Tentativa de golpe de Estado no Paraguai em 1996
Tentativa de golpe de Estado no Paraguai em 1996 | |||
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O então general do exército Lino Oviedo, que se declarou rebelde contra o presidente Wasmosy. | |||
Data | 22 de abril de 1996 - 25 de abril de 1996 | ||
Local | Asunción, Paraguai | ||
Casus belli | Passe para a aposentadoria do General Oviedo pelo Presidente Wasmosy | ||
Desfecho |
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Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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A tentativa de golpe de Estado no Paraguai em 1996 ocorreu em abril daquele ano com a finalidade de depor o então Presidente da República Juan Carlos Wasmosy. A intentona golpista, empreendida pelo então general do Exército Lino César Oviedo, que se declarou rebelde perante o presidente por este comunicar seu passe de aposentadoria, causou uma grave crise política[1] que duraria três dias, mas suas consequências se estenderiam pelo menos até o início da década seguinte.[2]
Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]Em 22 de abril de 1996, eclodiu no Paraguai uma crise política, a mais relevante poucos anos após a queda da ditadura de Alfredo Stroessner, na qual o então general do Exército Lino Oviedo pretendia encabeçar um golpe de Estado contra o primeiro presidente civil do Paraguai depois da ditadura, Juan Carlos Wasmosy (ANR). O militar, juntamente com o General Andrés Rodríguez Pedotti, teve um papel importante no golpe de 1989 e posteriormente o General Oviedo daria um apoio decisivo para a vitória de Wasmosy nas eleições gerais.[3]
O motivo foi que Wasmosy convocou o general Lino Oviedo para informá-lo sobre sua aposentadoria. No entanto, Oviedo ignorou a ordem, barricou-se no quartel e ameaçou realizar um golpe de Estado a menos que o presidente renunciasse. Isso fez com que milhares de pessoas, principalmente jovens, saíssem às ruas naquele mesmo dia para protestar por considerar o ato um "atropelo a democracia".[4] Wasmosy se entrincheirou na Embaixada dos Estados Unidos e inclusive escreveu sua renúncia, devido ao forte poder militar que Oviedo detinha na época.[5]
A nomeação de Oviedo para Ministro da Defesa em 24 de abril - com o objetivo de neutralizá-lo - exacerbaram as manifestações, que ocuparam as praças em frente ao Congresso (atual Cabildo) e até o Palacio de los López,[6] pedindo prisão para Oviedo e a renúncia de Wasmosy por covardia. Finalmente, por volta do meio-dia de 25 de abril, Wasmosy anulou a designação de Oviedo como Ministro da Defesa, sob forte pressão política, diplomática e popular, do público em geral, dos governos regionais e principalmente do governo dos Estados Unidos.
Por fim, Wasmosy removeu o general Lino Oviedo do exército e do governo sob a acusação de pretender liderar um golpe contra si, mas sem apresentar nenhuma acusação judicial. Porém, em 1997, após a vitória do General Oviedo nas eleições presidenciais internas do Partido Colorado, o processou e o prendeu em um tribunal militar pelo referido crime, o que lhe tirou as chances de concorrer e ganhar a presidência. Este é o principal antecedente do Marzo Paraguayo, que ocorreria três anos depois, em 1999.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Golpe de Estado no Paraguai em 1989
- Março Paraguaio
- Tentativa de golpe de Estado no Paraguai em 2000
Referências
- ↑ General paraguaio desafia presidente - Folha de S.Paulo (23 de abril de 1996)
- ↑ «BBC Mundo - Tensa calma en Paraguay - 19.05.2000». www.bbc.co.uk
- ↑ «El jefe militar de Paraguay se rebela tras ser destituido». El País, de España. 23 de abril de 1996
- ↑ «Foto: La crisis política de 1996». ultimahora.com (em espanhol)
- ↑ Aznárez, Juan Jesús (25 de abril de 1996). «El presidente de Paraguay cede y renuncia a nombrar ministro de Defensa al general rebelde». El País (em espanhol). ISSN 1134-6582
- ↑ Wasmosy sela acordo, mas mantém crise - 25/4/1996 - Folha de S.Paulo