Rémi Brague

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Rémi Brague (Paris, 8 de setembro de 1947) é um filósofo especialista em filosofia medieval árabe, judaica e cristã. É professor emérito de filosofia da Universidade Paris I Panthéon-Sorbonne e da Universidade de Munique Ludwig-Maximilians. Desde 2009 é membro da Académie des Sciences Morales et Politiques e da Academia Católica da França[1]. Em 2012 foi um dos ganhadores do Prêmio Ratzinger de teologia[2].
Biografia[editar | editar código-fonte]
Rémi Brague estudou na École normale supérieure de Paris de 1967 a 1971. Em 1976 recebeu o título de doutor em filosofia pela Universidade Paris-Sorbonne, com uma tese sobre Aristóteles orientada pelo filósofo Pierre Aubenque.[3]
Foi professor na Universidade Paris I Panthéon-Sorbonne, onde dirigiu o centro de pesquisas “Tradição do pensamento clássico”, e na Universidade de Munique Ludwig-Maximilians, onde ocupou a cátedra Romano Guardini. Foi também professor visitante nas Universidades de Boston, Pennsylvania e Lausanne.[3]
Seus trabalhos concentram-se sobretudo na área de filosofia medieval com uma análise comparativa entre as tradições islâmica, judaica e cristã, e na história das ideias filosóficas.
Em setembro de 2002 participou como conferencista do 2º Colóquio Internacional Latinidade e Herança Islâmica[4], promovido pela Academia da Latinidade no Rio de Janeiro[5]. Sua conferência intitulou-se Quelques difficultés pour comprendre l'islam[6].
Suas obras mais importantes compõem uma grande trilogia da qual fazem parte os livros La sagesse du monde (1999), La loi de Dieu (2005) e Le règne de l'homme (2015). Essa trilogia é uma longa reflexão sobre a cultura, compreendida como elemento constitutivo do ser humano. Mas em que ela se baseia? Os dois primeiros volumes traçam a história das duas principais respostas dadas a essa pergunta: a natureza (cosmologia) e Deus (teologia). O terceiro volume questiona o “projeto moderno”, segundo o qual o homem pode basear sua humanidade em si mesmo, sem referências à natureza ou a Deus.
Obras[editar | editar código-fonte]
Livros publicados
- Le Restant. Supplément aux commentaires du Ménon de Platon, Paris, Vrin / Les Belles Lettres, 1978, 1999, 247p.
- Du temps chez Platon et Aristote. Quatre études, Paris, P.U.F., 1982, 1995; (Quadrige), 2003, 181p.
- Aristote et la question du monde. Essai sur le contexte cosmologique et anthropologique de l'ontologie, Paris, P.U.F., 1988, 2001, 560p.; Paris, Cerf, 2009.
- Europe, la voie romaine, Paris, Criterion, 1992, 189p.; 1993, 206p.; Gallimard (Folio-essais), 1999, 2005, 260p.
- (com P. Koslowski) Vaterland Europa, Europäische und nationale Identität im Konflikt, Wien, Passagen Verlag, 1997, 77p.
- La Sagesse du monde. Histoire de l'expérience humaine de l'univers, Paris, Fayard, 1999, 333p.; Paris, LGF, (Biblio-Essais), 2002, 445p.
- El passat per endavant, Barcelonesa d’edicions, 2001, 184 p.
- Introduction au monde grec. Études d'histoire de la philosophie, Chatou, La Transparence, 2005, 242p.; Paris, Flammarion (Champs), 2008.
- La Loi de Dieu. Histoire philosophique d'une alliance, Paris, Gallimard, 2005, 398p.; Paris, Gallimard (Folio-essais), 2008, 572p.
- Au moyen du Moyen Age. Philosophies médiévales en chrétienté, judaïsme, islam, Chatou, La Transparence, 2006, 317p.; Paris, Flammarion (Champs), 2008.
- Du Dieu des chrétiens et d'un ou deux autres, Paris, Flammarion, 2008, 256p.; (Champs), 2009.
- Image vagabonde. Essai sur l'imaginaire baudelairien, Chatou, La Transparence, 2008, 144p.
- Les Ancres dans le ciel. L'infrastructure métaphysique, Paris, Seuil, 2011, 139p.
- Le Propre de l'homme : Sur une légitimité menacée, Paris, Flammarion, 2013, 259p.
- Modérément moderne, Paris, Flammarion, 2014, 384p.
- Le règne de l'homme. Genèse et échec du project moderne, Paris, Gallimard, 2015, 416p.
- Contro il cristianismo e l'umanismo. Il perdono dell'Occidente, Siena, Cantagalli, 2015, 336p.
- Où va l'histoire ? Entretiens avec Giulio Brotti, Paris, Salvator, 2016, 182p.
- Sur la religion, Paris, Flammarion, 2018, 256p.
- Curing Mad Truths. Medieval Wisdom for the Modern Age, South Bend, Notre Dame University Press, 2019, 152p.
- (com S. B. Diagne) La Controverse. Dialogue sur l’islam, Paris, Stock, 2019, 191p.
- Zum christlichen Menschenbild, Springer, 2021, 170p.
- Après l'humanisme. L'image chrétienne de l'homme, Paris, Salvator, 2022, 210p.
- Sur l'Islam, Paris, Gallimard, 2023.
Traduções feitas pelo autor
- (do alemão e do inglês) Leo Strauss, Maïmonide. Essais recueillis et traduits, Paris, P.U.F., 1988, 376p.
- (do árabe) Maïmonide, Traité de logique, Paris, DDB, 1996, 158p.
- (do hebraico) Shlomo Pinés, La Liberté de philosopher. De Maïmonide à Spinoza, Paris, DDB, 1997, 484p.
- (do hebraico e do árabe) Thémistius, Paraphrase de la Métaphysique d'Aristote, Livre Lambda, Paris, Vrin, 1999, 175p.
- (do árabe) Maïmonide, Traité d'éthique, Paris, DDB, 2001, 186p.
- (do árabe) Razi, La Médecine spirituelle, Paris, Garnier-Flammarion, 2003, 206p.
Livros traduzidos em português
- A Sabedoria do Mundo. História da experiência humana do universo, Lisboa: Instituto Piaget, 2002, 319p.
- O Tempo em Platão e Aristóteles, São Paulo: Loyola, 2006, 200p.
- A Lei de Deus. História filosófica de uma aliança, Lisboa: Instituto Piaget, 2008, 384p.
- A Lei de Deus. História filosófica de uma aliança, São Paulo: Loyola, 2009, 376p.
- Mediante a Idade Média: Filosofias Medievais na Cristandade, no Judaísmo e no Islã, São Paulo: Loyola, 2010, 328p.
- Introdução ao mundo grego: estudos de história da filosofia, São Paulo: Loyola, 2010, 216p.
- Âncoras no Céu: a infraestrutura metafísica, São Paulo: Loyola, 2013, 128p.
- Europa, a via romana, trad. Jair Santos, São Paulo: Mnema, 2020, 188p.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Site oficial: http://remibrague.com.
- Página Sorbonne: https://web.archive.org/web/20160303233239/http://gramata.univ-paris1.fr/BRAGUE
- "A Europa é um aqueduto" (entrevista ao jornal Público, 06/06/1994): https://setemargens.com/remi-brague-hoje-em-lisboa-a-europa-e-um-aqueduto-entrevista/
- “Rémi Brague: o pensamento do Prémio Ratzinger de Teologia 2012 sobre a construção da cultura europeia” (entrevista ao jornalista português António Marujo em 1994): http://www.snpcultura.org/remi_brague_europa.html
- “É um absurdo o homem querer criar algo que o ultrapassasse. Entrevista publicada na 175ª edição da IHU On-Line” (10/04/2006): http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=504&secao=200
- Augusto de Carvalho Mendes. Resenha do livro "Âncoras no Céu: a infraestrutura metafísica". Revista Interações: Cultura e Comunidade, vol. 9, núm. 16, julio-diciembre, 2014, pp. 485-488. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/3130/313037815017.pdf
- “Dilemas sobre o curso da história. A armadilha dos valores, segundo Rémi Brague” (13/05/2015): http://www.ihu.unisinos.br/169-noticias-2015/542541-dilemas-sobre-o-curso-da-historia-a-armadilha-dos-valores
- "O que é a cultura?" (Conferência com legendas em português, 16/02/2016): https://www.youtube.com/watch?v=ykRkGNHZWIU
- “O deus Dinheiro, o primeiro terrorismo. Entrevista com Rémi Brague” (17/08/2016): http://www.ihu.unisinos.br/558971-o-deus-dinheiro-o-primeiro-terrorismo-segundo-o-papa-francisco-entrevista-com-remi-brague
- “Legitimar o humano. Entrevista com Rémi Brague” (04/01/2017): http://www.ihu.unisinos.br/563560-legitimar-o-humano-entrevista-com-remi-brague
- "Temos a liberdade própria dos escravos" (entrevista à Renascença, 21/05/2019): https://rr.sapo.pt/2019/05/21/religiao/temos-a-liberdade-propria-dos-escravos/noticia/152056/
- "Somos loucos por demasiada razão. Entrevista com Rémi Brague" (29/05/2020): http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/599466-brague-somos-loucos-por-demasiada-razao
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ «Académie catholique de France»
- ↑ «Prêmio Ratzinger 2012». Consultado em 5 de fevereiro de 2017
- ↑ a b «Biography». Consultado em 6 de fevereiro de 2017
- ↑ «Latinité et Héritage Islamique» (PDF). Academia da Latinidade. 2002. Consultado em 5 de fevereiro de 2017
- ↑ «A latinidade aberta ao Islão». 13 de setembro de 2002. Consultado em 6 de fevereiro de 2017
- ↑ Brague, Rémi (2002). «Quelques difficultés pour comprendre l'islam» (PDF). Consultado em 5 de fevereiro de 2017