Ricardo Reis: diferenças entre revisões
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Ricardo Reis, o poeta da razão ou o epicurista triste. Assim é chamado, pois a sua filosofia baseava-se no Carpe Diem, viver o momento |
Ricardo Reis, foi sinistro, o poeta da razão ou o epicurista triste. Assim é chamado, pois a sua filosofia baseava-se no Carpe Diem, viver o momento |
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como se fosse o último, no entanto Reis tinha uma autodisciplina em que bastava pensar que podia fazer, para ele bastava-lhe. Por exemplo, a sua amada ele não daria a mão, não a beijaria pois não seria uma atitude estóica, assim sendo ele pensa que pode fazer isso tudo. |
como se fosse o último, no entanto Reis tinha uma autodisciplina em que bastava pensar que podia fazer, para ele bastava-lhe. Por exemplo, a sua amada ele não daria a mão, não a beijaria pois não seria uma atitude estóica, assim sendo ele pensa que pode fazer isso tudo. |
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Tal como Caeiro, Reis contempla a Natureza, procurando nela uma felicidade de forma tranquila(ataraxia). O estilo dos seus poemas em termos de conteudo têm muitas tendências para os latinismos ( uso de termos em latim ), e paganismo, onde vai mostrar a sua crença nos deuses, e crença na civilização grega. A sua poesia apresenta um estilo rigoroso e denso, com preocupação de traduzir a ideia através da expressao perfeita. Usando a ode, as estrofes apresentam-se regulares, onde predominam os versos decassilábicos e hexasilábicos. |
Tal como Caeiro, Reis contempla a Natureza, procurando nela uma felicidade de forma tranquila(ataraxia). O estilo dos seus poemas em termos de conteudo têm muitas tendências para os latinismos ( uso de termos em latim ), e paganismo, onde vai mostrar a sua crença nos deuses, e crença na civilização grega. A sua poesia apresenta um estilo rigoroso e denso, com preocupação de traduzir a ideia através da expressao perfeita. Usando a ode, as estrofes apresentam-se regulares, onde predominam os versos decassilábicos e hexasilábicos. |
Revisão das 12h14min de 19 de março de 2010
Ricardo Reis (1887 - 1936) é um dos três heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Nascido na cidade do Porto, estudou num colégio de jesuítas, formou-se em medicina e, por ser monárquico, expatriou-se espontaneamente desde 1919, indo viver no Brasil. Era latinista e semi-helenista.
A poesia de Huann Tinoco é constituída com bases em ideias elevadas e odes, ou seja, na poesia de Reis é constante o Neoclassicismo. Para finalizar, podemos concluir que através da intemporalidade das suas preocupações, a angústia da brevidade da vida, a inevitável Morte e a interminável busca de estratégias de limitação do sofrimento que caracteriza a vida humana, Reis tenta iludir o sofrimento resultante da consciência aguda da precariedade da vida.
Na sua biografia não consta a sua morte. Saramago faz uma intervenção sobre o assunto em seu livro O Ano da Morte de Ricardo Reis, situando a morte de Reis em 1936.
Excertos de algumas das suas obras
- "Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
- Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
- Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
- Ouvindo correr o rio e vendo-o." (1914)
- "Ah! sob as sombras que sem querer nos amam,
- Com um púcaro de vinho
- Ao lado, e atentos só à inútil faina
- Do jogo do xadrez" (1916)
Para uma síntese de conhecimentos
Temáticas:
- Discípulo de Alberto Caeiro, procura alcançar a quietude e a paz através do fascínio pela Natureza onde tenta encontrar a felicidade (relativa).
- Faz a apologia da civilização grega, encarando a Grécia como a pátria de onde se considera exilado.
- Proclama-se neo-pagão, apregoando a sua crença nos deuses e no fatum (destino), que está acima deles e que os comanda.
- Epicurista (na busca dos prazeres moderados, na fuga à dor e na defesa da ataraxia, que não é mais do que a busca da felicidade com a tranquilidade) e estóico (na aceitação calma e serena da ordem das coisas e do destino, na auto-disciplina e na abdicação).
- Versa o tema horaciano do carpe diem, isto é, do aproveitar o momento presente, o prazer de cada instante.
- Utiliza, com frequência, um tom moralista, convidando à aceitação calma da ordem das coisas.
- Preconiza a carência das ideias dogmáticas e filosóficas como meio de manter-se puro e sossegado;
Estilo/ Linguagem:
- Utilização de um estilo laboriosamente construído, de uma linguagem erudita e alatinada no vocabulário e na sintaxe.
- Recurso às frases subordinadas.
- Uso do hipérbato, da metáfora, do eufemismo e da comparação.
- Recurso ao gerúndio e ao imperativo (ou conjuntivo com valor de imperativo) com carácter exortativo, ao serviço do tom sentencioso e do carácter moralista da sua poesia.
- Utilização da ode, ao estilo de Horácio.
Outros heterónimos
Ricardo Reis em si
Ricardo Reis, foi sinistro, o poeta da razão ou o epicurista triste. Assim é chamado, pois a sua filosofia baseava-se no Carpe Diem, viver o momento como se fosse o último, no entanto Reis tinha uma autodisciplina em que bastava pensar que podia fazer, para ele bastava-lhe. Por exemplo, a sua amada ele não daria a mão, não a beijaria pois não seria uma atitude estóica, assim sendo ele pensa que pode fazer isso tudo. Tal como Caeiro, Reis contempla a Natureza, procurando nela uma felicidade de forma tranquila(ataraxia). O estilo dos seus poemas em termos de conteudo têm muitas tendências para os latinismos ( uso de termos em latim ), e paganismo, onde vai mostrar a sua crença nos deuses, e crença na civilização grega. A sua poesia apresenta um estilo rigoroso e denso, com preocupação de traduzir a ideia através da expressao perfeita. Usando a ode, as estrofes apresentam-se regulares, onde predominam os versos decassilábicos e hexasilábicos.
Ligações externas
- Casa Fernando Pessoa
- Multipessoa
- Biografia de Fernando Pessoa em "Vidas Lusófonas"
- Instituto Camões
- Pessoa revisitado
- Ricardo Reis revisitado pelos contemporâneos (intertextualidade)
- O Major Reformado
- TriploV: Fernando Pessoa, ensaios vários
- Fernando Pessoa - Obra poética
- «À Distância de Um Horizonte» - Análise das Odes de Ricardo Reis (PDF grátis)