Museu da Marioneta

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Museu da Marioneta
Museu da Marioneta
Inauguração novembro de 2001 (22 anos)
Website www.museudamarioneta.pt
Geografia
País Portugal Portugal
Cidade Lisboa
Localidade Convento das Bernardas,
Rua da Esperança n.º 146
Coordenadas 38° 42' 29" N 9° 09' 21" O

O Museu da Marioneta encontra-se, desde Novembro de 2001, instalado no Convento das Bernardas em Lisboa, constituindo-se como o primeiro espaço museológico em Portugal inteiramente dedicado à interpretação e divulgação da história da marioneta e difusão do teatro de marionetas, percorrendo a história desta fascinante forma de arte através do mundo, apresentando os diferentes tipos de marionetas e as diversas abordagens que elas permitem, com especial relevo para a marioneta portuguesa.

O espólio do museu tem vindo a ser progressivamente alargado e diversificado, ilustrando as diferentes formas teatrais que derivam de tradições antigas ou emergem de procuras artísticas contemporâneas, explorando novas formas, novos materiais e novas técnicas. Tal alargamento só foi possível com a participação de diferentes personalidades, autores, colecionadores e marionetistas que, connosco, abraçaram este projeto, dando o seu inestimável contributo através da cedência dos seus espólios, aos quais o Museu agradece reconhecidamente.

Numa primeira fase, foi mantido o acento tônico no universo nacional, podendo-nos orgulhar de integrar uma das mais significativas e completas coleções de marionetas tradicionais portuguesas.

Desde finais de 2008, foram abertas as portas ao mundo com o acolhimento, em depósito, da excepcional e vasta coleção de marionetas e máscaras do sudeste asiático e africanas do colecionador Francisco Capelo.

Convento das Bernardas[editar | editar código-fonte]

O Museu encontra-se instalado no Convento das Bernardas, classificado como Imóvel de Interesse Público. O convento foi fundado em 1653, por concessão de D. João IV de Portugal, estando já a clausura fechada em 1655.

Por ocasião do grande terramoto de 1755 o edifício é quase completamente destruído, tendo-se iniciado a sua reconstrução em 1758, sob o risco do arquitecto Giacomo Azzolini.

Em 1786 as religiosas voltam ao convento, onde se mantêm até 1834, altura em que é decretada a extinção das Ordens Religiosas e consequente desapropriação dos seus bens.

O antigo Convento é sucessivamente arrendado, sendo adquirido em 1850 por Joaquim Lopes Câmara que aí instala um Colégio.

Sucedem-se as ocupações, desde Liceu Politécnico, a sala de cinema, de espetáculos, sede de filarmónica, sendo habitacional a sua última função.

Em 1998, estando o imóvel em profunda degradação, é adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa que procede à sua recuperação e reabilitação no início de Novembro de 1999 até Julho de 2001.

No antigo Convento foram realojadas 34 famílias, em habitações condignas e desenvolvidas em função dos agregados existentes, e instalados a colectividade de bairro, um restaurante e o referido Museu da Marioneta, apresentando-se como um espaço dinâmico, multi-funcional e dinamizador da vivência de um dos bairros mais característico da cidade.

História[editar | editar código-fonte]

O Museu foi criado em 1987 pela Companhia de Marionetas de São Lourenço que se dedicava à realização de espetáculos itinerantes pelo país e pelo estrangeiro.

Criou-se, assim, o primeiro espaço português dedicado à marioneta, desde a extinção do Teatro do Bairro Alto, em 1755, dando continuidade a uma tradição portuguesa de teatro e ópera.

A existência de uma tradição portuguesa de teatro e ópera de marionetas, muito importante na história do teatro europeu, representada pelo repertório histórico das óperas para marionetas de António José da Silva, o Judeu, e pelo repertório popular das inúmeras companhias ambulantes de bonecreiros que ao longo dos séculos percorreram o país,

A Companhia de S. Lourenço, fundado por José Alberto Gil, músico, e Helena Vaz, marionetista e artista plástica, angariou, fruto da sua atividade, diversos exemplares de marionetas que formaram o núcleo inicial do museu.

A degradação do imóvel em que se encontrava, a gestão privada do Museu e a falta de apoios ou subsídios institucionais tornou difícil a viabilidade econômica e a manutenção de um projeto que, ao longo de 13 anos, representou Lisboa no circuito internacional da marioneta.

A importância do acervo e o facto de ser o único museu deste tipo em Portugal conduziu à celebração de um acordo entre a proprietária da coleção original e a Câmara Municipal de Lisboa, através da empresa municipal EGEAC, que permitiu a manutenção deste museu e a sua transferência, em 2001, para um espaço que permite a sua fruição pública nas condições de dignidade que merece.

Em 2007/2008, o Museu da Marioneta sofreu obras de requalificação e ampliação, ao abrigo de uma candidatura ao POC-Programa Operacional de Cultura, que permitiu a criação de condições adequadas à realização de exposições e espetáculos, a ampliação do circuito expositivo permanente, a instalação da loja num novo espaço, maior e mais adequado ao acolhimento dos visitantes, entre outras beneficiações de carácter mais técnico.

Doadores[editar | editar código-fonte]

  • Francisco Capelo
  • Grupo de Teatro d' A Barca
  • Chagas Ramos
  • Maria Adelaide Pássaro
  • Maria Cândida Trindade
  • S.A. Marionetas
  • Ildeberto Gama
  • Delphim Miranda
  • Mestre Filipe
  • Nuno Bernardo
  • Carlos Bonina Moreno
  • Maria José Delgado

Ligações externas[editar | editar código-fonte]