Saltar para o conteúdo

Pilares da Criação

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Imagem gerada pelo Telescópio Espacial James Webb de 2022.

Pilares da Criação é uma foto dos aglomerados de poeira e gás com tamanho interestelar na nebulosa da Águia, situado a cerca de 6.500-7.000 anos-luz da Terra.[1] No nome, "pilares" é sugestivo ao formato do lugar, e a parte "Criação" originou-se devido ao local ser um enorme berço de estrelas. A imagem, datada em 1 de abril de 1995, foi tirada pelo telescópio espacial Hubble.[2]

Características

[editar | editar código-fonte]
Pilares da Criação na Nebulosa da Águia.

Os pilares são, na sua essência, compostos de hidrogênio molecular, vitais para o nascimento de novas estrelas, que têm sido erodidos por foto-evaporação, devido a uma forte exposição à luz violeta gerada pelas estrelas tecnicamente próximas.[3] Com o passar do tempo, pequenas porções de gás, no interior da nuvem, são expostos à radiação ultra-violeta. A estas porções dá-se o nome de "EGGs" — um acrônimo para "Evaporating Gaseous Globules" (Globos de evaporação de gás). As sombras dos EGGs protegem a parte restante do gás, resultando em estruturas com formato semelhante a um dedo, no topo dos pilares. O tamanho do maior pilar tonda os 6 anos-luz de altura. O local abriga ainda um grande aglomerado de estrelas jovens, que ali se formaram.[4]

Provável destruição

[editar | editar código-fonte]

Segundo a NASA (National Aeronautics and Space Administration - Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) os pilares já não existem, e apenas vemos o que ali existia há cerca de 6.500-7.000 anos; embora o desaparecimento dos pilares já tenha acontecido, a luz emitida nesse momento, viajando à velocidade da luz, não teve ainda tempo de chegar à Terra. Imagens mais recentes tiradas com o telescópio espacial Spitzer mostraram uma nuvem quente em torno dos pilares da criação, o que foi o bastante para ser interpretado por muitos como sendo uma onda de choque gerada por uma supernova. O formato da nuvem sugere que a supernova explodiu há cerca de 6.000 anos e devastou as três colunas.[5] Considerando a distância de 7.000 anos luz da terra, dentro de 1.000 anos a explosão será visível no planeta.[6] Há ainda outra teoria defendida por outros astrônomos, que argumentam que esta nuvem quente nada mais é do que uma emissão de radio e raio-x maior do que esperado para a supernova, e que a poeira poderia ter sido aquecida pelo vento estelar. Se este for o caso, os pilares da criação vão sofrer uma erosão mais gradual.[7]

Fotografia de 2014.

A imagem obtida pelo telescópio é uma junção de 32 imagens de quatro câmeras diferentes. As cores foram emitidas pelos elementos da nuvem, em conformidade com o seguinte esquema: verde para hidrogênio, vermelho para enxofre ionizado e azul para átomos de oxigênio duplamente ionizados.[8]

A parte que falta da imagem no canto superior direito decorre do fato de que uma das quatro câmeras tem uma visão ampliada dessa parte, o que permite aos astrônomos ver detalhes mais finos. Assim, as imagens dessa câmera são reduzidas em tamanho proporcional para combinar com as outras três câmeras.

Em 2010, o observatório espacial Herschel, capturou uma nova imagem em ondas longas de infravermelho. Essa nova imagem permitiu que os astrônomos vissem o interior dos pilares e das suas estruturas e, assim, chegassem a uma compreensão muito mais ampla das forças criativas e destrutivas no interior da Nebulosa da Águia.[9]

Revisita do Hubble

[editar | editar código-fonte]
Imagem infravermelha obtida pelo Telescópio Espacial Hubble em 2014.

Em comemoração dos 25 anos desde o lançamento do Telescópio Espacial Hubble, os astrônomos reuniram uma fotografia maior e com maior resolução dos Pilares da Criação, que foi revelada em janeiro de 2015 na reunião da American Astronomical Society, em Seattle.[10]

Referências

  1. Clavin, Whitney. «'Elephant Trunks' in Space». Consultado em 9 de março de 2011 
  2. Best Hubble Space telescope images from Space.com. [archived copy]
  3. «NOVA | Origins | The Pillars of Creation image 1». PBS. Consultado em 13 de fevereiro de 2012 
  4. «The Birth of Stars». Csep10.phys.utk.edu. Consultado em 13 de fevereiro de 2012 
  5. Flagey, Nicholas; et al. (Janeiro de 2009). «The Eagle Nebula Unveiled by the Spitzer/MIPSGAL Survey». Bulletin of the American Astronomical Society. 41 (1): 37. Bibcode:2009AAS...21332401F 
  6. Lovett, Richard. «Photo in the News: Supernova Destroys "Pillars of Creation"». Consultado em 13 de março de 2011 
  7. Shiga, David (10 de janeiro de 2007). «'Pillars of creation' destroyed by supernova». Consultado em 4 de maio de 2012 
  8. «NOVA | Origins | The Pillars of Creation image 3». PBS. Consultado em 13 de fevereiro de 2012 
  9. «Revisiting the 'Pillars of Creation'». NASA. 18 de janeiro de 2012. Consultado em 20 de janeiro de 2012 
  10. «Hubble Goes High-Definition to Revisit Iconic 'Pillars of Creation'». NASA. 5 de janeiro de 2015. Consultado em 6 de janeiro de 2015 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]