Sistemas de liberação controlada de medicamentos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os sistemas de liberação controlada de medicamentos (em inglês: Controlled release systems for drugs), também conhecidos como sistemas de liberação sustentada, referem-se a formulações farmacêuticas destinadas a liberar medicamentos em uma taxa pré-determinada, mantendo níveis terapêuticos no corpo por um período mais prolongado [1], [2]. Esses sistemas destinam-se a melhorar a eficácia, a segurança e a adesão do paciente aos tratamentos medicamentosos, reduzindo a frequência da dosagem e minimizando os possíveis efeitos colaterais [3].

As formulações tradicionais de medicamentos são geralmente projetadas para liberar o princípio farmacêutico ativo após a administração, resultando em um rápido pico de concentração no sangue, seguido de um declínio gradual [4]. Em contraste, os sistemas de liberação controlada visam liberar o fármaco de forma gradual e consistente, alcançando uma concentração do fármaco mais estável dentro da faixa terapêutica.

Medicamentos utilizados[editar | editar código-fonte]

Existem uma grande variedade de sistemas de liberação controlada de fármacos, incluindo os mais usuais:

Comprimido/cápsula de liberação prolongada: essas formulações contêm partículas do medicamento que são revestidas ou incorporadas em matrizes que controlam a liberação do medicamento. A droga é liberada lentamente à medida que o comprimido/cápsula se dissolve ou a matriz se degrada [5]. Sistema oral de liberação osmótica [6] Adesivos transdérmicos Penso transdérmico: são adesivos aplicados na pele, dos quais o medicamento é liberado lentamente e absorvido pela pele na corrente sanguínea [7]. Implantes Implante subcutâneo: Os implantes de medicamentos são pequenos dispositivos ou pastilhas colocados sob a pele ou dentro de tecidos específicos que liberam o medicamento por um período prolongado [8]. Microencapsulação: Nesta abordagem, os medicamentos são encapsulados em partículas microscópicas, permitindo a liberação controlada ao longo do tempo [9]. Lipossoma [10] Nanopartícula [11]. São transportadores em nanoescala que encapsulam medicamentos, permitindo a liberação controlada e a administração direcionada de medicamentos.

Vantagens[editar | editar código-fonte]

As maiores vantagens dos sistemas de liberação controlada são [4], [1]:

Frequência de dosagem reduzida: os pacientes podem precisar tomar medicamentos com menos frequência, melhorando a conveniência e a adesão do paciente. Níveis estáveis de medicamento: A manutenção de concentrações estáveis de medicamento dentro da faixa terapêutica pode levar a melhores resultados de tratamento. Efeitos colaterais minimizados: Os sistemas de liberação controlada podem reduzir as concentrações máximas do medicamento, o que pode ajudar a diminuir a ocorrência de efeitos adversos. Entrega direcionada: alguns sistemas de liberação controlada podem entregar medicamentos a tecidos ou órgãos específicos, aumentando a eficácia do medicamento e reduzindo a exposição sistêmica.

Referências

  1. a b Santos-Magalhães, Sistemas de Liberação Controlada de Fármacos
  2. Siepmann et al. Fundamentals and Applications of Controlled Release Drug Delivery
  3. Hillery, et al. Drug Delivery and Targeting
  4. a b Walsh, Pharmaceutical Biotechnology: Concepts and Applications
  5. Martin’s Physical Pharmacy and Pharmaceutical Sciences
  6. Srikonda, et al. Osmotic controlled drug delivery systems
  7. Nafisi-Maibach. Skin penetration of nanoparticles
  8. Major, I., et al. Implantable drug delivery systems
  9. Jain, The Handbook of Nanomedicine
  10. Torchilin and Weissig Liposomese
  11. Torchilin, Nanoparticulates as Drug Carriers
  • Hillery, A. M., A. W. Lloyd, and J. Swarbrick, eds. Drug Delivery and Targeting: Introduction to advanced drug delivery and targeting. Taylor & Francis, 2001.
  • Jain, K. K., and K. K. Jain. The Handbook of Nanomedicine. Vol. 404. Totowa: Humana Press, 2008.
  • Major, I., et al. Implantable drug delivery systems. Engineering Drug Delivery Systems. Woodhead Publishing, 2020. 111-146. doi: 10.1016/B978-0-08-102548- 2.00005-6
  • Martin, A. N. Martin’s Physical Pharmacy and Pharmaceutical Sciences: physical chemical and biopharmaceutical principles in the pharmaceutical sciences. Lippincott Williams & Wilkins, 2006.
  • Nafisi, S., and H. I. Maibach. Skin penetration of nanoparticles. Emerging nanotechnologies in immunology. Elsevier, 2018. 47-88. doi: 10.1016/B978-0-323- 40016-9.00003-8
  • Santos-Magalhães, N.S., Sistemas de Liberação Controlada de Fármacos: Cinética e Mecanismos de Liberação Controlada de Fármacos, Janeiro 2021, Universidade Federal de Pernambuco, e-book gratuito disponível em https://archive.org/details/sistemas-de-liberacao-controlada-de-farmacos/mode/2up
  • Siepmann, J., R. A. Siegel, and M. J. Rathbone. Fundamentals and Applications of Controlled Release Drug Delivery Vol. 3. New York: Springer, 2012 doi: 10.1007/978-1-4614-0881-9.
  • Walsh, G. Pharmaceutical Biotechnology: Concepts and Applications. John Wiley & Sons, 2013.
  • Srikonda, S., P. Kotamraj, and B. Barclay. Osmotic controlled drug delivery systems. Chapter 7, Design of Controlled Release Drug Delivery Systems (2006).
  • Torchilin,V.P. Nanoparticulates as Drug Carriers. Imperial College Press, 2006.
  • Torchilin V. P. and Weissig V. (Ed). Liposomes: A Practical Approach, OUP Oxford; 2nd ed. agosto 2003,424 páginas

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bruschi, M. L. Strategies to Modify the Drug Release from Pharmaceutical Systems. Woodhead Publishing, 2015.
  • Buri, P., Puisieux F., Doelker E. et Benoit J.-P. (Eds.,), Formes Pharmaceutiques Nouvelles: aspect technologiques, biopharmaceutiques et me ́dical, Technique et Documentation (Lavoisier), Paris, France, 687+xv pages, 1985.
  • Elaissari, A., ed. Colloidal Nanoparticles in Biotechnology. Vol. 2. John Wiley & Sons, 2008.
  • Fletcher, A. J. et al. Principles and Practice of Pharmaceutical Medicine. John Wiley & Sons, 2003.
  • Hillery, A. M., A. W. Lloyd, and J. Swarbrick, eds. Drug Delivery and Targeting: for pharmacists and pharmaceutical scientists. CRC Press, 2002.
  • Kapetanović, I., ed. Drug Discovery and Development: Present and Future. BoD–Books on Demand, 2011.
  • Linhardt, R. J. Biodegradable polymers for controlled release of drugs. in: Controlled Release of Drugs, Polymer and Aggregate Systems. (Ed. M. Rosoff.) VCH, New York, 5 (1989): 53-95.
  • Lüllmann, H., and Jürgen Wirth. Color Atlas of Pharmacology. New York: Thieme, 2000.
  • Papazoglou, E. S. and A. Parthasarathy, BioNanotechnology, 2007 by Morgan & Claypool.
  • Paul A., T. Laurila, V. Vuorinen, and S.V. Divinski, Fick’s Laws of Diffusion. In: Thermodynamics, Diffusion and the Kirkendall Effect in Solids. Springer, 2014 doi: 10.1007/978-3-319-07461-03
  • Ranade, V. V. and M. A. Hollinger, Drug Delivery Systems, Edition 2nd, CRC press, ISBN: 9780429128905 (2004).
  • Smith, F. P., and J. A. Siegel. Series ed. Handbook of Forensic Drug Analysis. (2005).
  • Swarbrick, J. Encyclopedia of Pharmaceutical Technology (Volume IV). (2006).
  • Wang, Binghe. Drug Transporters: Molecular Characterization and Role in Drug Disposition. Vol. 4. John Wiley & Sons, 2007.
  • Wise, Donald L. Handbook of Pharmaceutical Controlled Release Technology. CRC Press, 2000.
  • Wright, J. C., and D. J. Burgess, (eds.) Long acting injections and implants. Springer Science & Business Media, 2011.
  • Xu, Y., and J. Guan. Interaction of cells with polyurethane scaffolds. Advances in Polyurethane Biomaterials. Woodhead Publishing, (2016): 523-542. doi: 10.1016/B978-0-08-100614-6.00018-4