Movimento de Libertação Caribenho de Antígua
Movimento de Libertação Caribenho de Antígua Antigua Caribbean Liberation Movement | |
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Líder | Tim Hector |
Fundação | 1968 |
Dissolução | 1992 |
Ideologia | Socialismo Pan-africanismo Democracia direta Jamesianismo |
Espetro político | Esquerda radical[1] |
Publicação | Outlet |
Fusão | Partido Progressista Unido |
País | Antígua e Barbuda |
Política de Antígua e Barbuda |
O Movimento de Libertação Caribenho de Antígua (em inglês: Antigua Caribbean Liberation Movement, ACLM) foi um partido político socialista radical e pan-africanista em Antígua e Barbuda.[2] O ACLM foi fundado em 1968 por Tim Hector, até então ligado ao Movimento Trabalhista Progressista. A inspiração ideológica do ACLM veio de C. L. R. James.[3]
História
[editar | editar código-fonte]O ACLM foi fundado em 1968 pelo professor Tim Hector, inicialmente com o nome "Movimento de Libertação Afro-Caribenho" (em inglês: Afro-Caribbean Liberation Movement) e inspirado pelo "Black Power". O ACLM depois alterou o seu posicionamento para um mais genericamente "Nova Esquerda", mudando em 1973 o nome para "Movimento de Libertação Caribenho de Antígua".[4]
Em 1973 o grupo Forças Jovens para a Libertação (Youth Forces for Liberation, YFL) aderiu ao ACLM; tal alterou a sua composição social - enquanto até então os ativistas do partido até então eram sobretudo intelectuais da classe média, as YFL estavam baseadas no bairro "The Point", um gueto da capital St. Jonhs, o que deu ao ACLM uma maior ligação à classe operária e aos desempregados.[5]
A partir de 1980 abandonou a sua recusa de participar em eleições, e apesar de não ter tido resultados eleitorais significativos, no principio dos anos 80 acabou por ser a principal oposição aos governos do Partido Trabalhista de Antígua, devido à desintegração do Movimento Trabalhista Progressista, passando o Outlet, o jornal do ACLM, a ser o mais lido do país.[4]
Fusão e dissolução
[editar | editar código-fonte]O Partido Progressista Unido (UPP) foi formado em 1992, pela fusão do ACLM, do Movimento Trabalhista Progressista e do Partido Democrático Nacional Unido.[6] Em fevereiro de 2002, Alister Thomas, antigo membro do ACLM e do UPP, anunciou a criação de um novo partido, o Movimento Nacional pela Mudança.
Ideologia
[editar | editar código-fonte]O ACLM apresentava inicialmente como objetivo uma "nova democracia", em que operários, agricultores, etc. participassem diretamente da gestão tanto da política como da economia.[7] Essa posição evoluiu ao longo dos anos 70 para a defesa de uma fase transitória para o socialismo, em que a democracia direta seria inicialmente a partir das aldeias, comunidades e freguesias, e a economia seria mista, com um papel dirigente do Estado, mas mantendo os sectores privado e cooperativo, e introduzindo algumas estruturas iniciais de controlo pelos trabalhadores[8]
O ACLM tinha contactos próximos com o Partido Comunista de Cuba e outros partidos de esquerda na região, como o Movimento New Jewel de Granada, e era a favor de uma "União Caribenha". No entanto Hector discordava do modelo leninista do "partido-vanguarda", preferindo o modelo de C. L. R. James com maior ênfase na organização e participação popular, e tendo criticado o governo revolucionário de Granada por ter proibido jornais oposicionistas,[9] e defendido a libertação imediata dos presos políticos; Hector também defendeu que se a revolução de Granada não significasse o estabelecimento de organizações de massas independentes e eleitas, não significaria nada.[10]
O partido também apoiava as lutas anti-apartheid na África do Sul e organizava celebrações do Dia da Libertação Africana em Antígua.[2]
Resultados eleitorais
[editar | editar código-fonte]Legislativas
[editar | editar código-fonte]Data | Votos | % | Câmara dos Representantes |
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1980[11] | 259 | 1,18% | 0 / 17 |
1989[12] | 435 | 1,96% | 0 / 17 |
Referências
- ↑ Mars, Perry (1998). Ideology and Change: The Transformation of the Caribbean Left. Col: African American life series (em inglês). Detroit: Wayne State University Press. p. 53. ISBN 9780814327692. Consultado em 27 de julho de 2020
- ↑ a b «Collection 067 - Antigua and Barbuda Anti-Apartheid Organisation : [Part 2]». The Nelson Mandela Fundation Archive (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2020
- ↑ Henry 2014
- ↑ a b Gunson, Chamberlain & Thompson 2015
- ↑ Henry 1996, p. 242-243,249
- ↑ Nohlen, Dieter (2005). Elections in the Americas: A data handbook, Volume I (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. p. 63. ISBN 978-0-19-928357-6
- ↑ Hector, Jeffers & Michael 1976, pp. 14-15, citado por Henry 1996, p. 245
- ↑ Henry 1996, pp. 256-257
- ↑ «Leonard "Tim" Hector [1942-2002]». The Grenada Revolution Online (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2020
- ↑ Quest 2007, pp. 214-215
- ↑ «Antigua and Barbuda General Election Results 1980». Caribbean Elections (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2020
- ↑ «Antigua and Barbuda General Election Results 1989». Caribbean Elections (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2020
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Gunson, Phil; Chamberlain, Greg; Thompson, Andrew (2015) [1991]. «Antigua Caribbean Liberation Movement, ACLM». The Dictionary of Contemporary Politics of Central America and the Caribbean (em inglês). Routledge. p. 10. 397 páginas. ISBN 978-1-315-63827-0. Consultado em 28 de julho de 2020
- Hector, Tim; Jeffers, Ellerton; Michael, Vincent (1976). Independence: Yes! The Old Mess: No! (em inglês). St. Johns: ACLM
- Antigua for Antiguans, Barbuda for Barbudans (em inglês). St. Johns: ACLM. 1980
- Henry, Paget (1996) [1992]. «C. L. R. James and the Antiguan Left». In: Henry, Paget; Buhle, Paul. C. L. R. James's Caribbean (em inglês) 2ª ed. Durham: Duke University Press. p. 225-262. ISBN 9780822382386
- Henry, Paget (2014). «Black Power in the Political Thought of Antigua and Barbuda». In: Quinn, Kate. Black Power in the Caribbean (em inglês). [S.l.: s.n.] doi:10.5744/florida/9780813049090.001.0001
- Love, Aaron (2007). «Review: Fanning the Flame: The Story of Tim Hector and the Caribbean New Left». Caribbean Philosophical Association. The CLR James Journal (em inglês). 13 (1): 265-270. JSTOR 26758912. doi:10.5840/clrjames200713118
- Quest, Matthew (2007). «Legislating the Caribbean General Will: The Later Political Thought of Tim Hector 1979–2002» (PDF). CLR James Journal (em inglês). 13 (1): 211–232. JSTOR 26758909. doi:10.5840/clrjames200713115. Arquivado do original (PDF) em 1 de abril 2011
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Fan the Flame, coluna de opinião de Tim Hector
- Notícia sobre o funeral de Hector
- The Grenada Revolution Online: Leonard "Tim" Hector (1942–2002)
- In Celebration of the Life of Tim Hector, Pan Africanist, Revolutionary
- The CLR James Journal, volume 8, nº 1, Inverno de 2000, número dedicado a Tim Hector
- The CLR James Journal, volume 13, nº 1, Primavera de 2007, número dedicado a Antígua e Barbuda