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Técnica de Bowen

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A técnica de Bowen (ou terapia de Bowen) é um tipo alternativo de manipulação física que leva o nome do australiano Thomas Ambrose Bowen (Tom Bowen) (1916–1982).

Não há evidências claras de que a técnica seja uma intervenção médica útil.[1]

Bowen não teve nenhuma formação médica formal[2] e descreveu sua abordagem como um "presente de Deus".[3] Ele se referiu a si mesmo como um osteopata e tentou entrar para o registro australiano de osteopatas em 1981, mas não se qualificou para o título.[4] Ele morreu como um praticante não licenciado de terapia manual.[5] Em 1973, o próprio Bowen referiu que usava a sua habilidade em "uma média de 65 pacientes por dia", mas a técnica, como é comumente praticada hoje, provavelmente não atingirá esse volume.

Bowen não documentou sua técnica, como tal, a prática após sua morte seguiu uma ou outra interpretação diferente do seu trabalho.[5] Foi só alguns anos após sua morte que o termo "Técnica de Bowen" foi cunhado. A técnica é conhecida por uma grande variedade de outros nomes, incluindo Smart Bowen, Fascial Kinetics, Integrated Bowen Therapy, Neurostructural Integration Technique (NST), Fascial Bowen e Bowenwork. A técnica foi popularizada por alguns dos seis homens que o observaram trabalhando, incluindo Oswald Rentsch, um osteopata[6] cuja interpretação se tornou a forma dominante, mas não incontestável. Aprender esta técnica requer 120 horas de instrução,[7] ou apenas um workshop de fim de semana.[8]

Os pacientes estão geralmente totalmente vestidos. Cada sessão normalmente envolve movimentos suaves de rolamento através dos músculos, tendões e fáscia .[9] As características distintivas da terapia são a natureza mínima da intervenção física e as pausas incorporadas ao tratamento.[10] Os proponentes afirmam que essas pausas permitem que o corpo "reinicie" a si mesmo.[3]

Em 2015, o Departamento de Saúde do Governo Australiano publicou os resultados de uma revisão de terapias alternativas que procurava determinar se alguma destas era adequada para ser coberta pelo seguro saúde. A Técnica de Bowen foi uma das 17 terapias avaliadas para as quais nenhuma evidência clara de eficácia foi encontrada.[1] O Quackwatch inclui "Técnica de Integração Neuro-Estrutural (Terapia Bowen)" em sua lista de "tratamentos questionáveis".[11]

Referências

  1. a b Baggoley C (2015). «Review of the Australian Government Rebate on Natural Therapies for Private Health Insurance» (PDF). Australian Government – Department of Health. Consultado em 12 de dezembro de 2015. Cópia arquivada (PDF) em 26 de junho de 2016. Resumo divulgativoGavura, S. Australian review finds no benefit to 17 natural therapies. Science-Based Medicine. (19 Novembro 2015) 
  2. Walsh, Nancy (2002). «Touch therapy may thaw frozen shoulder (Small Study of Bowen Technique)». Family Practice News 
  3. a b Young, J (2007). Complementary Medicine For Dummies. [S.l.]: For Dummies. pp. 257–8. ISBN 978-0-470-02625-0 
  4. Matthews, K (3 de abril de 1999). «Healing Hands - About Tom Bowen». Geelong Advertiser 
  5. a b Pennington, Katrina (2012). «Bowen Therapy: a review of the profession». Journal of the Australian Traditional-Medicine Society. 18: 217 
  6. Shealy, C. Norman (1996). The complete family guide to alternative medicine: an illustrated encyclopedia of natural healing. [S.l.]: Barnes Noble Books. ISBN 978-0760702390. In 1974 he invited osteopath and manual therapist Oswald Rentsch to study and document the method. 
  7. Knaster, M (1996). «Bowen Technique». Discovering the Body's Wisdom. [S.l.]: Random House. pp. 338–41. ISBN 0553373277 
  8. Clarke, Stephen (2012). «A Textbook of Bowen Technique (Book review. Journal of the Australian Traditional-Medicine Society. 18: 245 
  9. Bowen Unravelled, A journey into the Fascial Understanding of The Bowen Technique, Lotus Publishing, 2013 ISBN 978-1-58394-765-4
  10. Andrea, Kargel-Schwanhaeusser (2012). «General features and quality of Bowen therapy». European Journal of Integrative Medicine. 4. 189 páginas. doi:10.1016/j.eujim.2012.07.919 
  11. «Index of Questionable Treatments». Quackwatch. Consultado em 4 de agosto de 2016