Teódoto de Antioquia

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Teódoto de Antioquia (??–429) foi um bispo de Antioquia e sucedeu a Alexandre em 420.

Cisma e reconciliação[editar | editar código-fonte]

Após a deposição de Melécio de Antioquia em 361, a cidade entrou num período chamado de cisma meleciano, quando pelo menos quatro grupos reclamavam a sé de Antioquia. Alexandre foi o último dos chamados "melecianos". Sob Teódoto, o cisma foi definitivamente resolvido. Ele foi descrito por Teodoreto, que foi por um tempo um de seus presbíteros, como uma "pérola de temperança" e "provido de uma vida esplêndida e uma sabedoria sobre os dogmas divinos".[1][2] João Mosco relata anedotas que ilustram a sua humildade quando tratado de forma rude por seus clérigos e sua bondade numa viagem ao insistir que um dos seus presbíteros trocasse com ele o seu cavalo por sua liteira patriarcal.[3] Por sua gentileza, ele recebeu de volta os apolinaristas na comunhão com a igreja sem insistir que eles renunciassem formalmente aos seus erros[1].

Sobre o verdadeiro teor dos ensinamentos de Pelágio estar se tornando conhecido no oriente e a consequente renúncia ao testemunho dado anteriormente pelo Concílio de Jerusalém e pelo Sínodo de Cesareia de sua ortodoxia doutrinária, Teódoto presidiu um Sínodo em Antioquia (mencionado apenas por Mário Mercator e por Fócio, em cujo texto Teófilo de Alexandria tomou - em evidente erro - o lugar de Teódoto) no qual Pelágio foi condenado e expulso de Jerusalém e de outros lugares santos. Ele também se juntou a Praílio de Jerusalém nas cartas sinódicas a Roma informando o que fora realizado. A data mais provável para este sínodo foi fornecida por Hefele: 424.[4][5] Quando, neste mesmo ano, Alexandre, fundador da ordem dos Acemetas, visitou Antioquia, Teódoto recusou-se a recebê-lo por suspeitar que ele mantinha pontos de vista heréticos. Porém, ele não foi seguido pelos antioquenos que, sempre ávidos por novidades, abandonaram as igrejas e se amontoaram para ouvir a ardente eloquência de Alexandre.[6]

Teódoto tomou parte na ordenação de Sisínio como Patriarca de Constantinopla em fevereiro de 426 e se juntou a outros bispos na confecção de uma carta sinódica para os bispos da Panfília contra os messalianos[5].[7]

Segundo Teodoreto, Teódoto morreu em 429.[2][8]

Referências

  1. a b «37». História Eclesiástica. Of Theodotus bishop of Antioch. (em inglês). V. [S.l.: s.n.]  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  2. a b Teodoreto. Cartas. ad Dioscorum (em inglês). lxxxiii. [S.l.: s.n.] 
  3. (Mosch. Prat. Spir. c. 33)
  4. Marius Mercator (1673). «3». Commonitor (em inglês). Paris: Garnier. p. 14 ; Dissert. de Synodis, p. 207
  5. a b «52». Bibliotheca ou Myriobiblion. Acts of the synod of Side against the Messalians (em inglês). [S.l.: s.n.]  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  6. (Fleury, H. E. livre xxv. c. 27)
  7. Sócrates Escolástico. «26». História Eclesiástica. Sisinnius is chosen to succeed Atticus. (em inglês). VII. [S.l.: s.n.] 
  8. «39». História Eclesiástica. Of Theodorus, bishop of Mopsuestia. (em inglês). V. [S.l.: s.n.]  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Alexandre
Bispo de Antioquia
417/420428/429
Sucedido por
João I

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo incorpora texto do verbete Theodotus, patriarch of Antioch no "Dicionário de Biografias Cristãs e Literatura do final do século VI, com o relato das principais seitas e heresias" (em inglês) por Henry Wace (1911), uma publicação agora em domínio público.