Teoria triangular do amor

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A teoria triangular do amor é uma teoria do amor desenvolvida pelo psicólogo Robert Sternberg. No contexto das relações interpessoais, "os três componentes do amor, de acordo com a teoria triangular, são a intimidade, paixão e compromisso." [1]

A intimidade engloba os sentimentos de apego, proximidade e vínculo; a paixão engloba o sentimento conecto de limerência e atração sexual; e o compromisso engloba a decisão de permanecer com outra pessoa, e a longo prazo, o compartilhamento das conquistas e planos com tal.

"A quantidade de amor experienciada depende da força absoluta de tais componentes, e o tipo de amor experienciado depende das forças relativas ao outro." [2] Diferentes estágios e tipos de amor podem ser explicados como diferentes combinações dos três elementos; por exemplo, a ênfase relativa em cada componente muda com o tempo como uma relação romântica se desenvolve. Um relacionamento baseado em um único elemento tem menos probabilidade de sucesso do que aquele baseado em dois ou três elementos.

Formas de amor[editar | editar código-fonte]

Os três componentes, pictoricamente representados pelas vértices de um triângulo, interagem entre si e as ações resultantes dessas reações, a fim de formar sete diferentes tipos de experiências amorosas (O "desamor" não é representado). O tamanho do triângulo é usado para representar a "quantidade" de amor - quanto maior o triângulo, "maior" o amor. O formato do triângulo indica o "estilo" do amor, que pode variar com o curso do relacionamento.

  • Desamor "refere-se simplesmente à falta de todos os componentes do amor. Desamor caracteriza a maior parte das relações pessoais, que são simplesmente interações casuais"[3]
  • Amizade é "usado aqui em um sentido não-trivial. Refere-se ao conjunto de sentimentos experienciados em relacionamentos que podem verdadeiramente ser caracterizados como amizade. Ambas as partes sentem vínculos, proximidade e carinho pela outra parte, sem sentimentos de paixão intensa ou compromisso a longo prazo."[4]
  • Paixão: "a paixão resulta da experiência de um estímulo passional quando na falta de intimidade ou compromisso."[5] Relacionamentos românticos comumente se iniciam com uma paixão e se tornam românticos à medida de a intimidade é desenvolvida com o tempo. Sem o desenvolvimento da intimidade ou compromisso, a paixão pode desaparecer rapidamente e repentinamente.
  • Amor vazio é caracterizado por um compromisso sem intimidade ou paixão. Um amor "forte" pode ser deteriorado e tornar-se um amor vazio. Em um casamento arranjado, o relacionamento entre os cônjuges podem começar em um amor vazio e desenvolver-se em outra forma, indicando "que um amor vazio pode não ser o estágio terminal de um relacionamento [mas sim] o início de um."[5]
  • Amor romântico "é derivado da combinação dos componentes da intimidade e paixão. [...] Amantes românticos não só são inclinados entre si fisicamente como também vinculados emocionalmente",[5] vinculados tanto intimamente quanto passionalmente, mas sem sustentar um compromisso.
  • Companheirismo amoroso é um tipo de amor íntimo e ligado a um compromisso a longo prazo, porém sem o componente passional. "Esse tipo de amor é observado em casamentos duradouros, onde a paixão não é mais presente"[6] mas onde ainda há o sentimento de profunda afeição e compromisso. O amor idealmente compartilhado entre os membros da família é uma forma de companheirismo amoroso, assim como o amor entre amigos próximos que têm um amor platônico mas uma forte amizade.
  • Amor fugaz pode ser exemplificado por um repentino namoro e casamento - "fugaz no sentido que um compromisso é feito baseado numa paixão sem uma influência estável de envolvimento íntimo."[5]
  • Amor consumado é a forma completa de amor, representando um teórico relacionamento ideal. De acordo com Sternberg, esses casais tendem a ter muitos anos de relações sexuais, não conseguem imaginar-se felizes com qualquer outra pessoa, ultrapassam dificuldades, e ambos se encantam no relacionamento com o outro.[7] Entretanto, Sternberg alerta que a manutenção de um amor consumado costuma ser ainda mais complicado do que alcançá-lo. Ele enfatiza a importância da tradução dos componentes do amor em ações. "Sem expressão," diz, "até o maior dos amores pode morrer."[8] Ainda, o amor consumado pode não ser permanente. Se a paixão é perdida com o tempo, ele pode se transformar num companheirismo amoroso.

Referências

  1. Robert J. Sternberg, "Triangulating Love", in T. J. Oord ed. The Altruism Reader (2007) p. 332
  2. Robert J. Sternberg, "A Triangular Theory of Love", in H. T. Reis/C. E. Rusbult eds., Close Relationships (2004) p. 258
  3. Sternberg, in Close Relationships p. 266
  4. Sternberg, in Close Relationships p. 267
  5. a b c d Sternberg, in Close Relationships p. 268
  6. J. B. Ashford et al, Human Behavior in the Social Environment (2009) p. 498
  7. "Cupid's Arrow - the Course of Love through Time" by Robert Sternberg. Publisher: Cambridge University Press (1998) ISBN 0-521-47893-6
  8. Robert J. Sternberg, "Liking versus Loving" Psychological Bulletin (1987) p. 341

Bibliografia[editar | editar código-fonte]