Paraescalada

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A paraescalada é a escalada para atletas com deficiência .

Na paraescalada de competição há um sistema de classificação que define quem é elegível para competir, agrupando atletas com deficiências elegíveis em diferentes classes esportivas. Os atletas são colocados em uma classe esportiva com base no quanto sua deficiência afeta sua capacidade de realizar as atividades fundamentais da paraescalada.[1]

A classificação esportiva para competições diferencia a paraescalada da escalada adaptada em geral. A escalada adaptada está aberta para qualquer pessoa com deficiência, mas nas competições de paraescalada somente as pessoas com deficiências elegíveis, que passaram por classificação médica, podem participar.

História[editar | editar código-fonte]

A Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC) vem organizando competições de paraescalada desde o primeiro evento internacional em 2006 em Ecaterimburgo, na Rússia. O esporte cresceu e um circuito regular foi adicionado ao calendário oficial da IFSC a partir de 2010. Os Campeonatos Mundiais de Paraescalada da IFSC acontecem desde 2011, paralelamente aos Campeonatos Mundiais de Escalada da IFSC, promovendo a paraescalada na mesma competição que a escalada para atletas sem deficiência. [2][3]

Em janeiro de 2017 o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) concedeu à IFSC o status de “Federação Internacional Reconhecida”.[4]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Em outubro de 2018, a IFSC anunciou um plano para desenvolver a paraescalada. [1] O Plano Estratégico da IFSC 2020-2028 incluiu metas para "profissionalizar a paraescalada para atender aos padrões do Comitê Paralímpico Internacional e visar sua inclusão em futuras edições dos Jogos Paralímpicos, a partir de Los Angeles 2028."[5]

Em 2023 foram realizadas três Copas do Mundo de Paraescalada (Innsbruck na Áustria, em Villars na Suíça e em Salt Lake City nos Estados Unidos), além do Campeonato Mundial (realizado em Berna, Suíça). Os campeonatos mundiais ocorrem uma vez a cada dois anos, enquanto que etapas das Copas do Mundo de Paraescalada ocorrem algumas vezes por ano.[6]

Formatos de competição[editar | editar código-fonte]

Na escalada de competição, existem três formatos de escalada: guiada (também chamada de dificuldade), velocidade e boulder. A paraescalada de competição ocorre no formato de top-rope, onde a corda já está fixada em um ponto acima dos atletas, garantindo maior segurança já que atletas com deficiência nem sempre conseguem guiar ("costurando" a corda) em segurança.[7]

Nas competições, a classificação é baseada na posição que os atletas alcançam durante a escalada: quanto mais alto, maior a pontuação. Os atletas tentam escalar rotas desconhecidas, com o objetivo de chegar no topo. No caso de empate, o primeiro critério de desempate é a colocação na etapa anterior (se houver), e o segundo é o tempo que o atleta levou para escalar.[7]

Participação e classificação[editar | editar código-fonte]

Diferentes deficiências são elegíveis na Paraescalada de competição, incluindo escaladores com deficiência visual, escaladores com diferenças nos membros[8] e aqueles com comprometimento neurológico ou dificuldades de mobilidade.[9][10]

Para garantir uma competição o mais justa possível, os atletas são classificados em classes esportivas para competir contra aqueles com nível de deficiência semelhante. No sistema atual de classificação da IFSC, existem 10 classes esportivas diferentes:

  • Pessoas com deficiência visual (B1, B2, B3)
  • Pessoas com amputação ou comprometimento de membros superiores (AU2, AU3) ou inferiores (AL1, AL2)
  • Pessoas com comprometimento de força, alcance, ou coordenação (RP1, RP2, RP3).

Na temporada 2022-2023, a classe AU1, para atletas com comprometimento total de um braço, foi permanentemente combinada com RP1, e uma nova classe de diferença de membro superior do braço foi adicionada, a classe AU3. Nesta classe estão os atletas com diferenças nos membros entre o punho e as pontas dos dedos, com um comprometimento mínimo de 6 articulações dos dedos nas mãos. Antes da criação desta classe desportiva, atletas da classe AU3 eram classificados como RP3.

Os números indicam o nível de comprometimento, sendo 1 o de maior comprometimento e o 3, o de menor comprometimento.[11]

Antes de um evento oficial da IFSC (Copa do Mundo ou Campeonato Mundial), há uma sessão de avaliação para quem necessita de classificação. Nesta sessão de avaliação, os classificadores fazem uma avaliação física do atleta para determinar em que classe esportiva ele está elegível a competir. A documentação médica é previamente verificada pelos classificadores.

Segundo as regras da IFSC,[12] em cada competição mundial é necessário ter um número mínimo de atletas de diferentes países para que a classe esportiva seja contemplada na competição. Caso o número de atletas seja inferior ao determinado na regra, as classes podem ser mescladas

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Classification in Para sport». Paralympics New Zealand (em inglês). Consultado em 28 de junho de 2022 
  2. «Paraclimbing». www.ifsc-climbing.org. Consultado em 28 de junho de 2022 
  3. DiNunzio, Jeff (19 de agosto de 2014). «A Group Lifts Paraclimbers to Higher Goals». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 3 de novembro de 2022 
  4. «The IPC Governing Board concludes three days of meetings in Bonn». International Paralympic Committee (em inglês). Consultado em 28 de junho de 2022 
  5. «IFSC UNVEILS 2020–2028 STRATEGIC PLAN». www.ifsc-climbing.org. Consultado em 28 de junho de 2022 
  6. «IFSC to hold three Paraclimbing World Cup events in 2023 including one in US». www.insidethegames.biz. 14 de setembro de 2022. Consultado em 3 de novembro de 2022 
  7. a b «What is Paraclimbing?». Paraclimbing News (em inglês). Consultado em 28 de junho de 2022 
  8. «World champs to be valuable experience for climber». NZ Herald (em inglês). Consultado em 3 de novembro de 2022 
  9. «ARTICLE: The Rise of the UK Paraclimbing Community». www.ukclimbing.com (em inglês). Consultado em 3 de novembro de 2022 
  10. «Hiking Mt. Whitney is tough. With a spinal cord injury, it's an endless suffer-fest». Los Angeles Times (em inglês). 22 de setembro de 2021. Consultado em 3 de novembro de 2022 
  11. «Classification». Paraclimbing News (em inglês). Consultado em 28 de junho de 2022 
  12. «Paraclimbing». www.ifsc-climbing.org. Consultado em 19 de novembro de 2023