Pyxicephalus adspersus
Rã-touro-africana | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Pyxicephalus adspersus''' Tschudi, 1838 | |||||||||||||||
Subspécies | |||||||||||||||
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A rã-touro-africana (Pyxicephalus adspersus), também chamada de rã-touro-gigante, é um anfíbio anuro pertencente à família Pyxicephalidae. É encontrada nos seguintes países: África do Sul, Angola, Botsuana, Quênia, Malawi, Moçambique, Namíbia, Essuatíni, Tanzânia, Zâmbia, Zimbábue e possivelmente na República Democrática do Congo.
Seus habitats naturais são savanas secas, savanas-estépicas, lagos de água fresca, marismas, plantações, canais e valas. É um pixicefalídeo de grande porte, de modo que machos tem massa corporal média de 1,4 kg, mas alguns ultrapassam facilmente 2 kg. As fêmeas costumam ter a metade da massa dos machos, o que é incomum entre anfíbios. O comprimento dos machos é de cerca de 23 cm, enquanto fêmeas são bem menores.[2][3] Costumam apresentar uma linha escura ao longo da coluna vertebral.[4] Tímpanos menores que os olhos e separados deles a uma distância que equivale ao dobro do diâmetro dos olhos.[5]
Alimentação e hábitos
[editar | editar código-fonte]A rã-touro-africana é um carnívoro voraz, cuja dieta é composta por insetos, pequenos roedores, répteis, pequenas aves e outros anfíbios.[3][6] Trata-se também de uma especie canibal, de modo que os machos são conhecidos por ocasionalmente comerem os girinos que deveriam ser protegidos por eles.[7] Certa vez, um espécime mantido no Zoológico de Pretória, na África do Sul, devorou dezessete jovens najas-cuspideiras.[8] Uma de suas estratégias é enterrar-se, a fim de evitar sua visualização pelas presas.[6]
Ela coaxa em um volume relativamente alto e emite um balido quando estressada ou manuseada. É um dos três anuros que possui "dentes" afiados e que morde humanos quando provocada ou manuseada. As outras espécies são as dos gêneros Ceratophrys e Lepidobatrachus. Na natureza, tais estruturas ósseas odontoides não são utilizadas para mastigar, mas sim para segurar a presa durante o processo de deglutição, as quais costumam ser engolidas vivas.[6]
Durante a estiagem, as rãs se mantém enterradas.[7]
Reprodução
[editar | editar código-fonte]O acasalamento inicia após a temporada de chuva intensa. As rãs-touro-africanas acasalam em corpos d'água temporários e rasos, como piscinas, pântanos e fossos. Os ovos são postos na borda desses corpos, porém a fertilização ocorre na superfície da água.[7]
Os machos coaxam durante a estação chuvosa. O som por eles emitido é grave e dura cerca de um segundo.[9] Os indivíduos do sexo masculino podem apresentar duas estratégias reprodutivas, de acordo com a idade. Machos jovens se reúnem em áreas reduzidas, cerca de 1 ou 2 m2 de água rasa. Os machos de maior porte ocupam o centro das arenas em questão para afugentar outros machos. Eventualmente, há disputas, as quais acarretam ferimentos ou até mesmo a morte mútua. O dominante evita que outras rãs masculinas acasalem. Fêmeas se aproximam do grupo por meio do nado ao longo da superfície até alguns metros da reunião. Em seguida, assegura o acasalamento com os maiores machos.[7]
As fêmeas põem de 3000 a 4000 ovos. Os ovos eclodem após dois dias e se alimentam principalmente de vegetais, pequenos peixes, invertebrados. Os machos conferem proteção aos girinos, os quais concluem sua metamorfose em três semanas, embora possa comer alguns deles.[7] Se há grandes chances do corpo aquoso, em que se encontram os filhotes, secar, o pai usa suas patas para cavar um canal até um local mais seguro.[10]
Estimação
[editar | editar código-fonte]A rã-touro-africana é um animal de estimação exótico em diversos países e nenhuma legislação torna sua posse como ilegal. Tais anuros não costumam enfrentar dificuldades reprodutivas em cativeiro. Sua vida, longe da seleção natural, costuma perdurar por até 35 anos.[2]
Galeria
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Pyxicephalus edulis». IUCN. Consultado em 2 de maio de 2018
- ↑ a b The Natural History and Care of the African Bullfrog (A História Natural e a Proteção à Rã-touro-africana). Acessado em 29/04/2018
- ↑ a b Loveridge, A. (1950). "HISTORY AND HABITS OF THE EAST AFRICAN BULLFROG". (História e Hábitos das rãs-touro-africanas do Leste). J. East Afr. Nat. Hist. Soc. 19: 253–275.
- ↑ «Pyxicephalus obbianus». AmphibiaWeb. Consultado em 2 de maio de 2018
- ↑ «Pyxicephalus Differences». Frog Forum. Consultado em 2 de maio de 2018
- ↑ a b c «Os Engolidores da Natureza». Curiosidades Animal. 10 de fevereiro de 2018. Consultado em 29 de abril de 2018
- ↑ a b c d e African Bullfrog (Rã-touro-africana). Acessado em 29/04/2018
- ↑ Branch, W. R. (1976). "Two exceptional food records for the African bullfrog, Pyxicephalus adspersus (Amphibia, Anura, Pyxicephalidae)". [Dos recordes excepcionais das rãs-touro-africanas, Pyxicephalus adspersus (Amphibia, Anura, Pyxicephalidae). Journal of Herpetology. 10 (3): 266–268.
- ↑ Encyclopedia of Life. (Enciclopédia da Vida)
- ↑ Cook, C.L.; Ferguson, Jan W.H.; Telford, S.R. (June 2001). "Adaptive Male Parental Care in the Giant Bullfrog, Pyxicephalus adspersus". (Cuidados paternais adaptativos da rã-touro-gigante, Pyxicephalus adspersus). Journal of Herpetology. 35 (2): 310.