de Ava. (No início do ano, o rei Binnya Ran acompanhou pessoalmente os monges, que haviam desembarcado em Bassein (Pathein), até Prome, onde as relíquias foram transferidas para quarenta barcos enviados de Ava com grande alarde.[52])

Os rivais de Thado viam sua inação como fraqueza e logo o testariam. Mais tarde naquele ano, as forças de Toungoo marcharam para o norte e ocuparam a região de Yamethin com cinco distritos irrigados.[53] Apesar de ainda controlar os três principais celeiros da Alta Birmâniavale do Mu, Minbu e uma grande parte de Kyaukse —, Thado não respondeu com força. Sua atenção estava amplamente focada na construção de seu pagode, o Yadana Zedi em Sagaingue. Em vez disso, por recomendação de sua corte, ele enviou duas missões separadas para Onbaung e Yat Sauk Naung Mun, pedindo a Onbaung que retirasse seu apoio a Kyawhtin em Pinle e Yat Sauk para encerrar seu apoio a Thinkhaya em Toungoo, em troca do reconhecimento de Ava dos Estados de língua xã.[54] Ambas as missões não conseguiram garantir um acordo. Um Thinkhaya encorajado de Toungoo agora planejava uma apreensão total de Prome, e passou a garantir assistência militar de Pegu.[55]

Guerra com Hanthawaddy (1430-1431)[editar | editar código-fonte]

O Pagode Shwesandaw em Prome (Pyay), onde os reis da geração anterior, Minkhaung I e Razadarit, juraram manter a paz em 1403

Em outubro de 1430, Pegu e Toungoo lançaram uma invasão conjunta de Prome. As forças combinadas de 15 mil homens[p] rapidamente sitiaram a cidade portuária fortificada no rio Irauádi.[53][55] Thado, que havia dedicado grande parte de seus recursos na construção de seu pagode no ano passado, foi pego de surpresa. Sua corte o avisou que ele não tinha tropas suficientes para quebrar o cerco no sul e defender a região da capital de Pinle ao mesmo tempo. Ele relutantemente concordou em negociar diretamente com Ran, monarca a monarca, com a condição de que Thinkhaya não fizesse parte da negociação.[55]

Mas quando a delegação de Hanthawaddy apareceu, Thado ficou chocado com as exigências de Ran. O rei de Hanthawaddy pediu a Thado que reconhecesse sua anexação em 1427 de Tharrawaddy e Paungde. Thado ficou tão zangado com a demanda que ele reflexivamente ordenou que o chefe da delegação de Hanthawaddy, Maha Thamun, fosse executado antes que seu ministro-chefe Yazathingyan o convencesse a desistir.[56][57] Ele manteve a delegação esperando por mais três meses e continuou com a construção do pagode até sua conclusão em 27 de janeiro de 1431.[q]

Somente após a cerimônia de conclusão do pagode ele voltou sua atenção para a guerra. Prome ainda estava sob cerco, embora em um cessar-fogo. Ele reuniu 13 mil soldados nos três meses, mas no final, decidiu não lutar, e concordou amplamente com os termos iniciais de Ran.[57] Quando ele e Ran se encontraram fora de Prome, ele cedeu formalmente Tharrawaddy e Paungde, e enviou a princesa Soe Min Wimala Dewi, sobrinha do falecido rei Minkhaung I de Ava, para Ran, em um casamento de Estado.[58] (Ela se tornou a rainha-chefe de Ran, e seu único filho, Leik Munhtaw, mais tarde se tornou rei de Pegu em 1453.) A única concessão de Ran foi retirar seu apoio a Toungoo.[58]

Retirada do governo[editar | editar código-fonte]

“... Tendo navegado por este rio por um mês, ele chegou a uma cidade mais nobre do que o resto chamada Ava. Esta província está repleta de elefantes; o rei guarda dez mil e os usa em suas guerras. Eles fixam torres nas costas das quais oito a dez homens lutam com dardos e flechas. Este animal é tão inteligente que, quando está em batalha, recebe frequentemente os dardos do inimigo na sola do pé para que aqueles que carrega nas costas não sejam feridos.

O rei desta província monta um elefante branco, ao redor do pescoço do qual está presa uma corrente de ouro ornamentada com pedras preciosas, que chega até seus pés...”

Testemunha ocular c. 1435 pelo comerciante veneziano Niccolò Da Conti, o primeiro europeu a visitar a Birmânia.[59]

Thado, no entanto, não fez uso da concessão de Ran para reclamar Toungoo. Em vez disso, ele se tornou mais recluso. Retomou a construção de mais templos, direcionando grande parte dos recursos de seu Estado remanescente para vários projetos de construção. Ao todo, construiu um total de 27 novos pagodes, templos e mosteiros, incluindo um em Rajagarra (ရာဇဂြိုဟ်) na Índia durante seu reinado.[9][6] De acordo com um cálculo preliminar do historiador Michael Aung-Thwin, os 27 projetos podem ter custado ao tesouro real 1,62 milhão de kyats (ticals) (25.453 kg) de prata, “sem incluir as doações usuais de pessoas e terras para sua manutenção posterior.”[6]

Reunificar o reino não era mais sua prioridade. Ao todo, nos últimos 8 anos de seu reinado, ele autorizou apenas uma expedição menor: uma campanha de 1433-1434 liderada por seu filho mais velho, o príncipe herdeiro, para Pinle, Yamethin e Taungdwin. No entanto, a força do exército (5 mil soldados, 300 cavalos, 12 elefantes) era muito pequena para capturar as cidades fortemente fortificadas, espalhadas por 70 km a 250 km de Ava. O exército voltou de mãos vazias depois de três meses.[60]

O rei não enviou mais expedições. Ele não fez nada quando Thinkhaya de Toungoo morreu em 1435, e uma luta pelo poder eclodiu entre o genro de Thinkhaya, Uzana, e o filho Saw Oo. Ele não fez nada em 1436 quando Binnya Ran, violando o tratado de 1431, marchou abertamente para Toungoo com um exército e colocou Saw Oo no trono de Toungoo.[61][62]

Alteração no calendário[editar | editar código-fonte]

“Na conclusão de Sakarac 800... homens sábios de todo o Reino de Mranmma, bem versados em pitikas e vedas, debateram e discutiram... [a era]. Após a discussão, um grande e espaçoso pavilhão foi erguido em campo aberto no mercado de prata à direita do palácio, ao sul de Ava e ao norte de Tonpulu. Na companhia de príncipes, princesas, netos reais, amigos reais, parentes reais, governadores de reis, ministros e comandantes militares, monges, brâmanes, depois de doar... ouro, prata, pedras preciosas, elefantes, cavalos, servos, terras, búfalos, touros, vacas, roupas... padi... nada faltando, em grande quantidade, o rei eliminou a notória, difícil e extraordinária era.”

Uma inscrição contemporânea descrevendo as discussões para alterar o calendário birmanês[6]

A excentricidade de Thado só cresceu nos seus últimos anos. Em 1437, ele passou a acreditar no conselho dos astrólogos da corte[r] de que os problemas de seu reino passado precisavam ser resolvidos alterando o calendário birmanês quando chegasse ao ano 800 ME (em 1438 EC). Horrorizado, a corte tentou dissuadi-lo. Quando o ministro-chefe Yazathingyan disse que os reis que alteravam o calendário morriam dentro de um ano, ele respondeu: “Eu não poderia ter medo da morte, se isso significasse fazer todas as criaturas felizes. Se eu devo morrer, deixe-me morrer. Eu não quero ser colocado em uma canção como o rei que estava com medo de cumprir seu dever.”[7][6]

No décimo primeiro aniversário de sua coroação, em 18 de maio de 1437,[s] ele anunciou no Palácio de Ava que o calendário seria redefinido para o ano dois (não para o ano zero), no próximo dia do ano novo (30 de março de 1438).[63]

Morte e sucessão[editar | editar código-fonte]

Thado não morreu no ano da alteração do calendário como alguns haviam profetizado. Ele morreu dentro de 13 meses, dias antes do 13.º aniversário de seu reinado — em abril de 1439.[t] Ele aparentemente acreditou na profecia, no entanto. As crônicas dizem que ele passou seus últimos meses realizando atos de mérito, incluindo a concessão de anistia aos presos por furto, casamento de suas concubinas que foram pegas traindo seus amantes, legando bens a suas rainhas e concubinas e libertando prostitutas em Ava, Pagã e Nyaung-U pagando suas dívidas. Ele tinha 59 anos.[64][65]

O rei foi sucedido por seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Minye Kyawswa.[64][66]

Legado[editar | editar código-fonte]

Ruínas de Ava hoje

Embora seu reinado tenha sido em grande parte ineficaz, o antigo saopha de um Estado periférico do norte fundou uma nova dinastia (ou uma nova casa da dinastia fundadora) baseada em Ava.[u] A Casa/Dinastia de Mohnyin (မိုးညှင်း ဆက်) levou Ava ao seu “apogeu” na segunda metade do século XV e governou o reino até 1527.[67]

No entanto, o sucesso da dinastia deveu-se principalmente à competência de seus sucessores.[67] Ao todo, Thado “deixou muitos edifícios religiosos mas também oposição política.”[68] Enquanto ele escolheu dedicar a riqueza e a mão de obra da região central na construção de templos, as regiões centrais forneceram recursos suficientes para seus sucessores imediatos reunificarem o reino. De fato, seus filhos, os reis Minye Kyawswa I (reinou 1439–1442) e Narapati I (reinou 1442–1468) seguiram uma política mais militarista e recuperaram todos os antigos vassalos de Ava, incluindo aqueles perdidos para Hanthawaddy, pelo final da década de 1440.[8]

Sua alteração do calendário não teve sucesso. A nova era, conhecida como Thekkarit To (သက္ကရာဇ် တို, “Era Curta”), nunca ganhou uso popular.[6] A corte de Ava continuou a usar Thekkarit To juntamente com a era existente pelo menos até 1496/1497 no reinado do rei Minkhaung II reinou 1480–1501).[v]

Administração[editar | editar código-fonte]

Extensão de seu reino[editar | editar código-fonte]

Sua autoridade se estendia apenas ao longo do estreito eixo norte-sul do rio Irauádi. Sua guarnição mais ao sul estava em Prome (Pyay), ~400 km ao sul de Ava, enquanto sua guarnição mais ao norte estava em Myedu, ~200 km da capital.[51] (Ele pode ter tido controle intermitente mais ao norte de Myohla perto de Mohnyin e Bhamo.[w]) Ele nunca teve nenhum controle dos Estados do leste (por exemplo, Onbaung e Nyaungshwe) e do sudeste (Toungoo e Taungdwin). Na verdade, ele nem sequer controlava Pinle, a apenas 70 km de Ava.[16] Essa estreiteza é corroborada pelos 27 pagodes/mosteiros que ele construiu durante seu reinado: a maioria estava localizada dentro do corredor Myedu-Prome, revelando “a extensão, pelo menos, das áreas sob o domínio direto de Ava”.[68]

Construções Religiosas Patrocinadas pelo Rei Thado[x]
N.º Nome Localização Descrição
1. Yadana Zedi Sagaingue Yadana Zedi e um mosteiro nos arredores do pagode
2. Yan Aung-Myin Sagaingue Pagode e mosteiro
3. Shwe Zigon pagode e mosteiro Nyaungyan Sua terra natal
4. Zigon pagode e mosteiro Amyint Pagode e mosteiro
5. Pagode e mosteiro Myede
6. Pagode e mosteiro Anya Panbyin Uma vez que diz “Anya” (terras altas), o Panbyin aqui não se refere ao atual Panbyin no distrito de Taunggyi.
7. Pagode e mosteiro Sheinbaga Seu antigo feudo
8. Pagode e mosteiro Myohla do Norte]] Presumivelmente Myohla, Shwegu uma vez que a cidade é referida como localizada no norte.
9. Antigo Yan Aung-Myin pagode e mosteiro Sagaingue Reconstruiu o pagode originalmente construído pelo rei Minkhaung I e construiu um mosteiro
10. Pagode e mosteiro Rajagarra, Índia[6]
11. Pagode e mosteiro Pakhan
12. Pagode e mosteiro Thissein
13. Pagode e mosteiro Taung-Kyi
14. Pagode e mosteiro Wayindok
15. Pagode e mosteiro Prome (Pyay)
16. Pagode e mosteiro Pagã (Bagan)
17. Myit-Nge pagode e mosteiro Ava (Inwa)
18. Shwe Myin-Mi pagode e mosteiro Myinmi
19. Pagode e mosteiro Ngalyingwe
20. Pagode e mosteiro Taungpulu
21. Pagode e mosteiro Kunzin-Kye
22. Pagode e mosteiro Pinya
23. Mosteiro de Pinya Oriental Pinya
24. Pagode e mosteiro Myingondaing
25. Pagode e mosteiro Pyinzi
26. Mosteiro Htandaw
27. Mosteiro Dourado Pagã

Governantes vassalos[editar | editar código-fonte]

Thado nomeou muitos de seus parentes mais próximos para governar as regiões-chave de seu reino remanescente. Fora Yazathingyan, seu ministro-chefe,[69] e Baya Gamani de Singu, os governantes dos principais Estados eram seus parentes próximos. Myedu no norte foi governado por seu irmão mais novo Nawrahta, que também comandou a Cavalaria do Norte (မြောက်ဖက်မြင်း). Prome no sul foi governado por seu filho do meio Thihathu..[51]

Governantes dos principais Estados vassalos
Estado vassalo Região Governante (duração no cargo) Notas
Pagã (Bagan) Núcleo Tarabya de Pagã (1413–c. 1433)
Einda Thiri Saw Hla Htut (c. 1434–?)
Einda Thiri era a filha mais nova de Thado[64][11]
Pakhan Núcleo Thiri Zeya Thura, o Velho (1426–1429)
Thihapate e Shin Hla Myat (1429–1450/51)
Thiri Zeya Thura era cunhado de Thado[70]
Shin Hla Myat era a filha mais velha de Thado; ela e seu marido Thihapate eram cogovernadores.[71]
Pyinzi Núcleo Thihapate (1426–1434)
Thiri Zeya Thura, o Jovem (1434–1442)
[39]
Thiri Zeya Thura, o Jovem, era sobrinho de Thado, e filho de Thiri Zeya Thura, o Velho, e da irmã de Thado, Shin Myat Hla.[70]
Sagaingue Núcleo Yazathingyan (1413–1460/61) [72][73]
Singu Centro-Norte Baya Gamani (c. 1401–1426, 1427–c. década de 1450) Irmão mais velho de Yazathingyan[44]
Myedu Centro-Norte Nawrahta (1429–?) Irmão mais novo de Thado, e Comandante da Cavalaria do Norte[51]
Prome (Pyay) Sul Min Maha (1422–1429)
Thihathu III de Prome (1429–1442)
Thihathu era o segundo filho de Thado, e futuro rei Narapati I de Ava[11]
Taungû (Taungoo) Sudeste Thinkhaya III (1420–1435)
Uzana (1435–1436)
Saw Oo II (1436–1440)
Thinkhaya se revoltou logo após retornar de Ava no final de 1426[44]
Saw Oo era um vassalo de Hanthawaddy.[62]
Taungdwin Sudeste Thihapate III (c. 1401–1441) Não o Thihapate de Pakhan e Mohnyin; este Thihapate se revoltou depois de retornar de Ava no final de 1426[44]
Mohnyin Norte filho do saopha de Mosit (1427) Governou por algumas semanas. Derrubado no início de 1427 por Tho Ngan Bwa, o saopha da vizinha Mogaung que queria o governo de Mohnyin.[44]
Mogaung Norte Tho Ngan Bwa (?–1445) Revoltou-se em janeiro de 1427 depois que Thado não lhe deu o governo de Mohnyin[44]

Serviço militar[editar | editar código-fonte]

A seguir, uma lista de campanhas militares que Thado participou como comandante ou general, conforme relatado nas crônicas reais. As campanhas que ele encomendou mas não esteve presente nas batalhas não estão incluídas.

Campanhas Militares de Thado
Campanha Período Tropas comandadas Resumo
Guerra dos Quarenta Anos 1402 1 regimento Liderou um regimento que guardava um comboio de 2 mil pôneis de carga, cada um carregando duas tins (~82 litros, ~2,25 bushels) de arroz para abastecer Prome.[16]

Parte do exército de vanguarda (5 mil soldados, 300 cavalos, 20 elefantes) que tentou quebrar o cerco de Hanthawaddy de Prome (Pyay). Inicialmente expulso pelo general Byat Za, e quebrou o cerco somente depois que Minkhaung chegou com mais 12 mil homens.[15][74]

Ava invasão de Arracão 1406 10 regimentos Vice-comandante-em-chefe (sitke) do exército de invasão (10 mil soldados, 500 cavalos, 40 elefantes) sob o comando do príncipe Minye Kyawswa.[75][17][18]
Guerra dos Quarenta Anos 1408 1 regiment Part of the disastrous invasion (with a force consisted of 22,000 troops, 2000 cavalry, 80 elephants) that began at the outset of the rainy season.[76] Commanded one of the eight regiments of the rearguard army.[77]
Guerra dos Quarenta Anos 1409–1410 1 regiment Part of the two invasion armies (14,000 men, 1400 cavalry, 100 elephants). Appointed governor of Mohnyin for his performance.[1]
Guerra dos Quarenta Anos 1410–1411 Nenhum Não participou da campanha[78]
Guerra contra a China 1412 1 regimento Parte do exército (7 mil soldados, 300 cavalos, 40 elefantes) que lutou com Hsenwi e depois com as forças chinesas em 1412.[79]
Guerra contra a China 1413–1414 ? Provavelmente parte do exército (8 mil soldados, 400 cavalos e 30 elefantes) que derrotou as forças apoiadas pelos chineses em 1413-1414.
Guerra dos Quarenta Anos 1422–23 1 exército (8 regimentos) Comandou um dos dois exércitos que invadiram Hanthawaddy. A força de seu exército era de 8 mil soldados, 500 cavalos, 30 elefantes.[80]
Revolta contra o rei Nyo 1426 desconhecido As crônicas relatam a força das tropas da oposição do rei Nyo apenas (2 mil soldados na Batalha de Thissein e 3 mil soldados na Batalha de Wetchet.[4][38]
Batalha de Pakhan contra Tarabya II de Pakhan 1426 1 exército (4 regimentos) Comandou um exército (4 mil soldados) que navegaram até Pakhan por barcos. Seus dois filhos mais velhos comandaram dois outros exércitos.[45]
Guerra de Ava–Pegu 1431 2 exércitos Comandante geral da força de socorro (13 mil soldados, 800 cavalos, 50 elefantes) que foi para a frente de guerra de Prome para assinar o tratado de paz com o rei Binnya Ran de Hanthawaddy.[57]

Historiografia[editar | editar código-fonte]

As crônicas não concordam sobre as datas-chave de sua vida e reinado. Todas as principais crônicas dizem que ele nasceu em um domingo de 1379. A crônica Zatadawbon Yazawin fornece informações conflitantes em duas seções.

Fonte Nascimento–Morte Idade Reinado Duração do reinado Referência
Zatadawbon Yazawin (Lista de Reis da Seção Ava) c. setembro/outubro de 1378 – 1438
nasceu em uma quinta-feira
59
(60.º ano)
Março de 1427 – 1438 12 [y]
Zatadawbon Yazawin (Seção de Horóscopos) 23 de outubro de 1379 – 1439
nasceu no domingo
1426–1439 13 [z]
Maha Yazawin c. 1379 – 26 de abril de 1439
nasceu no domingo
[6–19] de maio de 1426 – 26 de abril de 1439 12 para 13 (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 61, 72): Thado subiu ao trono na metade crescente de Nayon 788 ME (6-19 de maio de 1426) em seu 47.º ano (aos 46 anos). (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 72–73): Nascido no domingo, Thado morreu em 801 ME (1439/1440), tendo reinado quase 13 anos. Isso significa que o último dia em que ele poderia ter morrido foi o último dia do surgimento de Nayon 801 ME (26 de abril de 1439).</ref>
Yazawin Thit c. 1379 – 1439
nasceu no domingo
16 de maio de 1426 – 1439 13 [aa]
Hmannan Yazawin c. 1379 – 26 de abril de 1439
nasceu no domingo
[6–19] de maio de 1426 – 26 de abril de 1439 quase 13 [ab]

Família[editar | editar código-fonte]

Ancestralidade[editar | editar código-fonte]

Ele era um descendente de sétima geração dos reis Naratheinkha e Sithu II de Pagã, e um bisneto de Kyawswa I de Pinya.[81] Ele também era descendente do ministro-chefe Yazathingyan de Pagã através de sua tataravó Khin Hpone, que era filha do general Yanda Pyissi, o filho mais novo de Yazathingyan.[82][ac]

Irmãos[editar | editar código-fonte]

O filho mais velho, Thado, tinha um irmão mais novo e uma irmã mais nova.[10][11]

Irmãos Relação Notas
Nawrahta de Myedu Irmão mais novo Governador de Myedu e Comandante da Cavalaria do Norte[10][11]
(Maha Yazawin Vol. 2 2006: 61) dá o nome de sua irmã mais nova como Min Hla Myat. (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 272) diz que o nome era Shin Myat Hla, o mesmo nome da rainha-chefe de Thado, Shin Myat Hla de Ava. (Hmannan Vol. 2 2003: 63) aceita a correção de Yazawin Thit.</ref> Irmã mais nova Duquesa de Pakhan (reinou 1426–1429)

Consortes[editar | editar código-fonte]

De acordo com a Maha Yazawin, Thado tinha apenas uma rainha sênior (mibaya), e não mantinha formalmente rainhas dos palácios do norte, centro e oeste.[10] No entanto, crônicas posteriores, a Yazawin Thit e a Hmannan Yazawin incluem Shin Bo-Me, Shin Saw Pu e Shin Hla Myat como outras rainhas seniores.[64][11]

Rainha Posição Filhos
Shin Myat Hla Rainha-principal Rei Minye Kyawswa I de Ava
rei Narapati I de Ava
governadora Shin Hla Myat de Pakhan
governadora Einda Thiri Saw Hla Htut de Pagã
Shin Bo-Me Rainha-sênior nenhum
Shin Saw Pu Rainha-sênior nenhum
Shin Hla Myat Rainha-sênior (Tazaung Mibaya) nenhum

Filhos[editar | editar código-fonte]

Ele teve cinco filhos, quatro dos quais por sua rainha principal, e um por uma concubina.[11]

Filhos Notas
Minye Kyawswa I de Ava Rei de Ava (reinou 1439–1442)
Narapati I de Ava Rei de Ava (reinou 1442–1468)
Shin Hla Myat Cogovernadora de Pakhan (reinou 1429–1450/1451)[71]
Esposa de Thihapate de Pakhan e Mohnyin; Tinha o mesmo nome da rainha de Thado, Shin Hla Myat
Einda Thiri Saw Hla Htut Governadora de Pagã (reinou c. 1434–?)
Ottama Thiri Zeya Nawrahta Governador de Salin (reinou 1485–1486);[83] Governador de Dabayin
Filho de uma concubina

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. De acordo com a seção de Horóscopos do Zatadawbon Yazawin (Zata 1960: 75): Domingo, nove estações lunares no 8.º mês em 741 ME — domingo, 12.º surgimento de Tazaungmon 741 ME (23 de outubro de 1379).
  2. (Pan Hla 2005: 254–255): A primeira e única reunião da negociação fracassou depois que o comandante de Hanthawaddy, Lagun Ein, respondeu honestamente a uma pergunta rotineira de Thado se Pegu estava negociando de boa fé. Lagun Ein teria respondido: “Tolo, isso é uma guerra. Você vai me matar se puder. Eu vou te matar se puder. Como você pode confiar em alguém?”
  3. (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 236) e (Hmannan Vol. 2 2003: 81): a nomeação e o casamento ocorreram após uma campanha malsucedida de cinco meses em 771 ME (30 de março de 1409 — 29 de março de 1410). Como as campanhas da estação seca geralmente começavam após o Vassa (que terminou em 23 de setembro de 1409), a nomeação provavelmente ocorreu em março. A data do casamento de 771 ME é corroborada por um afresco contemporâneo escrito no Mosteiro Shwe Kyaung (Mosteiro Dourado) em Pagã doado pela própria Rainha Shin Myat Hla. Os afrescos afirmam que Thado tinha 31 anos (30 anos) e Myat Hla 23 anos (22 anos), na altura do casamento.
    A mais antiga crônica nacional Maha Yazawin (Maha Yazawin Vol. 1 2006: 327) afirma incorretamente que Thado foi nomeado governador de Mohnyin e tomado Myat Hla em casamento em 768 ME (1406/1407). Aqui, a crônica de Hmannan Yazawin é inconsistente. (Hmannan Vol. 1 2003: 467) seguindo (Maha Yazawin Vol. 1 2006: 327) dá 768 ME (1406/1407) enquanto (Hmannan Vol. 2 2003: 81) seguindo (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 236) aceita 771 ME (1409/1410), citando os afrescos do Mosteiro Dourado em Pagã.
  4. As crônicas se referem a ele como Mohnyin Thado ou Mohnyin Min Taya. Por exemplo, ver (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 61), (Hmannan Vol. 2 2003: 61) para Mohnyin Min Taya; ver (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 58) e (Hmannan Vol. 2 2003: 56) para Mohnyin Thado. Quanto às fontes acadêmicas, (Harvey 1925: 96-99) e (Htin Aung 1967: 337): Mohnyinthado; (Aung-Thwin 2017: 84–89) “Mohnyin Min”; (Fernquest 2006: 51) para ambos.
  5. (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 225): Mohnyin propriamente dito compreendia 19 maings (distritos) na época da conquista de Ava em 1406. Às vezes controlava ou tentava controlar o Estado de Kale (Kalay), com nove maings. A corte de Ava decidiu administrar os dois Estados separadamente.
  6. (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 252–253) e (Hmannan Vol. 2 2003: 29–30) o exército chinês chegou ao sul até a capital Ava, e os chineses recuaram somente depois que o ex-comandante de Hanthawaddy Smin Bayan derrotou o campeão chinês em combate único a cavalo. No entanto, de acordo com (Fernquest Autumn 2006: 53-54), os registros Ming não dizem que nenhuma de suas expedições na década de 1410 chegou à capital birmanesa, ou fornecem qualquer um dos detalhes encontrados nas crônicas birmanesas. A história de combate único, de acordo com (Than Tun 2011: 45), carece de credibilidade e “historicidade”.
  7. (Fernquest 2006: 61–62): As incursões no território de Ava foram retomadas com as campanhas Luchuan-Pingmian no início da década de 1440.
  8. (Aung-Thwin 2017: 82) diz Thado “o senhor de Mohnyin, que controlava o vale do Mu de seu próprio feudo...” quando Min Hla foi assassinado. No entanto, como as crônicas (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 271) e (Hmannan Vol. 2 2003: 59) dizem que as linhas de frente de Ava em fevereiro de 1426 começaram em Thissein na atual Shwebo, no coração do vale do Mu, o alcance de Thado em fevereiro de 1426 teria sido no máximo o vale do Mu ao norte.
  9. (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 271) e (Hmannan Vol. 2 2003: 59): Tabaung 787 ME = 6 de fevereiro de 1426 a 7 de março de 1426
  10. (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 60) não especifica o valor. (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 271) diz a quantidade de 10 viss (16,93 kg) de ouro e 50 taças de prata. (Hmannan Vol. 2 2003: 59) diz 3 viss (4,9 kg) de ouro e 50 taças de prata.
  11. (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 272): Quinta-feira, 10.º surgimento de Nayon 788 ME = Quarta-feira, 15 de maio de 1426. Os editores da crônica (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 272, nota de rodapé 3) aceitam quinta-feira, 16 de maio de 1426.
  12. (Aung-Thwin 2017: 84) e (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 62): Lua Cheia de Nayon 788 ME = 20 de maio de 1426
  13. (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 61) dá seu título como Thiri Thudhamma-Yaza (သီရိ သုဓမ္မရာဇာ) enquanto (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 272) dá Thiri Tri-Bawana-Ditya Pawara Pandita Dhamma-Yaza. (Hmannan Vol. 2 2003: 61) aceita a versão Yazawin Thit. (Aung-Thwin 2017: 84) dá Sri Sudhammarājā seguindo o Maha Yazawin.
  14. (Hmannan Vol. 2 2003: 63): Tawthalin 788 ME = 2–31 de agosto de 1426
  15. (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 274–275) e (Hmannan Vol. 2 2003: 64–65): O saopha de Mogaung tinha lutado por Thado na breve guerra contra Nyo. Ele voltou para Mogaung depois de passar oito meses em Ava — ou seja, c. janeiro de 1427, esperando o governo de Mohnyin, antigo posto de Thado. Mas quando Thado deu o governo a outra pessoa, o saopha se revoltou.
  16. (Hmannan Vol. 2 2003: 71): Pegu contribuiu com 10 mil dos 15 mil soldados; Toungo 5 mil.
  17. As crônicas (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 67) e (Hmannan Vol. 2 2003: 69) dizem que o pagode Yadana Zedi foi concluído no sábado, Lua Cheia de Tabaung 792 ME. Os editores do Maha Yazawin como visto em (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 67, nota de rodapé 1) traduziram o dia como [Segunda-feira] 26 de fevereiro de 1431, seguindo a tradução do calendário pelo Centro de Pesquisas Históricas das Universidades de Myanmar. No entanto, o calendário do Centro de Pesquisa assume incorretamente que 792 ME foi um grande ano bissexto. A data da crônica se traduz corretamente em sábado, 27 de janeiro de 1431, quando 792 ME é tratado como um ano regular.
  18. (Aung Tun 2009: 108): Os dois principais proponentes da mudança do calendário foram os sayadaws (abades) do mosteiro de Sagyo e do mosteiro de Min Kyaung.
  19. (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 70), (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 281), (Hmannan Vol. 2 2003: 75): Lua cheia de Nayon 799 ME = 18 de maio de 1437.
  20. Ele morreu em algum momento entre 30 de março de 1439 (dia de Ano Novo de 801 ME) e 26 de abril de 1439, o último dia de surgimento de Nayon 801 ME. (Aung-Thwin 2017: 88–89, 323, citando (MSK Vol. 5 1998: 4)): As principais crônicas e uma inscrição contemporânea (MSK Vol. 5 1998: 4) dizem que Thado morreu em 801 ME (30 de março de 1439 a 29 de março de 1440). (MSK Vol. 5 1998: 3–4): O anverso de uma inscrição de 801 ME (1439/40) encontrada no pagode Htupayon diz que o rei Minye Kyawswa ascendeu ao trono em 801 ME (Ano Arthein [Asvini]). As crônicas (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 61, 72) e (Hmannan Vol. 2 2003: 61, 76) dizem que ele morreu quando seu reinado estava prestes a completar 13 anos, tendo chegado ao poder na metade crescente de Nayon de 788 EU. Assim, o último que ele poderia ter morrido seria o último dia de surgimento de Nayon 801 ME (26 de abril de 1439).
  21. Alguns historiadores (Htin Aung 1967: 337) e (Lieberman 2014: 4) consideram o rei Nyo o último rei da primeira dinastia de Ava, e o rei Thado, o fundador da próxima dinastia enquanto outros (Harvey 1925: 366) e (Aung-Thwin 2017: 82–84) consideram que ambos os reis são da mesma dinastia. Entre as principais crônicas reais, apenas o Yazawin Thit afirma explicitamente que Min Nyo pertencia à dinastia anterior de Thayet (သရက် ဆက်), enquanto Thado fundou uma nova, Thado Mohnyin (သတိုး မိုးညှင်း ဆက်). Outros tratam Nyo e Thado como parte da mesma dinastia.
  22. Veja (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 282–307) para o uso lado a lado das duas eras. A última instância de uso duplo foi 858 ME, 60 Era Curta (1496/1497).
  23. As crônicas dizem que ele construiu um pagode e um mosteiro no “norte de Myohla” (မြောက်ဖက် မြို့လှ) durante seu reinado. Uma vez que o norte é chamado, o Myohla em questão pode significar Myohla, Shwegu, ~ 400 km ao norte de Ava, no atual distrito de Bhamo, perto da fronteira de Mohnyin, em oposição ao seu antigo feudo Myohla, ~ 100 km de Ava, que as crônicas (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 273) e (Hmannan Vol. 2 2003: 62) simplesmente se referiam como Myohla ao mencionar o feudo de infância de Thado. Mesmo que o norte de Myohla estivesse realmente no norte pela fronteira de Mohnyin, o controle de Thado no norte era intermitente e/ou nominal. (Fernquest Autumn 2006: 57): Os registros Ming relatam uma rebelião de 1433 contra Ava perto de Bhamo (cerca de 400 km de Ava), que o governo Ming se recusou a intervir porque o Estado rebelde estava “sob a jurisdição de Ava”.
  24. Por (Maha Yazawin Vol. 2 2006: 71), (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 281–282) e (Hmannan Vol. 2 2003: 75–76). Veja (Aung Tun 2009: 107–108) para uma tradução da lista em inglês. (Harvey 1925: 97) diz que Thado também construiu o pagode Chanthagyi em Minbu.
  25. (Zata 1960: 46): Nascido em uma quinta-feira no 8.º mês de 740 ME (23 de setembro; 30 de setembro; 7 de outubro; ou 14 de outubro de 1378). Chegou ao poder aos 48 anos (aos 47 anos) no último mês de 788 ME [sic] (março de 1427), reinou 12 anos e morreu em 800 ME (1438/1439) aos 60 anos (aos 59 anos).
  26. (Zata 1960: 75): Nascido em um domingo com 9 nekkhats no 8.º mês de 741 ME (c. 23 de outubro de 1379). Chegou ao poder aos 47 anos (46 anos) e reinou 13 anos. Ele morreu em seu 60.º ano (aos 59 anos).
  27. (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 272): Thado entrou no palácio de Ava na quinta-feira, o 10.º [sic] enceramento de Nayon 788 ME (quarta-feira, 15 de maio de 1426). A data provavelmente era quinta-feira, 11 do encerramento do Nayon 788 ME (quinta-feira, 16 de maio de 1426). (Yazawin Thit Vol. 1 2012: 282): Nascido num domingo, Thado tinha 47 anos (aos 46 anos) quando se tornou rei; reinou 13 anos e morreu em 801 ME (1439/1440) aos 60 anos (59 anos).
  28. (Hmannan Vol. 2 2003: 61, 76): Thado subiu ao trono na metade crescente de Nayon 788 ME (6-19 de maio de 1426) em seu 47.º ano (aos 46 anos). (Hmannan Vol. 2 2003: 76–78): Nascido no domingo, Thado morreu em 801 ME (1439/1440) aos 60 anos (aos 59 anos), prestes a completar quase 13 anos de reinado. Isso significa que o último dia em que ele poderia ter morrido foi o último dia do encerramento de Nayon 801 ME (26 de abril de 1439).
  29. Veja (Alaungpaya Ayedawbon 1961: 12) que traça a ascendência do rei Alaungpaya até Mohnyin Thado e além. Mohnyin Thado era tetraneto dos reis Naratheinkha e Sithu II.

Referências

  1. a b c Yazawin Thit Vol. 1 2012: 236
  2. a b Hmannan Vol. 1 2003: 467
  3. a b Hmannan Vol. 2 2003: 56–57
  4. a b c d e f Yazawin Thit Vol. 1 2012: 271
  5. a b c Hmannan Vol. 2 2003: 60
  6. a b c d e f g h Aung-Thwin 2017: 88
  7. a b Harvey 1925: 99
  8. a b Aung-Thwin 2017: 91–93
  9. a b Hmannan Vol. 2 2003: 75–76
  10. a b c d e Maha Yazawin Vol. 2 2006: 62
  11. a b c d e f g h Hmannan Vol. 2 2003: 62
  12. Maha Yazawin Vol. 1 2006: 306
  13. Hmannan Vol. 1 2003: 439–440
  14. Yazawin Thit Vol. 1 2012: 210
  15. a b Yazawin Thit Vol. 1 2012: 219
  16. a b c d e Harvey 1925: 97
  17. a b Hmannan Vol. 1 2003: 444–445
  18. a b Rakhine Razawin Thit Vol. 2 1999: 9
  19. Hmannan Vol. 1 2003: 484–485
  20. Aung-Thwin 2017: 82–84
  21. a b Harvey 1925: 96–97
  22. a b Fernquest autumn 2006: 51–52
  23. Than Tun 1964: 278
  24. Than Tun 1959: 129
  25. Harvey 1925: 115
  26. Hmannan Vol. 2 2003: 4, 6–7
  27. a b Ferquest Autumn 2006: 53–54
  28. a b Hmannan Vol. 2 2003: 9
  29. Goh 2009: 24
  30. Hmannan Vol. 2 2003: 21
  31. Yazawin Thit Vol. 1 2012: 247
  32. Yazawin Thit Vol. 1 2012: 267
  33. Hmannan Vol. 2 2003: 54
  34. Hmannan Vol. 2 2003: 56
  35. a b Hmannan Vol. 2 2003: 58
  36. a b Yazawin Thit Vol. 1 2012: 270
  37. a b Aung-Thwin 2017: 83
  38. a b c d Hmannan Vol. 2 2003: 59
  39. a b c Yazawin Thit Vol. 1 2012: 272
  40. Hmannan Vol. 2 2003: 61
  41. Lieberman 2003: 135–136
  42. Aung-Thwin 2017: 84–85
  43. Harvey 1925: 96
  44. a b c d e f Hmannan Vol. 2 2003: 65–66
  45. a b Hmannan Vol. 2 2003: 63
  46. a b c Hmannan Vol. 2 2003: 64
  47. a b c Yazawin Thit Vol. 1 2012: 274
  48. a b c Hmannan Vol. 2 2003: 65
  49. a b c Yazawin Thit Vol. 1 2005: 275
  50. Hmannan Vol. 2 2003: 66
  51. a b c d e Hmannan Vol. 2 2003: 68–69
  52. Aung-Thwin 2017: 87
  53. a b Sein Lwin Lay 2006: 28
  54. Hmannan Vol. 3 2003: 67
  55. a b c Hmannan Vol. 3 2003: 71
  56. Maha Yazawin Vol. 2 2006: 68
  57. a b c Hmannan Vol. 2 2003: 72
  58. a b Hmannan Vol. 2 2003: 73–74
  59. Harvey 1925: 98–99
  60. Hmannan Vol. 3 2003: 69
  61. Sein Lwin Lay 2006: 29
  62. a b Hmannan Vol. 2 2003: 166
  63. Hmannan Vol. 2 2003: 75
  64. a b c d Yazawin Thit Vol. 1 2012: 282
  65. Hmannan Vol. 2 2003: 76
  66. Hmannan Vol. 2 2003: 78
  67. a b Aung-Thwin 2017: 90–91
  68. a b Aung-Thwin 2017: 89
  69. Aung-Thwin 2017: 86
  70. a b Hmannan Vol. 2 2003: 64, 70
  71. a b Yazawin Thit Vol. 1 2012: 277, 282
  72. Yazawin Thit Vol. 1 2012: 246
  73. Hmannan Vol. 2 2003: 95
  74. Hmannan Vol. 1 2003: 458–459
  75. Yazawin Thit Vol. 1 2012: 224
  76. Yazawin Thit Vol. 1 2012: 229, 235
  77. Hmannan Vol. 1 2003: 484
  78. Hmannan Vol. 2 2003: 4
  79. Hmannan Vol. 2 2003: 8
  80. Yazawin Thit Vol. 1 2012: 268
  81. Sein Myint, Aung Thein Han 1967: 50
  82. Letwe Nawrahta 1961: 12
  83. Yazawin Thit Vol. 1 2012: 305–306

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Aung-Thwin, Michael A. (2017). Myanmar in the Fifteenth Century. Honolulu: University of Hawai'i Press. ISBN 978-0-8248-6783-6 
  • Aung Tun, Sai (2009). History of the Shan State: From Its Origins to 1962. Chiang Mai: Silk Worm Books. ISBN 978-974-9511-43-5 
  • Goh, Geok Yian (2009). Connecting and Distancing: Southeast Asia and China. [S.l.]: Institute of Southeast Asian Studies. ISBN 9789812308566 
  • Fernquest, Jon (primavera de 2006). «Rajadhirat's Mask of Command: Military Leadership in Burma (c. 1348–1421)» (PDF). SBBR. 4 (1) 
  • Fernquest, Jon (outono de 2006). «Crucible of War: Burma and the Ming in the Tai Frontier Zone (1382–1454)» (PDF). SOAS Bulletin of Burma Research. 4 (2) 
  • Harvey, G. E. (1925). History of Burma: From the Earliest Times to 10 March 1824. Londres: Frank Cass & Co. Ltd 
  • Htin Aung, Maung (1967). A History of Burma. Nova Iorque e Londres: Cambridge University Press 
  • Kala, U (2006) [1724]. Maha Yazawin (em birmanês). 1–3 4.ª printing ed. Yangon: Ya-Pyei Publishing 
  • Letwe Nawrahta e Twinthin Taikwun (c. 1770). Hla Thamein, ed. Alaungpaya Ayedawbon (em birmanês) 1961 ed. [S.l.]: Ministry of Culture, Union of Burma 
  • Lieberman, Victor B. (2014) [1984]. Burmese Administrative Cycles: Anarchy and Conquest, c. 1580–1760. [S.l.]: Princeton University Press. ISBN 978-0-691-05407-0 
  • Lieberman, Victor B. (2003). Strange Parallels: Southeast Asia in Global Context, c. 800–1830, volume 1, Integration on the Mainland. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-80496-7 
  • Maha Sithu (2012) [1798]. Myint Swe; Kyaw Win; Thein Hlaing, eds. Yazawin Thit (em birmanês). 1–3 2.ª printing ed. Yangon: Ya-Pyei Publishing 
  • Nyein Maung, ed. (1972–1998). Shay-haung Myanma Kyauksa-mya [Ancient Burmese Stone Inscriptions] (em birmanês). 1–5. Yangon: Archaeological Department, Ministry of Culture 
  • Pan Hla, Nai (2005) [1968]. Razadarit Ayedawbon (em birmanês) 8.ª printing ed. Yangon: Armanthit Sarpay 
  • Royal Historians of Burma (1960) [c. 1680]. U Hla Tin (Hla Thamein), ed. Zatadawbon Yazawin. [S.l.]: Historical Research Directorate of the Union of Burma 
  • Royal Historical Commission of Burma (2003) [1832]. Hmannan Yazawin (em birmanês). 1–3. Yangon: Ministry of Information, Myanmar 
  • Sandamala Linkara, Ashin (1931). Rakhine Razawin Thit (em birmanês). 1–2 1997–1999 ed. Yangon: Tetlan Sarpay 
  • Sein Lwin Lay, Kahtika U (1968). Mintaya Shwe Hti and Bayinnaung: Ketumadi Taungoo Yazawin (em birmanês) 2006, 2.ª printing ed. Yangon: Yan Aung Sarpay 
  • Than Tun (dezembro de 1959). «History of Burma: A.D. 1300–1400». Journal of Burma Research Society. XLII (II) 
  • Than Tun (1964). Studies in Burmese History (em birmanês). 1. Yangon: Maha Dagon 
  • Than Tun (2011). «Myanma Thamaing Ato-ahtwa (Burmese History Shorts)». Yangon: Gangaw Myaing. Thamein Bayan Hso-Da Da-Ge-La (Was Thamein Bayan Real?) (em birmanês): 44–46 


Mohnyin Thado
Nascimento: 23 de outubro de 1379 Morte: abril de 1439
Títulos de nobreza
Precedido por:
Kale Kye-Taung Nyo
Rei de Ava
16 de maio de 1426 – abril de 1439
Sucedido por:
Minye Kyawswa I
Títulos reais
Precedido por:
vago desde 1406
Saopha de Mohnyin
29 de março de 1410–c. janeiro de 1427
Sucedido por:
filho do saopha de Mosit