República de Benim (1967)

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República de Benim

Estado cliente


1967

Bandeira de República de Biafra

Bandeira
Localização de República de Biafra
Localização de República de Biafra
Localização da República de Benim (vermelho) no contexto africano maior
Continente África
Região África Ocidental
País Nigéria
Capital Cidade do Benim
Governo República
Presidente Albert Nwazu Okonkwo
Período histórico Guerra Civil Nigeriana
 • 19 de setembro de 1967 Fundação
 • 20 de setembro de 1967 Dissolução
Área
 • 1967 3 000 000 km2
Moeda Libra biafrense
Libra nigeriana

A República de Benim foi uma efêmera república do litoral nigeriano do Golfo de Benim, nomeada em homenagem a sua capital, a Cidade do Benim. Anteriormente a Região Centro-Oeste da Nigéria, foi controlada pelas forças de Biafra durante as fases iniciais da Guerra Civil Nigeriana. O Estado foi declarado em 20 de setembro de 1967, ao mesmo tempo que a Nigéria Federal completava sua reconquista da região.[1]:369

No período que antecedeu a Guerra Civil, a Região Centro-Oeste tentou tomar uma posição neutra; pouco antes de Biafra anunciar sua separação da Nigéria, líderes do Centro-Oeste patrocinaram uma conferência de paz perto da Cidade do Benim[1]:367 e funcionários estatais se recusaram a permitir que as tropas federais invadissem Biafra através do Centro-Oeste. [1]:368 Em agosto de 1967, as forças de Biafra assumiram o controle da Região Centro-Oeste e o médico Albert Okonkwo seria o novo chefe de governo. [2] Inicialmente, a população ibo acolheu controle de Biafra, enquanto os não-ibos geralmente ficaram descontentes, porém decidiram esperar pela restauração do controle federal; as relações iniciais entre a administração e os não-ibos foram pacíficas, mas desconfortáveis. Para melhorar as relações com os segmentos não-ibo da população, a administração do governador Okonkwo saturou casas e ruas com notícias da posição de Biafra e os meios de comunicação social começaram a suprir o estado com notícias sobre a opressão dos ibos na Nigéria Federal. À medida que os dias passavam, a divisão étnica do estado rapidamente se tornou evidente: a interminável campanha de relações públicas conseguiu mudar as mentes dos não-ibos, mas ao invés de convertê-los para o apoio absoluto da causa pró-Biafra, destruiu sua simpatia pela causa secessionista. [1]:377 Como as relações continuaram a deteriorar-se, o Presidente C. Odumegwu Ojukwu visitou a Região Centro-Oeste para obter apoio e reunir-se com líderes da anteriormente banida Convenção Nacional dos Cidadãos Nigerianos. Embora a visita tenha aumentado o apoio entre os ex-partidários da Convenção Nacional dos Cidadãos Nigerianos, despertou sua antiga discórdia intrapartidária. Ao mesmo tempo, os partidários da Convenção Nacional dos Cidadãos Nigerianos começaram a entrar em conflito com os adeptos de outros partidos e a rejeição dos não-ibos a invasão se solidificou.[1]:378

Como a administração de Okonkwo continuava a perder o apoio da população, ficariam desesperados, e a República de Benim foi proclamada como um último esforço: mesmo que não pudesse conquistar o apoio dos não-ibos, a proclamação poderia pelo menos dividi-los das forças federais. [1]:379 Citando as mortes de cidadãos da Região Centro-Oeste nos tumultos do norte e o apoio antebellum da região para um governo confederal, Okonkwo declarou que o novo estado apoiaria Biafra em todas as causas e participaria em organizações como a Commonwealth e a Organização da Unidade Africana. [1]:380 No entanto, Okonkwo sabia que o novo estado não poderia durar: ele e outros oficiais haviam discutido uma declaração de independência em 5 de setembro sem chegar a acordo e o anúncio foi registrado em um curto período de calmaria, enquanto ele e suas forças militares recuaram diante de um avanço militar federal.[1]:381 Mais tarde, no mesmo dia, as forças federais chegaram à Cidade do Benim, e o Alto Comissário britânico relatou multidões nas ruas para celebrar a reconquista. [2] Enquanto isso, o presidente Ojukwu não ofereceu nenhum comentário sobre a declaração, concentrando-se, em vez disso, no fracasso dos soldados de Biafra em deter o inimigo. [1]:381 Sua atenção às falhas militares de Okonkwo e a falta de comentários sobre a declaração de independência sugerem que os oficiais de Biafra poderiam estar planejando a declaração da República e que suas objeções se referiam ao seu timing, ao invés da sua ocorrência. Biafra ganhou o reconhecimento de alguns estados estrangeiros, mas todos os ganhos não estavam relacionados com a proclamação de Benim e a ocupação de Biafra da região não conseguiu atingir seus objetivos, ao passo que incitou o governo federal para uma guerra plena.[1]:382

Referências

  1. a b c d e f g h i j Orobator, S.E. "The Biafran Crisis and the Midwest". African Affairs 86.344 (1987): 367-383.
  2. a b "Breakaway Nigerian Area Lasts Only One Day". Gadsden Times 1967-09-21: 1

Ligações externas[editar | editar código-fonte]