Siltito glauconítico

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Siltito glauconítico é uma rocha sedimentar, de coloração verde, com grandes concentrações de minerais potássicos.[1] Ele faz parte do grupo de rochas conhecido com siltito, compostas por grãos de granulometria fina, entre 0,004 mm a 0,063mm.[2]

Localização[editar | editar código-fonte]

O Siltito Glauconítico é encontrado na região de São Gotardo, Minas Gerais É uma unidade litológica pertencente à Formação Serra da Saudade, Grupo Bambuí, de idade Cambriana.[3] Essa formação geológica é constituída por outros siltitos, ritmitos e arenitos, intercalados com siltito glauconítico.[3][1]

Petrografia[editar | editar código-fonte]

O Siltito Glauconítico é um siltito fino, geralmente laminado.A laminação é definida pela alternância de níveis ricos em glauconita, de cor verde escuro, e níveis quartzo-feldspáticos, mais claros. A rocha é formada por glauconita (72%), K-feldspato (17%), quartzo (8%), muscovita-sericita (2%), biotita (2%), óxido de titânio (<1%), óxido de manganês (<1%), goethita(<1%), fosfatos de bário e terras-raras (elementos-traço).[3]

Utilização como fertilizante[editar | editar código-fonte]

O Siltito Glauconítico é utilizado como fertilizante na agricultura. Isso é possível graças à sua composição rica em Potássio (K), um dos macronutrientes da tríade NPK (Nitrogênio-Fósforo-Potássio).

A glauconita, um de seus principais componentes, é usada como fertilizante desde o século XVIII nos Estados Unidos. Nesse país, suas fontes e seu uso eram muito populares no estado de New Jersey (USA), onde as rochas com ocorrência de glauconita eram chamadas de Greensand, cujos registros de aplicação agronômica datam de 1760.[4]

O potássio é encontrado no Siltito Glauconítico nos minerais que o compõem: a glauconita, o feldspato e as micas, sendo expresso ou quantificado como óxido de potássio (K2O). Estudos indicam que o teor de potássio no Siltito Glauconítico varia entre 7% a 14%.[1] Comparado com fontes mais tradicionais de potássio, como o Cloreto de Potássio (KCl), é um valor mais baixo.

Como o Siltito Glauconítico não tem cloro em sua composição, isso o torna uma fonte de fertilização potássica livre desses malefícios causados pelo excesso do cloro.

Com isso, o solo fica mais úmido, melhorando a saúde do microbioma e diminuindo também os efeitos da compactação.

Outro ponto positivo do uso do Siltito Glauconítico como fertilizante é que, além do potássio, ele também apresenta em sua composição macro e micronutrientes, como o Silício (Si), o Magnésio (Mg), o Manganês (Mn) e o Ferro (Fe), entre outros elementos traços.[5]

Referências

  1. a b c Gualberto, Camila; et al. «Glauconitic siltstone as a multi-nutrient fertilizer for Urochloa brizantha cv. Marandú». Australian Journal of Crop Science: 1280-1287. Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  2. «Siltito». Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert (UNESP, Rio Claro-SP). Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  3. a b c Moreira, Débora Silvano; Uhlein, Alexandre; Dussin, Ivo Antônio; Uhlein, Gabriel Jubé; Pimentel Misuzaki, Ana Maria (1 de abril de 2020). «A Cambrian age for the upper Bambuí Group, Brazil, supported by the first U-Pb dating of volcaniclastic bed». Journal of South American Earth Sciences (em inglês). 102503 páginas. ISSN 0895-9811. doi:10.1016/j.jsames.2020.102503. Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  4. «Greensand and Greensand Soils of New Jersey: A Review (Rutgers NJAES)». njaes.rutgers.edu (em inglês). Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  5. Violatti, Isabel Cristina Acciardi (27 de fevereiro de 2018). «Siltito glauconítico calcinado e não calcinado como fertilizantes para Urochloa brizantha cv. Marandú». doi:10.14393/ufu.di.2018.758. Consultado em 1 de dezembro de 2020