Partido Conservador (Império): diferenças entre revisões
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Revisão das 14h12min de 13 de novembro de 2008
O Partido Conservador foi um partido político brasileiro do Período Imperial, surgido por volta de 1836 e extinto com a Proclamação da República, em 1889. Foi evolução direta do Partido Restaurador, reunindo os antigos caramurus com a ala dissidente dos liberais moderados. Também se denominavam regressistas, em contraposição aos progressistas partidários do padre Feijó.
Os regressistas (também chamados de caramurus) tendo perdido seu principal objetivo com a morte de Pedro I do Brasil, aliaram-se aos liberais moderados, estes que seriam o núcleo do Partido Conservador. Esta origem liberal manteria o Partido Conservador fiel aos princípios da democracia liberal.
Enquanto o Partido Liberal se aglutinou em torno da defesa do Ato Adicional de 1834, o Partido Conservador foi se organizando em torno da tese da necessidade de limitar o alcance liberal do Ato Adicional (apelidado de “a carta da anarquia”) através de uma lei interpretativa. Assim, na Regência Una de Araújo Lima, o Ato Adicional foi revisto, instituindo-se a "Lei Interpretativa do Ato Adicional", a qual revogava alguns dos aspectos mais federalistas do Ato.
Durante todo o Império foi visível o predomínio dos conservadores, cabendo a estes a maioria dos Gabinetes. Entre suas realizações temos o restabelecimento do Conselho de Estado, a reforma do Código de Processo, e a Abolição da Escravatura (desde a supressão do tráfico de negros, sob a gestão de Eusébio de Queiroz, a Lei do Ventre Livre, de 1871, a Lei dos Sexagenários - preparada pelos liberais mas promulgada por um gabinete conservador - e finalmente a Lei Áurea, do conservador João Alfredo). Credita-se aos conservadores ainda a adoção do sistema métrico decimal, o primeiro recenseamento geral do Império e o impulso principal à modernização das vias de comunicação.
Os dois partidos não apresentavam diferenças ideológicas marcantes, aceitando ambos a filosofia liberal clássica, de pouca intervenção do Estado no domínio econômico e outras características próprias do Liberalismo do século XIX. Como diria Holanda Cavalcanti, “nada mais parecido com um saquarema do que um luzia no poder”. Em grande parte a antinomia conservador-liberal referia-se apenas a uma atitude psicológica, a oposição entre "moderação" e "exaltação". De modo que se vemos constantes reivindicações liberais sendo realizadas por ministérios conservadores, a razão deve ser procurada neste espírito liberal subjacente a ambas posições partidárias.
Finalmente, nos métodos políticos ambos os partidos adotavam processos absolutamente iguais, usando da máquina administrativa de acordo com suas necessidades eleitoralistas. A ponto de o Imperador D. Pedro II do Brasil registrar em suas notas particulares que "a nossa principal necessidade política é a liberdade de eleição".
Em 1862, um grupo de eminentes membros do Partido Conservador - Nabuco, Sinimbu, Saraiva, Paranaguá e Zacarias - formariam a "Liga Progressista", que a partir de 1868 se uniria ao Partido Liberal, gerando insatisfações dentro deste partido. Em 1870 os liberais "exaltados" do Partido Liberal lançaram o Partido Republicano.
Fonte:Quem criou a wikipedia é uma bicha fudida, A Democracia Cagada, João Camillo de Oliveira Torres no rabo, Livraria José Olímpio, 1957.