Olegue I de Czernicóvia
Olegue I de Czernicóvia | |
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Príncipe de Tamatarcha | |
Reinado | 1068 — 1073 |
Consorte | Teófano Muzalonissa (?) |
Antecessor(a) | Glebo I |
Sucessor(a) | Romano I |
Príncipe de Vladimir | |
Reinado | 1073 — 1077 |
Predecessor(a) | Jaropolco I |
Sucessor(a) | Jaropolco I |
Nascimento | 1052 |
Descendência | Usevolodo II de Quieve Igor II de Quieve Maria Glebo Esvetoslau II de Novogárdia |
Casa | ruríquida |
Pai | Esvetoslau II |
Mãe | Cecília |
Olegue I (em russo: Олег Святославич; romaniz.: Oleg Svyatoslavich; ca. 1052) foi um príncipe da dinastia ruríquida cujas aventuras equívocas causaram tumulto político nos Estados rus' na virada dos séculos XI e XII.
Vida
[editar | editar código-fonte]Olegue era filho do príncipe de Czernicóvia Esvetoslau II e sua primeira esposa, Cecília.[1] Pode ter sido o segundo ou quarto entre os quatro filhos de Esvetoslau com Cecília, pois a ordem de senioridade é incerta.[2] Segundo Martin Dimnik, Olegue nasceu cerca de 1050[1] e seu nome batismal foi Miguel.[3] Dimnik escreve que "é muito provável" que sucedeu seu irmão Glebo I em Tamatarcha após seu pai nomear o último como príncipe de Novogárdia cerca de 1068.[4] Os pai e tio de Olegue, Usevolodo I, fizeram uma aliança contra o irmão mais velho deles, o grão-príncipe de Quieve Iziaslau I e destronaram-o em 22 de março de 1073.[5][6] Segundo Dimnik, Olegue recebeu o Principado de Vladimir de seu pai ao suceder Iziaslau em Quieve.[7] Logo, ele e seu primo Vladimir II Monômaco — filho de Usevolodo — tornaram-se amigos íntimos. Monômaco escreve em sua Instrução que Olegue era padrinho de seu filho mais velho Mistislau.[8] Os primos comandaram as tropas do pai de Olegue para auxiliar Boleslau II na Boêmia em 1076, segundo a Crônica de Nestor.[9]
Esvetoslau morreu em Quieve em 27 de dezembro de 1077.[10] Foi sucedido por seu irmão, Usevolodo. O novo grão-príncipe parece ter confirmado o comando de Olegue em Vladimir, pois nenhuma fonte faz menção de um conflito entre eles.[11] Porém, o destronado Iziaslau retornou com reforços polacos. Iziaslau e Usevolodo encontraram-se e chegaram a um acordo: Usevolodo renunciou Quieve, mas recebeu Czernicóvia, o domínio do pai de Olegue.[12][13] Iziaslau marchou para Quieve em 15 de julho de 1077, enquanto Olegue "estava com Usevolodo em Czernicóvia", segundo a Crônica de Nestor.[14] A observação do cronista sugere que Olegue foi forçado a abandonar Vladimir.[15]
Por não conseguir dar-se bem com o tio, em 10 de abril de 1077 fugiu para junto do irmão Romano I que reinava em Tamatarcha.[16] [17] Junto com seu primo Bóris I, que também estava em Tamatarcha, Olegue fez uma aliança com os cumanos e invadiu rus' no verão de 1078.[18] Eles repeliram seu tio Usevolodo ao rio Sozo e entraram em Czernicóvia em 25 de agosto.[19] A Crônica de Nestor acusa Olegue e Bóris de serem os primeiros a liderarem "pagãos para atacar a terra de Rus'".[20] Contudo, Vladimir Monômaco, em sua Instrução, revela que ele e seu pai, Usevolodo contrataram cumanos quando atacaram Polócia no ano anterior.[21]
Removido de Czernicóvia, Usevolodo fugiu para Quieve e procurou assistência de Iziaslau. Eles uniram suas forças e marchou contra Czernicóvia.[13][19] Embora Olegue e Bóris não estavam na cidade quando seus tios chegaram, os cidadãos decidiram resistir.[22] Olegue estava disposto a começar negociações com seus tios, quando Bóris recusou sua proposta.[23] A batalha decisiva foi travada "num lugar próximo a uma vila no prado de Nezata"[24] em 3 de outubro.[19] Olegue foi derrotado e fugiu para Tamatarcha, enquanto Iziaslau foi assassinado no combate.[13][25] Olegue foi capturado pelos cazares, mas Usevolodo convenceu-os a deixá-lo vivo e partir rumo a Constantinopla, capital do Império Bizantino.[26] Em solo imperial, talvez casou-se com Teófano Muzalonissa, mas também é possível que ela tenha se casado com o arconte imperial de Rósia, que situava-se próxima a Tamatarcha.[27]
Referências
- ↑ a b Dimnik 1994, p. 39.
- ↑ Dimnik 1994, p. 38-39.
- ↑ Raffensperger 2012, p. 35.
- ↑ Dimnik 1994, p. 93.
- ↑ Vernadsky 1948, p. 86.
- ↑ Franklin 1996, p. 257.
- ↑ Dimnik 1994, p. 90.
- ↑ Dimnik 1994, p. 95.
- ↑ Dimnik 1994, p. 98.
- ↑ Franklin 1996, p. 259.
- ↑ Dimnik 1994, p. 127.
- ↑ Dimnik 1994, p. 135.
- ↑ a b c Vernadsky 1948, p. 87.
- ↑ Cross 1953, p. 165 (ano 6585).
- ↑ Dimnik 1994, p. 90, 136-137.
- ↑ Martin 1993, p. 41.
- ↑ Dimnik 1994, p. 142.
- ↑ Dimnik 1994, p. 147.
- ↑ a b c Franklin 1996, p. 260.
- ↑ Cross 1953, p. 165 (ano 6586).
- ↑ Dimnik 1994, p. 148.
- ↑ Dimnik 1994, p. 149.
- ↑ Dimnik 1994, p. 149-150.
- ↑ Cross 1953, p. 166 (ano 6586).
- ↑ Martin 1993, p. 57.
- ↑ Dimnik 1994, p. 159.
- ↑ Kazhdan 1991, p. 1420-1421; 1794.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Cross, Samuel Hazzard; Sherbowitz-Wetzor, Olgerd P. (1953). The Russian Primary Chronicle: Laurentian Text (Translated and edited by Samuel Hazzard Cross and Olgerd P. Sherbowitz-Wetzor). Cambridge, Massachusetts: Medieval Academy of America. ISBN 978-0-915651-32-0
- Dimnik, Martin (1994). The Dynasty of Chernigov, 1054–1146. Ontário: Pontifical Institute of Mediaeval Studies. ISBN 0-88844-116-9
- Franklin, Simon; Shepard, Jonathan (1996). The Emergence of Rus 750–1200. Londres: Longman. ISBN 0-582-49091-X
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Martin, Janet (1993). Medieval Russia, 980–1584. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-67636-6
- Raffensperger, Christian (2012). Reimagining Europe: Kievan Rus' in the Medieval World. Cambridge: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-06384-6
- Vernadsky, George (1948). A History of Russia, Volume II: Kievan Russia. New Heaven, Connecticut: Yale University Press. ISBN 0-300-01647-6