Teste VDRL

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O teste VDRL (sigla de Venereal Disease Research Laboratory) é um teste para identificação de pacientes com sífilis.

Um teste de VDRL não reagente quase sempre significa que a pessoa nunca teve contato com a sifilis, ou que teve e o tratamento foi eficaz ao ponto de o tornar negativo. No entanto, esta última situação é menos comum e não necessária para a confirmação de um tratamento positivo, sendo que o mais frequente é continuar num valor bastante mais baixo do que o inicialmente diagnosticado, após um tratamento bem sucedido.[1] Entretanto, num estado avançado da sífilis e numa pessoa a quem nunca tenha sido diagnosticada a doença e recebido tratamento adequado, o VDRL poderá dar resultado negativo. Isto é chamado de resultado falso negativo e acontece devido ao elevado número de anticorpos produzidos pelo organismo durante o estado latente ou terciário da doença (efeito prozona). Estando o médico na suspeita de um paciente encontrar-se nesta fase é crucial a realização de um exame comprovativo, por norma o FTA-ABS. Por outro lado, o VDRL é às vezes positivo na ausência do sífilis. Chama-se de resultado falso positivo. Como exemplo temos, a mononucleose infecciosa, o lupus eritematoso sistêmico, a hepatite A, a hanseníase, a malária e, ocasionalmente, até a gravidez podem ser encontrados pequenos títulos que não significam a presença de sífilis.

A combinação de lecitina, colesterol e cardiolipina possui semelhança imunológica com antígenos do Treponema pallidum, consistindo em um antígeno não treponêmico. A interação das reaginas da amostra com este antígeno produz floculação que pode ser detectada ao microscópio óptico.

Titulação do VDRL[editar | editar código-fonte]

Quando a reação de VDRL é positiva, ocorre uma microfloculação das reaginas IgG e IgM e a cardiolipina, formando partículas maiores e insolúveis no plasma ou soro. Dependendo da quantidade de anticorpos presentes no sangue testado pode-se realizar 1, 2, 3, 4 ou mais diluições sucessivas da amostra do soro, até que a reação não aconteça mais.

Assim, um resultado 1/64 mostra que podemos detectar anticorpos mesmo após diluirmos o sangue 64 vezes. Quanto maior for a diluição em que ainda se detecta o anticorpo, mais positivo é o resultado. O VDRL = 1/2 é um título mais baixo que 1/4, que é mais baixo que 1/8 e assim por diante. Quanto mais alto o título, mais positivo é o exame.

FTA-ABS ou VDRL[editar | editar código-fonte]

O FTA-ABS é um teste mais específico e sensível que o VDRL. A sua janela imunológica é mais curta, podendo estar positivo já após alguns dias depois do aparecimento do cancro duro. O FTA-ABS ou o TPHA também apresentam menores taxas de falso positivo que o VDRL.

Uma vez positivo, o FTA-ABS poderá permanecer assim para o resto da vida, mesmo após a cura do paciente, ou deixar de ser detectado. Já os valores do VDRL caem progressivamente após a cura, podendo ou não tornar-se negativos após um tratamento bem sucedido.

Habitualmente o VDRL é usado para rastreio da doença e o FTA-ABS para confirmação num estado latente ou terciário da sífilis

Interpretação de resultados de VDRL e FTA-ABS[editar | editar código-fonte]

  • VDRL positivo e FTA-ABS (ou TPHA) positivo confirmam o diagnóstico de sífilis.
  • VDRL positivo e FTA-ABS (ou TPHA) negativo indicam outra doença que não sífilis.
  • VDRL negativo e FTA-ABS (ou TPHA) positivo indicam sífilis em fase bem inicial ou sífilis já curada ou sífilis na fase terciária.
  • VDRL negativo e FTA-ABS (ou TPHA) negativo descartam o diagnóstico de sífilis.

Referências

Ícone de esboço Este artigo sobre medicina é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.