Pedro Ponces de Baião
Pedro Ponces de Baião | |
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Rico-homem/Senhor | |
Tenente régio | |
Reinado | |
Nascimento | 1210 |
Morte | 28 de setembro de 1283 (73 anos) |
Sepultado em | Mosteiro de Salzedas, Tarouca, Viseu, Portugal |
Cônjuge | Sancha Rodrigues de Briteiros |
Dinastia | Baião |
Pai | Ponço Afonso de Baião |
Mãe | Mor Martins de Riba de Vizela |
Religião | Catolicismo romano |
Brasão |
Pedro Ponces de Baião (c.1210 – 28 de setembro de 1283[1][2]) foi um rico-homem do Reino de Portugal tendo o seu período de vida, de aproximadamente 70 anos, abrangido os reinados de D. Sancho I de Portugal, D. Afonso II de Portugal e dos irmãos D. Sancho II de Portugal e D. Afonso III de Portugal, ainda sobrevivendo a este último. A sua vida abarcou portanto o período conflituoso de Sancho II, e o confronto que levaria à ascensão de Afonso III.
Primeiros anos
[editar | editar código-fonte]Pedro era filho de Ponço Afonso de Baião e Mor Martins de Riba de Vizela, aquele, filho de Afonso Ermiges de Baião e Teresa Pires I de Bragança[1], e aquela, filha de Martim Fernandes de Riba de Vizela e Estevainha Soares da Silva[1]. Pertencia assim a uma das mais antigas e importantes linhagens portuguesasː a linhagem de Baião, tendo nascido por volta de 1210. Foi o único varão dos seus pais[1], sendo, por entre a descendência de Ponço Afonso, o que mais bens possui[2]. Partilha a posse de vários bens com as suas irmãs, Estevainha Ponces, Sancha Ponces, e Maria Ponces, e também com os primos, Afonso Lopes, Diogo Lopes, Fernão Lopes, e Sancha Lopes.
Ascensão na corte portuguesa
[editar | editar código-fonte]Perda do legado paterno
[editar | editar código-fonte]A grande influência e poder que o seu pai tinha logrado, talvez por meios menos lícitos, durante os reinados de Afonso II e Sancho II, conseguindo reunir várias tenências (com especial destaque para Beira, Bragança, Baião e Penaguião[2]) não foram herdadas pelos filhos, salvando-se no entanto os cargos que Ponço deteve em Seia e Vouga[2], que esses sim seriam herdados por Pedro Ponces.
Cargos tenenciais e presenças na corte
[editar | editar código-fonte]Pedro surge relativamente tarde na cúria régia portuguesaː em 1253 governava já Afonso III de Portugal, e contaria por essa altura já com mais de quarenta anos de idade, recebendo os governos da Guarda, e no ano seguinte, Beira e Pinhel, constituindo, na verdade, a Beira como uma recuperação de um cargo que fora detido anteriormente pelo pai.
O monarca conceder-lhe-ia, a 19 de agosto de 1254, a portagem e o montádigo destes dois últimos concelhos[3]. Abandona-as contudo no ano seguinte, desaparecendo, num primeiro momento, da docuementação curial a partir de maio de 1255.
A sua presença na corte na verdade revelar-se-ia bastante intermitenteːPedro surgiria de novo na corte entre agosto e setembro de 1256, entre março e setembro de 1258, e de outubro de 1263 a meados de 1264[2]. A sua confirmação do foral de Silves, como governador de Vouga, em agosto de 1266 demonstra uma nova presença, desta vez mais sólida, dado que passaria lá os quatro ano seguintes[2].
Em 1274, assistiu às cortes de Santarém e presenciou a receção do monarca de Portugal ao legado papal Frei Nicolau, portador do interdito que seria aplicado até aos primeiros anos de Dinis I de Portugal no trono.
Surge de novo em 1276, e em 1279 deveria estar igualmente presente, dado que nesse ano recebeu a tenência que manteve até à morte, Cinfães[2].
Casamento e atividade fundiária
[editar | editar código-fonte]Sabe-se que já estava casado com Sancha Rodrigues de Briteiros, filha de Rui Gomes de Briteiros (a quem Afonso III dera o "pendão e caldeira" de rico-homem) e Elvira Anes da Maia, quando esta fez as partilhas dos bens dos pais com os irmãos, pelo que terá desposado a rica-dona com certeza em 1258 ou antes[3]. Do casamento, apesar de frutífero a nível de bens, não o foi em termos de descendênciaː sem herdeiros, Pedro declarou a sua mulher como principal herdeira dos seus bens, mas a mesma desfez-se deles em 1290, doando tudo ao Mosteiro de Salzedas[3][4].
Do seu serviço pessoal apenas se conhece um cavaleiro, Estêvão Mendes, a quem Pedro doou a “villa” de Cochete que havia usurpado[4].
Morte e posteridade
[editar | editar código-fonte]Pedro e a sua esposa tinham capela no Mosteiro de Salzedas, sendo um dos seus maiores benfeitores[3]. Pedro dispôs-se a ser ali sepultado, e assim o foi, após a sua morte, fixada a 28 de setembro de 1283 pelo cenóbio[4].
Referências
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- D. António Caetano de Sousa, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Atlântida-Livraria Editora, Lda, 2ª Edição, Coimbra, 1946, Tomo XII-P-pg. 147
- Sottomayor-Pizarro, José Augusto (1997). Linhagens Medievais Portuguesas: Genealogias e Estratégias (1279-1325). I. Porto: Universidade do Porto
- Manuel José da Costa Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989. vol. X-pg. 322 (Sousas).
- Reis, Baltasar dos (1934). Livro da fundação do Mosteiro de Salzedas. Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa
- Ventura, Leontina (1992). A nobreza de corte de Afonso III. II. Coimbra: Universidade de Coimbra