Saltar para o conteúdo

Oleaceae

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaOleaceae
Olival maturo (Olea europaea subsp. europaea) na Umbria, Itália.
Olival maturo (Olea europaea subsp. europaea) na Umbria, Itália.
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Tracheophyta
Clado: Angiosperms
Clado: Eudicots
Clado: Asterids
Subclasse: Asteridae
Ordem: Lamiales
Família: Oleaceae
Hoffmanns. & Link
Tribos
Sinónimos[2]
Azeitonas, o fruto de uma oliveira.
Oliveira (Olea europaea) com frutos verdes.
Fruto de Oleaceae (género Chionanthus).
Flor do género Jasminum
Nyctanthes arbor-tristis (ilustração).
Ramo com folhas e inflorescência do ligustro-comum (Ligustrum vulgare).

Oleaceae é uma família de plantas com flor, da ordem Lamiales,[3] que agrupa cerca de 620-700 espécies de arbustos, árvore e algumas lianas, com flores frequentemente numerosas e muito perfumadas,[4] repartidas por 25-28 géneros, um dos quais recentemente extinto.[5] A família tem uma distribuição subcosmopolita, que vai desde a região subártica até às partes mais meridionais da África, Austrália e América do Sul. A família inclui espécies bem conhecidas e de grande importância económica, como a oliveira, o freixo, o jasmim e várias plantas ornamentais populares, incluindo o ligustro, a forsythia, a chionanthus e o lilás.[6]

Descrição

[editar | editar código]

A família Oleaceae, cujo nome deriva do latim "olea" ou "oliva" e do grego "elaia" = óleo, é uma família de angiospermas que agrupa espécies cujo hábito pode ser do tipo arbusto, árvore ou liana, sendo as oliveiras, o lilás e o jasmim os seus mais conhecidos representantes. A família Oleaceae é um grupo monofilético com base em análises filogenéticas e morfológicas.[7][8]

A família Oleaceae é um clado divergente dentro da ordem Lamiales. A maioria das espécies da ordem Lamiales apresenta flores bilabiadas, nas quais o tubo da corola possui dois lobos que são formados pelas duas pétalas superiores e três inferiores, o que lhes cofere um carácter marcadamente zigomórfico. Também apresentam quatro estames, sendo dois longos e dois curtos. Porém, as Oleaceae possuem flores actinomórficas (com simetria radial), com quatro pétalas e estames reduzidos a apenas dois. As Oleaceae foram frequentemente incluídas numa ordem própria por serem muito diferentes das outras famílias de Lamiales, sendo essa ordem denominada Oleales.[7]

A família Oleaceae pode ser dividida, do ponto de vista morfológico, em dois agrupamentos taxonómicos distintos: Jasminoideae e Oleoideae. Em Jasminoideae, há presença de óvulos eretos por lóculo e de quatro a doze pétalas, sendo, além disso, um grupo parafilético. Já em Oleoideae há dois óvulos pêndulos, quatro pétalas e presença de glicosídeos de flavonas, características essas que tornam o grupo monofilético.[7] Nas recentes classificações de base filogenética, a divisão em subfamílias foi abandonada, optando-se antes pela divisão em tribos.

Morfologia

[editar | editar código]

Os membros da família Oleaceae caracterizam-se por serem plantas lenhosas, principalmente árvores e arbustos, e algumas lianas (trepadeiras lenhosas).[9] Alguns dos arbustos são escandentes, subindo por entre outra vegetação. Estas espécies crescem de forma independente, eretas ou trepadeiras. No género Jasminum, os rebentos enrolam-se no sentido anti-horário. O crescimento secundário em espessura ocorre a partir de um anel de câmbio convencional.[9] Existem tricomas complexos, geralmente escamiformes em forma de escudo (peltados); podem existir pelos glandulares (indumento).[9] O ritidoma apresenta lenticelas. Os botões vegetativos apresentam escamas protetivas.[9] São espécies geralmente ricas em glicosídeos fenólicos.

As folhas, divididas em pecíolo e limbo,[9] são geralmente de filotaxia oposta, simples ou pinadas (no eixo da ráquis os folíolos são dispostos alternadamente) ou compostas trifoliadas (ternadas, pecíolo com três ou mais de três folíolos impares), com as margens das folhas serrilhadas, dentadas ou inteiras.[9] A nervação é peninérvea (nervura primária única seguida de nervuras secundárias). Não apresentam estípulas.[9][10]

Apesar da família ser caracterizada por folhas opostas, embora raramente, ocorrem disposições alternadas ou verticiladas, com algumas espécies de Jasminum apresentando uma configuração espiralada.[11] As folhas são bifaciais, apresentando diferenciação dorsiventral. Os estômatos, geralmente anomocíticos, encontram-se principalmente na parte inferior da folha.[9] São observadas domácias em certos táxons. As folhas podem ser caducas ou perenes, com espécies perenes predominando em regiões temperadas e tropicais quentes, e espécies caducifólias predominando em regiões mais frias.

As flores ocorrem em inflorescências terminais ou axilares, com estruturas muito diferentes (cimosas, paniculadas, racemosas, umbeliformes ou em cachos),[9] mas pode estar reduzidas a uma flor solitária, em posição terminal ou axilar.[7] As plantas são na maioria das vezes hermafroditas, mas às vezes poligamo-monoicas.

Diagrama floral de A: Syringa vulgaris, B/C: Jasminum humile sin.: Jasminum pubigerum, D: Jasminum odoratissimum.

As flores são geralmente hermafroditas, raramente unissexuais (apenas com o androceu ou o gineceu presente na flor), podendo ser monoicas, dioicas ou subdioicas, dependendo da espécie.[9][10] Apresentam simetria radial (actinomórficas) e são frequentemente perfumadas. Geralmente tem quatro sépalas e pétalas conatas (quando as partes de um mesmo verticilo, pétalas ou sépalas, estão fundidas), também são imbricadas com a porção central dos lobos encontrando-se. O cálice e a corola, quando presentes, são gamosépalos e gamopétalos, respetivamente, com os seus lóbulos connatos, pelo menos na base.

As flores, frequentemente perfumadas, são geralmente radialmente simétricas, na maioria das vezes com quatro pétalas e, na maioria das vezes, com invólucro floral duplo (ocasionalmente, todas as pétalas têm a mesma forma). As quatro (raramente nenhuma ou até 16) sépalas ocorrem em pares ou são todas tubulares ou, raramente, quase livres. As quatro, raramente nenhuma (em Nestegis, Forestiera e Fraxinus, géneros que são polinizadas pelo vento) ou até 16 pétalas são geralmente fundidas. Apenas o verticilo interno de estames está presente: raramente são quatro, geralmente apenas dois estames férteis. Estes estamos são livres entre si ou podem estar fundidos com os pétalas.[9] Por vezes, nenhum filamento é visível, as anteras são então sésseis.[9] As anteras, dorsifixas ou basifixas, abrem-se por uma fenda longitudinal e não possuem apêndices.[9]

O androceu tem dois estames, inseridos no tubo da corola e alternando com os lóbulos desta, com filetes fundidos com a corola (adnatos), grãos de pólen tricolpados (três poros que ocorrem no pólen de dicotiledóneas). O gineceu consiste num pistilo composto com dois carpelos conatos com dois estigmas bilobados ou capitados. O ovário é súpero com dois lóculos, com dois óvulos (às vezes 4, raramente muitos) por lóculo, com tegumento e megasporângio de parede fina. A placentação é axial.[7]

Apresentam geralmente disco nectarífero, que quando presente circunda a base do ovário, com glândulas produtoras de néctar que usualmente se localizam próximo à base do androceu ou gineceu.

Os frutos podem ser do tipo cápsula loculicidas, sâmara (frequentemente aladas), baga ou drupa.[9][10] Endosperma presente ou ausente. Na reprodução corre tanto polinização cruzada como a autopolinização, dependendo da sexualidade da flor (bissexuada ou unissexuada).[7] Os frutos contêm apenas uma a quatro sementes.[9][10] Se as sementes possuírem endosperma, então são oleosas. O embrião, reto e sem clorofila, possui duas folhas germinativas (cotilédones) e uma radícula voltada para cima ou para baixo.

O número cromossómico básico é x = 10, 11, 13, 14, 23 ou 24.[9]

A característica óbvia que distingue a família Oleaceae e a sua família irmã, as Carlemanniaceae, de todas as outras, é o facto de, embora as flores sejam actinomórficas, o número de estames ser reduzido a dois.

Fitoquímica

[editar | editar código]

Os tecidos dos membros da família Oleaceae são geralmente ricos em alcalóides. Em quatro géneros foram detetados verbascosídeos. Podem estar presentes saponinas e flavonóis (quercetina e/ou kaempferol). Está quase sempre presente ácido ursólico.[9]

Muitos membros da família são economicamente significantes. A oliveira (Olea europaea) é economicamente muito importante pelo seu fruto e pelo azeite extraído dele, sendo uma das principais culturas da região europeia e norte-africana do Mediterrâneo.

Os freixos (Fraxinus) são valorizados pela sua madeira resistente e como árvores de somra e para paisagismo. As forsythias, lilases, jasmins, ligustros, e outras espécies de flores abundantes e fragrantes, são valorizadas como plantas ornamentais em jardins e em paisagismo. Pelo menos duas espécies de jasmim são a fonte de um óleo essencial e as suas flores são frequentemente adicionadas ao chá.

Espécies dos géneros Fraxinus e Forsythia também são usados como plantas medicinais.

Sistemática e filogenia

[editar | editar código]
Tribo Jasmineae: Habito, folhas e flores de Jasminum azoricum.
Tribo Fontanesieae: Fontanesia fortunei.
Tribo Forsythieae: Forsythia viridissima.
Tribo Myxopyreae: Folhas e frutos de Myxopyrum smilacifolium.
Tribo Oleeae Subtribus Schreberinae: Inflorescência de Schrebera alata.
Tribo Oleeae Subtribus Fraxininae: Fraxinus sieboldiana.
Tribo Oleeae Subtribus Oleinae: Ramo com folhas e flores de Osmanthus heterophyllus.

Taxonomia e diversidade

[editar | editar código]

A família Oleaceae foi descrita em 1809 por Johann Centurius von Hoffmannsegg e Johann Heinrich Friedrich Link na sua obra intitulada Flore portugaise ou description de toutes les ..., vol. 1, p. 62.[12] O género tipo é Olea L., as oliveiras.[12] São sinónimos taxonómicos para Oleaceae Hoffmanns. & Link nom. cons os seguintes: Bolivariaceae Griseb., Forestieraceae Meisn., Fraxinaceae Vest, Jasminaceae Juss., Lilacaceae Vent. nom. illeg., Nyctanthaceae J.Agardh e Syringaceae Horan.[1]

As classificações recentes já não reconhecem subfamílias, mas a família está dividida em cinco tribos.[5] A singularidade de cada tribo foi fortemente comprovada em estudos de filogenética molecular, mas as relações entre as tribos só foram esclarecidas em 2014.[13] A árvore filogenética para Oleaceae é um grau 5 que pode ser representado como {Myxopyreae [Forsythieae (Fontanesieae <Jasmineae + Oleeae>)]}.

Os principais centros de diversidade da família Oleaceae estão no Sudeste Asiático e na Austrália.[14] Thá também um número significativo de espécies na África, na China,[15] e na América do Norte.

Nos trópicos, a família está representada numa grande variedade de habitats, desde florestas secas de baixa altitude até às florestas de montanha e às florestas de nuvens. Na família Oleaceae, a dispersão de sementes é quase inteiramente feita pelo vento ou pos animais. No caso de os frutos serem bagas, a espécie é dispersa principalmente por aves. Os frutos dispersos pelo vento são sâmaras.

Algumas das obras mais antigas reconhecem até 29 géneros na família Oleaceae.[16] Hoje, a maioria dos autores reconhece pelo menos 25, mas esse número irá mudar, pois recentemente comprovou-se que alguns desses géneros são polifiléticos.

As estimativas do número de espécies na família Oleaceae variam entre 600 e 900. A maior parte da discrepância no número de espécies deve-se ao género Jasminum, que conta com apenas 200 espécies,[11] mas para o qual até 450 espécies foram consideradas validamente descritas.[17]

Apesar da escassez de registos fósseis e da imprecisão da datação por relógio molecular, é evidente que a família Oleaceae é uma família antiga que se disseminou amplamente no início da sua história. Acredita-se que alguns dos géneros sejam populações relíquia que permaneceram inalteradas durante longos períodos devido ao isolamento imposto por barreiras geográficas, como as áreas de baixa altitude que separam os picos das montanhas.

Sistemática

[editar | editar código]

Carl Linnaeus nomeou oito dos géneros da família Oleaceae em 1753, na sua obra Species Plantarum.[18] Linnaeus não designou o que hoje conhecemos como famílias de plantas, mas colocou os seus géneros em grupos artificiais para fins de identificação. Após o trabalho de Linnaeus, foram utilizados nomes para grupos que incluíam os géneros de Oleaceae, mas nenhum deles era uma publicação válida do nome da família Oleaceae. Por exemplo, Antoine Laurent de Jussieu, na sua obra Genera Plantarum, de 1789, colocou aqueles géneros numa ordem a que chamou Jasmineae.[19]

Em 1809, numa flora de Portugal, Johann Centurius Hoffmannsegg e Johann H.F. Link descreveram, no nível taxonómico de família, um grupo ao qual deram o nome de «Oleinae».[20][21] Aquela descrição é agora considerada como o estabelecimento do que hoje conhecemos como Oleaceae.[22]

A última revisão da família Oleaceae foi publicada em 2004 numa série intitulada As Famílias e Gêneros das Plantas Vasculares (The Families and Genera of Vascular Plants). Desde então, trabalhos de filogenética molecular demonstraram que a próxima revisão da família Oleaceae deverá incluir mudanças substanciais na circunscrição taxonómica dos géneros.

A família Oleaceae está intimamente relacionada com a pequena família indo-malesiana Carlemanniaceae. Estas duas famílias formam o segundo clado mais basal da ordem Lamiales, depois da Plocospermataceae.[23] As famílias Plocospermataceae, Carlemanniaceae, Oleaceae e Tetrachondraceae formam um grupo polifilético conhecido como Lamiales basais, que contrasta com as Lamiales nucleares monofiléticas.[13]

Filogenia

[editar | editar código]

A Oleaceae é uma das poucas famílias importantes de plantas para as quais nunca foi realizado um estudo filogenético molecular com amostras adequadas. O único estudo de sequência de DNA de toda a família analisou 76 espécies para dois loci não codificantes do cloroplasto, rps16 e trnL–F. Pouco se determinou neste estudo, em grande parte porque a taxa de mutação no genoma do cloroplasto das Oleaceae é muito baixa em comparação com a da maioria das outras famílias de angiospermas.[24]

Além disso, a família é conhecida pela incongruência entre filogenias baseadas em plastídeos e ADN nuclear. A causa mais provável dessa incongruência é a evolução reticulada resultante da generalizada hibridização que ocorre neste grupo de plantas.[25]

A delimitação dos géneros em Oleaceae sempre foi especialmente problemática. Alguns estudos recentes de pequenos grupos de géneros filogeneticamente próximos mostraram que alguns dos géneros não são monofiléticos. Por exemplo, no género Olea a secção Tetrapilus é separada do resto de Olea. É um grupo distinto de 23 espécies e foi nomeado como um género, Tetrapilus, por João de Loureiro em 1790.[26]

Há muito que se suspeita que o género Ligustrum tenha origem no género Syringa, o que foi confirmado numa comparação cladística de genes cloroplásticos selecionados.[27]

O género Osmanthus é composto por pelo menos três linhagens distintas cujos parentes mais próximos não são outras linhagens de Osmanthus.[28]

O género Chionanthus é altamente polifilético, com as suas espécies espalhadas pela árvore filogenética da subtribo Oleinae. As espécies africanas deste géneros estão mais próximas de Noronhia do que da sua espécie-tipo, a norte-americana Chionanthus virginicus. As suas espécies malgaxes estão filogeneticamente dentro de Noronhia e serão formalmente transferidas para este género.[25]

A monofilia do género Nestegis é bastante questionável, mas poucos dos seus parentes mais próximos foram incluídos em estudos filogenéticos.

Os seguintes 29 géneros extantes são reconhecidos na família Oleaceae.[29] O género Linociera não está incluído, embora alguns autores continuem a reconhecê-lo. O género Linociera não é fácil de distinguir do género Chionanthus, principalmente porque este último é comprovadamente polifilético e não está claramente definido. Os géneros existentes incluem Cartrema, que foi ressuscitada em 2012.[30]

Sistémica interna e distribuição

[editar | editar código]

Os cerca de 25 géneros com aproximadamente 600 espécies estão espalhadas por todos os continentes e zonas climáticas, desde as regiões temperadas até aos trópicos. Na China existem dez géneros com 160 espécies, das quais 95 são exclusivas desse país. A China é o centro de diversidade de espécies dos géneros Forsythia, Syringa, Osmanthus e Ligustrum.[31]

A família Oleaceae é dividida em cinco tribos e quatro subtribos e contém 25 a 28 géneros,[1][32] com cerca de 600[33] (400 a 900) espécies:[34][33]

    • Subtribo Ligustrinae: Contém apenas dois géneros:
      • Ligustrum L.): As cerca de 45 espécies estão distribuídas em regiões temperadas a tropicais da Eurásia, Norte de África e Austrália, sendo neófitas na América do Norte.[34]
      • Syringa L.: As cerca de doze espécies são originárias do sudeste da Europa até ao Himalaia e ao Japão; uma espécie é neófita na América do Norte.[34]
    • Subtribo Schreberinae Wallander & V.A.Albert: Contém apenas dois géneros:[32][33]
      • Comoranthus Knobl.: Das três espécies, duas ocorrem em Madagáscar e uma em Mayotte.[34]
      • Schrebera Roxb.: As cerca de oito espécies estão distribuídas na África tropical e meridional, desde a Índia até Bornéu, em Madagáscar e no noroeste do Peru.[34]
    • Subtribo Fraxininae Wallander & V.A.Albert: Contém apenas um género:[32][33]
      • Fraxinus L.: As cerca de 50 espécies estão distribuídas principalmente em regiões temperadas e subtropicais do hemisfério norte.
    • Subtribo Oleinae Wallander & V.A.Albert: Contém 13[32] a 15[33] géneros:
      • Cartrema Raf. (sin.: Amarolea Small, Olea sect. Leiolea Spach, Osmanthus sect. Leiolea (Spach) P.S.Green, Osmanthus subg. Amarolea (Small) Tzvelev): As cerca de seis espécies reconhecidas desde 2015 estão distribuídas desde o leste dos EUA até Honduras e desde Assam até ao sul da China e Sumatra.[37][38][34]
      • Chengiodendron C.B.Shang, X.R.Wang, Yi F.Duan & Yong F.Li: SFoi criada em 2020. As três espécies estão distribuídas desde Assam, passando pela Indochina, até à China, Taiwan e as ilhas Ryūkyū.[39][34]
      • Chionanthus L.: As 80 a 141 espécies estão distribuídas desde os EUA até à América tropical e subtropical e desde a Ásia tropical e subtropical até ao Japão e às ilhas do sudoeste do Pacífico.[34]
      • Forestiera Poir.: As cerca de 21 espécies estão amplamente distribuídas desde os Estados Unidos até ao Panamá, nas Caraíbas e no Equador.[34]
      • Haenianthus Griseb.: As três espécies ocorrem nas ilhas caribenhas de Cuba, Hispaniola, Jamaica e Porto Rico.[34]
      • Hesperelaea A.Gray: A única espécie:
        • Hesperelaea palmeri A.Gray, Foi recolhida em 1875 na parte oriental da ilha de Guadalupe, pertencente ao México, a oeste da Baixa Califórnia, e descrita pela primeira vez no ano seguinte; desde então, não foi mais encontrada e é considerada extinta.[34]
      • Nestegis Raf.: Das cerca de cinco espécies, quatro ocorrem na Nova Zelândia e nas ilhas Norfolk, e uma espécie ocorre no Havaí.[34]
      • Noronhia Stadtm. ex Thouars: As cerca de 93 espécies ocorrem na África tropical e meridional e nas ilhas do Oceano Índico ocidental.[34]
      • Notelaea Vent.: As cerca de doze espécies estão distribuídas pelo leste e sudeste da Austrália, incluindo a Tasmânia.[34]
      • Olea L. (sin.: Enaimon Raf., Leuranthus Knobl., Steganthus Knobl., Stereoderma Blume, Tetrapilus Lour.): As cerca de 34 espécies estão amplamente distribuídas no Velho Mundo, na região do Mediterrâneo e do Norte de África, passando pela África tropical até à África Austral, no Sul da Ásia, no Leste da Austrália e na Nova Caledónia.
      • Osmanthus Lour. (sin.: Pausia Raf., Siphonosmanthus Stapf): As cerca de 29 espécies estão distribuídas desde a Turquia até ao Himalaia e à região subtropical do Sudeste Asiático, passando pelo Japão e pela Nova Caledónia.[34][37][39]
      • Phillyrea L.: As duas únicas espécies estão distribuídas pela região do Mediterrâneo, desde o Norte de África até à Ásia Ocidental.[34]
      • Picconia DC.: Contém duas espécies na Macaronésia:
      • Priogymnanthus P.S.Green: As apenas três espécies estão distribuídas desde o Equador até ao nordeste da Argentina.[34]
      • Tetrapilus Lour. (sin.: Olea subgenus Tetrapilus, Pachyderma Blume, Picricarya Dennst.): Foi reativada em 2020 com o estatuto de género e, desde então, inclui as espécies do antigo subgénero Olea subgénero Tetrapilus. As cerca de 23 espécies estão distribuídas por regiões subtropicais a tropicais, desde o subcontinente indiano até à Indochina e China, passando pela Malésia.[34][33][40]

Distribuição no Brasil

[editar | editar código]

As Oleáceas são amplamente distribuídas em regiões tropicais a temperadas do mundo. São nativas do Brasil, porém não são endêmicas. Seus domínios fitogeográficos no Brasil são: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. A distribuição geográfica no Brasil ocorre nas seguintes regiões:[41]

  • Norte: Amazonas, Tocantins;
  • Nordeste: Bahia, Ceará, Maranhão;
  • Centro-oeste: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso;
  • Sudeste: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo;
  • Sul: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina.

Gêneros presentes no Brasil

[editar | editar código]

Os gêneros da família das Oleaceae são: Abeliophyllum, Adelia, Bolivaria, Chionanthus, Comoranthus, Cylindria, Dimetra, Fontanesia, Forestiera, Forsythia, Fraxinus, Haenianthus, Hesperelaea, Jasminum, Ligustrina, Ligustrum, Linociera, Mayepea, Menodora, Myxopyrum, Nestegis, Noronhia, Notelaea, Nyctanthes, Olea, Osmanthus, Pausia, Phillyrea, Picconia, Priogymnanthus, Schrebera, Syringa.[42]

Destes, três gêneros são nativos do Brasil, sendo Chionanthus e duas espécies raras pertencentes aos géneros Menodora e Pryogymnanthus.[43]

Espécies brasileiras

[editar | editar código]

As espécies presentes no Brasil são: Chionanthus crassifolius (Mart.) P.S.Green, Chionanthus ferrugineus (Gilg) P.S.Green, Chionanthus filiformis (Vell.) P.S.Green, Chionanthus fluminensis (Miers) P.S.Green, Chionanthus greenii Lombardi, Chionanthus implicatus (Rusby) P.S.Green, Chionanthus micranthus (Mart.)Lozano & Fuertes, Chionanthus parviflora Cornejo, Lombardi & W. Thomas, Chionanthus subsessilis (Eichler) P.S.Green, Chionanthus tenuis P.S.Green, Chionanthus trichotomus (Vell.) P.S.Green, Menodora integrifolia (Cham. & Schltdl.)Steud, Priogymnanthus hasslerianus (Chodat) P.S.Green e Priogymnanthus saxicolus Lombardi.

Importância econômica no Brasil

[editar | editar código]

As oliveiras (Olea europaea) fornecem frutos como alimento, óleo de cozinha e azeite. Tendo como principais produtores nessas áreas países como Espanha, Itália, Egito, Turquia e Grécia. Já o Brasil não apresenta muita área de plantio e nem de produção. Gêneros como Fraxinus são utilizadas para comércio de madeira. E Jasminum, Syringa e Noronhia são exemplos de plantas ornamentais.[44]

Referências

[editar | editar código]
  1. a b c «Oleaceae». Agricultural Research Service (ARS), United States Department of Agriculture (USDA). Germplasm Resources Information Network (GRIN) 
  2. Listado de sinónimos de Oleaceae. [1].
  3. Angiosperm Phylogeny Group (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III». Botanical Journal of the Linnean Society. 161 (2): 105–121. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.xAcessível livremente. hdl:10654/18083Acessível livremente 
  4. Vernon H. Heywood, Richard K. Brummitt, Ole Seberg, and Alastair Culham. Flowering Plant Families of the World. Firefly Books: Ontario, Canada. ISBN 978-1-55407-206-4.
  5. a b Peter S. Green. 2004. "Oleaceae". pages 296-306. In: Klaus Kubitzki (editor) and Joachim W. Kadereit (volume editor). The Families and Genera of Vascular Plants volume VII. Springer-Verlag: Berlin; Heidelberg, Germany. ISBN 978-3-540-40593-1
  6. Anthony Huxley, Mark Griffiths, and Margot Levy (1992). The New Royal Horticultural Society Dictionary of Gardening. The Macmillan Press,Limited: London. The Stockton Press: New York. ISBN 978-0-333-47494-5 (set).
  7. a b c d e f Judd, W.S. (2009). Sistemática Vegetal: um Enfoque Filogenético. Porto Alegre: Artmed. p. 632 
  8. «Oleaceae Hoffmanns. & Link, nom. cons.». Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. 17 de janeiro de 2003. Consultado em 10 de abril de 2009. Cópia arquivada em 6 de maio de 2009 
  9. a b c d e f g h i j k l m n o p q Die Familie Oleaceae bei The families of flowering plants ... bei DELTA von L. Watson und M. J. Dallwitz.
  10. a b c d e «Oleaceae». Tropicos. Missouri Botanical Garden. 42000297 
  11. a b Peter S. Green and Diana Miller. 2009. The Genus Jasminum in Cultivation. Royal Botanic Gardens, Kew. ISBN 978-1-84246-011-5.
  12. a b «Oleaceae». Tropicos. Missouri Botanical Garden. 42000297 
  13. a b Refulio-Rodriguez, Nancy F.; Olmstead, Richard G. (2014). «Phylogeny of Lamiidae». American Journal of Botany. 101 (2): 287–299. PMID 24509797. doi:10.3732/ajb.1300394 
  14. Armen L. Takhtajan (Takhtadzhian). Flowering Plants second edition (2009). Springer Science+Business Media. ISBN 978-1-4020-9608-2 (print) ISBN 978-1-4020-9609-9 (eBook). doi:10.1007/978-1-4020-9609-9
  15. Mei-chen Chang, Lien-ching Chiu, Zhi Wei, and Peter S. Green. 1996. "Oleaceae" pages 272-319. In: Wu Zhengyi, Peter H. Raven, and Hong Deyuan (editors). 1994 onward. Flora of China vol. 15: Myrsinaceae – Loganiaceae. Science Press: Beijing, China; and Missouri Botanical Garden Press: St. Louis, MO, USA. ISBN 978-0-915279-37-1(vol. 15) ISBN 978-0-915279-34-0 (set).
  16. Flora ornamental española, VI (Araliaceae – Boraginaceae) Arquivado em 2016-03-02 no Wayback Machine, 2010.
  17. David J. Mabberley. 2008. Mabberley's Plant-Book third edition (2008). Cambridge University Press: UK. ISBN 978-0-521-82071-4.
  18. Carolus Linnaeus (Carl von Linné). 1753. Species Plantarum, 1st edition, vol. 1, pages 6-9. Holmiae: Impensis Laurentii Salvii (Lars Salvius). (Uma fac-símile com uma introdução de William T. Stearn foi publicada pela Ray Society em 1957).
  19. Antoine Laurent de Jussieu. 1789. "ORDO IV Jasmineae" pp. 104-106. In: Genera plantarum :secundum ordines naturales disposita, ....
  20. Oleaceae in International Plant Names Index.
  21. Johann Centurius von Hoffmannsegg and Johann H.F. Link. 1809. Flore Portugaise ou description de toutes des plantes ... 1:62.
  22. James L. Reveal. 2008 onward. "A Checklist of Family and Suprafamilial Names for Extant Vascular Plants." At: Home page of James L. Reveal and C. Rose Broome.
  23. Peter F. Stevens (2001 onwards). "Oleaceae" At: Angiosperm Phylogeny Website. At: Botanical Databases At: Missouri Botanical Garden Website.
  24. Wallander, Eva; Albert, Victor A. (2000). «Phylogeny and classification of Oleaceae based on rps16 and trnL-F sequence data». American Journal of Botany. 87 (12): 1827–41. JSTOR 2656836. PMID 11118421. doi:10.2307/2656836 
  25. a b Hong-Wa, Cynthia; Besnard, Guillaume (2013). «Intricate patterns of phylogenetic relationships in the olive family as inferred from multi-locus plastid and nuclear DNA sequence analyses: a close-up on Chionanthus and Noronhia (Oleaceae)".». Molecular Phylogenetics and Evolution. 67 (2): 367–378. Bibcode:2013MolPE..67..367H. PMID 23415987. doi:10.1016/j.ympev.2013.02.003 
  26. Tetrapilus no International Plant Names Index.
  27. Li, Jianhua; Goldman-Huertas, Benjamin; DeYoung, Jeffrey; Alexander III, John (2012). «Phylogenetics and Diversification of Syringa Inferred from Nuclear and Plastid DNA Sequences». Castanea. 77 (1): 82–88. doi:10.2179/11-016 
  28. Guo, Shi-Quan; Xiong, Min; Ji, Chun-Feng; Zhang, Zhi-Rong; Li, De-Zhu; Zhang, Zhi-Yong (2011). «Molecular phylogenetic reconstruction of Osmanthus Lour. (Oleaceae) and related genera based on three chloroplast intergenic spacers». Plant Systematics and Evolution. 294 (1–2): 57–64. Bibcode:2011PSyEv.294...57G. doi:10.1007/s00606-011-0445-z 
  29. «Oleaceae Hoffmanns. & Link | Plants of the World Online | Kew Science». Plants of the World Online. Consultado em 28 Novembro 2023 
  30. Nesom, Guy L. (2012). «Synopsis of American Cartrema» (PDF). Phytoneuron. 96: 1–11 
  31. a b Mei-chen Chang, Lien-ching Chiu, Zhi Wei, Peter S. Green: Oleaceae, S. 272 - textgleich online wie gedrucktes Werk, In: Wu Zheng-yi, Peter H. Raven (Hrsg.): Flora of China, Volume 15 - Myrsinaceae through Loganiaceae, Science Press und Missouri Botanical Garden Press, Beijing und St. Louis, 1996, ISBN 0-915279-37-1.
  32. a b c d e f g h i j k l m n o p q r Richard Olmstead et al.: A Synoptical Classification of the Lamiales. Version 2.8.0, 2021. PDF.
  33. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s Eva Wallander: Classification of the Oleaceae family, 2022.
  34. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah Datenblatt Oleaceae bei POWO = Plants of the World Online von Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew: Kew Science.
  35. Enrico Banfi (2024), Chrysojasminum, a new genus for Jasminum sect. Alternifolia (Oleaceae, Jasmineae). Vol. 1 No. 1 (2014). Natural History Sciences (https://doi.org/10.4081/nhs.2014.54 ).
  36. Enrico Augusto Banfi: Chrysojasminum, a new genus for Jasminum sect. Alternifolia (Oleaceae, Jasmineae). In: Natural History Sciences, Volume 1, Issue 1, 2014, S. 3–6. doi:10.4081/nhs.2014.54 PDF.
  37. a b Guy L. Nesom: Synopsis of American Cartrema (Oleaceae). In: Phytoneuron, 2012-96, 2012, S. 1–11. Volltext-PDF.
  38. José Ignacio De Juana Clavero: Cambios nomenclaturales en la sección Leiolea (Spach) P. S. Green, del género Osmanthus Lour. (Oleaceae). In: Bouteloua, Band 22, 14. November 2015, S. 28–39. Volltext-PDF.
  39. a b Y. F. Li, M. Zhang, X. R. Wang, S. P. Sylvester, Q. B. Xiang, X. Li, M. Li, H. Zhu, C. Zhang, L. Chen, X. G. Yi: Revisiting the phylogeny and taxonomy of Osmanthus (Oleaceae) including description of the new genus Chengiodendron. In: Phytotaxa, Volume 436, Issue 3, 2020, S. 283–292. doi:10.11646/phytotaxa.436.3.6
  40. José Ignacio de Clavero: Propuesta de Tetrapilus Lour. (Oleaceae) como género válido. Especies presentes en España. In: Bouteloua, Band 30, Dezember 2020, S. 54–60. online.
  41. «Oleaceae Hoffmanns. & Link». Lista de Espécies da Flora do Brasil. Consultado em 26 de novembro de 2018 
  42. «Oleaceae». The Plant List. Consultado em 26 de novembro de 2018 
  43. Giulietti, A. M. (2009). Plantas raras do Brasil. Belo Horizonte, MG: [s.n.] p. 496 
  44. Coutinho, Enilton Fick (dezembro de 2009). «Cultivo de oliveiras (Olea europaea L.)» (PDF). Pelotas,RS: Embrapa Clima Temperado. Embrapa. Consultado em 26 de novembro de 2018 

Bibliografia

[editar | editar código]

Ligações externas

[editar | editar código]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Oleaceae
O Wikispecies tem informações relacionadas a Oleaceae.