Sancho de Tovar

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Sancho de Tovar (Castela, 14?? - Portugal, 15??), navegador naturalizado português.

Família oriunda de Castela, o primeiro membro em Portugal foi seu pai, Martim Fernandes de Tovar, elemento fiel ao partido de D. Afonso V (1438-1481) e de D. Joana, a Beltraneja. Após o acordo que deu fim aos conflitos entre as duas Coroas (1479), o fidalgo caiu em desgraça em Portugal e, ao retornar a Castela, foi mandado degolar por ordem de D. Fernando de Aragão.

Em Castela, durante a crise dinástica, alguns nobres, entre eles Martins Fernandes de Tovar, haviam pedido a Afonso V de Portugal que assumisse o trono do reino. O soberano português era casado com Joana, a Beltraneja, que possuía os direitos sucessórios ao trono castelhano. O soberano português concordou com o projeto mas, em 1469, se sentiu traído pelo casamento de Isabel de Castela com Ferdinando de Aragão (os "reis católicos").

Martins Fernandes de Tovar, por seu lado, continuou apoiando a união dos reinos de Portugal e de Castela como o melhor caminho, para a sucessão, o que fez dele um traidor aos olhos dos reis católicos, sendo detido e sentenciado à morte.

O seu filho, Sancho de Tovar, em nome da honra, apunhalou o juiz corregedor responsável pela execução do pai. O jovem refugiou-se em Portugal (1481), mas perdeu o direito ao senhorio de Cevico.

D. Manuel I (1495-1521), em reconhecimento a suas habilidades como marinheiro nomeou-o sub-comandante da esquadra de Pedro Álvares Cabral, que partiu de Lisboa em 1500. Tinha às suas ordens os 160 homens da nau sota-capitânia, de nome El Rei.

No Brasil, Pero Vaz de Caminha relata que Tovar se encantou com os Tupiniquim. No dia 24 de abril, levou dois indígenas para dormir em sua nau, deu-lhes vinho e surpreendeu-se com a rejeição dos nativos à bebida. Quando a armada chegou às Índias, Sancho assumiu o comando da esquadra e protegeu Cabral dos ataques.

No regresso da Índia a Portugal, Tovar foi o responsável pela escala na ilha de Sofala, de famosas minas de ouro. O seu navio, carregado de especiarias, ali encalhou, sendo incendiado a mando de Cabral.

Após o regresso a Lisboa, Tovar deixou de receber a atenção de D. Manuel, desaparecidos os motivos políticos que o haviam levado a distingui-lo. De fato, quando o soberano o indicara para o importante cargo na frota de Cabral, revelara que talvez ainda sonhasse com uma península Ibérica unida sob o cetro de um filho seu. Em 1497, D. Manuel I desposara D. Isabel de Aragão, filha dos reis católicos. Desse casamento, nascera, em 1498, o infante D. Miguel, neto e herdeiro dos Reis Católicos. Mas no momento em que a esquadra de Cabral se encontrava em Moçambique, falecia D. Miguel em Granada, aos dois anos de idade, dando fim aos sonhos de D. Manuel.

Nos primeiros anos do século XVI, Sancho de Tovar foi nomeado capitão de Sofala por D. Manuel I. Enquanto cumpria este ofício, terá sido um dos primeiros europeus a tomar contacto com a civilização do Grande Zimbabwe, à época conhecido como reino do Monomotapa.

Casou em Portugal com D. Guiomar da Silva, de quem teve um filho, Pedro de Tovar, pai de outro Sancho de Tovar.

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