Potencial de repouso

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O potencial de repouso (denominado também por estado fixo ou potencial transmembrana de regime estacionário) de uma célula ocorre quando o potencial de membrana não é alterado por potenciais de ação, ou seja, quando a membrana está polarizada e não há potenciais sinápticos ou qualquer outra alteração ativa do potencial de membrana. Na membrana das células, o potencial de repouso tem um valor negativo, o que, por convenção, significa que existe um excesso de carga negativa no interior da membrana comparado com o exterior. [1]

Etapas de formação do potencial de repouso[editar | editar código-fonte]

  1. O potássio (K+) passa do interior para o exterior da membrana plasmática devido a uma maior permeabilidade de membrana a esse íon. Essa permeabilidade resulta de um maior número de proteínas canais que o transportam.
  2. O movimento relativo do K+ é interrompido no momento em que o gradiente elétrico (causado pela permanência de ânions orgânicos no interior da membrana) se iguala ao gradiente químico (v. gradiente eletroquímico). O movimento "para" quando a força electromotriz (que levaria o K+ para dentro) é igualada pela força de saída por difusão do K+.
  3. A membrana é pouco permeável ao sódio (Na+); logo, esse íon pouco entra na célula. Porém, apesar de pequena, a sua entrada faz o potencial de repouso da membrana (-65 mV) não ser igual ao potencial do potássio (-80 mV). O pouco de Na+ que consegue entrar na célula neutraliza alguns ânions orgânicos, tornando o meio intracelular um pouco menos negativo (de -80 para -65 mV).
  4. Para manter esse potencial de repouso, é preciso manter o gradiente de concentração. Esse gradiente é mantido por meio da bomba de sódio e potássio. A bomba é uma molécula que faz parte de uma classe de proteínas integrais da membrana, sendo capaz de translocar K+ para dentro da célula e Na+ para fora da célula, utilizando a energia desprendida na degradação de ATP em ADP e fosfato inorgânico. [2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Ibrahim Felippe Heneine (2001). Biofísica básica 1ª ed. Minas Gerais: Atheneu. 409 páginas. ISBN 8573791225 
  2. A. C. Guyton, J. E. Hall (2006). Tratado de fisiologia médica 11ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 1115 páginas. ISBN 8535216413 
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