Saltar para o conteúdo

Movimento Popular de Libertação do Sudão - Setor Norte

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Bandeira do grupo.

Movimento Popular de Libertação do Sudão - Setor Norte (MPLS-N, em inglês: Sudan People's Liberation Movement–North, SPLM–N; em árabe: حركة الشعبية لتحرير السودان-الشمال, translit. Harakat Al-Sha'abi Li-Tahrir Al-Sudan-Al-Shamal) é um partido político e organização militante da República do Sudão. É atualmente ativo principalmente nos estados do Nilo Azul e Cordofão do Sul, onde seu braço armado, o Exército de Libertação do Povo do Sudão–Norte, está envolvido em uma insurgência ativa contra o governo sudanês.[1]

Em 2011, quando o Sudão do Sul se separou do Sudão para formar um novo país, a maior parte do Movimento de Libertação do Povo do Sudão e do seu braço armado o, Exército Popular de Libertação do Sudão, partiram, deixando unidades remanescentes do outro lado da fronteira no Sudão para formar o MPLS-N.

A organização sofreu com o faccionalismo. Duas facções, MPLS-N (Agar) e MPLS-N (al-Hilu) estiveram empenhadas em lutar entre si e contra o governo do Sudão, aproximadamente entre 2017-2019.[2] Em 2025, a facção al-Hilu estava lutando contra as Forças Armadas Sudanesas, enquanto o líder da facção Agar foi nomeado para o governo militar.[3] Uma terceira facção MPLS-N (Arman) surgiu em 2022.

O Movimento Popular de Libertação do Sudão - Setor Norte foi formado por indivíduos do Exército Popular de Libertação do Sudão que permaneceram no Sudão após o referendo sobre a independência do Sudão do Sul em 2011 e a instituição do governo do sul-sudanês. Assim, o Movimento de Libertação do Povo do Sudão dividiu-se em dois partidos políticos: um no norte e outro no sul.[4] Apesar do Acordo de Naivasha, conflitos de baixa intensidade continuaram na República do Sudão. O conflito com as autoridades centrais levou Omar al-Bashir a proibir o partido.[5] O Movimento de Libertação do Povo do Sudão-Norte formou uma aliança com as principais milícias ativas em Darfur, a Frente Revolucionária do Sudão, uma coalizão de grupos rebeldes. O grupo lidera ataques em Cordofão do Sul, Nilo Azul e novamente em Darfur.[6]

Objetivos e ideologia

[editar | editar código-fonte]

A organização defende o projeto do "Novo Sudão" e descreve-se como "um movimento nacional sudanês que procura mudar as políticas do centro em Cartum e construir um novo centro para o benefício de todo o povo sudanês, independentemente da sua religião, género ou origem étnica".[7] Entre os princípios do Movimento Popular de Libertação do Sudão que remontam à década de 1980, estão a oposição à discriminação (por "árabes" e outros) contra negros africanos.[8] Em um esforço para minimizar as divisões que há muito atormentam o Sudão, o grupo encoraja aqueles em seu território a se identificarem como nuba e não por religião ou tribo.[9]

Desde a retomada do conflito, o partido tem pedido negociações e um cessar-fogo; contudo, alguns dos seus líderes alertaram para uma potencial segunda divisão do Sudão.[10]

Grupos e facções

[editar | editar código-fonte]
MPLS-N (Agar)

A partir de 2017, a facção MPLS-N (Agar) do partido é presidida por Malik Agar e Ismael Jallab é o secretário-geral. Esta facção está representada no Conselho Soberano de Transição e apoia as Forças Armadas Sudanesas.[11]

MPLS-N (al-Hilu)

A partir de 2017, Abdelaziz al-Hilu lidera a facção MPLS-N (al-Hilu).[2] Esta facção se opõe às Forças Armadas Sudanesas e, como membro da Aliança Fundadora do Sudão, apoia a tentativa das Forças de Apoio Rápido de formar o Governo de Paz e Unidade.[12] A partir de fevereiro de 2025, o MPLS-NN (al Hilu) controla a cidade de Kauda e a área circundante.[13][14]

MPLS-N (Arman)

Em maio de 2019, Yasir Arman era o vice-presidente do MPLS-N (Agar) até que se separou 'amigavelmente' do grupo em agosto de 2022 após desentendimentos com Agar sobre o golpe de Estado de outubro de 2021, para formar a facção MPLS-N (Arman).[15]

Referências

  1. «Rebeldes iniciam ofensiva contra exército do Sudão em dois estados». Uol Noticias 
  2. a b «SPLM-N Agar warns against renewed fighting with al-Hilu in Blue Nile». Sudan Tribune. 16 de dezembro de 2017. Consultado em 19 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 19 de dezembro de 2019 
  3. «Sudan's Burhan sacks paramilitary leader as his deputy». BBC (em inglês) 
  4. «SPLM PB discusses party re-organization». SPLMToday.com (em inglês) 
  5. «In Crumbling Sudan: Dodging Bombers with the Rebels of Blue Nile - TIME». web.archive.org. 20 de outubro de 2011. Arquivado do original em 21 de outubro de 2011 
  6. International Crisis Group. Brussels (14 de Fevereiro de 2013). «Sudan's Spreading Conflict (I): War in South Kordofan - Africa Report No 198» (pdf) (em inglês) 
  7. «Sudanese presidential aide says New Sudan project "over for good"». Sudan Tribune. 3 de julho de 2017. Cópia arquivada em 31 de março de 2025 
  8. Casey, Nicholas (8 de agosto de 2024). «Inside the Mountain Stronghold of an Elusive Rebel Movement». The New York Times 
  9. Casey, Nicholas (8 de agosto de 2024). «What Is This Unusual Rebel Army in Sudan Fighting For?». New York Times 
  10. «PLA-North General warns that Sudan risks further partition». Radio Miraya 
  11. «SPLM-N Agar and Sudan Blue Nile govt defend breaking up anti-war vigil and reject 'neutrality'». Dabanga. 5 de setembro de 2023 
  12. «Sudan's RSF, allies sign charter to form parallel government, two signatories say». reuters.com. 22 de fevereiro de 2025 
  13. «Sudan SPLM-N El Hilu leader: 'We will defend our people and let the army know'». Dabanga. 22 de março de 2024 
  14. «SPLA-N Regain Ground, Push toward South Kordofan Capital». Nuba Reports. 21 de janeiro de 2015 
  15. «Agar, Arman agree on "amicable split" of SPLM-N». 19 de agosto de 2022