Mostrar código-fonte de Perseguição aos cristãos

{{distinguir|Complexo de perseguição cristão|Anticristianismo}}
[[Imagem:Siemiradzki Christian Dirce.jpg|thumb|400px|Uma mulher cristã é martirizada sob [[Nero]] numa recriação do [[mito]] de [[Dirce]] (pintado por [[Henryk Siemiradzki]], 1897, [[Museu Nacional de Varsóvia]]).]]
A '''perseguição aos cristãos''' pode ser [[História do Cristianismo|historicamente]] traçada desde o [[Século I|primeiro século]] da [[Era Cristã]] até os dias atuais. [[Missionários cristãos]] e [[Conversão ao Cristianismo|convertidos ao cristianismo]] têm sido alvos de perseguição, algumas vezes ao ponto de serem [[Mártir|martirizados por sua fé]], desde o surgimento do cristianismo.

Os [[Cristianismo primitivo|primeiros cristãos]] foram perseguidos tanto pelos [[judeus]], cuja religião deu origem ao cristianismo, quanto pelos [[Perseguição aos cristãos no Império Romano|romanos]], que controlavam muitos dos primeiros centros do cristianismo no [[Império Romano]]. Desde o surgimento dos [[Estado cristão|Estados cristão]]s na [[Antiguidade Tardia]], os cristãos também foram perseguidos por outros cristãos devido a diferenças na [[doutrina]] que foram declaradas [[Heresia|heréticas]]. No início do [[Século IV|quarto século]], as perseguições oficiais do império foram encerradas pelo [[Édito de Tolerância de Galério]] em 311 e a prática do cristianismo foi legalizada pelo [[Édito de Milão]] em 312. Até o ano 380, os cristãos começaram a se perseguir mutuamente. Os [[Cisma|cismas]] da antiguidade tardia e da [[Idade Média]] – incluindo o [[Grande Cisma]] e as muitas [[Cristologia|controvérsias cristológicas]] – juntamente com a posterior [[Reforma Protestante]] provocaram [[guerras religiosas europeias|conflitos severos]] entre [[Denominação cristã|denominações cristãs]]. Durante esses conflitos, membros das várias denominações frequentemente se perseguiram e se envolveram em [[violência sectária]]. No século XX, as [[Cristianismo no século XX|populações cristãs]] foram perseguidas, às vezes até o ponto de [[genocídio]], por vários Estados, incluindo o [[Império Otomano]] e [[Movimento Nacional Turco|seu Estado sucessor]], que cometeram os [[massacres hamidianos]], o [[genocídio armênio]], o [[Seyfo|genocídio assírio]] e o [[Genocídio Grego|genocídio grego]], e por [[Ateísmo de Estado|Estados ateus]] como os do antigo [[bloco oriental]].

A perseguição aos cristãos tem continuado a ocorrer durante o [[século XXI]]. O cristianismo é a maior [[religião mundial]] e seus seguidores vivem em todo o globo. Aproximadamente 10% dos cristãos do mundo são membros de grupos minoritários que vivem em Estados não majoritariamente cristãos.<ref>{{Citar web|ultimo=Center|primeiro=Pew Research|url=https://www.pewresearch.org/religion/2011/12/19/global-christianity-majorities-and-minorities/|titulo=Living as Majorities and Minorities|data=2011-12-19|acessodata=2024-02-22|website=Pew Research Center's Religion & Public Life Project|lingua=en-US}}</ref> A perseguição contemporânea aos cristãos inclui a perseguição oficial do estado, que ocorre principalmente em países localizados na [[África]] e [[Ásia]] devido à presença de [[religião estatal]] ou porque seus governos e sociedades praticam o favoritismo religioso. Esse favoritismo é frequentemente acompanhado de [[discriminação religiosa]] e [[perseguição religiosa]].

De acordo com a Lista Mundial da Perseguição de 2024 da organização [[Portas Abertas]], que monitora e relata as condições enfrentadas por cristãos em diferentes regiões, os países onde os cristãos enfrentam perseguição extrema incluem [[Afeganistão]], [[Arábia Saudita]], [[Somália]], [[Líbia]], [[Eritreia]], [[Iêmen]], [[Nigéria]], [[Paquistão]], [[Sudão]], [[Irã]], [[Coreia do Norte]], [[Índia]] e [[Síria]];<ref>{{Citar web|url=https://portasabertas.org.br/lista-mundial/paises-da-lista|titulo=Lista Mundial da Perseguição 2024|acessodata=2024-06-12|website=[[Portas Abertas]]|lingua=pt-BR|arquivourl=https://archive.is/5lrcG|arquivodata=12/06/2024|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2024-01/lista-mundial-perseguicoes-portas-abertas-2024.html|titulo=Portas Abertas divulga Lista Mundial da Perseguição 2024|data=2024-01-17|acessodata=2024-06-12|website=[[Vatican News]]|lingua=pt}}</ref> os cristãos também sofrem com algum tipo de hostilidade ou são perseguidos em países como [[Mianmar]], [[Laos]], [[Argélia]], [[Mali]], [[Mauritânia]], [[Israel]], [[Iraque]], [[Maldivas]] e [[Bangladexe]].<ref>{{Citar web|url=https://www.persecution.org/projects/poy/|titulo=Persecutor of the Year Awards|acessodata=2024-06-12|website=[[:en:International Christian Concern|International Christian Concern]]|lingua=en-US}}</ref> Grande parte da perseguição aos cristãos nos tempos recentes é perpetrada por [[atores não estatais]], incluindo os grupos [[Islamismo|islamistas]] [[Boko Haram]] na Nigéria, o movimento [[houthis]] no Iêmen, o [[Estado Islâmico de Coraçone]] no Paquistão, o [[Al-Shabaab]] na Somália, os [[Talibã]] no Afeganistão, o [[Estado Islâmico do Iraque e do Levante]] e também o [[Exército Unido do Estado Wa]] e participantes no [[Conflito Kachin]] em Mianmar.<ref name=":1">{{citar web|url=https://www.uscirf.gov/sites/default/files/USCIRF%202020%20Annual%20Report_Final_42920.pdf|titulo=Annual Report 2020|publicado=Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos|lingua=en}}</ref>

== Perseguições na Idade Antiga ==
=== Perseguições narradas no Novo Testamento ===
De acordo com o Novo Testamento, a [[crucificação de Jesus]] foi autorizada por autoridades romanas e executada por soldados romanos. Há também o registro de que [[Paulo de Tarso]], em suas viagens missionárias, foi várias vezes preso por autoridades romanas.

O texto do Novo Testamento não relata o que aconteceu com Paulo, mas a [[tradição cristã]] afirma ter sido ele decapitado em [[Roma]], sob o [[Imperador romano|imperador]] [[Nero]] no ano de [[54]].

==== Perseguição judaica ====
O [[Novo Testamento]] informa que os cristãos primitivos sofreram perseguição nas mãos das lideranças judaicas de seu tempo, começando pelo próprio [[Jesus]].

Os primeiros cristãos nasceram e se desenvolveram sob o [[judaísmo]], na medida em que o [[cristianismo]] começou como uma [[seita]] do judaísmo. As primeiras perseguições judaicas aos cristãos devem ser entendidas, então, como um conflito sectário – judeus perseguindo judeus por causa da [[heterodoxia]]. Várias outras seitas judaicas da época, no entanto, como os [[essênios]], foram tão heterodoxas quanto a seita cristã.

De acordo com os textos do Novo Testamento, a perseguição aos seguidores de Jesus continuou após a sua morte. O [[Protomártir|primeiro mártir]] do cristianismo foi [[Santo Estêvão|Estêvão]] ([[Atos 7]]). Os apóstolos [[apóstolo Pedro|Pedro]] e [[apóstolo João|João]] foram presos por lideranças judaicas, incluindo o [[Sumo Sacerdote de Israel|sumo-sacerdote]] [[Anás]], que os libertou mais tarde ({{Citar bíblia|livro =Atos|capítulo= 4|verso=1|verso_final=21}}). Numa outra ocasião, todos os [[apóstolo]]s foram presos pelo sumo-sacerdote e outros [[saduceus]], mas, segundo o relato neotestamentário, teriam sido libertados por um [[anjo]] ({{Citar bíblia|livro =Atos|capítulo= 5|verso=17|verso_final=18}}). Após escaparem, os apóstolos foram novamente capturados pelo [[Sinédrio]], mas, desta vez, [[Gamaliel]] – um [[fariseus|fariseu]] bem conhecido da [[literatura rabínica]] – [[Conselho de Gamaliel|convenceu o conselho]] a libertá-los.

=== Perseguição sob o Império Romano ===
{{Mais informações|Perseguição religiosa no Império Romano}}

==== Perseguição sob Nero, 54-68 ====
[[Imagem:Siemiradski Fackeln.jpg|thumb|400px|Cristãos sendo usados como tochas humanas, na perseguição sob [[Nero]], por [[Henryk Siemiradzki]], Museu Nacional, [[Cracóvia]], [[Polônia]], [[1876]].]]

O primeiro caso documentado de perseguição aos cristãos pelo [[Império Romano]] direciona-se a [[Nero]]. Em [[64]], houve o [[grande incêndio de Roma]], destruindo grandes partes da cidade e devastando economicamente a população romana. Nero, cuja sanidade já há muito tempo havia sido posta em questão, era o suspeito de ter intencionalmente ateado fogo. Em seus ''[[Anais (Tácito)|Anais]]'', [[Tácito]] afirma que:

{{cquote|''Para se ver livre do boato, Nero prendeu os culpados e infligiu as mais requintadas torturas em uma classe odiada por suas abominações, chamada cristãos pelo populacho''<ref>Tácito, ''Annales'', XV.</ref>}}

Ao associar os cristãos ao terrível incêndio, Nero aumentou ainda mais a suspeita pública já existente e, pode-se dizer, exacerbou as hostilidades contra eles por todo o [[Império Romano]]. As formas de execução utilizadas pelos romanos incluíam [[crucificação]] e lançamento de cristãos para serem devorados por [[leão|leões]] e outras feras selvagens.

Os ''Annales'' de Tácito informam:

{{cquote|''... uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio mas por ódio contra a ''[[raça humana]].'' E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por ''[[cão|cães]],'' ou cravados em ''[[Cruz cristã|cruzes]],'' ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz noturna.''<ref>Tácito, ''Annales'', XV.44.</ref>}}

==== Perseguição ====
Em meados do {{séc|II}}, não era difícil encontrar grupos tentando apedrejar os cristãos, incentivados, muitas vezes, por religiões rivais. A perseguição em [[Lyon]] (''ver: [[Ireneu de Lyon]]'') foi precedida por uma turba violenta que pilhava e apedrejava casas cristãs.<ref>[[Eusébio de Cesareia]], ''História Eclesiástica'' 5.1.7</ref> [[Luciano de Samósata]] fala-nos de um elaborado e bem-sucedido embuste perpetrado por um suposto profeta de [[Esculápio]], no [[Ponto (província romana)|Ponto]], fazendo uso de uma cobra domesticada. Quando os rumores estavam por desmascarar sua fraude, o espirituoso [[ensaísta]] nos informa, sarcasticamente:

{{Citação2|''...ele promulgou um edito com o objetivo de assusta-los, dizendo que o Ponto estava cheio de ateus e cristãos que tinham a audácia de pronunciar os mais vis perjúrios sobre ele; a estes, ele os expulsaria com pedras, se quisessem ter seu deus gracioso.''|Luciano de Samósata<ref>Luciano de Samósata, ''Alexandre, o monge-oráculo'', pp. 223-224.</ref>}}

As perseguições estatais seguintes foram inconstantes até o {{séc|III}}, apesar do ''Apologeticum'' de [[Tertuliano]] (197) ter sido escrito ostensivamente em defesa de cristãos perseguidos e dirigido aos governantes romanos.

A primeira perseguição que envolveu todo o território imperial aconteceu sob o governo de [[Maximino Trácio]], apesar do fato de que apenas o [[clero]] tenha sido visado. Foi somente sob [[Décio]], em meados do segundo século, que a perseguição generalizada – tanto ao clero quanto aos [[leigo]]s – tomou lugar em toda a extensão do Império. [[Gregório de Tours]] trata deste tema em sua ''História dos Francos'', escrita no final do {{séc|VI}}:

{{citação2|''Sob o imperador Décio, muitas perseguições se levantaram contra o nome de Cristo, e houve tamanha carnificina de fiéis que eles não podiam ser contados. [[Bábilas de Antioquia]], com seus três filhos pequenos, Urbano, Prilidan e Epolon, e [[Papa Sisto II|Sisto]], [[bispo de Roma]], [[Lourenço de Huesca]], um [[arquidiácono]], e [[Hipólito de Roma]] tornaram-se perfeitos pelo martírio porque confessaram o nome do Senhor.''|Gregório de Tours<ref>Gregório de Tours, ''Historia Francorum'', I.30.</ref>}}

Apesar de confundir as épocas de perseguição (pois menciona, ao mesmo tempo, personagens que foram martirizados sob Maximino, [[Valeriano]] e Décio), o testemunho de Gregório mostra o quanto o tema da perseguição marcou o imaginário da Igreja nos primeiros séculos.

[[Imagem:Jean-Léon_Gérôme_-_The_Christian_Martyrs'_Last_Prayer_-_Walters_37113.jpg|thumb|300px|A última prece dos mártires cristãos, de [[Jean-Léon Gérôme]] ([[1883]]).]]

==== Sob Diocleciano ====
{{Principal|Perseguição de Diocleciano}}

O clímax da perseguição se deu sob o governo de [[Diocleciano]] e [[Galério]], no final do {{séc|II}} e início do {{séc|IV}}. Esta é considerada a maior de todas as perseguições. Iniciando com uma série de quatro [[edito]]s proibindo certas práticas cristãs e uma ordem de prisão do [[clero]], a perseguição se intensificou até que se ordenasse a todos os cristãos do império que sacrificassem aos deuses imperiais (''ver: [[religião na Roma Antiga]]''), sob a pena de execução, caso se recusassem. No entanto, apesar do zelo com que Diocleciano perseguiu os cristãos na [[Império Romano do Oriente|parte oriental do Império]], seus [[tetrarquia|co-imperadores]] do lado ocidental não seguiram estritamente seus éditos, o que explica que cristãos da [[Gália]], da [[Hispânia]] e da [[Britânia (província romana)|Britânia]] praticamente não tenham sido molestados.

==== Últimas perseguições e legalização ====
{{VT|Reviravolta de Constantino}}

No início do quarto século, em 310, o imperador [[Geta]] mandou perseguir os cristãos, torturá-los e puni-los com morte.

A perseguição continuou até que [[Constantino I]] chegasse ao poder e, em [[313]], legalizasse a religião cristã por meio do [[Édito de Milão]], iniciando-se a [[Paz na Igreja]]. Entretanto, foi somente com [[Teodósio I]], no final do século quarto, que o cristianismo se tornaria a religião oficial do Império.

[[Edward Gibbon]], em seu ''[[A História do Declínio e Queda do Império Romano]]'', estima que o número de mortos nesta última perseguição tenha chegado a mil e quinhentos, "num sacrifício anual de 190 [[Mártir cristão|mártires]]".

=== Perseguição fora do Império Romano (até o séc. V) ===
==== Entre os persas ====
Em virtude das [[Guerras Romano-Persas|hostilidades entre o Império Romano e o Império Sassânida]], os cristãos acabaram por ser perseguidos pelos [[persas]] a partir do ano [[337]], por serem tidos como [[Traição|traidores]] amigos de uma Roma cada vez mais cristianizada. Em [[341]], [[Sapor II]] ordenou o massacre de todos os cristãos na [[Pérsia]].

==== Entre os godos ====
Nos séculos III e IV, [[missionário]]s cristãos (especialmente [[ulfilas]]) levaram muitos [[godos]] à conversão ao cristianismo [[arianismo|ariano]]. Isto provocou uma reação em favor da religião gótica. Assim, o rei gótico [[Atanarico]] iniciou uma política de perseguição aos cristãos, levando muitos deles à morte.<ref>[[Peter Heather|Heather, Peter]] & Matthews, John, ''Goths in the Fourth Century'', pp. 96ss.</ref>

== Perseguição na Idade Média ==
=== Arábia pré-islâmica ===
No {{séc|VI}} Dhu Nwas, rei judeu do [[Himiar]] (no [[Iêmen]]), moveu um massacre contra os cristãos da [[península Arábica]] em 518 (ou 523) d.C., destruindo as cidades cristãs de [[Zafar (Iêmen)|Zafar]] e Najaran e queimando suas igrejas e matando quem não renunciasse ao cristianismo.

O evento diminuiu consideravelmente a população cristã na região, perecendo talvez 20 mil pessoas<ref>Salo Baron, A Social and Religious History of the Jews, Second Edition, Jewish Publication Society of America and Columbia University Press, New York and Philadelphia, 1957, vol. III, pp. 66-69.</ref> e foi lembrada na época de [[Maomé]], sendo referida no [[Alcorão]] (al-Buruj:4).

== Perseguição na Idade Contemporânea ==
No [[século XXI]], a perseguição aos cristãos tem crescido a tal ponto que em [[2016]] morria em média 1 cristão a cada 6 minutos no mundo.<ref>[http://it.radiovaticana.va/news/2016/12/26/persecuzioni_anticristiane_2016_circa_90_mila_uccisi/1281180 Persecuzioni anticristiane. Introvigne: 90 mila uccisi nel 2016]</ref> Em países como [[Síria]], desde o [[inverno árabe]], cidades inteiras de cristãos são aniquiladas, ora por grupos seculares, ora por fundamentalistas islâmicos, em atentados com cada vez mais envergadura, e em consequência disso os cristãos da região tem se militarizado por conta própria.<ref>{{citar web | url=http://www.nytimes.com/2012/08/04/opinion/syrias-crumbling-pluralism.html | título=Syria’s Crumbling Pluralism }} [[The New York Times]], Kapil Komireddi, [[3 de agosto]] de [[2012]]</ref><ref>[http://www.albawaba.com/news/syria-nuns-maaloula-bishop-539212 Bishop: Syrian Christians called to "take up arms"]</ref><ref>[http://www.aina.org/news/20160427141009.htm Assyrian Christians Battle Kurds in Syria]</ref>

=== Perseguição no mundo muçulmano ===
{{VT|Islamismo e outras religiões}}
Entidades como a ''Religious Freedom Coalition'' auxiliam cristãos perseguidos em países islâmicos. Seu presidente, [[William Joseph Murray]], publica relatórios regulares sobre a situação dos cristãos nestes países.<ref>[http://www.religiousfreedomcoalition.org/ Religious Freedom Coalition] {{en}} Acessado em 26/09/2017.</ref> De acordo com um relatório da organização internacional de caridade católica ''Aid to the Church in Need'', a limpeza étnica religiosa dos cristãos é tão grave que eles devem desaparecer completamente de partes do Oriente Médio dentro de uma década.<ref>{{citar web|url=https://www.independent.co.uk/news/world/middle-east/christianity-on-course-to-disappear-in-parts-of-middle-east-as-ethnic-cleansing-continues-report-a6728831.html|titulo=Christianity 'on course to disappear' in parts of Middle East as ethnic cleansing continues, report warns. Isis and other Islamist groups were said to be the main culprits by Aid to the Church in Need|data=10 de Novembro de 2015|publicado=The Independent|ultimo=Dearden|primeiro=Lizzie}}</ref>

De acordo com uma lista da ''Open Doors USA'' ([[Portas abertas]]), nove dos dez principais países onde ocorreu perseguição de cristãos em 2014 são nações maioritariamente muçulmanas, que incluem [[Somália]], [[Síria]], [[Iraque]], [[Afeganistão]], [[Arábia Saudita]], [[Maldivas]], [[Paquistão]], [[Irã]] e [[Iémen]].<ref>{{citar web|url=http://www.jpost.com/International/Report-charting-persecution-of-Christians-worldwide-reveals-most-abuse-in-Muslim-countries-338682|titulo=Report: Persecution of Christians reveals most abuse in Muslim countries|data=19 de Janeiro de 2014|publicado=The Jerusalem Post|ultimo=Ben Solomon|primeiro=Ariel}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.agencia.ecclesia.pt/portal/paquistao-o-pais-onde-a-fe-crista-resiste-e-espera-por-entre-muros-e-arame-farpado/|titulo=Paquistão: O país onde a fé cristã resiste e espera por entre «muros e arame farpado»|data=29 de Janeiro de 2018|acessodata=|publicado=Ecclesia}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.fides.org/en/news/35368-ASIA_PAKISTAN_Women_in_Pakistan_Christian_girls_raped_by_Muslims|titulo=ASIA/PAKISTAN - Women in Pakistan: Christian girls raped by Muslims|data=7 de Março de 2014|acessodata=|publicado=Agenzia Fides}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.britishpakistanichristians.org/blog/congratulations-pakistan-for-capturing-killer-of-zainab-now-please-also-get-justice-for-thousands-of|titulo=Congratulations Pakistan for capturing killer of Zainab - now please also get justice for thousands of Pakistani Christian girls!|data=24 de Janeiro de 2018|publicado=The British Pakistani Christian Association (BPCA)|ultimo=Chowdhry|primeiro=Wilson}}</ref>  No mesmo ano, [[Meriam Ibrahim]], uma cristã sudanesa, foi condenada à morte por [[apostasia]], porque o governo do Sudão classificou-a como muçulmana, apesar de ter sido criada como cristã.<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.com/news/world-africa-27586067|titulo=Sudanese woman facing death for apostasy gives birth|data=27 de Maio de 2014|publicado=BBC}}</ref> [[Asia Bibi]], uma mulher cristã paquistanesa, foi condenada em 2010 à morte  sob acusação de [[blasfémia]], e até 2018 a pena continuava suspensa, após sucessivos adiamentos.<ref>{{citar web|url=https://www.mnnonline.org/news/asia-bibi-continues-wait-legal-limbo/|titulo=Asia Bibi continues to wait in legal limbo|data=23 de Janeiro de 2018|acessodata=|publicado=Mission Network News.|ultimo=Bourdon|primeiro=Julie}}</ref> [[Qamar David]], um cristão paquistanês, foi condenado por blasfémia em 2010, acabando por morrer na prisão em [[Carachi|Karachi]] em 15 de março de 2011 em circunstâncias que levantaram suspeitas.<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.com/news/world-south-asia-12749349|titulo=Pakistan Christian's death 'not due to natural causes'|data=15 de março de 2011|acessodata=|publicado=BBC News|ultimo=Hasan|primeiro=Syed Shoaib}}</ref> Rimsha Masih, uma cristã paquistanesa, foi acusada falsamente de queimar páginas do [[Alcorão]], e apesar de absolvida, teve de procurar refúgio no [[Canadá|Canadá.]]<ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/world/2013/jul/01/pakistan-girl-accused-blasphemy-canada|titulo=Rimsha Masih, Pakistani girl accused of blasphemy, finds refuge in Canada -Rimsha Masih and her family given visas to help get them out of hiding after allegations she burned the Qur'an|data=1 de Julho de 2013|acessodata=|publicado=The Guardian}}</ref>

=== Perseguições no Império Otomano ===
{{VT|Genocídio armênio|Genocídio assírio|Genocídio circassiano|Genocídio grego}}

{{multiple image |align=right |direction=vertical
 |image1=Anatolian Metropolises 1880.svg|width=250|caption1=[[Sé episcopal|Metrópoles]] grego-ortodoxas na [[Ásia Menor]] (c. [[1880]]). Desde [[1923]], apenas a Metrópole de [[Calcedônia (cidade)|Calcedônia]] mantém uma pequena comunidade.
 |image2=1895erzurum-victims.jpg|width2=250|caption2=Corpos de cristãos armênios massacrados em [[Erzurum]] em [[1895]].
 |image3=Kharput Greek-Orthodox refugees - C.D.Morris - National Geographic, Nov. 1925.jpg|width3=250|caption3=Armênios sendo [[Deportação|deportados]] no Império Otomano como parte do genocídio armênio. Perseguição semelhante foi sofrida pelos [[gregos]] durante o genocídio grego.
}}
As relações entre [[muçulmano]]s e [[cristãos]] no [[Império Otomano]] durante a [[era moderna]] foram moldadas em grande parte por dinâmicas mais amplas relacionadas à atividade [[colonialismo|colonial]] e [[Neocolonialismo|neocolonial]] europeia na região, dinâmicas que frequentemente (embora nem sempre) geravam tensões entre os dois. Muitas vezes, a crescente influência européia na região durante o {{séc|XIX}} pareceu desproporcionalmente beneficiar os cristãos, produzindo ressentimento por parte de muitos muçulmanos, e também a suspeita de que os cristãos estavam em conluio com as [[Grande potência|potências]] europeias para enfraquecer o [[mundo islâmico]]. Outras relações exacerbadoras foram o fato de que os cristãos pareciam se beneficiar desproporcionalmente dos esforços de [[Reformismo|reformas]] (um dos aspectos geralmente procurou elevar o status político dos não muçulmanos), assim como os vários levantes [[nacionalista]]s cristãos nos territórios europeus do império, que frequentemente tinham o apoio das potências europeias.<ref>''Muslim-Christian Relations in Late-Ottoman Palestine: Where Nationalism and Religion Intersect.'' Autor: Erik Freas. Palgrave Macmillan US, 2016, {{en}} ISBN 9781137570413 Adicionado em 28/09/2017.</ref>

Desde a época da [[Grande Guerra Turca]] (1683-1699), as relações entre muçulmanos e cristãos nas províncias europeias do Império Otomano se radicalizaram, assumindo gradualmente formas mais extremas e resultando em chamados ocasionais de alguns líderes religiosos muçulmanos para expulsão ou extermínio dos cristãos locais e também dos [[judeus]]. Como resultado da opressão turca, a destruição das [[igreja (edifício)|igreja]]s e dos [[mosteiro]]s e a violência contra a população civil não muçulmana, os cristãos [[sérvios]] e seus líderes da igreja liderados pelo Patriarca sérvio Arsenije III se uniram aos austríacos em 1689 e novamente em 1737 sob o [[patriarca]] sérvio [[Arsenije IV]]. Nas seguintes campanhas punitivas, as forças turcas realizaram atrocidades sistemáticas contra a população cristã nas regiões sérvias, resultando nas [[grandes migrações sérvias]].<ref>''Serbia: The History Behind the Name.'' Autor: Stevan K. Pavlowitch. C. Hurst & Co. Publishers, 2002, págs. 19-20, {{en}} ISBN 9781850654773 Adicionado em 28/09/2017.</ref>

Perseguições semelhantes e migrações forçadas de populações cristãs foram induzidas pelas forças turcas durante os séculos XVIII e XIX nas províncias europeias e asiáticas do Império Otomano. Em 1842, os cristãos [[assírios]] que viviam nas montanhas de [[Hakkâri]], no sudeste da [[Anatólia]], enfrentaram um enorme ataque sem provocação de forças otomanas regulares e curdas não regulares, que resultou na morte de dezenas de milhares de cristãos assírios desarmados.<ref name="ASSYRIAN UNIVERSAL ALLIANCE">[https://web.archive.org/web/20120325002850/http://aua.net/assyrians/genocide/genocide_presentation.htm Web.archive] - ''ASSYRIAN UNIVERSAL ALLIANCE.'' 25 de Março de 2012, {{en}} Acessado em 28/09/2017.</ref>

Durante a [[Revolta de Abril (1876)|revolta búlgara de 1876]] e a [[guerra russo-turca de 1877–1878]], a perseguição da população cristã búlgara foi conduzida por soldados turcos que massacraram civis, principalmente em [[Panagjurište]], [[Peruštica]], [[Bracigovo]] e [[Batak (Bulgária)|Batak]].<ref>[[Encyclopædia Britannica (edição de 1911)]] - ed. [[Hugh Chisholm]], 1911, "Bulgaria/History", [[Cambridge University Press]], {{en}} Adicionado em 28/09/2017.</ref> Durante a guerra, cidades inteiras, incluindo [[Stara Zagora]], foram destruídas e a maioria de seus habitantes foram massacrados, sendo o resto expulso ou escravizado. As atrocidades incluíram [[Empalamento|empalar]] e queimar pessoas vivas. Ataques semelhantes foram realizados por tropas turcas contra cristãos sérvios durante a [[Guerra Sérvio-Otomana (1876–1878)]].

Um grande massacre de comunidades cristãs assírias e armênias no Império Otomano ocorreu entre 1894 e 1897 e foi cometido por tropas turcas e seus apoiantes [[curdos]] durante o governo do sultão {{lknb|Abdulamide|II}} ([[Massacres hamidianos]]). Os motivos para esses massacres foram uma tentativa de reafirmar o [[pan-islamismo]] no Império Otomano, o ressentimento da riqueza comparativa das antigas comunidades cristãs nativas e o medo de que estas tentassem se separar do decadente Império Otomano. Assírios e [[armênios]] foram massacrados em [[Diarbaquir]], [[Hasankeyf]], [[Sivas]] e outras partes da [[Anatólia]] e do norte da [[Mesopotâmia]], pelo sultão Abdulamide II. Esses ataques causaram a morte de dezenas de milhares de assírios e armênios e a "otomanização" forçada dos habitantes de 245 aldeias. As tropas turcas saquearam os assentamentos restantes que foram tomados e ocupados pelos curdos muçulmanos. Mulheres e crianças cristãs desarmadas foram [[Estupro|estupradas]], [[tortura]]das e assassinadas.<ref name="ASSYRIAN UNIVERSAL ALLIANCE"/>

O governo dos [[Jovens Turcos]] do Império Otomano, em colapso em 1915, perseguiu [[Cristianismo oriental|populações cristãs orientais]] na Anatólia, [[Pérsia]], norte da Mesopotâmia e [[Levante (Mediterrâneo)|Levante]]. O ataque do exército otomano, que incluiu forças não regulares curdas, [[árabes]] e [[Circassianos|circassianas]], resultou em um número estimado de 3,4 milhões de mortos, divididos entre cerca de 1,5 milhões de cristãos armênios,<ref>[http://www.genocide-museum.am/eng/Description_and_history.php Genocide-museum] - ''Tsitsernakaberd Memorial Complex.'' {{en}} Acessado em 28/09/2017.</ref><ref>[[The New York Times]] - [http://www.nytimes.com/ref/timestopics/topics_armeniangenocide.html ''Armenian Genocide of 1915: An Overview.'] JOHN KIFNER, 7 de Dezembro de 2007, {{en}} Acessado em 28/09/2017.</ref><ref>[[Daily Mail]] - [http://www.dailymail.co.uk/news/article-479143/The-forgotten-Holocaust-The-Armenian-massacre-inspired-Hitler.html ''The forgotten Holocaust: The Armenian massacre that inspired Hitler.''] 11 de Outubro de 2007, {{en}} Acessado em 28/09/2017.</ref> 0,75 milhões de cristãos assírios, 0,90 milhões de [[Igreja Ortodoxa Grega|cristãos ortodoxos gregos]] e 0,25 milhões de [[Igreja Maronita|cristãos maronitas]];<ref>''American accounts documenting the destruction of Smyrna by the Kemalist Turkish forces: September 1922.'' Autor: Constantine G. Hatzidimitriou. Aristide D. Caratzas, Melissa International, 2005, pág. 02, {{en}} ISBN 9780892415922 Adicionado em 28/09/2017.</ref> grupos de cristãos [[georgianos]] também foram mortos. A enorme limpeza etno-religiosa expulsou do império ou matou os armênios e os [[búlgaros]] que não se [[Conversão (religião)|converteram]] ao [[islamismo]]. O [[genocídio]] levou à devastação de antigas populações cristãs nativas que existiram na região há milhares de anos.<ref>''The Plight of Religious Minorities: Can Religious Pluralism Survive?'' [[Congresso dos Estados Unidos]]. U.S. G.P.O., 2006, pág. 51, {{en}} Adicionado em 28/09/2017.</ref><ref>''The Armenian Genocide: Wartime Radicalization Or Premeditated Continuum.'' Autor: Richard G. Hovannisian. [[Routledge]], 2017, pág. 272 {{en}} ISBN 9781351485852 Adicionado em 28/09/2017.</ref><ref>''Not Even My Name: A True Story.'' Autora: Thea Halo. Picador, 2007, pág 131, {{en}} ISBN 9781429974769 Adicionado em 28/09/2017.</ref><ref>''The Political Dictionary of Modern Middle East.'' Autora: Agnes G. Korbani. University Press of America, 1995, {{en}} ISBN 9780819195791 Adicionado em 28/09/2017.</ref>

=== Perseguição na Alemanha Nazista ===
O plano de Hitler para a germanização no leste não via espaço a igrejas cristãs. Tanto igrejas protestantes, quanto igrejas católicas sofreram privações no regime nazista, que, como ideologia totalitária, não poderia permitir um estabelecimento autônomo se o governo não a legitimasse. Neste contexto, destacam-se a perseguição às [[Testemunhas de Jeová]] e a perseguição de católicos, principalmente nas regiões da Polônia invadidas pela Alemanha.

==== Perseguição às Testemunhas de Jeová ====
{{Principal|Perseguição às Testemunhas de Jeová|Testemunhas de Jeová e o Holocausto|Triângulo roxo}}

A perseguição às [[Testemunhas de Jeová]], mesmo em países considerados democráticos, tem tomado muitas formas distintas, desde a [[intolerância]] na família, na escola, no emprego e na sociedade em geral. Entre 1933 e 1945, as Testemunhas de Jeová sob alçada da [[Alemanha Nazista]] foram perseguidas e sujeitas a prisão e exterminação em [[campos de concentração]]. Fado que partilharam, como comunidade étnica ou religiosa, com [[judeu]]s, [[cigano]]s e [[Homossexualidade|homossexuais]].

==== Perseguição à Igreja Católica ====
{{Artigo principal|Perseguição nazista à Igreja Católica}}
[[Imagem:Bydgoszcz 1939 Polish priests and civilians at the Old Market.jpg|miniaturadaimagem|267x267px|Execução pública de clérigos poloneses e cidadãos no Bydgoszcz's Old Market Square, 9 de setembro de 1939. A Igreja Católica polonesa foi duramente perseguida sob o jugo dos nazistas]]
Hitler eliminou rapidamente o [[catolicismo político]], e milhares de pessoas foram presas.<ref>{{citar livro|título=Hitler a Biography|ultimo=KERSHAW|primeiro=Ian|editora=London: W.W. Norton & Co|ano=2008|local=|página= 295|acessodata=}}</ref> Em 1940, um quartel de clérigos foram enviados pelos nazistas ao [[Campo de concentração de Dachau|Campo de Concentração de Dachau]]. De um total de {{Fmtn|2720}} clérigos enviados ao campo de Dachau, a grande maioria, por volta de 2579 (ou 94,88%) eram católicos – cerca de quase 400 padres alemães. Os colégios católicos na Alemanha foram eliminados em 1939 e a imprensa católica em 1941. Com a expansão da guerra no Leste em 1941, também veio o aumento dos ataques à Igreja na Alemanha. Monastérios e conventos foram fechados e começou a expropriação dos bens da igreja. Os mais afetados foram especialmente os jesuítas.<ref>{{citar livro|título=The Nazi Persecution of the Churches|ultimo=CONWAY|primeiro=John S.|editora=|ano=|local=|página= 255|acessodata=}}</ref> Bispos alemães acusaram o Reich de uma "opressão injusta e odiosa contra Cristo e a sua Igreja".

Nas áreas polonesas invadidas pela Alemanha uma perseguição severa foi lançada em 1939. Nelas, os nazistas desmantelaram sistematicamente a Igreja – prendendo lideranças, exilando clérigos, fechando igrejas, monastérios e conventos. Muitos clérigos foram assassinados. Pelo menos 1811 sacerdotes poloneses morreram em campos de concentração nazistas. O plano de germanização do Leste de Hitler não via espaço a Igrejas cristãs. A Igreja também foi tratada duramente em outras regiões anexadas, como a Áustria sob o ''[[Gauleiter]]'' de Vienna, Odilo Globocnik, que confiscou propriedades, fechou organizações católicas e enviou muitos padres para Dachau. Nas terras tchecas ordens religiosas eram suprimidas, escolas fechadas, instrução religiosa proibida e padres enviados à campos de concentração.

=== Perseguição em estados ateus ===
{{Principal|Perseguição aos Cristãos no Bloco do Leste}}

==== União Soviética ====
{{Principal|Perseguição aos Cristãos na União Soviética}}
Ao longo da [[história da União Soviética]] (1922-1991), as autoridades daquele país suprimiram e perseguiram, em diferentes graus, várias formas de [[cristianismo]],{{Carece de fontes|data=junho de 2017}} dependendo do período particular.

A política [[marxista-leninista]] soviética defendia consistentemente o controle, supressão e a eliminação de crenças religiosas,{{Carece de fontes|data=junho de 2017}} e encorajou ativamente o [[ateísmo]] durante a existência da [[União Soviética]].<ref name="Soviet Union. POLICY TOWARD NATIONALITIES AND RELIGIONS IN PRACTICE">[http://www.country-data.com/cgi-bin/query/r-12521.html Country-data] - Soviet Union. POLICY TOWARD NATIONALITIES AND RELIGIONS IN PRACTICE. Maio de 1989, {{en}} Acessado em 12/09/2016.</ref>

=== Perseguição hindu aos cristãos da Índia ===
{{Principal|Violência anticristã na Índia}}

[[Imagem:Girl sufferedwithburnwounds.jpg|thumb|direita|350px|Uma menina [[Cristianismo na Índia|cristã]] que foi queimada durante [[violência religiosa em Orissa]]<ref>{{citar web|url=http://in.reuters.com/news/pictures/cslideshow?sj=200809011203145.js&sn=       |título=Voilência em Orisssa ( slide 8 of 30 - A Christian girl whose face was burnt during the recent religious violence, sits in a shelter at Raikia village in Orissa August 31, 2008. )|acessodata=2008-10-10}}</ref>]]

Na [[Índia]], há um aumento da violência perpetrada por [[Nacionalismo hindu|nacionalistas hindus]] contra cristãos, reproduzindo os princípios que assentam os conflitos religiosos: duas crenças distintas.<ref name="HRW">{{citar web|título=Anti-Christian Violence on the Rise in India|url=http://hrw.org/english/docs/1999/09/30/india1626.htm}}</ref> o aumento da violência anticristã na Índia tem uma relação direta com a ascendência do [[Partido Bharatiya Janata]] (BJP).<ref name="MANAS">{{citar web|título=Anti-Christian Violence in India|url=http://www.sscnet.ucla.edu/southasia/History/Current_Affairs/Current_affairs.html}}</ref> Incidentes de violência contra os cristãos têm ocorrido em muitas partes da Índia. É especialmente prevalente nos estados de [[Gujarat]], [[Maharashtra]], [[Uttar Pradesh]], [[Madhya Pradesh]] e [[Nova Deli]].<ref name="MANAS" /> O [[Vishva Hindu Parishad]] (VHP), o [[Bajrang Dal]], e os [[Rashtriya Swayamsevak Sangh]] (RSS) são as organizações mais responsáveis pela violência contra os cristãos.<ref name="HRW">{{citar web|título=Anti-Christian Violence on the Rise in India|url=http://hrw.org/english/docs/1999/09/30/india1626.htm}}</ref> Essas organizações, muitas vezes referidas coletivamente sob o nome de sua organização encoberta, o [[Sangh Parivar]] e [[meios de comunicação]] locais estaiveram envolvidos na promoção de [[propaganda]] anticristã em Gujarat.<ref name="HRW" /> O [[Sangh Parivar]] e organizações relacionadas afirmaram que a violência é uma expressão de "raiva espontânea" de "vanvasis" contra "conversões forçadas" através de atividades realizadas pelos missionários. Estas alegações foram contestadas pelos cristãos,<ref name="WBE">{{citar livro| autor = Low, Alaine M.; Brown, Judith M.; Frykenberg, Robert Eric (eds.)| título = Christians, Cultural Interactions, and India's Religious Traditions| editora = W.B. Eerdmans| local = Grand Rapids, Mich| ano = 2002| páginas = 134| isbn = 0-7007-1601-7| oclc = | doi = | acessodata = 2008-02-23}}</ref> que as descrevem como uma crença mítica<ref name="CPFVM173">{{citar livro|autor=Ram Puniyani|título=Communal Politics: Facts Versus Myths|editora=SAGE|local=|ano=2003| página=173|isbn=0761996672|oclc=|doi=}}</ref> e propaganda da parte de Sangh Parivar;<ref name="CPFVM176">{{citar livro|autor=Ram Puniyani|título=Communal Politics: Facts Versus Myths|editora=SAGE|local=|ano=2003| página=176|isbn=0761996672|oclc=|doi=}}</ref> tanto mais, que, segundo os cristãos, para Sangh Parivar, todas as conversões são uma "ameaça à unidade nacional".<ref name="VE">{{citar livro| autor = Subba, Tanka Bahadur; Som, Sujit; Baral, K. C (eds.)| título = Between Ethnography and Fiction: Verrier Elwin and the Tribal Question in India| editora = Orient Longman| local = New Delhi| ano = 2005| páginas = | isbn = 8125028129| oclc = | doi = | acessodata = 2008-02-23}}</ref>

=== Perseguição muçulmana aos cristãos da Índia ===
Cristãos na Índia têm sido frequentemente submetidos à intolerância,<ref name=":0">{{citar web|url=http://www.asianews.it/news-en/Indian-Kashmir,-two-Christians-arrested-on-false-charges-of-forced-conversions-27639.html|titulo=Indian Kashmir, two Christians arrested on false charges of forced conversions|data=4 de Dezembro de 2013|acessodata=|publicado=Asia News|ultimo=Carvalho|primeiro=Nirmala}}</ref> assédio, intimidação e ataques por muçulmanos.<ref>{{Citar web|titulo=Kashmir, false accusations on Facebook: mob tries to lynch 12 tourists|url=http://www.asianews.it/news-en/Kashmir,-false-accusations-on-Facebook:-mob-tries-to-lynch-12-tourists-27053.html|obra=www.asianews.it|acessodata=2019-03-18|ultimo=AsiaNews.it}}</ref>  Em [[Jammu]] e [[Caxemira]], um cristão convertido e missionário, Bashir Tantray, foi morto, em pleno dia, alegadamente por militantes islâmicos em 2006.<ref>{{Citar web|titulo=Christians lament killing of convert from Islam|url=https://www.speroforum.com/a/6860/Christians-lament-killing-of-convert-from-Islam|obra=Spero News|acessodata=2019-03-18|lingua=en-US}}</ref> [[Sajan George]], presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC) afirmaː "A intolerância anti-cristã em Jammu e Caxemira está a atingir  proporções alarmantes"<ref name=":0" />

Em 2011, o rev. Chander [[Mani Khanna]], pastor da Igreja Anglicana, foi preso por ter batizado sete muçulmanos, sob acusações de  proselitismo e conversões forçadas. O pastor foi mantido sob custódia policial por dez dias na delegacia de [[Kothi Bagh]] (Srinagar), sob os art. 153A (pessoas que promovem desarmonia, inimizade ou ódio com base em religião, raça, residência, idioma ou casta) e 295A (pessoas que ofendem os sentimentos religiosos de qualquer classe, com atos deliberados e maliciosos). Ele foi preso depois de uma queixa feita pelo Grande [[Mufti]] da Caxemira, que o convocou perante um tribunal islâmico depois de ver um vídeo de batismos no YouTube.<ref>{{Citar web|titulo=Kashmir: Anglican pastor who baptised seven Muslims to be released|url=http://www.asianews.it/news-en/Kashmir:-Anglican-pastor-who-baptised-seven-Muslims-to-be-released-23317.html|obra=www.asianews.it|acessodata=2019-03-18|ultimo=AsiaNews.it}}</ref>

== Ver também ==
{{dividir em colunas|col=2}}
* [[Anticristianismo]]
* [[Sadok e Mártires de Sandomierz]]
* [[Carmelitas de Compiègne]]
* [[Cristianização]]
* [[Crítica ao cristianismo]]
* [[História da Igreja Católica]]
* [[História do cristianismo]]
* [[Intolerância religiosa]]
* [[Impacto do cristianismo na civilização]]
* [[Lei contra o cristianismo]]
* [[Mártir]]
* [[Mártires do Japão]]
** [[Os 26 Mártires do Japão]]
* [[Mártires dos Pontões de Rochefort]]
* [[Mártires de Gorcum]]
* [[Os 120 Mártires da China]]
* [[Quarenta Mártires do Brasil]]
* [[Santo]]
* [[Santos Irmãos Mártires de Turón]]
{{dividir em colunas fim}}

{{Referências|col=2}}

== Bibliografia ==
* DANIEL-ROPS, Henri.'' História da Igreja de Cristo''. Tradução de Henrique Ruas; revisão de Emérico da Gama - São Paulo: Quadrante, 2006 (coleção). ISBN 85-7465-002-1
* DREHER, Martin. ''A Igreja no Império Romano.'' São Leopoldo: Sinodal, 1993.
* GIBBON, Edward. ''Declínio e Queda do Império Romano.'' São Paulo: Companhia de Bolso, 2005.
* GONZÁLEZ, Justo L. ''A Era dos Mártires.'' São Paulo: Vida Nova, 2002.
* HEATHER, Peter & MATTHEWS, John. ''Goths in the Fourth Century''. Liverpool: Liverpool University Press, 1991.
* LUCIANO de Samósata. "Alexander The Oracle-monger". In ''The Works of Lucian of Samosata'', vol. II. Trad. H. W. Fowler and F. G. Fowler. Oxford: The Clarendon Press, 1905.

== Ligações externas ==
* {{Link|en|2=http://www.christianpersecution.info/ |3=Christian Persecution |4=- Welcome to Christian Persecution Info. Página visitada em 15 de Setembro de 2013.}}
* {{Link|en|2=http://www.persecution.org/ |3=Persecution.org |4=Página visitada em 15 de Setembro de 2013.}}
* {{Youtube|bArDe_VyNmU|''Cristãos perseguidos ao redor do mundo''}}. Página visitada em 4 de Julho de 2018.
* {{link|la|http://www.thelatinlibrary.com/tac.html |TÁCITO. ''Annales.''}}
* {{Link|en|2=https://web.archive.org/web/20061117125146/http://etext.library.adelaide.edu.au/mirror/classics.mit.edu/Tacitus/annals.html |3=TÁCITO. ''Annales.''}}
* [http://www.ricardocosta.com/textos/livroI.htm GREGÓRIO de Tours. ''História dos Francos.'']
* {{link|la|http://www.thelatinlibrary.com/gregorytours.html |GREGÓRIO de Tours. ''Libri Historiarum''}}

{{Cristianismo2}}
{{Portal3|Discriminação|História|Cristianismo|Direitos humanos}}
{{Controle de autoridade}}

[[Categoria:História da Igreja Católica]]
[[Categoria:História do Cristianismo]]
[[Categoria:Mártires cristãos]]
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[[Categoria:Perseguições religiosas por estados comunistas]]