Movimento Popular de Libertação do Sudão - Setor Norte

Movimento Popular de Libertação do Sudão - Setor Norte (MPLS-N, em inglês: Sudan People's Liberation Movement–North, SPLM–N; em árabe: حركة الشعبية لتحرير السودان-الشمال, translit. Harakat Al-Sha'abi Li-Tahrir Al-Sudan-Al-Shamal) é um partido político e organização militante da República do Sudão. É atualmente ativo principalmente nos estados do Nilo Azul e Cordofão do Sul, onde seu braço armado, o Exército de Libertação do Povo do Sudão–Norte, está envolvido em uma insurgência ativa contra o governo sudanês.[1]
Em 2011, quando o Sudão do Sul se separou do Sudão para formar um novo país, a maior parte do Movimento de Libertação do Povo do Sudão e do seu braço armado o, Exército Popular de Libertação do Sudão, partiram, deixando unidades remanescentes do outro lado da fronteira no Sudão para formar o MPLS-N.
A organização sofreu com o faccionalismo. Duas facções, MPLS-N (Agar) e MPLS-N (al-Hilu) estiveram empenhadas em lutar entre si e contra o governo do Sudão, aproximadamente entre 2017-2019.[2] Em 2025, a facção al-Hilu estava lutando contra as Forças Armadas Sudanesas, enquanto o líder da facção Agar foi nomeado para o governo militar.[3] Uma terceira facção MPLS-N (Arman) surgiu em 2022.
História
[editar | editar código-fonte]O Movimento Popular de Libertação do Sudão - Setor Norte foi formado por indivíduos do Exército Popular de Libertação do Sudão que permaneceram no Sudão após o referendo sobre a independência do Sudão do Sul em 2011 e a instituição do governo do sul-sudanês. Assim, o Movimento de Libertação do Povo do Sudão dividiu-se em dois partidos políticos: um no norte e outro no sul.[4] Apesar do Acordo de Naivasha, conflitos de baixa intensidade continuaram na República do Sudão. O conflito com as autoridades centrais levou Omar al-Bashir a proibir o partido.[5] O Movimento de Libertação do Povo do Sudão-Norte formou uma aliança com as principais milícias ativas em Darfur, a Frente Revolucionária do Sudão, uma coalizão de grupos rebeldes. O grupo lidera ataques em Cordofão do Sul, Nilo Azul e novamente em Darfur.[6]
Objetivos e ideologia
[editar | editar código-fonte]A organização defende o projeto do "Novo Sudão" e descreve-se como "um movimento nacional sudanês que procura mudar as políticas do centro em Cartum e construir um novo centro para o benefício de todo o povo sudanês, independentemente da sua religião, género ou origem étnica".[7] Entre os princípios do Movimento Popular de Libertação do Sudão que remontam à década de 1980, estão a oposição à discriminação (por "árabes" e outros) contra negros africanos.[8] Em um esforço para minimizar as divisões que há muito atormentam o Sudão, o grupo encoraja aqueles em seu território a se identificarem como nuba e não por religião ou tribo.[9]
Desde a retomada do conflito, o partido tem pedido negociações e um cessar-fogo; contudo, alguns dos seus líderes alertaram para uma potencial segunda divisão do Sudão.[10]
Grupos e facções
[editar | editar código-fonte]- MPLS-N (Agar)
A partir de 2017, a facção MPLS-N (Agar) do partido é presidida por Malik Agar e Ismael Jallab é o secretário-geral. Esta facção está representada no Conselho Soberano de Transição e apoia as Forças Armadas Sudanesas.[11]
- MPLS-N (al-Hilu)
A partir de 2017, Abdelaziz al-Hilu lidera a facção MPLS-N (al-Hilu).[2] Esta facção se opõe às Forças Armadas Sudanesas e, como membro da Aliança Fundadora do Sudão, apoia a tentativa das Forças de Apoio Rápido de formar o Governo de Paz e Unidade.[12] A partir de fevereiro de 2025, o MPLS-NN (al Hilu) controla a cidade de Kauda e a área circundante.[13][14]
- MPLS-N (Arman)
Em maio de 2019, Yasir Arman era o vice-presidente do MPLS-N (Agar) até que se separou 'amigavelmente' do grupo em agosto de 2022 após desentendimentos com Agar sobre o golpe de Estado de outubro de 2021, para formar a facção MPLS-N (Arman).[15]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Rebeldes iniciam ofensiva contra exército do Sudão em dois estados». Uol Noticias
- ↑ a b «SPLM-N Agar warns against renewed fighting with al-Hilu in Blue Nile». Sudan Tribune. 16 de dezembro de 2017. Consultado em 19 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 19 de dezembro de 2019
- ↑ «Sudan's Burhan sacks paramilitary leader as his deputy». BBC (em inglês)
- ↑ «SPLM PB discusses party re-organization». SPLMToday.com (em inglês)
- ↑ «In Crumbling Sudan: Dodging Bombers with the Rebels of Blue Nile - TIME». web.archive.org. 20 de outubro de 2011. Arquivado do original em 21 de outubro de 2011
- ↑ International Crisis Group. Brussels (14 de Fevereiro de 2013). «Sudan's Spreading Conflict (I): War in South Kordofan - Africa Report No 198» (pdf) (em inglês)
- ↑ «Sudanese presidential aide says New Sudan project "over for good"». Sudan Tribune. 3 de julho de 2017. Cópia arquivada em 31 de março de 2025
- ↑ Casey, Nicholas (8 de agosto de 2024). «Inside the Mountain Stronghold of an Elusive Rebel Movement». The New York Times
- ↑ Casey, Nicholas (8 de agosto de 2024). «What Is This Unusual Rebel Army in Sudan Fighting For?». New York Times
- ↑ «PLA-North General warns that Sudan risks further partition». Radio Miraya
- ↑ «SPLM-N Agar and Sudan Blue Nile govt defend breaking up anti-war vigil and reject 'neutrality'». Dabanga. 5 de setembro de 2023
- ↑ «Sudan's RSF, allies sign charter to form parallel government, two signatories say». reuters.com. 22 de fevereiro de 2025
- ↑ «Sudan SPLM-N El Hilu leader: 'We will defend our people and let the army know'». Dabanga. 22 de março de 2024
- ↑ «SPLA-N Regain Ground, Push toward South Kordofan Capital». Nuba Reports. 21 de janeiro de 2015
- ↑ «Agar, Arman agree on "amicable split" of SPLM-N». 19 de agosto de 2022