Significado (psicologia)

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Significado é um conceito epistemológico usado em várias disciplinas, como psicologia, filosofia, linguística, semiótica e sociologia, com sua definição dependendo do campo de estudo pelo qual está sendo usado.

Esses usos multidisciplinares do termo não são independentes e podem se sobrepor mais ou menos; cada construção do termo "significado" pode corresponder a construções relacionadas em outros campos. Os positivistas lógicos, por exemplo, associavam o significado à verificação científica.

Psicologia[editar | editar código-fonte]

Behaviorismo[editar | editar código-fonte]

Segundo B. F. Skinner, o significado é a versão moderna da ideia. Como uma ideia, diz-se que um significado é expresso ou comunicado por um enunciado. Um significado explica a ocorrência de uma determinada palavra no sentido de que, se houvesse um significado diferente a ser expresso, uma palavra diferente provavelmente teria aparecido. O significado tem certas vantagens sobre as ideias porque têm a possibilidade de se localizar fora da pele e, assim, segundo Skinner, os significados podem ser observados diretamente.[1][2]

Psicologia cognitiva[editar | editar código-fonte]

Jerome Bruner, um dos fundadores da psicologia cognitiva, escreveu:[3]

Desde muito cedo, ... a ênfase começou a mudar do 'significado' para a 'informação', da construção do significado para o processamento da informação. São assuntos profundamente diferentes. O fator chave da mudança foi a introdução da computação como metáfora dominante e da computabilidade como critério necessário de um bom modelo teórico. A informação é indiferente em relação ao significado...

Psicologia crítica alemã[editar | editar código-fonte]

A psicologia crítica alemã fornece uma estrutura metateórica para pesquisas sobre tarefas psicológicas e computacionais. Uma parte importante disso é o desenvolvimento histórico-lógico da categoria de significado. Mostra-se que o significado não é nada absoluto, mas subjetivo. O significado não é uma propriedade das coisas nem está presente apenas como uma imaginação da cognição. Assim, os significados não podem ser "definidos" ou "atribuídos" como comumente se pensa. Os significados surgem da produção social do valor de uso".[4]

Uma compreensão semelhante desenvolvida nos estudos culturais da ciência: "Os estudos culturais articulam, assim, concepções dinâmicas e expressivas de significado, conhecimento e poder, que contrastam fortemente com as abordagens padrão para esses fenômenos dentro da filosofia e da teoria social.[5][6] Nesses relatos, o significado não é uma propriedade de enunciados ou ações; o termo 'significado', em vez disso, articula as maneiras pelas quais tais performances inferencialmente se baseiam e transformam o campo de performances anteriores em que estão situadas."[7]

Referências

  1. Sellars, Wilfrid. 1980. "Behaviorism, language and meaning." Pacific Philosophical Quarterly 61:3-30.
  2. Skinner, B. F. 1947. Verbal Behavior. ch. 1.
  3. Bruner, Jerome. 1990. Acts of Meaning. Harvard University Press. p. 4.
  4. Meretz, Stefan. 1999. "Meaning concepts used in psychology and computer sciences." Pp. 120–28 in Challenges to Theoretical Psychology, edited by Maiers, Wolfgang et al. North York, ON: Captus Press, Inc. p. 126.
  5. Rouse, J. 1996. Engaging Science: How to Understand its Practices Philosophically. Ithaca, NY: Cornell University Press
  6. Rouse, J. 1999. "Understanding scientific practices." Pp. 442–56 in The Science Studies Reader, edited by M. Biagioli. New York: Routledge.
  7. Rouse, J. 2001. "Cultural Studies of Science." Pp. 3125–27 International Encyclopedia of the Social and Behavioral Sciences, edited by N. J. Smelser and P. B. Baltes. Amsterdam: Elsevier. p. 3126.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Sinha, C. (1988). Language and Representation. A socio-naturalistic approach to human development. Nova Iorque: Harvester.