Movimento Feminino pela Anistia

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Movimento Feminino pela Anistia é um movimento político criado em dezembro de 1975, surgido com o objetivo de conscientizar, persuadir e pressionar a sociedade e o governo, mostrando a necessidade de anistia.[1]

O Brasil vivia, em 1975, um período de torturas, prisões e luta armada por grupos contrários ao regime militar, no poder desde 1964. Em 1974 o governo militar já havia derrotado os grupos de guerrilha urbana e completava a última campanha militar de aniquilamento da Guerrilha do Araguaia, além disso a repressão não poupou as organizações clandestinas que não haviam aderido à luta armada, como o PCB.[2] Em março de 1975, oito mulheres, entre elas a fundadora e líder do movimento, Therezinha Zerbini, advogada e ativista dos direitos humanos,[3] elaboraram o documento “Manifesto da Mulher Brasileira em favor da Anistia”, no qual defendiam que fosse concedida a anistia para todos que haviam sido atingidos pelos atos de exceção.[4]

Composto em grande parte por mulheres que viram os maridos serem torturados e assassinados pelo governo militar, conseguiu a simpatia de grande parte da sociedade, e de vários grupos políticos.[1]

Em 1978 o Movimento Feminino pela Anistia lançou o jornal “Maria Quitéria”, publicação voltada exclusivamente para a Anistia e Direitos Humanos. No mesmo ano, o núcleo do Rio de Janeiro criou no Teatro de Bolso, o Núcleo dos Artistas, Músicos e Atividades congêneres pró-Anistia. Com a anistia, em 1979, o movimento não cessou o seu trabalho.[1]


Referências

  1. a b c «MOVIMENTO FEMININO PELA ANISTIA». Memorial da Anistia. Consultado em 12 de abril de 2016 
  2. MERLINO, Tatiana; OJEDA, Igor (Orgs.). Direito à memória e à verdade: Luta, substantivo feminino. São Paulo: Caros Amigos, 2010.
  3. «Morre Therezinha Zerbini, fundadora do Movimento Feminino pela Anistia». Revista Forum. Consultado em 12 de abril de 2016 
  4. Adriana das Graças de Paula. «Pensar a democracia: o Movimento Feminino pela Anistia, as Mães da Praça de Maio e os intelectuais» (PDF). ANPHLAC. Consultado em 12 de abril de 2016