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Plano de Guerra Cinzento (Portugal)

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Localização dos Açores no Mapa Mundi.

O Plano de Guerra Cinzento (em inglês: War Plan Gray) foi um plano dos Estados Unidos desenvolvido para a invasão das Ilhas dos Açores em 1940/1941, dada a possibilidade de a Alemanha tomar as ilhas numa invasão a Portugal. O Plano Cinza é um dos muitos planos de guerra codificados por cores criados no início do século XX.[1] A 22 de maio de 1941, o presidente Franklin D. Roosevelt ordenou que o Exército e a Marinha dos EUA elaborassem um plano oficial para ocupar o arquipélago português. Aprovado pelo Conselho Conjunto em 29 de maio, o Plano de Guerra Cinzento previa uma força de desembarque de 28.000 soldados, metade da Marinha (fuzileiros) e metade do Exército.

Embora tenham sido feitas ações para preparar esta invasão, uma mudança de foco e novas informações sobre a guerra interromperam o plano e os Açores acabariam por nunca ser invadidos. Isso foi creditado principalmente a fontes de inteligência que produziram evidências que afastavam a ideia da Alemanha Nazi fosse invadir a Espanha Franquista pró-fascista e o neutro Estado Novo de Portugal. Com a invasão da União Soviética pela Alemanha na Operação Barbarossa, os medos americanos em relação aos Açores diminuíram, resultando na suspensão do Plano de Guerra Gray e permitindo que os EUA concentrassem seu tempo e forças em outro lugar.

Arquipélago dos Açores

O Arquipélago dos Açores está entre as principais rotas de navegação entre os EUA e o Mar Mediterrâneo, a Europa e a América do Sul. Embora os Açores tivessem pouco valor para a defesa do Hemisfério Ocidental, isso era contrariado pelo seu imenso valor para a Alemanha.[2] Se a Alemanha construísse bases aéreas e navais nessas ilhas, ela poderia impor um controle ainda maior à navegação britânica e até facilitar possíveis futuras invasões por parte do Eixo.

Este medo levou os oficiais de planejamento do Exército e da Marinha americanos a elaborar, ainda em outubro de 1940, um plano para uma invasão surpresa das ilhas. Na época, o plano não era viável devido à falta de recursos, e era incompatível com a política diplomática americana de ficar fora da guerra. Em maio de 1941, os serviços de inteligência americana sugeriram a possibilidade de a Alemanha tomar as Ilhas dos Açores. Isso levou o POTUS Franklin D. Roosevelt a encarregar o Exército e a Marinha de elaborar um novo plano formal, com o codinome Gray (Cinzento). O plano foi aprovado pelo Conselho Conjunto a 29 de maio do mesmo ano. O mesmo requisitava uma força de 28.000 soldados de combate, metade de cada força envolvida no planeamento. A força de desembarque de Gray seria comandada pelo Major General Holland M. Smith, da USMC, sob o comando do Contra-Almirante Ernest J. King, o comandante expedicionário.[3]

Pouco antes da Diretiva dos Açores, que iniciaria a invasão do arquipélago com as forças destacadas, a atenção dos EUA estava voltada para o Brasil, por medo de que as potências do Eixo invadissem a América do Sul e o Hemisfério Ocidental. Isto levou a uma mudança na urgência da operação sobre as ilhas. Em junho, fontes de inteligência americanas e aliadas apresentaram evidências confiáveis de que a Alemanha planejava não invadir os Países Ibéricos, mas a União Soviética. Isto pôs fim aos receios das ilhas dos Açores e o Plano de Guerra Gray foi suspenso.[4][ página necessário ]

Referências

  1. «The War Plan Rainbow». GlobalSecurity.org. Consultado em 10 de Fevereiro de 2010 
  2. «War Plan Grey». GlobalSecurity.org. Consultado em 10 de Fevereiro de 2010 
  3. «The Atlantic Crisis of 1941». Center For US Military History. Consultado em 10 de Fevereiro de 2010 
  4. «History of the U.S. Marine Corps in WWII Vol I - Pearl Harbor to Guadalcanal» (PDF). HISTORICAL BRANCH, G-3 DIVISION, HEADQUARTERS, U.S. MARINE CORPS. Consultado em 10 de Fevereiro de 2010