Saúde digital
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Saúde Digital é a junção das revoluções digital e genética com a saúde, com o objetivo de reduzir as ineficiências na prestação de cuidados de saúde, melhorar o acesso, reduzir custos, aumentar a qualidade, e tornar a medicina mais personalizada e precisa.[1] A saúde digital tem um amplo escopo e inclui o uso de dispositivos vestíveis, saúde móvel, telessaúde, tecnologia da informação em saúde e telemedicina.[2] Ainda, segundo a OMS, o uso e a ampliação de soluções digitais de saúde podem revolucionar a forma como as pessoas em todo o mundo alcançam padrões mais elevados de saúde e acessam serviços para promover e proteger sua saúde e bem-estar.[3] Saúde digital foi descrita pelo cardiologista Eric Topol como o conjunto de tecnologias digitais, redes sociais, conectividade móvel e banda larga, o aumento do poder de computação e do universo de dados convergentes com sensores sem fio, genômica e sistemas de informação de saúde para desconstruir criativamente a medicina como a conhecemos. O fundo de capital de investimento em saúde Rock Health explica ainda que a saúde digital engloba tanto a Saúde 2.0 (B2C) como as Tecnologias de Informação nos cuidados de saúde (B2B).[4]
Iniciativas e Programas
[editar | editar código]A saúde digital está muito relacionada com o avanço da tecnologia, por sua vez vem sendo influenciada e influenciando numa via de mão dupla as tecnologias portáteis, também conhecidas como gadgets, como smartwatch, smartphones e a IoT. Em paralelo, temos o mercado de software, gerando informações para os usuários, empresas e especialistas.
Um exemplo é a Azoi, que em Março de 2014 anunciou o seu primeiro produto - Wello - uma capa de iPhone com circuitos e sensores encrustados que é capaz de controlar uma variedade de sinais vitais, como a pressão arterial, frequência cardíaca, nível de oxigênio no sangue, temperatura do corpo, electrocardiograma[5] e função pulmonar.[6]
O investimento em startups de saúde digital atingiu 1,97 bilhões dólares em 2013, um crescimento de 39 por cento a partir de 2012.[7] A Comissão Europeia estima que até 2017 o setor de saúde digital representou 99 bilhões de euros de poupança aos sistemas de saúde dos países membros da União Europeia.
Outra iniciativa entre Google e a OMS (Organização Mundial da Saúde) é a aplicação para smartphones e o Google Fit, com o propósito de coletar dados sobre atividades físicas e o sedentarismo na população mundial. A OMS deseja poder contribuir com propostas para os governantes das nações e também diretamente ao usuário por meio do aplicativo, através de conselhos de saúde. Em 2018 a própria OMS lançou um plano de ação global sobre atividades físicas.[8]
Elementos
[editar | editar código]Enquanto a Revolução Digital é caracterizada pela "produção em massa e uso generalizado de circuitos lógicos digitais e suas tecnologias derivadas, incluindo o computador, telemóvel e máquina de fax", os elementos-chave da saúde digital são largamente enumeradas pelo Dr. Eric Topol no seu livro "The Creative Destruction of Medicine: How the Digital Revolution Will Create Better Health Care".[9] De acordo com Topol, há vários elementos de super-convergência que compõem a saúde digital. O infográfico à direita mostra os crescentes benefícios da saúde digital e baseia-se nos conceitos do Dr. Topol.

Os elementos essenciais da revolução da saúde digital incluem dispositivos sem fios, sensores de hardware e tecnologias de software sensorial, microprocessadores e circuitos integrados, a Internet, redes sociais, redes móveis/telefones móveis e redes de área corporal, Saúde de TI (tecnologias de informação de saúde), genômica e informação genética pessoal.
O léxico de Saúde Digital é extenso e inclui todos ou elementos de mHealth (saúde móvel), Wireless Health, Saúde 2.0, eHealth, e-Paciente (s), Saúde de TI/Cuidados de Saúde TI, Big Data, Dados de Saúde, Cloud Computing, Quantified Self, Wearable Gadgets e Wearable Computing, Gamificação, Telesaúde/Telemedicina, Medicina Personalizada, além de Saúde Conectada.[10]
Genômica e Genética
[editar | editar código]De acordo com J. Craig Venter, os seres humanos são basicamente dispositivos de software orientados a ADN e não existe qualquer diferença entre o código digital e o código genético.[11] O código digital é um código binário (0 e 1), o código genético é um código que assenta em quatro bases: A, C, G, T.[12] Podemos converter os dois, assim como digitalizar o homem, como Topol descreve em termos latos."[12]
Saúde Digital no Brasil
[editar | editar código]Com o acontecimento da pandemia ocasionada pelo vírus da COVID-19, que teve seu início em março de 2020, o Brasil e o mundo se viram obrigados a se atualizar. Diversos tipos de dados, informações e até mesmo auxílios emergenciais do governo federal foram necessários que se fossem digitalizados, tendo em vista o isolamento social que a pandemia proporcionou.
Um grande exemplo é o governo de São Paulo, que elaborou plano de ações e programas focados na digitalização e transformação digital na saúde do estado. "Vivemos 6 anos em 6 meses. O que antes era um plano se tornou uma emergência. Tivemos que mapear, como nunca havia sido feito antes, o sistema de saúde inteiro, tanto o público quanto o privado”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen. Para Patrícia, a forma que tratamos as informações e a possível criação de um SUS 5.0 pode fazer uma revolução na qualidade de vida da população mais necessitada.[13]
Esse SUS 5.0 seria baseado em atendimentos feitos pela Telemedicina, segundo Eduardo Cordioli, gerente médico de Telemedicina no Hospital Israelita Albert Einstein: “A telemedicina melhora o acesso, a experiência do paciente, a aderência ao cuidado e, assim, o desfecho da saúde como um todo. E não só a teleconsulta, mas a utilização de dados, por exemplo, nos ajuda com a distribuição de recursos e a chegar aonde não chegávamos”.
Dentro das possibilidades que temos com a implementação da Saúde Digital no Brasil, temos:
- Inclusão de sistemas para gestão de clínicas e dispositivos que podem monitorar e melhorar a prevenção à doenças.
- Telediagnóstico, onde os médicos podem avaliar laudos a distância, aumentando a eficiência e a rapidez do tratamento.
- Teleconsulta, onde o médico é capaz de atender o paciente e realizar todo processo de medicação e pedidos de exames de forma muito mais ágil e moderna, diminuindo a perda de tempo, que é comum em muitos hospitais.
Referências
- ↑ Haddad, Ana Estela; Barbosa, Swedenberger; Sellera, Paulo Eduardo Guedes; D’Agostino, Marcelo (2024). «Digital health: contributions from Nursing». Revista Latino-Americana de Enfermagem. ISSN 1518-8345. PMC 11537260
. PMID 39504074. doi:10.1590/1518-8345.0000.4407. Consultado em 20 de setembro de 2025
- ↑ Ronquillo, Yasmyne; Meyers, Arlen; Korvek, Scott J. (2025). «Digital Health». Treasure Island (FL): StatPearls Publishing. PMID 29262125. Consultado em 16 de setembro de 2025
- ↑ «Digital health». www.who.int (em inglês). Consultado em 1 de maio de 2021
- ↑ «What Digital Health Is (And Isn't)»
- ↑ Gibbs, Samuel (21 de março de 2014). «Hands on with Wello, the heart monitoring iPhone case - in pictures». The Guardian. Consultado em 18 de junho de 2014
- ↑ Sparkes, Matthew (6 de março de 2014). «iPhone case makes Star Trek's tricorder a reality». The Telegraph. Consultado em 18 de junho de 2014
- ↑ «Rock Health: $1.97B invested in digital health startups in 2013»
- ↑ «Digital health». Site Oficial WHO (World Health Organization). Consultado em 30 de abril de 2021
- ↑ Topol, Eric. The creative destruction of medicine : how the digital revolution will create better health care. New York: Basic Books. ISBN 978-0465025503
- ↑ «What is Digital Health?»
- ↑ Venter, J. Craig. «J. CRAIG VENTER: THE BIOLOGICAL-DIGITAL CONVERTER, OR, BIOLOGY AT THE SPEED OF LIGHT @ THE EDGE DINNER IN TURIN». Consultado em 21 de janeiro de 2013
- ↑ a b Sonnier, Paul. «My 2012 Digital Health Awards: Company, Person, Book, Journalist of the Year». Consultado em 21 de janeiro de 2013
- ↑ «Panorama da Saúde Digital 2021»