Palácio do Cunhal das Bolas
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Célebre palácio lisboeta da Renascença, sito na Rua da Rosa, no Bairro Alto, e que se caracteriza por ter a dar para a rua, num dos seus grandes cunhais de pedra, bolas largas de cantaria esculpida que, diz-se, eram inicialmente revestidas de ouro verdadeiro.
A partir de fins do século XVII verificou-se em Portugal um aumento do interesse da aristocracia em patrocinar o estudo da cultura clássica. Constituíram-se academias particulares, uma das quais, a Academia dos Generosos, surgida em 1647, teve actividade brilhante sob o mecenato do Conde da Ericeira, cerca de 1717; reunia-se esta Academia inicialmente em Lisboa, no Palácio do Cunhal das Bolas.
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Na segunda metade do sc. XVIII, depois de ter sido já possuida por vários proprietários esta casa singular, chamavam ao dono do palácio a alcunha de Pilatos, e, tendo-o ele vendido então à família dos Mello e Castro, alcaides-mores de Colares, no tempo do capitão-general dos Açores, e último governador de Mazagão, Diniz Gregório de Mello e Castro de Mendonça, foi este fidalgo, e por extensão outros descendentes seus, até ao sc. XX, abrangidos pela mesma designação em estilo de amiga brincadeira. A família Mello e Castro, residente em Angra dos Reis, e depois na Corte do Rio de Janeiro, estabeleceu ali a sua residência lisboeta, vindo a casa a ser vendida na segunda metade do sc. XIX por D. Maria Rosa de Mello e Castro Ataíde Costa Mendonça e Sousa, última sra. da Casa dos Mello e Castros, morgada do Alcube em Azeitão, e herdeira dos vínculos do Duque da Terceira, e dos Sousa e Meneses, copeiros-mores do Reino, etc., que no seu oratório casara durante o reinado de D. Miguel, e estava já viúva de D. Pedro da Cunha Mendonça e Meneses, filho do segundo marquês de Olhão.
Actualmente adaptado o palácio em Hospital de S. Luís dos Franceses, nele vieram a morrer em 1935 o grande poeta Fernando Pessoa e mais tarde o pintor Almada Negreiros.