Nemobius sylvestris
Grilo-do-bosque | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
'Nemobius sylvestris' (Bosc, 1792)
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Nemobius sylvestris[1][2], comummente conhecido como grilo-do-bosque[3][4] ou grilo-florestal[5][6], é uma espécie de grilo rasteiro, que canta durante todo o ano[3] e que pertencente à família dos Grilídeos. É uma espécie nativa da Europa Ocidental e Norte da África.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Do que toca ao nome científico:
- O nome genérico, Nemobius, é um termo neolatino[7], resulta da aglutinação dos étimos latino nĕmŭs[8], que significa «bosque» ou «prado»[9], com o étimo grego bios (βίος), que significa «vida; com vida»[10].
- O epíteto específico, sylvestris,[11] por seu turno, provém do latim clássico silvestris, que significa «silvestre; selvagem; florestal».[12]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Trata-se de um insecto de pequenas dimensões, de coloração castanho-escura, que vive no solo, na manta morta de folhas da submata dos bosques[13]. Apresenta semelhanças com os gafanhoto, ostentando longas antenas, finas como fios.[14] Pode atingir até cerca de 1 centímetro de comprimento.[14]
Há dimorfismo sexual nesta espécie, o que se evidencia no que toca às asas frontais que, são bastante extensas nos machos, podendo estender-se até meio do abdómen, ao passo que nas fêmeas são extremamente reduzidas, resumindo-se a meras protuberâncias arredondadas.[14] Tendo dito isto, vale notar que esta espécie não voa, pelo que nem os machos, nem as fêmeas, possuem asas traseiras.[14] Por seu turno, as fêmeas também se destacam por possuírem um longo ovipositor na ponta do abdómen. [15]
Distribuição
[editar | editar código-fonte]O grilo-do-bosque é nativo do continente europeu, abrangendo territórios na Europa Ocidental, Central e Meridional, Córsega e marcando presença, também, no Norte de África, em territórios como a Argélia e Marrocos. [16] [14]
Portugal
[editar | editar código-fonte]A espécie marca presença em diversas regiões do litoral português, no que toca a Portugal Continental[4][2], onde é uma espécie autóctone, encontrando-se também presente no arquipélago dos Açores, nomeadamente nas ilhas de São Miguel e na Terceira, onde é uma espécie naturalizada.[17]
Habitat
[editar | editar código-fonte]O habitat natural desta espécie são as orlas de bosques e as clareiras de florestas, privilegiando os matagais de carvalhos, faias, aveleiras e azevinhos.[5]
Esta espécie medra na manta morta, formada pelas folhas caídas das sobreditas espécies de árvores[3], preferindo espaços quentes e com boa exposição solar.
Ecologia
[editar | editar código-fonte]Os grilos-do-bosque vivem por entre as folhas em decomposição, das quais, por sinal, se alimentam. Também se podem nutrir dos fungos que crescem na manta morta das folhas caídas. [18] Quando o tempo aquece o suficiente, os machos grilam, quer durante o dia, quer durante a noite, sendo que o seu canto se assemelha a um murmúrio ou ao restolhar das folhas.[3]
Esta espécie deposita os ovos na manta morta durante o final do Verão e o início do Outono.[15] Os ovos ou ninfas, passam o Inverno a hibernar, sendo que os juvenis só amadurecem até ao estado de adultos durante a Primavera. [16]
Ao contrários de outras espécies do seu género, os grilos-do-bosque têm uma longevidade que pode chegar até aos dois anos.
Por não voarem, têm uma capacidade de dispersão limitada.[19] Os machos são aqueles que têm maior capacidade de dispersão, havendo registos de espécimes que se afastaram até 55 metros, para lá da orla florestal, contudo as fêmeas e as ninfas não se costumam dispersar para tão longe. [19]
Referências
- ↑ «ADW: Nemobius sylvestris: CLASSIFICATION». animaldiversity.org. Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ a b «Nemobius sylvestris | Página de Espécie • Naturdata - Biodiversidade em Portugal». Naturdata - Biodiversidade em Portugal. Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ a b c d «Será que os grilos cantam mais no verão? E todos os grilos cantam?». Jardim Gulbenkian. Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ a b Costa, José Maria (2021). Parque Ecológico Urbano — Reencontro com a natureza. Viana do Castelo: Câmara Municipal de Viana do Castelo. p. 87. 100 páginas. ISBN 978-972-588-327-3
- ↑ a b Guimarães de Oliveira, Joana Maria (2021). Descobrir e preservar o Património Cultural e Natural de Viana do Castelo - proposta didática para alunos do 3.º e 4.º (PDF). Viana do Castelo: Instituto Politécnico de Viana do Castelo. p. 47. 160 páginas
- ↑ Gomes, Pedro (2017). Escola da Natureza: Catálogo Didático - Rede Natura 2000 de Viana do Castelo. Viana do Castelo: Câmara Municipal de Viana do Castelo. p. 66. 116 páginas. ISBN 978-972-588-263-4
- ↑ «Definition of NEMOBIUS». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ «nĕmŭs - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ «nemus - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ «βίος - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ «sylvestris - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ «Silvestris | ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ «Será que os grilos cantam mais no verão? E todos os grilos cantam?». Jardim Gulbenkian. Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ a b c d e Cousteaux, Gilbert; Cousteaux, Julien (2003). «Les grillons» (PDF). Insectes (em francês). Consultado em 2 Dezembro 2017
- ↑ a b «Wood cricket (Nemobius sylvestris)». Woodland Education Centre. Consultado em 2 Dezembro 2017
- ↑ a b «Nemobius sylvestris (Bosc, 1792)». Orthoptera and their ecology. Consultado em 2 Dezembro 2017
- ↑ «Nemobius sylvestris (Bosc, 1792) | Portal de la Biodiversidad de las Azores». azoresbioportal.uac.pt. Consultado em 5 de agosto de 2023
- ↑ «Wood cricket (Nemobius sylvestris)». Woodland Education Centre. Consultado em 2 Dezembro 2017
- ↑ a b Brodwers, Niels C.; Newton, Adrian C.; Bailet, Sallie (2011). «The dispersal ability of wood cricket (Nemobius sylvestris) (Orthoptera: Gryllidae) in a wooded landscape». European Journal of Entomology. 108 (1): 117–125. doi:10.14411/eje.2011.015