Mostrar código-fonte de Ucrânia

{{Coord|display=title|49|||N|32|||E|type:country}}
{{Info/País/Ucrânia}}

'''Ucrânia''' ({{lang-uk|''Україна''}}, {{transl|uk|''Ukrayïna''}}, {{IPA-tudo|ukrɑˈjinɑ|pronunciado:}} ({{Audio|Pt-Ukraine.ogg|escutar}})) é um país da [[Europa Oriental]]. É o segundo maior país em área da Europa depois da [[Rússia]], que faz fronteira a leste e nordeste. Também faz fronteira com a [[Bielorrússia]] ao norte; [[Polônia]], [[Eslováquia]] e [[Hungria]] a oeste; [[Romênia]] e [[Moldávia]] ao sul; e tem um litoral ao longo do [[mar de Azov]] e do [[mar Negro]]. Abrange uma área de {{fmtn|603628|[[Quilómetro quadrado|km²]]}} e em 2021 tinha cerca de 41,5 milhões habitantes, o oitavo país mais populoso da Europa. A capital e a maior cidade do país é [[Kiev]].

O território da Ucrânia moderna é habitado desde {{AC|32000|n}} Durante a [[Idade Média]], a área foi um centro chave da cultura [[Eslavos orientais|eslava oriental]], com a frouxa federação tribal da [[Rússia de Kiev]] formando a base da identidade ucraniana. Após sua fragmentação em vários principados no século XIII e a devastação criada pela [[Invasão Mongol na Rússia|invasão mongol]], a unidade territorial entrou em colapso e a área foi contestada, dividida e governada por uma variedade de poderes, incluindo a [[Comunidade Polaco-Lituana]], a [[Áustria-Hungria]], o [[Império Otomano]] e o [[Czarado da Rússia]]. Um Estado [[cossaco]] surgiu e prosperou durante os séculos XVII e XVIII, mas seu território acabou sendo dividido entre a [[República das Duas Nações|Polônia]] e o [[Império Russo]]. No rescaldo da [[Revolução Russa]], surgiu um movimento nacional ucraniano para a [[autodeterminação]] e a [[República Popular da Ucrânia]], reconhecida internacionalmente, foi declarada em 23 de junho de 1917. A [[República Socialista Soviética da Ucrânia|RSS ucraniana]] foi um membro fundador da [[União Soviética]] em 1922. O país recuperou sua independência em 1991, após a [[dissolução da União Soviética]].

Após independência, a Ucrânia declarou-se um [[Estado neutro]];<ref>{{citar web|url=http://gska2.rada.gov.ua:7777/site/postanova_eng/Declaration_of_State_Sovereignty_of_Ukraine_rev1.htm|wayb=20070927224650|urlmorta=sim|título=Declaration of State Sovereignty of Ukraine|acessodata=24-12-2007|website=[[Verkhovna Rada]] of Ukraine}}</ref> formou uma parceria militar limitada com a [[Rússia]] e outros países da [[Comunidade dos Estados Independentes]] (CEI), ao mesmo tempo em que estabeleceu [[Parceria para a Paz|uma parceria]] com a [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (OTAN) em 1994. Em 2013, depois que o governo do presidente [[Viktor Yanukovych]] decidiu suspender um acordo de associação com a [[União Europeia]] e buscar laços econômicos mais estreitos com a Rússia, uma onda de vários meses de manifestações e protestos conhecida como [[Euromaidan]] começou, que posteriormente transformou-se na [[Revolução Ucraniana de 2014|Revolução da Dignidade]] levando à derrubada de Yanukovych e ao estabelecimento de um novo governo. Esses eventos formaram o pano de fundo para a [[anexação da Crimeia pela Rússia]] em março de 2014 e a [[Guerra em Donbas]], um conflito prolongado com separatistas apoiados pela Rússia, de abril de 2014 até à [[Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022|invasão russa em fevereiro de 2022]].

A Ucrânia é um [[país em desenvolvimento]] classificado em 74.º lugar no [[Índice de Desenvolvimento Humano]]. Sofre de uma alta taxa de [[pobreza]], bem como de [[Índice de Percepção de Corrupção|corrupção grave]].<ref>{{citar web|título=Next to Kyrgyzstan and Djibouti — Ukraine's Results in Corruption Perceptions Index 2019|url=https://ti-ukraine.org/en/news/next-to-kyrgyzstan-and-djibouti-ukraine-s-results-in-corruption-perceptions-index-2019/|publicado=Transparency International|acessodata=18-02-2020|data=23-01-2020}}</ref><ref>{{citar web|url=https://voxukraine.org/en/why-is-ukraine-poor-look-to-the-culture-of-poverty/|título=Why Is Ukraine Poor? Look To The Culture Of Poverty|publicado=VoxUkraine|autor=Bohdan Ben|data=25-09-2020|acessodata=04-03-2021}}</ref> No entanto, por causa de suas extensas terras férteis, a Ucrânia é um dos maiores exportadores de cereais do mundo.<ref>{{citar comunicado de imprensa|url=http://www.blackseagrain.net/data/news/ukraine-becomes-worlds-third-biggest-grain-exporter-in-2011-minister|título=Ukraine becomes world's third biggest grain exporter in 2011 – minister|publicado=Black Sea Grain|data=20-01-2012|acessodata=31-12-2013|urlmorta=dead|wayb=20131231235707|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.wto.org/english/res_e/publications_e/wtr13_e.htm|título=World Trade Report 2013|publicado=World Trade Organization|ano=2013|acessodata=26-01-2014}}</ref> O país é uma [[república]] [[Unitarismo|unitária]] sob um sistema [[semipresidencial]] com [[separação de poderes]] em legislativo, executivo e judiciário. O país é membro das [[Nações Unidas]], do [[Conselho da Europa]], da [[OSCE]], da [[GUAM]] e do [[Triângulo de Lublin]].

== Etimologia ==

Possivelmente, o nome Ucrânia provém da palavra eslava fronteira, eis que, em russo e polonês, se chamava a região de "''Ukraina''" ou ''"Ukrainian"''. Assim era conhecida a região da fronteira sul entre Polônia e Rússia.<ref>{{citar web|url=https://time.com/12597/the-ukraine-or-ukraine/|publicado=Time|titulo=Ukraine, Not the Ukraine: The Significance of Three Little Letters|data=05/03/2014|autor=Katy Steinmetz|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.etymonline.com/word/ukraine|titulo=Ukraine|publicado=Etymonline|acessodata=28/08/2021|lingua=en}}</ref>

== História ==
{{Artigo principal|História da Ucrânia}}

=== Antiguidade ===
Assentamentos [[neandertais]] na Ucrânia são vistos nos sítios arqueológicos de Molodova ({{AC|43000–45000|n}}), que inclui uma habitação construída com ossos de [[mamute]].<ref>{{citar jornal|url=https://www.telegraph.co.uk/news/science/science-news/8963177/Neanderthals-built-homes-with-mammoth-bones.html|arquivo-data=10-1-2022|arquivourl=https://ghostarchive.org/archive/20220110/https://www.telegraph.co.uk/news/science/science-news/8963177/Neanderthals-built-homes-with-mammoth-bones.html|urlmorta=não|título=Neanderthals built homes with mammoth bones|jornal=The Daily Telegraph|local=Londres|data=18-12-2011|autor=Richard Gray|acessodata=8-1-2014}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.thoughtco.com/molodova-i-ukraine-paleolithic-site-171818|título=Molodova I and V (Ukraine)|autor=K. Kris Hirst|website=ThoughtCo.}}</ref>

Os assentamentos de [[humanos]] modernos na Ucrânia e seus arredores datam de 32 000 a.C., com evidências da [[Período Gravetiano|cultura gravetiana]] nas [[Montes da Crimeia|montanhas da Crimeia]].<ref>{{citar jornal|título=The Oldest Anatomically Modern Humans from Far Southeast Europe: Direct Dating, Culture and Behavior|autor1=Sandrine Prat|autor2=Stéphane C. Péan|autor3=Laurent Crépin|autor4=Dorothée G. Drucker|autor5=Simon J. Puaud|autor6=Hélène Valladas|autor7=Martina Lázničková-Galetová|autor8=Johannes van der Plicht|autor9=Alexander Yanevich|numero-autores=1|data=17-06-2011|publicado=plosone|doi=10.1371/journal.pone.0020834|doi-access=free}}</ref><ref>{{citar jornal|url=https://www.bbc.co.uk/news/science-environment-13846262|título=Early human fossils unearthed in Ukraine|autor=Jennifer Carpenter|data=20-06-2011|publicado=BBC|acessodata=21-06-2011}}</ref> Em 4 500 a.C., a [[Neolítico|cultura neolítica]] [[Cultura de Cucuteni|Cucuteni-Tripiliana]] estava florescendo em amplas áreas da Ucrânia moderna, incluindo Tripiliana e toda a região de [[Dnieper]]-[[Dniester]]. A Ucrânia também é considerada o local provável onde o [[cavalo]] foi [[Domesticação|domesticado]] pela primeira vez.<ref>{{citar web|data=07-05-2012|título=Mystery of the domestication of the horse solved: Competing theories reconciled|url=https://www.sciencedaily.com/releases/2012/05/120507154107.htm|acessodata=12-06-2014|publicado=Science Daily (sourced from the University of Cambridge)}}</ref><ref>Matossian ''Shaping World History'' p. 43</ref><ref>{{citar web|título=What We Theorize – When and Where Did Domestication Occur|url=http://imh.org/index.php/legacy-of-the-horse-full-story/the-domestication-of-the-horse/what-we-theorize-when-and-where-did-domestication-occur|wayb=20130723111211|urlmorta=sim|acessodata=12-12-2010|website=International Museum of the Horse}}</ref><ref>{{citar jornal|data=7-3-2009|título=Horsey-aeology, Binary Black Holes, Tracking Red Tides, Fish Re-evolution, Walk Like a Man, Fact or Fiction|obra=Quirks and Quarks Podcast with Bob Macdonald|publicado=CBC Radio|url=http://www.cbc.ca/quirks/episode/2009/03/07/horsey-aeology-binary-black-holes-tracking-red-tides-fish-re-evolution-walk-like-a-man-fact-or-ficti/|acessodata=18-9-2010|wayb=20141007100308|urlmorta=sim}}</ref> Durante a [[Idade do Ferro]], a região era habitada por [[cimérios]], [[citas]] e [[sármatas]].<ref>{{citar web|url=http://www.britannica.com/topic/Scythian|título=Scythian|acessodata=21-10-2015|website=[[Encyclopædia Britannica]]}}</ref> Entre 700 a.C. e 200 a.C. era parte da [[Cítia]].<ref>{{citar enciclopédia|url=https://global.britannica.com/topic/Scythian|título=Scythian: Ancient People|wayb=20170327013119|enciclopédia=Online Britannica|data=20-07-1998|acessodata=26-10-2017|urlmorta=não}}</ref>

A partir do século VI a.C., [[colônias gregas]], [[Colônia (Roma Antiga)|romanas]] e [[Império Bizantino|bizantinas]] foram estabelecidas na costa nordeste do [[Mar Negro]], como em [[Olbia]] e [[Quersoneso]], que prosperaram até o século VI d.C. Os [[godos]] permaneceram na área, mas ficaram sob o domínio dos [[hunos]] a partir da década de 370. No século VII, o território que hoje é o leste da Ucrânia era o centro da [[Antiga Grande Bulgária]]. No final do século, a maioria das tribos [[Búlgaros|búlgaras]] migrou em diferentes direções, e os [[cazares]] tomaram grande parte da região.<ref>{{citar web|título=Khazar|url=https://www.britannica.com/topic/Khazar|website=Encyclopædia Britannica}}</ref>

Nos séculos V e VI, o [[Antas (povo)|povo antas]] vivia na área da atual Ucrânia. Os antas eram os ancestrais dos [[ucranianos]]. As migrações da Ucrânia através dos [[Balcãs]] estabeleceram muitas nações eslavas do sul. As migrações do norte, chegando quase ao [[lago Ilmen]], levaram ao surgimento dos grupos [[eslavos]] ancestrais dos [[russos]]. Após um ataque [[Ávaros|ávaro]] em 602 e o colapso da União dos Antas, a maioria desses povos sobreviveu como tribos separadas até o início do segundo milênio.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=t124cP06gg0C&q=antes+avar&pg=PA42|título=A History of Ukraine|primeiro=Paul Robert|último=Magocsi|data=16-07-1996|publicado=[[University of Toronto Press]]|local=Toronto|acessodata=16-07-2018|via=Google Books|isbn=9780802078209}}</ref>

=== Idade de ouro em Kyiv (800–1100) ===
{{Artigo principal|Rússia de Kiev}}
[[Imagem:Vasnetsov_Bapt_Vladimir.jpg|thumb|esquerda|upright|O [[batismo]] do [[Vladimir I de Kiev|grão-príncipe Vladimir]] em 988 levou à adoção do cristianismo na [[Rússia de Kiev|Rússia de Kyiv]]]]

A [[Rússia de Kiev|Rússia de Kyiv]] foi fundada no território dos [[poloneses]] orientais, que viviam entre os rios [[Rio Ros|Ros]], [[Rio Rosava|Rosava]] e [[Rio Dnieper|Dnieper]]. Ao estudar a linguística das crônicas russas, o historiador russo [[Boris Rybakov]] chegou à conclusão de que a união de clãs poloneses da região do meio do Dnieper se chamava pelo nome de um de seus clãs, "Ros", que se juntou à união e era conhecido pelo menos desde o século VI muito além do mundo eslavo.<ref>Petro Tolochko. ''[http://resource.history.org.ua/cgi-bin/eiu/history.exe?Z21ID=&I21DBN=EIU&P21DBN=EIU&S21STN=1&S21REF=10&S21FMT=eiu_all&C21COM=S&S21CNR=20&S21P01=0&S21P02=0&S21P03=TRN=&S21COLORTERMS=0&S21STR=Kyivska_Rus The Kyivan Rus, establishment and development of the state nucleus (КИЇВСЬКА РУСЬ, СТАНОВЛЕННЯ ТА РОЗВИТОК ЯДРА ДЕРЖАВИ)]''. Encyclopedia of History of Ukraine. 2007</ref>

A origem da Rússia de Kyiv é ferozmente debatida e existem pelo menos três versões dependendo das interpretações das crônicas.<ref>Belyayev, A. ''[https://www.gumilev-center.ru/rus-i-varyagi-evrazijjskijj-istoricheskijj-vzglyad/ Rus and Varangians. Eurasian historical perspective (Русь и варяги. Евразийский исторический взгляд)]''. Lev Gumilev Center. 13 de setembro de 2012</ref> Em geral, acredita-se que a Rússia de Kyiv incluía a parte central, ocidental e norte das modernas Ucrânia, [[Bielorrússia]], a faixa oriental da [[Polônia]] e a parte ocidental da atual [[Rússia]]. De acordo com a Crônica Primária, a elite de Kyiv consistia inicialmente de [[varangianos]] da [[Escandinávia]].<ref>''A Geography of Russia and Its Neighbors'' {{ISBN|978-1-606-23920-9}} p. 69</ref>

Durante os séculos X e XI, tornou-se o maior e mais poderoso Estado da Europa.<ref>{{citar web|url=https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/ukraine/|título=Ukraine|acessodata=24-12-2007|data=13-12-2007|website=[[CIA World Factbook]]}}</ref> Ele lançou as bases para a identidade nacional de [[ucranianos]] e [[russos]].<ref>{{citar enciclopédia|enciclopédia=The Columbia Encyclopedia|edição=6|ano=2001–2007|artigo=Kievan Rus|url=http://www.bartleby.com/65/ki/KievanRu.html|acessodata=08-01-2014|wayb=20000819153626|urlmorta=sim}}</ref>

Os varangianos mais tarde assimilaram a população eslava e tornaram-se parte da primeira dinastia da Rússia de Kyiv, a [[dinastia ruríquida]].[39] A Rússia de Kyiv era composta por vários principados governados pelos ''kniazes'' ruríquidas ("príncipes") inter-relacionados, que frequentemente lutavam entre si pela posse de Kyiv.<ref>''The Dynasty of Chernigov, 1146–1246'' {{ISBN|978-0-521-82442-2}} p. 117–118</ref>
[[Imagem:Principalities_of_Kievan_Rus'_(1054-1132).jpg|thumb|upright|A [[Rússia de Kiev|Rússia de Kyiv]] em sua maior extensão territorial, 1054-1132]]

A Idade de Ouro da Rússia de Kyiv começou com o reinado de [[Vladimir, o Grande]] (980-1015), que [[Cristianização dos rus' de Kiev|levou o Estado eslavo em direção ao cristianismo bizantino]]. Durante o reinado de seu filho, [[Jaroslau I, o Sábio|Jaroslau, o Sábio]] (1019–1054), a Rússia de Kyiv atingiu o auge de seu desenvolvimento cultural e poder militar.<ref name="Não-nomeado-xXDo-1">''Power Politics in Kievan Rus': Vladimir Monomakh and His Dynasty, 1054-1246'' {{ISBN|0-888-44202-5}} p. 195–196</ref>

No entanto, o Estado logo se fragmentou à medida que a importância relativa das potências regionais aumentou novamente. Após um ressurgimento final sob o governo de [[Vladimir II de Kiev|Vladimir II de Kyiv]] (1113–1125) e seu filho [[Mistislau I de Kiev|Mistislau]] (1125–1132), a Rússia de Kyiv finalmente se desintegrou em principados separados após a morte de Mistislau.<ref name="Não-nomeado-xXDo-1"/>

A [[Invasão Mongol na Rússia|invasão mongol do século XIII]] devastou a Rússia de Kyiv, sendo que a cidade de [[Kiev|Kyiv]] foi totalmente destruída em 1240.<ref>{{citar web|url=https://tspace.library.utoronto.ca/citd/RussianHeritage/4.PEAS/4.L/12.III.5.html|arquivourl=https://archive.today/20110427075859|arquivodata=27-04-2011|título=The Destruction of Kiev|acessodata=03-01-2008|website=University of Toronto's Research Repository}}</ref> No território ucraniano de hoje, os principados da [[Galícia (Europa Central)|Galícia]] e da [[Volínia]] surgiram e foram fundidos no [[Reino da Galícia-Volínia]].<ref>{{citar web|url=http://www.encyclopediaofukraine.com/display.asp?AddButton=pages%5CR%5CO%5CRomanMstyslavych.htm|título=Roman Mstyslavych|website=Encyclopedia of Ukraine}}</ref>

[[Daniel da Galícia]], filho de [[Romano, o Grande]], reuniu todo o sudoeste da Rússia de Kyiv, incluindo Volínia, Galícia e a antiga capital. Daniel foi coroado pelo arcebispo papal em [[Dorohychyn]] em 1253 como o primeiro rei da Rússia de Kyiv. Sob o reinado de Daniel, o [[Reino da Rutênia]] foi um dos Estados mais poderosos do leste da Europa central.<ref>{{citar web|url=http://www.britannica.com/biography/Daniel-Romanovich|título=Daniel Romanovich|data=23-08-2007|publicado=Encyclopædia Britannica. Britannica Concise Encyclopedia|wayb=20150619050518|urlmorta=sim}}</ref>

=== Dominação estrangeira ===
{{Artigo principal|República das Duas Nações|Coroa do Reino da Polônia|Canato da Crimeia|Império Otomano|Império Russo}}

Em meados do século XIV, com a morte de {{lknb|Yuri|II||Boleslav}}, o rei {{lknb|Casimiro|III||da Polônia}} iniciou campanhas (1340–1366) para tomar a [[Reino da Galícia-Volínia|Galícia-Volínia]]. Enquanto isso, o coração da Rússia de Kyiv, incluindo a cidade de Kyiv, tornou-se o território do [[Grão-Ducado da Lituânia]], governado pelos [[gediminas]] e seus sucessores, após a [[Batalha do Rio Irpin]]. Após a [[União de Krewo]] de 1386, uma [[união dinástica]] entre a [[Polônia]] e a [[Lituânia]], muito do que se tornou o norte da Ucrânia foi governado pelos nobres [[lituanos]] locais cada vez mais eslavizados como parte do Grão-Ducado da Lituânia. Em 1392, as chamadas [[Guerras da Galícia-Volínia]] terminaram. Colonizadores poloneses de terras despovoadas no norte e centro da Ucrânia fundaram ou refundaram muitas cidades. Nas cidades do [[Mar Negro]] da atual Ucrânia, a [[República de Gênova]] fundou inúmeras colônias, de meados do século XIII ao final do século XV, incluindo as cidades de [[Bilhorod-Dnistrovsky]] ("Moncastro") e [[Kilia]] ("Licostomo"), as colônias costumavam ser grandes centros comerciais da região e eram chefiadas por um cônsul (representante da República).<ref>{{citar web|data=05-02-2018|título=Генуэзские колонии в Одесской области - Бизнес-портал Измаила|url=http://izm-biz.info/genuezskie-kolonii-v-odesskoj-oblasti/|acessodata=17-11-2020|wayb=20180205001115|urlmorta=sim}}</ref>
[[Ficheiro:Polish-Lithuanian Commonwealth at its maximum extent.svg|thumb|esquerda|Após a [[invasão mongol da Rússia]], grande parte da Ucrânia passou a ser controlada pelo [[Grão-Ducado da Lituânia]] e, após a [[União de Lublin]] (1569), pela [[Coroa do Reino da Polônia|Polônia]] dentro da [[República das Duas Nações|Comunidade Polaco-Lituana]], ilustrada aqui em 1619]]

Em 1430, a [[Podólia]] foi incorporada sob a [[Coroa do Reino da Polônia]] como [[Voivodia de Podole]]. Em 1441, no sul da Ucrânia, especialmente na Crimeia e nas estepes circundantes, o príncipe Haci I fundou o [[Canato da Crimeia]].<ref>{{citar web|url=http://radiolemberg.com/ua-articles/ua-allarticles/a-history-of-ukraine-episode-33-the-crimean-khanate-and-its-permanent-invasions-of-ukraine|título=A history of Ukraine. Episode 33. The Crimean Khanate and its permanent invasions of Ukraine|website=Radio Lemberg|wayb=20180131153124|urlmorta=sim}}</ref>

Em 1569, a [[União de Lublin]] estabeleceu a [[Comunidade Polaco-Lituana]] e grande parte do território ucraniano foi transferido da [[Lituânia]] para a [[Coroa do Reino da Polônia]], tornando-se território polonês ''[[de jure]]''. Sob a pressão demográfica, cultural e política de um processo de [[polonização]], que começou no final do século XIV, muitos nobres da [[Rutênia]] polonesa (outro nome para a terra de Rus) se converteram ao [[catolicismo]] e se tornaram indistinguíveis da [[Szlachta|nobreza polonesa]].<ref>Subtelny, pp. 92–93</ref> Privados de protetores nativos entre a nobreza da Rússia de Kyiv, os plebeus (camponeses e citadinos) começaram a procurar proteção para os emergentes [[cossacos]], que no século XVII se tornaram devotamente [[Igreja Ortodoxa|ortodoxos]]. Os cossacos não hesitaram em pegar em armas contra aqueles que consideravam inimigos, incluindo o Estado polonês e seus representantes locais.<ref>{{citar web|url=http://www.britannica.com/eb/article-28237|wayb=20071011213405|título=Poland|acessodata=12-09-2007|website=[[Encyclopædia Britannica]]|urlmorta=sim}}</ref>

Formado a partir do território da [[Horda Dourada]] conquistado após a invasão mongol, o Canato da Crimeia foi uma das potências mais fortes da [[Europa Oriental]] até o século XVIII; em 1571 capturou e devastou Moscou.<ref>{{citar web|autor=Brian Glyn Williams|título=The Sultan's Raiders: The Military Role of the Crimean Tatars in the Ottoman Empire|url=http://www.jamestown.org/uploads/media/Crimean_Tatar_-_complete_report_01.pdf|website=The Jamestown Foundation|ano=2013|página=16|urlmorta=sim|wayb=20131021092115}}</ref> As terras fronteiriças sofriam invasões tártaras anuais. Desde o início do século XVI até o final do século XVII, bandos de invasores de escravos [[tártaros da Crimeia]]<ref>{{citar livro|url=http://coursesa.matrix.msu.edu/~fisher/hst373/readings/inalcik6.html|primeiro=Halil|último=İnalcik|contribuição=Servile Labour in the Ottoman Empire|wayb=20170504102244|urlmorta=sim|editor-sobrenome1=Ascher|editor-nome1=Abraham|editor-sobrenome2=Király|editor-nome2=Béla K.|editor-sobrenome3=Halasi-Kun|editor-nome3=Tibor|título=The Mutual Effects of the Islamic and Judeo-Christian Worlds: The East European Pattern|website=coursesa.matrix.msu.edu|publicado=Brooklyn College Press|local=Nova Iorque, NY|ano=1979|páginas=25–43|isbn=978-0-93088800-8}}</ref> exportaram cerca de dois milhões de escravos da Rússia e da Ucrânia.<ref>Darjusz Kołodziejczyk, as reported by {{citar periódico|autor=Mikhail Kizilov|título=Slaves, Money Lenders, and Prisoner Guards: The Jews and the Trade in Slaves and Captives in the Crimean Khanate|url=https://www.academia.edu/3706285|periódico=The Journal of Jewish Studies|ano=2007|volume=58|número=2|páginas=189–210|doi=10.18647/2730/JJS-2007 |issn=0022-2097}}</ref>

De acordo com [[Orest Subtelny]], "de 1450 a 1586, oitenta e seis ataques tártaros foram registrados, e de 1600 a 1647, setenta".<ref>Subtelny, Orest (1988). "''[https://books.google.com/books?id=HNIs9O3EmtQC&pg=PA106 Ukraine: A History.]''". p 106</ref> Em 1688, os tártaros capturaram um número recorde de 60 mil ucranianos.<ref>Junius P. Rodriguez (1997). "''[https://books.google.com/books?id=ATq5_6h2AT0C The Historical encyclopedia of world slavery]''". ABC-CLIO. p. 659. {{ISBN|0-87436-885-5}}</ref> Os ataques tártaros cobraram um preço alto, desencorajando o assentamento em regiões mais ao sul, onde o solo era melhor e a estação de crescimento era mais longa. O último remanescente do Canato da Crimeia foi finalmente conquistado pelo Império Russo em 1783.<ref>{{citar periódico|autor=Mikhail Kizilov|título=Slave Trade in the Early Modern Crimea From the Perspective of Christian, Muslim, and Jewish Sources|url=https://www.academia.edu/2971600|periódico=Journal of Early Modern History|ano=2007|volume=11|número=1|páginas=1–31|doi=10.1163/157006507780385125}}</ref>

Em meados do século XVII, um proto-Estado cossaco na [[Zaporójia]] foi formado por cossacos de Dnieper e por camponeses [[rutenos]] que fugiram da [[servidão]] polonesa.<ref>{{citar web|url=http://www.encyclopediaofukraine.com/display.asp?linkPath=pages\Z\A\ZaporizhiaThe.htm|título=Zaporizhia, The|acessodata=16-12-2007|autor=Krupnytsky B. and Zhukovsky A.|website=Encyclopedia of Ukraine}}</ref> A Polônia exerceu pouco controle real sobre essa população, mas descobriu que os cossacos eram uma força opositora útil aos [[turcos otomanos]] e [[tártaros da Crimeia]],<ref name=eb2/> e às vezes os dois eram aliados em campanhas militares.<ref>{{citar web|url=http://www2.econ.hit-u.ac.jp/~areastd/mediterranean/mw/pdf/18/10.pdf|título=The Crimean Tatars and their Russian-Captive Slaves|wayb=20130605131551|urlmorta=sim|website=econ.hit-u.ac.jp|primeiro=Eizo|último=Matsuki|publicado=Hitotsubashi University (Mediterranean Studies Group)|ano=2009}}</ref> No entanto, a contínua e dura servidão do campesinato pela nobreza polonesa e especialmente a supressão da [[Igreja Ortodoxa]] alienou os cossacos.<ref name=eb2>{{citar web|url=http://www.britannica.com/place/Ukraine/History#toc30066|título=Ukraine – The Cossacks|acessodata=21-10-2015|website=[[Encyclopædia Britannica]]}}</ref>

Os cossacos buscaram representação no [[Sejm]] polonês, o reconhecimento das tradições ortodoxas e a expansão gradual dos [[cossacos registrados]]. Estes foram rejeitados pela nobreza polonesa, que dominava o Sejm.<ref>{{citar enciclopédia|título=Poland – The Cossacks|url=https://www.britannica.com/place/Poland/The-Cossacks|enciclopédia=Encyclopædia Britannica}}</ref>

=== Cossacos (1600 - 1800) ===
{{AP|Revolta de Khmelnitski}}
[[Imagem:Січ з висоти польоту.jpg|thumb|Reconstrução da fortaleza cossaca]] 
[[Imagem:Marten's_Poltava.jpg|thumb|A vitória da Rússia sobre [[Carlos XII da Suécia]] e seu aliado [[Ivan Mazepa]] na [[Batalha de Poltava]] (1709) destruiu a autonomia cossaca]]
Em meados do {{séc|XVII}}, um quase-[[Estado]] [[cossacos|cossaco]], o ''Sich''' de Zaporíjia, foi criado pelos cossacos do [[Dniepre]] e pelos camponeses rutenos que fugiam da [[servidão]] polonesa. A [[Polônia]] não tinha o controle efetivo daquela área, hoje no centro da Ucrânia, que se tornou então um Estado autônomo militarizado, ocasionalmente aliado à comunidade. Entretanto, a servidão do campesinato pela [[nobreza]] polonesa, a ênfase da economia agrária da Comunidade na exploração da mão de obra servil e, talvez a razão mais importante, a supressão da fé ortodoxa terminaram por afastar os cossacos e a [[Polónia|Polônia]]. Assim, os cossacos voltaram-se para a [[Igreja Ortodoxa Russa]], o que levaria finalmente à queda da Comunidade Polaco-Lituana.

A grande rebelião cossaca de 1648 contra a comunidade e contra o rei polonês [[João II Casimiro Vasa|João II Casimiro]] levou à partilha da Ucrânia entre a Polônia e a [[Rússia]], após o [[tratado de Pereyaslav]] e a guerra entre [[Rússia]] e [[Polónia|Polônia]]. Em 1775, os cossacos ucranianos foram liquidados pelo governo russo e a maioria dos ucranianos foi transformada em [[Servidão na Rússia|servos]] dos nobres russos <ref>[https://www.jnsm.com.ua/h/0514T Закріпачення селян Лівобережжя та Слобожанщини]</ref>. Todo o arquivo dos cossacos ucranianos liquidados, que consistia em 30.000 documentos que testemunham a história da Ucrânia nos séculos 16-18, foi armazenado por muito tempo na [[Fortaleza de Santa Isabel (Kropyvnytsky)|Fortaleza de Santa Isabel]], de onde vieram as tropas que destruíram a Sich.<ref>[https://dozor.kr.ua/post/1-lipnya-den-zasnuvannya-fortetsi-svyatoi-elisaveti-nevivchena-istoriya-neunikalnoi-fortetsi-2035.html 1 липня – день заснування
фортеці святої Єлисавети: Невивчена історія неунікальної фортеці </ref>

Com as partilhas da Polônia no final do {{séc|XVIII}} entre a [[Reino da Prússia|Prússia]], a [[Império Austríaco|Áustria]] e a Rússia, o território correspondente à atual Ucrânia foi dividido entre o [[Império Austríaco]] e o [[Império Russo]], aquele anexando a Ucrânia Ocidental (com o nome de província da [[Galícia (Europa Central)|Galícia]]), este incorporando o restante do território ucraniano. Em que pese o fato de que as promessas de autonomia da Ucrânia conferidas pelo tratado de Pereyaslav nunca se materializaram, os ucranianos tiveram um papel importante no seio do [[Império Russo]], participando das guerras contra as monarquias europeias orientais e o [[Império Otomano]] e ascendendo por vezes aos mais altos postos da administração imperial e eclesiástica russa. Posteriormente, o regime czarista passou a executar uma dura política de "russificação", proibindo o uso da [[língua ucraniana]] nas publicações e em público.

=== Era soviética ===
{{Artigo principal|República Socialista Soviética da Ucrânia|União Soviética|Guerra Soviético-Ucraniana|Russificação|Batalha de Kiev (1918)|Entrada do Exército Branco em Kiev (1919)}}
[[Imagem:Voyaky unr.jpg|thumb|esquerda|Soldados do [[Exército Insurgente da Ucrânia]] em 1917]]

O colapso do [[Império Russo]] e do [[Áustria-Hungria|Império Austro-Húngaro]] após a [[Primeira Guerra Mundial]], bem como a [[Revolução Russa]] de 1917, permitiram o ressurgimento do [[nacionalismo|movimento nacional]] ucraniano em prol da autodeterminação. Entre 1917 e 1920, diversos estados ucranianos se declararam independentes: o Rada Central, o Hetmanato, o Diretório, a República Popular Ucraniana e a República Popular Ucraniana Ocidental. Contudo, a derrota daquela última na [[Guerra Polaco-Ucraniana]] e o fracasso polonês na Ofensiva de Kyiv (1920) da [[Guerra Polaco-Soviética]] fizeram com que a [[Paz de Riga]], celebrada entre a Polônia e os [[bolchevismo|bolcheviques]] em março de 1921, voltasse a dividir a Ucrânia. A porção ocidental foi incorporada à nova Segunda República Polonesa e a parte maior, no centro e no leste, transformou-se na República Socialista Soviética da Ucrânia em março de 1919, posteriormente unida à [[União das Repúblicas Socialistas Soviéticas]], quando esta foi criada, em dezembro de 1922.

O ideal nacional ucraniano sobreviveu durante os primeiros anos sob os soviéticos. A cultura e a língua ucranianas conheceram um florescimento quando da adoção da política soviética de nacionalidades. Seus ganhos foram postos a perder com as mudanças políticas dos anos 1930.

[[Imagem:HolodomorUcrania9.jpg|thumb|Vítima do [[Holodomor]] numa rua da cidade ucraniana de [[Kharkiv]], em 1932]]

A [[industrialização]] soviética teve início na Ucrânia a partir do final dos anos 1920, o que levou a produção industrial do país a quadruplicar nos anos 1930. O processo impôs um custo elevado ao campesinato, demograficamente a espinha dorsal da nação ucraniana. Para atender a necessidade de maiores suprimentos de alimentos e para financiar a industrialização, [[Josef Stálin]] e [[Lazar Kaganovitch]] estabeleceram um programa de coletivização da agricultura pelo qual o Estado combinava as terras e rebanhos dos camponeses em fazendas coletivas. O processo era garantido pela atuação dos militares e da polícia secreta: os que resistiam eram presos e deportados. Os camponeses viam-se obrigados a lidar com os efeitos devastadores da coletivização sobre a produtividade agrícola e as exigências de quotas de produção ampliadas. Tendo em vista que os integrantes das fazendas coletivas não estavam autorizados a receber grãos até completaram as suas impossíveis quotas de produção, a fome tornou-se generalizada. Este processo histórico, conhecido como ''[[Holodomor]]'' (ou [[Genocídio]] Ucraniano), levou milhões de pessoas a morrerem de fome.

Na mesma época, os soviéticos acusaram a elite política e cultural ucraniana de "desvios nacionalistas", quando as políticas de nacionalidades foram revertidas no início dos anos 1930. Duas ondas de [[Grande Expurgo|expurgos]] (1929-1934 e 1936-1938) [[Tiroteio contra figuras da cultura ucraniana em 1937|resultaram na eliminação de quatro-quintos da elite cultural da Ucrânia]].

==== Segunda Guerra Mundial ====
{{Artigo principal|Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)}}
{{AP|vt=s|Reichskommissariat Ukraine}}
[[Imagem:Ruined Kiev in WWII.jpg|thumb|esquerda|[[Kiev|Kyiv]] em ruínas durante a [[Segunda Guerra Mundial]]. A cidade foi ocupada pela [[Alemanha nazista]] entre 1941 e 1943]]

Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], alguns membros do movimento nacionalista ucraniano lutaram contra [[nazismo|nazistas]] e soviéticos, indistintamente, enquanto que outros colaboravam com ambos os lados. Em 1941, os invasores alemães e seus aliados do [[Potências do Eixo|Eixo]] avançaram contra o [[Exército Vermelho]]. No cerco de Kyiv, a cidade foi designada pelos soviéticos como "Cidade Heroica" pela feroz resistência do Exército Vermelho e da população local. Mais de 660 000 soldados soviéticos foram capturados ali.<ref name=wils17>Wilson, p. 17</ref><ref name=subt487>Subtelny, p. 487</ref>

De início, os alemães foram recebidos como libertadores por muitos ucranianos na Ucrânia Ocidental. Entretanto, o controle alemão sobre os territórios ocupados não se preocupou em explorar o descontentamento ucraniano com as políticas soviéticas; ao revés, manteve as fazendas coletivas, executaram uma política de [[genocídio]] contra [[judeus]] e de deportação para trabalhar na [[Alemanha]] (''ver: [[Holocausto na Ucrânia]]''). Dessa forma, a maioria da população nos territórios ocupados passou a opor-se aos nazistas.<ref name=wils17/>

As perdas totais civis durante a guerra e a ocupação alemã na Ucrânia são estimadas entre cinco e oito milhões de pessoas, inclusive mais de meio milhão de judeus. Dos onze milhões de soldados soviéticos mortos em batalha, cerca de um-quarto eram ucranianos étnicos.<ref name=subt487/>

Com o término da [[Segunda Guerra Mundial]], as fronteiras da Ucrânia soviética foram ampliadas na direção oeste, unindo a maior parte dos ucranianos sob uma única entidade política. A maioria da população não ucraniana dos territórios anexados foi deportada. Após a guerra, a Ucrânia tornou-se membro das [[Nações Unidas]].<ref name=subt487/>

====Acidente nuclear de Chernobil====
{{Artigo principal|Acidente nuclear de Chernobil}}
[[Imagem:IAEA_02790015_(5613115146).jpg|thumb|upright|[[Usina Nuclear de Chernobil]] após a explosão do reator n.º 4]]
Entre os dias 25 e 26 de abril de 1986, o reator nuclear nº 4 da [[Usina Nuclear de Chernobil]] explodiu após um teste de rotina, perto da cidade de [[Pripyat]], no norte da República Socialista Soviética da Ucrânia, perto da fronteira com a [[República Socialista Soviética da Bielorrússia]], ambas parte da [[União Soviética]].<ref>{{citar jornal|url=https://www.britannica.com/story/nuclear-exclusion-zones|título=Nuclear Exclusion Zones|obra=Encyclopædia Britannica|acessodata=15-01-2018|wayb=20180115190336|urlmorta=não}}</ref> Uma combinação de falhas inerentes no projeto do reator, bem como dos operadores dos reatores que organizaram o núcleo de uma maneira contrária à lista de verificação para o teste, resultou em condições de reação descontroladas. A água superaquecida foi instantaneamente transformada em vapor, causando uma [[explosão de vapor]] destrutiva e um subsequente incêndio que jogou [[grafite]] ao ar livre<ref>{{citar web|url=http://gt-mhr.ga.com/safety.php|título=Graphites|website=General Atomics|acessodata=13-10-2016|urlmorta=sim|wayb=20120717102758|df=dmy-all}}</ref> e produziu [[Movimento vertical do ar|correntes ascendentes]] consideráveis por cerca de nove dias.<ref>{{citar periódico|último=McCall|primeiro=Chris|data=Abril de 2016|título=Chernobyl disaster 30 years on: lessons not learned|periódico=The Lancet|volume=387|número=10029|páginas=1707–1708|doi=10.1016/s0140-6736(16)30304-x|pmid=27116266|issn=0140-6736}}</ref> O fogo foi finalmente contido em 4 de maio de 1986.<ref>{{Citar livro|capítulo=Chernobyl-Born Radionuclides in Geological Environment|data=2014-10-10|páginas=25–38|publicado=John Wiley & Sons, Inc.|local=Hoboken|isbn=978-1118962220|doi=10.1002/9781118962220.ch2|título=Groundwater Vulnerability|series=Special Publications}}</ref> As [[Pluma (hidrodinâmica)|plumas]] de [[Produto de fissão nuclear|produtos de fissão]] lançadas na [[Atmosfera da Terra|atmosfera]] pelo incêndio [[Cinza nuclear|precipitaram-se]] sobre partes da [[União Soviética]] e da [[Europa Ocidental]]. O inventário radioativo estimado que foi liberado durante a fase mais quente do incêndio foi aproximadamente igual em magnitude aos produtos de fissão aerotransportados liberados na explosão inicial.<ref>{{citar web|url=https://www.oecd-nea.org/rp/reports/2003/nea3508-chernobyl.pdf|título=Chernobyl: Assessment of Radiological and Health Impact, 2002 update; Chapter II – The release, dispersion and deposition of radionuclides|ano=2002|publicado=OECD-NEA|acessodata=03-06-2015|wayb=20150622010856|urlmorta=não}}</ref>

O número total de vítimas, incluindo os mortos devido ao desastre, continua a ser uma questão controversa e disputada.<ref>{{citar jornal|url=https://www.irishtimes.com/news/world/europe/chernobyl-anniversary-the-disputed-casualty-figures-1.2595302|título=Chernobyl anniversary: The disputed casualty figures|obra=The Irish Times|autor=Ahlstrom, Dick|data=02-04-2016|acessodata=08-05-2019|wayb=20160414122902|urlmorta=não}}</ref> Durante o acidente, os efeitos da explosão de vapor causaram duas mortes dentro da instalação: uma imediatamente após a explosão e a por uma [[Dose letal mediana|dose letal de radiação]]. Nos próximos dias e semanas, 134 militares foram hospitalizados com [[síndrome aguda da radiação]] (SAR), dos quais 28 bombeiros e funcionários morreram em meses.<ref>{{citar web|url=http://www.nationalacademies.org/hmd/~/media/Files/Activity%20Files/PublicHealth/NucEventPrepWS/METTLERIOMNuclearWorkshop1.pdf|título=Medical decision making and care of casualties from delayed effects of a nuclear detonation|último=Mettler Jr.|primeiro=Fred A.|website=The National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine|acessodata=8-11-2018|wayb=20180712190941|urlmorta=não}}</ref> Além disso, cerca de quatorze mortes por [[câncer]] induzido por radiação entre esse grupo de 134 sobreviventes ocorreram nos dez anos seguintes.<ref>{{citar periódico|url=https://www.jstage.jst.go.jp/article/jhps/45/4/45_4_370/_pdf|título=Latest Knowledge on Radiological Effects: Radiation Health Effects of Atomic Bomb Explosions and Nuclear Power Plant Accidents|último=Nagataki|primeiro=Shigenobu|data=23-07-2010|periódico=Japanese Journal of Health Physics|volume=45|número=4|páginas=370–378|acessodata=8-11-2018|citação=People with symptoms of acute radiation syndrome: 134 (237 were hospitalized), 28 died within 3 months, 14 died within the subsequent 10 years (2 died of blood disease)|doi=10.5453/jhps.45.370|wayb=20190428042329|urlmorta=não}}</ref> Entre a população em geral, um excedente de 15 mortes infantis por [[câncer de tireoide]] foi documentado em 2011.<ref>{{citar web|url=http://www.who.int/ionizing_radiation/chernobyl/20110423_FAQs_Chernobyl.pdf|título=Chernobyl 25th anniversary – Frequently Asked Questions|data=23-04-2011|website=World Health Organization|acessodata=14-04-2012|wayb=20120417011209|urlmorta=não}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2005/pr38/en/|título=Chernobyl: the true scale of the accident|data= 05-09-2005|website=Organização Mundial da Saúde|acessodata=8-11-2018|wayb=20180225095828|urlmorta=não}}</ref> A catástrofe de Chernobil é considerada o acidente nuclear mais desastroso da história, tanto em termos de custo quanto de baixas. É um dos dois únicos acidentes de energia nuclear classificados como um evento de nível 7 (a classificação máxima) na [[Escala Internacional de Acidentes Nucleares]], sendo o outro o [[acidente nuclear de Fukushima I]], no [[Japão]], em 2011.<ref>{{citar jornal|último=Black|primeiro=Richard|url=https://www.bbc.co.uk/news/science-environment-13048916|título=Fukushima: As Bad as Chernobyl?|data=12-04-2011|website=BBC News|acessodata=20-08-2011|wayb=20110816212750|urlmorta=não}}</ref>

=== Independência ===
{{Artigo principal|Descomunização na Ucrânia|Leis de descomunização ucranianas}}
[[Imagem:RIAN archive 848095 Signing the Agreement to eliminate the USSR and establish the Commonwealth of Independent States.jpg|thumb|esquerda|Presidente ucraniano [[Leonid Kravtchuk]] e [[Boris Iéltsin]] assinando o [[Pacto de Belaveja]], que tornava a Ucrânia independente]]
O [[colapso da União Soviética]] em 1991 permitiu a convocação de um referendo que resultou na proclamação da independência da Ucrânia. Após isso, o país experimentou uma profunda desaceleração econômica, maior do que a de algumas das outras [[ex-repúblicas soviéticas]]. Durante a recessão, a Ucrânia perdeu 60% do seu [[PIB]] entre 1991 e 1999,<ref>{{citar web|url=http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2007/02/weodata/weorept.aspx?sy=1992&ey=2008&scsm=1&ssd=1&sort=country&ds=.&br=1&c=926&s=PPPGDP&grp=0&a=&pr1.x=41&pr1.y=2|título=Ukrainian GDP (PPP)|acessodata=10-03-2008|autor=World Economic Outlook Database, Outubro de 2007|publicado=Fundo Monetário Internacional (FMI)}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.worldbank.org/html/prddr/trans/june1998/ukraine.htm|título=Can Ukraine Avert a Financial Meltdown?|acessodata=16-12-2007|data=junho de 1998|obra=[[Banco Mundial]]|wayb=20000712025953|urlmorta=sim}}</ref> além de ter sofrido com taxas de [[inflação]] de cinco dígitos.<ref>{{citar web|url=http://www.imf.org/external/np/vc/2002/083102.htm|título=The IMF and Ukraine: What Really Happened|acessodata=16-12-2007|data=31-08-2002|último=Figliuoli|primeiro=Lorenzo|último2=Lissovolik|primeiro2=Bogdan|obra=[[Fundo Monetário Internacional]]|wayb=20021017151905|urlmorta=sim}}</ref> Insatisfeitos com as condições econômicas, bem como as taxas de crime e [[corrupção]], os ucranianos protestaram e organizaram greves.<ref>{{citar periódico|último=Aslund|primeiro=Anders|data=outono de 1995|título=Eurasia Letter: Ukraine's Turnaround|periódico=[[Foreign Policy]]|número=100|páginas=125–143|publicadopor=JSTOR|doi=10.2307/1149308|volume=100|último2=Aslund|primeiro2=Anders|jstor= 1149308}}</ref>

A [[economia ucraniana]] estabilizou-se até o final da década de 1990. A nova moeda, o [[hryvnia]], foi introduzida em 1996. Desde 2000, o país teve um crescimento econômico real constante, com média de expansão do PIB de cerca de 7% ao ano.<ref>{{citar web|url=http://www.bank.gov.ua/ENGL/Macro/index.htm|título=Macroeconomic Indicators|publicadopor=Banco Nacional da Ucrânia|wayb=20071021232506|acessodata=2014-02-23|urlmorta=sim}}</ref>

A nova constituição ucraniana, que foi adotada durante o governo do presidente [[Leonid Kuchma]] em 1996, acabou por tornar a Ucrânia uma [[república]] [[Semipresidencialismo|semipresidencial]] e estabeleceu um [[sistema político]] estável. Kuchma foi, no entanto, criticado por adversários por corrupção, fraude eleitoral, desestimulação da [[liberdade de expressão]] e muita concentração de poder em seu cargo. Ele também transferiu, por várias vezes, propriedades públicas para as mãos de [[oligarca]]s fiéis a ele.<ref>{{citar jornal|primeiro=Michael|último=Wines|título=Leader's Party Seems to Slip In Ukraine|url=http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9502EFD9143AF932A35757C0A9649C8B63|obra=The New York Times|data=01-04-2002|acessodata=24-12-2007}}</ref>

=== Revolução Laranja ===
{{Artigo principal|Revolução Laranja}}
[[Imagem:Joesjtsjenko Marion Kiev 2004.jpg|thumb|Manifestantes na [[Praça da Independência (Kiev)|Praça da Independência]] (''Maidan Nezalejnosti''), no primeiro dia da Revolução Laranja]]

Em 2004, [[Viktor Yanukovych]], então primeiro-ministro, foi declarado vencedor das eleições presidenciais, que tinham sido largamente manipuladas, como o Supremo Tribunal da Ucrânia constatou mais tarde.<ref>{{citar web|url=http://www.skubi.net/ukraine/judgment-december-3.html|título=The Supreme Court findings|acessodata=07-07-2008|publicadopor=Supreme Court of Ukraine|data=3-12-2004|língua=uk}}</ref> Os resultados causaram um clamor público em apoio ao candidato da oposição, [[Viktor Yushchenko]], que desafiou o resultado oficial do pleito. Isto resultou na pacífica Revolução Laranja, a qual foi reprimida violentamente, mas que trouxe Viktor Yushchenko e [[Yulia Tymoshenko]] ao poder, enquanto lançou Viktor Yanukovych à oposição.<ref>{{citar web|url=https://www.britannica.com/place/Ukraine/Independent-Ukraine|wayb=20080115052653|título=Ukraine-Independent Ukraine|acessodata=14-01-2008|obra=Encyclopædia Britannica (fee required)|urlmorta=não}}</ref>

Yanukovych retornou a uma posição de poder em 2006, quando se tornou primeiro-ministro da Aliança de Unidade Nacional,<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/5242860.stm Ukraine comeback kid in new deal], [[BBC News]] (4 de agosto de 2006)</ref> até que eleições antecipadas em setembro de 2007 tornaram Tymoshenko primeira-ministra novamente.<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7149549.stm Tymoshenko picked for Ukraine PM], [[BBC News]] (18 de dezembro de 2007)</ref>

[[Disputa comercial pelo gás natural entre Rússia e Ucrânia|Disputas com a Rússia sobre dívidas de gás natural]] interromperam brevemente todos os fornecimentos de gás à Ucrânia em 2006 e novamente em 2009, levando à escassez do produto em vários outros países europeus.<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7806870.stm Russia shuts off gas to Ukraine], [[BBC News]] (1 de janeiro de 2009)</ref><ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7240462.stm Q&A: Russia-Ukraine gas row], [[BBC News]] (20 de janeiro de 2009)</ref> Viktor Yanukovych foi novamente [[Eleição presidencial da Ucrânia em 2010|eleito presidente em 2010]], com 48% dos votos.<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/8508276.stm Ukraine election: Yanukovych urges Tymoshenko to quit], [[BBC News]] (10 de fevereiro de 2010)</ref>

=== ''Euromaidan'' ===
{{Artigo principal|Euromaidan|Revolução Ucraniana de 2014}}
[[Imagem:Euromaidan 03.JPG|thumb|esquerda|Manifestantes do [[Euromaidan]] em [[Kiev|Kyiv]] em 18 de fevereiro de 2014]]

O protestos do ''[[Euromaidan]]'' começaram em novembro de 2013, quando os cidadãos ucranianos exigiram uma maior integração do país com a [[União Europeia]] (UE).<ref>[http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-25182823 Stand-off in Ukraine over EU agreement], [[BBC News]] (17 de dezembro de 2013)</ref><ref>[https://www.reuters.com/article/us-ukraine-idUSBRE9BA04420131212 Kiev protesters gather, EU dangles aid promise], [[Reuters]] (12 de dezembro de 2013)</ref> As manifestações foram provocadas pela recusa do governo ucraniano em assinar um acordo de associação com a UE, que Yanukovych descreveu como sendo desvantajoso para a Ucrânia. Com o tempo, o movimento Euromaidan promoveu uma onda de grandes manifestações e agitação civil por todo o país, o contexto que evoluiu para incluir clamores pela renúncia do presidente Yanukovich e de seu governo.<ref>[https://www.reuters.com/article/ukraine-idUKL6N0JR2IQ20131212 Kiev protesters gather, EU and Putin joust], [[Reuters]] (12 de dezembro de 2013)</ref>

A violência intensificou-se depois de 16 de janeiro de 2014, quando o governo aceitou as leis Bondarenko-Oliynyk, também conhecidas como leis antiprotestos. Os manifestantes antigoverno então ocuparam edifícios do centro de Kyiv, incluindo o prédio do Ministério da Justiça, e tumultos deixaram 98 mortos e milhares de feridos entre os dias 18 e 20 fevereiro.<ref>{{Citar web|url=http://www.theguardian.com/world/2014/jan/27/ukraine-protesters-occupy-justice-ministry-state-emergency|titulo=Ukraine threatens state of emergency after protesters occupy justice ministry|data=2014-01-27|acessodata=2021-04-26|website=the Guardian|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.businessweek.com/news/2014-01-24/ukraine-warned-of-civil-war-by-eu-as-unrest-spreads-to-regions|título=Ukraine clashes resume in Kiev as foreign mediation urged|wayb=20140125020027|urlmorta=sim}}</ref> Em 22 de fevereiro de 2014, o [[Parlamento da Ucrânia]] destituiu Yanukovych por considerar o presidente incapaz de cumprir seus deveres e definiu uma eleição para 25 de maio para selecionar o seu substituto.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/02/presidente-do-parlamento-assume-governo-da-ucrania-temporariamente.html|título=Presidente do Parlamento assume governo da Ucrânia temporariamente|data=23-02-2014}}</ref>

Os resultados da eleição de 25 de maio de 2014 foram considerados pelo ''[[The New York Times]]'' como "uma vitória decisiva na eleição presidencial ucraniana" para [[Petro Poroshenko]]. Esse venceu com uma plataforma pró-[[União Europeia]], ganhando com mais de 50% dos votos e, portanto, sem a necessidade de um segundo turno com [[Iúlia Timochenko]], que durante a eleição só foi capaz de reunir menos de um terço de seu número de votos. Poroshenko anunciou que suas prioridades imediatas seriam tomar medidas no [[Rebelião pró-russa na Ucrânia|conflito no leste da Ucrânia]] e reatar os laços diplomáticos com a [[Rússia]].<ref>''The New York Times'', "Dozens of Separatists Killed in Ukraine Army Attack", By [[Sabrina Tavernise]] and Andrew Rothmay 27, 2014</ref>

=== Guerra no leste ===
{{Artigo principal|Guerra Russo-Ucraniana}}
{{VT|Guerra em Donbas|Crise da Crimeia de 2014}}
[[imagem:2014-03-09. Протесты в Донецке 022.jpg|miniaturadaimagem|Protesto pró-Rússia na cidade de [[Donetsk]] em 9 de março de 2014]]

Após o colapso do governo de [[Yanukovych]] e a revolução resultante, em fevereiro de 2014 uma crise de secessão começou na [[Crimeia|península da Crimeia]], território ucraniano que tem um número significativo de [[Língua russa|russófonos]]. Em 1 de março de 2014 o presidente ucraniano exilado, [[Viktor Yanukovich]], pediu que a Rússia usasse forças militares "para estabelecer a legitimidade, a paz, a lei e a ordem para defender o povo da Ucrânia".<ref>{{citar jornal|url=http://www.nbcnews.com/storyline/ukraine-crisis/ousted-ukrainian-president-asked-russian-troops-envoy-says-n43506|título=Ousted Ukrainian President Asked For Russian Troops, Envoy Says|autor=Reuters|data=03-03-2014|publicadopor=NBC News|acessodata=21-03-2014}}</ref> No mesmo dia, Putin pediu e recebeu autorização da [[parlamento russo]] para implantar tropas militares na Ucrânia e acabou por assumir o controle da Crimeia no dia seguinte.<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.com/news/world-europe-26400597|título=Putin to deploy Russian troops in Ukraine|publicadopor=BBC News|data=01-03-2014|acessodata=01-03-2014}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.thehindu.com/news/international/world/russian-parliament-approves-use-of-force-in-crimea/article5739708.ece|título=Russian Parliament approves use of army in Ukraine|obra=The Hindu|data=01-03-2014|primeiro=Vladimir|último=Radyuhin|local=Chennai, India}}</ref><ref>{{citar jornal|último=Walker|primeiro=Shaun|data=04-03-2014|url=http://www.theguardian.com/world/2014/mar/04/ukraine-crisis-russian-troops-crimea-john-kerry-kiev|título=Russian takeover of Crimea will not descend into war, says Vladimir Putin|jornal=[[The Guardian]]|acessodata=04-03-2014}}</ref><ref name="bloomberg-news-2014-request">{{citar jornal|primeiro2=Daryna|url=http://www.bloomberg.com/news/2014-03-04/russia-calls-ukraine-intervention-legal-citing-yanukovych-letter.html|título=Russia Stays in Ukraine as Putin Channels Yanukovych Request|data=04-03-2014|acessodata=05-03-2014|jornal=[[Bloomberg News]]|primeiro3=Kateryna|primeiro1=Sangwon|último1=Yoon|último2=Krasnolutska|último3=Choursina}}</ref> Além disso, a [[OTAN]] foi considerada pela maioria dos [[russos]] como uma invasora de suas fronteiras nacionais. Isso pesou muito na decisão de [[Moscou]] de tomar medidas para proteger [[Frota do Mar Negro|seu porto]] localizado no [[Mar Negro]], na Crimeia.<ref>{{citar jornal|último=Magnay|primeiro=Diana|data=01-05-2014|url=http://edition.cnn.com/2014/04/30/world/europe/russia-ukraine-cadet-school|título=Why NATO is such a thorn in Russia’s side|obra=CNN News|acessodata=18-05-2014}}</ref>

Em 6 de março de 2014 o parlamento da [[Crimeia]] aprovou a decisão de "entrar para a Federação Russa, com os direitos de uma entidade da Federação Russa" e mais tarde realizou [[Referendo na Crimeia de 2014|um referendo popular]] perguntando à população local se queriam juntar-se ao território russo como uma [[Subdivisões da Rússia|unidade federal]] ou se queriam restaurar a constituição de 1992 da Crimeia e seu ''status'' como parte da Ucrânia.<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.com/news/world-europe-26465962|título=Ukraine crisis: Crimea parliament asks to join Russia|publicadopor=BBC News|data=06-03-2014|acessodata=12-05-2014}}</ref>
[[imagem:OSCE SMM monitoring the movement of heavy weaponry in eastern Ukraine (16705750566).jpg|miniaturadaimagem|esquerda|[[Forças Armadas da Ucrânia|Soldados ucranianos]] na região leste do país]]

Embora tenha sido aprovada por uma esmagadora maioria, a votação não foi monitorada por terceiros e os resultados são contestados por vários países.<ref>{{citar web|autor=OSCE Organization for Security and Co-operation in Europe|url=http://www.osce.org/cio/116313|título=Chair says Crimean referendum in its current form is illegal and calls for alternative ways to address the Crimean issue|publicadopor=OSCE|data=11-03-2014|acessodata=12-05-2014}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.ohchr.org/Documents/Countries/UA/Ukraine_Report_15April2014.doc|título=Report on the human rights situation in Ukraine|data=15-04-2014|publicadopor=[[Office of the United Nations High Commissioner for Human Rights]]}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.businessinsider.co.id/un-hints-russia-may-have-rigged-crimea-vote-2014-4/#.U2CVCPl_v38|título=The UN’s Scathing Crimea Report Suggests Russia May Have Rigged Secession Vote|data=11-04-2014|website=[[Business Insider]]|primeiro=Harrison|último=Jacobs|acessodata=2014-05-27|wayb=20140502032433|urlmorta=sim}}</ref> Crimeia e [[Sevastopol]] declararam formalmente a sua independência política sob o nome de [[República da Crimeia]] e pediram que eles fossem admitidos como membros constituintes da Federação Russa.<ref>16 de março de 2014, David Herszenhornmarch, ''The New York Times'', "Crimea Votes to Secede From Ukraine as Russian Troops Keep Watch."</ref> Em 18 de março de 2014, a Rússia e a [[Crimeia]] assinaram um tratado de adesão da República da Crimeia e de Sevastopol à Federação Russa, apesar da [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] ter votado a favor de uma declaração não vinculativa para se opor a anexação russa da península.<ref>"Backing Ukraine’s territorial integrity, UN Assembly declares Crimea referendum invalid". UN News Centre. 27 de março de 2014. Acesso em 28 de março de 2014.</ref>

Uma agitação popular também começou nas regiões leste e sul do país. Em várias cidades dessas regiões, como [[Donetsk]] e [[Lugansk]], homens armados que declararam-se como uma [[milícia]] local, ocuparam prédios do governo e delegacias policiais. Conversas em [[Genebra]], na [[Suíça]], entre [[União Europeia]], Rússia, Ucrânia e [[Estados Unidos]] produziram uma declaração diplomática conjunta referida como Pacto de Genebra de 2014,<ref>[http://www.nytimes.com/2014/04/18/world/europe/text-of-joint-diplomatic-statement-on-ukraine.html Text of Joint Diplomatic Statement on Ukraine, 17 de abril de 2014, The New York Times], acessado em 30 de abril de 2014</ref> em que as partes solicitaram que todas as milícias ilegais<ref>[http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/ukraine/10777403/Ukraine-crisis-Geneva-peace-deal-in-tatters-after-up-to-five-shot-dead.html Ukraine crisis: Geneva peace deal in tatters after up to five shot dead], ''[[The Daily Telegraph]]'', 20 de abril de 2014</ref> depusessem suas armas e desocupassem os prédios públicos tomados, além de estabelecer um diálogo político que poderia levar a uma maior autonomia para as regiões ucranianas.

=== Invasão russa em 2022 ===
{{AP|Crise russo-ucraniana (2021–2022)|Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022}}
[[Imagem:2022_Russian_invasion_of_Ukraine.svg|thumb|[[Guerra Russo-Ucraniana]]:<br>{{legend0|#e3d975|Controle ucraniano}} {{legend0|#ebc0b3|[[Territórios temporariamente ocupados da Ucrânia|Ocupação russa]]}}]]

Na primavera de 2021, a Rússia começou a concentrar tropas ao longo de sua [[Fronteira Rússia-Ucrânia|fronteira com a Ucrânia]].<ref>{{citar jornal|último=Holland|primeiro=Steve|último2=Shalal|primeiro2=Andrea|último3=Landay|primeiro3=Jonathan|data=8-4-2021|título=Russian force on Ukraine border larger than any time since 2014, U.S. says|publicado=[[Reuters]]|local=Washington D.C.|url=https://www.reuters.com/article/us-ukraine-crisis-usa-idUSKBN2BV2Z3|acessodata=2022-02-08}}</ref><ref>{{citar jornal|último=Kramer|primeiro=Andrew E.|data=9-4-2021|título=Russian Troop Movements and Talk of Intervention Cause Jitters in Ukraine|língua=en-US|obra=[[The New York Times]]|url=https://www.nytimes.com/2021/04/09/world/europe/russia-ukraine-war-troops-intervention.html|acessodata=8-2-2022|issn=0362-4331|citação=Russia has amassed more troops on the Ukrainian border than at any time since 2014.}}</ref> Em 22 de fevereiro de 2022, [[Vladimir Putin]] ordenou que as forças militares russas entrassem nas repúblicas ucranianas separatistas de [[República Popular de Donetsk|Donetsk]] e [[República Popular de Luhansk|Luhansk]], chamando o ato de "missão de paz". Putin também reconheceu oficialmente Donetsk e Luhansk como [[Estados soberanos]], totalmente independentes do governo ucraniano.<ref>{{citar jornal|último=Simmons|primeiro=Ann|último2=Trofimov|primeiro2=Yaroslav|último3=Luxmoore|primeiro3=Matthew|data=22-2-2022|título=Putin Orders Deployment of Troops to Breakaway Regions in Ukraine|língua=en-US|obra=[[The Wall Street Journal]]|local=Moscow, Kyiv, and London|url=https://www.wsj.com/articles/russia-alleges-ukrainian-incursion-kyiv-says-moscow-makes-up-fake-incidents-11645453512|acessodata=2022-02-24|issn=0099-9660}}</ref><ref>{{citar jornal|último=Nichols|primeiro=Michelle|último2=Pamuk|primeiro2=Humeyra|data=2022-02-22|título=U.S. slams Russian 'peacekeepers' in Ukraine as 'nonsense'|obra=[[Reuters]]|url=https://www.reuters.com/world/europe/un-chief-believes-russia-has-violated-ukraines-sovereignty-2022-02-21/|acessodata=2022-02-24}}</ref>

Nas primeiras horas de 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo Vladimir Putin anunciou uma "operação militar especial" para "desmilitarizar" a Ucrânia e lançou uma invasão em larga escala ao país.<ref>{{citar jornal|último=Singh|primeiro=Samantha Lock (now); Maanvi|último2=Oladipo|primeiro2=Gloria|último3=Michael|primeiro3=Chris|último4=Jones  (earlier)|primeiro4=Sam|numero-autores=1|data=2022-02-24|título=Ukraine-Russia crisis live news: Putin declares operation to ‘demilitarise’ Ukraine – latest updates|língua=en-GB|obra=The Guardian|url=https://www.theguardian.com/world/live/2022/feb/23/ukraine-russia-news-crisis-latest-live-updates-putin-biden-europe-sanctions-russian-invasion-border-troops|acessodata=2022-02-24|issn=0261-3077}}</ref> No final do dia, o governo ucraniano anunciou que a Rússia havia assumido o controle de [[Chernobyl]].<ref>{{citar web|título=Ukraine reclaims key military airport; Russian troops seize Chernobyl|url=https://www.upi.com/Top_News/World-News/2022/02/24/captures-chernobyl-ukraine/4851645738981/|acessodata=2022-02-25|website=UPI}}</ref>

== Geografia ==
[[Imagem:Ukraine_topo_en.jpg|thumb|[[Mapa topográfico]] da Ucrânia]]
[[Imagem:Koppen-Geiger Map UKR present.svg|thumb|Ucrânia pela [[classificação climática de Köppen-Geiger]]]]

Com uma [[área]] de 603 700 km², a Ucrânia é o 44.° país do mundo em território, um pouco maior que o [[estado brasileiro]] de [[Minas Gerais]] ou que a soma das áreas da [[Espanha]] e de [[Portugal]]. É o segundo maior país da [[Europa]], atrás da [[Rússia Europeia]] e à frente da [[França]] metropolitana. A paisagem da Ucrânia consiste principalmente de planícies férteis (ou [[estepes]]) e planaltos, atravessados por rios como o [[Rio Dniepre|Dniepre]] (Dnipro), [[Rio Donets|Donets]], [[Rio Dniestre|Dniestre]] e o [[Bug Meridional]], à medida que fluem para o sul no [[Mar Negro]] e no [[Mar de Azov]]. A sudoeste, o [[delta do Danúbio]] forma a fronteira com a [[Romênia]]. As várias regiões da Ucrânia têm diversas características geográficas que vão desde as terras altas até as terras baixas. As únicas montanhas do país são as montanhas dos [[Cárpatos]] no oeste, das quais a mais alta é a [[Hora Hoverla]] com 2.061 metros, e os [[Montes da Crimeia]] na [[Crimeia]], no extremo sul ao longo da costa.<ref>{{citar web|url=http://www.britannica.com/eb/article-30093/Ukraine|wayb=20080115052701|título=Ukraine – Relief|acessodata=27-12-2007|website=Encyclopædia Britannica (fee required)|urlmorta=sim}}</ref>

Recursos naturais significativos na Ucrânia incluem [[minério de ferro]], [[carvão]], [[manganês]], [[gás natural]], [[petróleo]], [[sal]], [[enxofre]], [[grafite]], [[titânio]], [[magnésio]], [[caulim]], [[níquel]], [[mercúrio (elemento químico)|mercúrio]], [[madeira]] e uma grande abundância de [[terras aráveis]]. Apesar disso, o país enfrenta uma série de importantes questões ambientais, tais como suprimentos inadequados de água potável, poluição do ar e da água e desmatamento, bem como a contaminação por [[radiação]] no nordeste do país, por conta do [[acidente nuclear de Chernobil]], em 1986. A reciclagem de lixo doméstico tóxico ainda está em processos iniciais na Ucrânia.<ref>[http://www.kyivpost.com/news/nation/detail/118498/ Environment suffers from lack of recycling], Kyiv Post (9 de dezembro de 2011)</ref>

A Ucrânia tem um clima predominantemente [[Clima continental|continental]], com exceção da costa sul da [[Crimeia]], que tem um [[clima subtropical]].<ref name=faoclimate>{{citar web|url=http://www.fao.org/ag/agp/AGPC/doc/Counprof/Ukraine/ukraine.htm|título=Ukraine|website=Country Pasture/Forage Resource Profiles|publicado=Food and Agriculture Organization|acessodata=08-08-2016|wayb=20161006014817|urlmorta=sim}}</ref> O clima é influenciado pelo ar moderadamente quente e úmido proveniente do [[Oceano Atlântico]]<ref name=ebclimate>{{citar web|url=https://www.britannica.com/place/Ukraine/Soils#ref30096|título=Ukraine – Climate|acessodata=20-10-2015|website=Encyclopædia Britannica}}</ref> As temperaturas médias anuais variam de 5,5–7 °C no norte, a 11–13 °C no sul.<ref name=ebclimate/> A precipitação é desproporcionalmente distribuída, sendo mais alta no oeste e norte e mais baixa no leste e sudeste<ref name=ebclimate/> A Ucrânia Ocidental, particularmente nas montanhas dos Cárpatos, recebe cerca de {{fmtn|1200}} milímetros de precipitação anualmente, enquanto a Crimeia e as áreas costeiras do Mar Negro recebem cerca de 400 milímetros.<ref name=ebclimate/>

== Demografia ==
[[Imagem:Population_density_in_Ukraine.png|thumb|esquerda|Mapa da [[densidade populacional]] da Ucrânia]]

Em janeiro de 2022, a Ucrânia tem uma população estimada de 41,2 milhões e é o oitavo país mais populoso da Europa. É um país fortemente urbanizado e suas regiões industriais no leste e sudeste são as mais densamente povoadas — cerca de 67% de sua população total vive em áreas urbanas.<ref>{{citar web|url=http://www.unicef.org/infobycountry/ukraine_statistics.html|título=Ukraine – Statistics|acessodata=07-01-2008|website=[[UNICEF]]|wayb=20190403051640|urlmorta=sim}}</ref> Em 2021 a Ucrânia tinha uma [[densidade populacional]] de 68,9 habitantes por quilômetro quadrado<ref name=p2020/> e a [[expectativa de vida]] geral no país ao nascer é de 73 anos (68 anos para homens e 77,8 anos para mulheres).<ref>{{citar web|título=Life expectancy and Healthy life expectancy, data by country|publicado=World Health Organization|url=https://apps.who.int/gho/data/node.main.688|ano=2020|acessodata=19-04-2021}}</ref>

Após a [[dissolução da União Soviética]], a população da Ucrânia atingiu um pico de aproximadamente 52 milhões em 1993. No entanto, devido à sua [[taxa de mortalidade]] ser superior à sua taxa de natalidade, [[emigração]] em massa, más condições de vida e cuidados de saúde de baixa qualidade,<ref>{{citar jornal|url=https://www.newsweek.com/nolan-peterson-why-ukraine-population-shrinking-559697|título=Why Is Ukraine's Population Shrinking?|último=Peterson|primeiro=Nolan|jornal=Newsweek|data=26-2-2017|acessodata=9-7-2019}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.ukrstat.gov.ua/operativ/operativ2007/ds/nas_rik/nas_e/nas_rik_e.html|título=Population|publicado=State Statistics Service of Ukraine|acessodata=09-07-2019|wayb=20191114093740|urlmorta=sim}}</ref> a população total diminuiu 6,6 milhões, ou 12,8% desde o mesmo ano até 2014.

De acordo com o censo de 2001, os [[ucranianos]] étnicos representam cerca de 78% da população, enquanto os [[russos]] são a maior minoria, com cerca de 17,3% da população. Pequenas populações minoritárias incluem: [[bielorrussos]] (0,6%), [[moldavos]] (0,5%), [[tártaros da Crimeia]] (0,5%), [[búlgaros]] (0,4%), [[húngaros]] (0,3%), [[romenos]] (0,3%), [[poloneses]] (0,3%), [[judeus]] (0,3%), [[armênios]] (0,2%), [[gregos]] (0,2%) e [[tártaros]] (0,2%).<ref name>{{citar web|url=http://2001.ukrcensus.gov.ua/eng/results/general/nationality/|título=Population by ethnic nationality, 1 January, year|website=ukrcensus.gov.ua|publicado=Escritória de Estatísticas da Ucrânia|acessodata=17-04-2010|urlmorta=sim|wayb=20111217151026}}</ref> Estima-se também que existam cerca de 10 a 40 mil [[coreanos]] na Ucrânia, que vivem principalmente no sul do país, pertencentes ao grupo histórico [[Koryo-saram]].<ref>{{citar web|url=https://joshuaproject.net/people_groups/12795/UP|título=Korean in Ukraine|publicado=Joshua Project|acessodata=19-04-2021}}</ref><ref>{{citar web|url=https://ukrainer.net/koreans-of-ukraine-who-are-they/|título=Koreans of Ukraine. Who are they?|publicado=Ukrainer|data=30-10-2019|acessodata=19-04-2021}}</ref><ref>{{citar web|url=https://birdinflight.com/inspiration/experience/20170718-ethnic-koreans-jung-sung-tae.html|título=Phantom Syndrome: Ethnic Koreans in Ukraine|website=Bird In Flight|autor=Alina Sandulyak|data=18-07-2017|acessodata=15-04-2019}}</ref>

=== Idiomas ===
[[Imagem:Ukraine_census_2001_Russian.svg|thumb|esquerda|A porcentagem de falantes nativos de [[língua russa]] por subdivisão de acordo com o censo de 2001 (por oblast)]]

De acordo com a Constituição, a [[língua oficial]] da Ucrânia é o [[Língua ucraniana|ucraniano]]. O [[Língua russa|russo]], que era a língua ''[[de facto]]'' oficial da União Soviética, é amplamente falado, especialmente no Oriente e no Sul. De acordo com o recenseamento de 2001, 67,5% da população declarou o ucraniano como língua nativa e 29,6% declararam o russo. A maioria dos ucranianos nativos usa o russo como segunda língua.<ref>{{Citar web|url=http://www.ukrcensus.gov.ua/eng/results/general/language/|título=Linguistic composition of the population|acessodata=5-10-2009|publicado=Comité de Estadísticas Estatales de Ucrania|ano=2004|autor=Ukr Census|língua=en|wayb=20091012050902|urlmorta=sim}}</ref>

O ucraniano é falado principalmente na parte ocidental e central do país. No oeste da Ucrânia, o ucraniano também é a língua dominante nas cidades, como é o caso de [[Lviv]], ao lado da [[Fronteira Polônia-Ucrânia|fronteira polonesa]]. No centro da Ucrânia, o ucraniano e o russo são igualmente utilizados pela população urbana, como também na capital, Kyiv. O ucraniano é a língua predominante nas comunidades rurais, enquanto o russo prevalece no sul do país e na Crimeia.<ref>{{Citar web|url=http://ukrcensus.gov.ua/results/general/nationality/city_kyiv/|título=Recenseamento da população de 2001 por nacionalidade|publicado=Comité de Estadísticas Estatales de Ucrania|ano=2004|autor=Ukr Census|lingua=ru|wayb=20091214013239|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://ukrcensus.gov.ua/results/general/language/city_kyiv/|título=Recenseamento da população de 2001 por idioma|acessodata=5-10-2009|publicado=Comité de Estadísticas Estatales de Ucrania|ano=2004|autor=Ukr Census|lingua=ru|wayb=20091214013227|urlmorta=sim}}</ref>

Durante grande parte da era soviética, o número de falantes do idioma ucraniano diminuiu de geração em geração e, em meados da década de 1980, o uso da língua ucraniana na vida pública tinha diminuído significativamente.<ref>Shamshur, p. 159-168</ref> Após a independência, o governo da Ucrânia começou uma política de "[[ucranização]]"<ref>{{Citar web|url=http://www.archives.gov.ua/Sections/Revolution_2004/UKL/photos.php?UKL302|título=Ukrainian Elections-2004 as mirrored in the World Press|acessodata=5-10-2009|autor=Olga Lisniak|ano=2004|publicado=Archives|língua=en|wayb=20090108154958|urlmorta=sim}}</ref> para aumentar o uso do ucraniano, enquanto diminuía o uso do idioma russo, sendo este proibido ou censurado nos meios de comunicação e em filmes nacionais. Isso significava que os programas em russo precisavam de dublagem do ucraniano ou de legendas, excluindo as filmagens feitas na era soviética.<ref>{{Citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/3630631.stm|título=Europe - Anger at Ukraine's ban on Russian|acessodata=5-10-2009|autor=BBC News|ano=2004|publicado=BBC News|língua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.russiatoday.ru/features/news/27078|título=Wanted: Russian-language movies in Ukraine|acessodata=5-10-2009|ano=2008|publicado=Russia Today|língua=en|wayb=20080731193143|urlmorta=sim}}</ref>

De acordo com a Constituição da [[República Autônoma da Crimeia]], o ucraniano é a única língua oficial. No entanto, a Constituição da República reconhece especificamente o russo como a língua falada pela maioria da população e garante o seu uso "em todas as esferas da vida pública". Ela também garante que o [[Língua tártara da Crimeia|idioma tártato da Crimeia]] (falado por 11,4% da população da Crimeia) tenha especial proteção do Estado, assim como as "línguas de outros grupos étnicos", sem especificação desta última.<ref>{{Citar web|url=http://www.ukrcensus.gov.ua/eng/results/general/nationality/Crimea/|título=National structure of the population of Autonomous Republic of Crimea|acessodata=6-10-2009|autor=Comité de Estadísticas Estatales de Ucrania|ano=2004|publicado=Ur Census|língua=en|wayb=20090731132233|urlmorta=sim}}</ref> Os falantes de russo constituem a esmagadora maioria da população da Crimeia (77%), enquanto falantes do ucraniano compreendem apenas 10,1% e falantes do tártaro da Crimeia 11,4%.<ref>{{Citar web|url=http://www.ukrcensus.gov.ua/eng/results/general/language/Crimea/|título=Linguistic composition of population Autonomous Republic of Crimea|acessodata=6-10-2009|autor=Comitê de Estadísticas Estatales de Ucrania|ano=2004|obra=Ukr Census|língua=en|wayb=20090731133147|urlmorta=sim}}</ref>

=== Religião ===
{{Principal|Religião na Ucrânia|Igreja Ortodoxa Ucraniana}}
[[imagem:Kijów - Sobór Mądrości Bożej 01.jpg|thumb|A [[Catedral de Santa Sofia de Kiev|Catedral de Santa Sofia de Kyiv]], um [[Património Mundial]] pela [[UNESCO]]]]

A Ucrânia tem a segunda maior população [[Igreja Ortodoxa Oriental|ortodoxa oriental]] do mundo, depois da [[Rússia]].<ref>{{citar web|título=Religious Belief and National Belonging in Central and Eastern Europe|url=http://www.pewforum.org/2017/05/10/religious-belief-and-national-belonging-in-central-and-eastern-europe/|website=Pew Research Center's Religion & Public Life Project|data=10-05-2017}}</ref><ref>{{citar web|título=Orthodox Christianity in the 21st Century|url=https://www.pewforum.org/2017/11/08/orthodox-christianity-in-the-21st-century/|website=Pew Research Center's Religion & Public Life Project|data=10-11-2017}}</ref> Uma pesquisa de 2021 realizada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv (KIIS) descobriu que 82% dos ucranianos se declararam religiosos, enquanto 7% eram [[ateus]] e outros 11% acharam difícil responder à pergunta.<ref>{{citar web|url=http://kiis.com.ua/?lang=ukr&cat=reports&id=1052&page=1&fbclid=IwAR3itXOj_bEdS0AGuuRHH8tx9Kyt49sj4oJQaDojJ0zhrN5HJ3sKa2ru4EY|título=Press releases and reports - Religious self-identification of the population and attitude to the main Churches of Ukraine: June 2021 (kiis.com.ua)}}</ref> O nível de [[religiosidade]] na Ucrânia foi relatado como sendo o mais alto na Ucrânia Ocidental (91%) e o mais baixo no [[Donbas]] (57%) e na Ucrânia Oriental (56%).<ref>{{citar web|data=26-05-2016|url=http://old.razumkov.org.ua/upload/Religiya_200516_A4.compressed.pdf|páginas=22, 27|títulotrad=Religion, Church, Society and State: Two Years after Maidan|wayb=20170422181327|local=Kyiv|publicado=Razumkov Center|língua=uk|acessodata=07-01-2019|script-title=uk:Релігія, Церква, суспільство і держава: два роки після Майдану|urlmorta=sim}}</ref>

Em 2021, 82% dos ucranianos eram [[cristãos]]; dos quais 72,7% se declararam [[Igreja Ortodoxa|ortodoxos]], 8,8% [[Igreja Greco-Católica Ucraniana|católicos de rito grego]], 2,3% [[protestantes]] e 0,9% [[Igreja Católica de Rito Latino|católicos de rito latino]], 2,3% [[Denominações cristãs|outros cristãos]]. O [[judaísmo]], o [[islã]] e [[hinduísmo]] eram as religiões de 0,2% da população cada. De acordo com o estudo KIIS, cerca de 58,3% da população ortodoxa ucraniana eram membros da [[Igreja Ortodoxa da Ucrânia]] e 25,4% eram membros da [[Igreja Ortodoxa Ucraniana|Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou]].<ref>{{citar web|url=http://socis.kiev.ua/ua/2019-01/|título=ПРЕС-РЕЛІЗ ЗА РЕЗУЛЬТАТАМИ СОЦІОЛОГІЧНОГО ДОСЛІДЖЕННЯ «УКРАЇНА НАПЕРЕДОДНІ ПРЕЗИДЕНТСЬКИХ ВИБОРІВ 2019»|publicado=socis.kiev.ua|acessodata=22-08-2021|língua=en-GB}}</ref>

De acordo com uma pesquisa de 2018 do Centro Razumkov, 9,4% dos ucranianos eram católicos de rito bizantino e 0,8% eram católicos de rito latino. Os protestantes são uma comunidade crescente na Ucrânia, que representava 1,9% da população em 2016,<ref>{{citar web|data=26-05-2016|url=http://old.razumkov.org.ua/upload/Religiya_200516_A4.compressed.pdf|páginas=22, 29|títulotrad=Religion, Church, Society and State: Two Years after Maidan|wayb=20170422181327|local=Kyiv|publicado=Razumkov Center|língua=en-GB|acessodata=07-01-2019|script-title=uk:Релігія, Церква, суспільство і держава: два роки після Майдану|urlmorta=sim}}</ref> mas subiu para 2,2% da população em 2018.

=== Urbanização ===
As regiões industriais a leste e sudeste são as mais densamente habitadas. Cerca de 67,2% da população vive em área urbana. As principais cidades do país (por população) são Kyiv, [[Carcóvia]], [[Dnipro]], [[Odessa]], [[Donetsk]], [[Zaporíjia]] e [[Lviv]].
{{Cidades mais populosas da Ucrânia}}

== Governo ==
=== Política ===
{{VT|Eleições presidenciais na Ucrânia}}
[[imagem:Kiev_Cabinet_of_Ministers.jpg|thumb|Prédio do Governo em [[Kiev|Kyiv]]]]
A Ucrânia é uma [[república]] com um [[sistema de governo]] [[Semipresidencialismo|semipresidencial]] e poderes [[poder legislativo|legislativo]], [[poder executivo|executivo]] e [[poder judicial|judiciário]] separados. O [[Presidente da Ucrânia|presidente da república]] é eleito pelo [[Eleição|voto direto]] e detém as funções de [[chefe de Estado]]. O primeiro-ministro é designado e demitido pelo [[parlamento]], chamado [[Verkhovna Rada]], com 450 assentos. O parlamento também designa o [[governo|gabinete]]. O presidente indica os chefes dos governos regionais e distritais, com a anuência do primeiro-ministro.

As leis, decisões do parlamento e do gabinete, decretos presidenciais e decisões do parlamento da [[República Autônoma da Crimeia]] podem ser anuladas pelo [[Tribunal Constitucional]] da Ucrânia em caso de violação da [[constituição]] do país. Outros atos normativos estão sujeitos a [[jurisdição|apreciação judicial]]. O Supremo Tribunal da Ucrânia é o principal órgão judicial da Justiça comum.

O auto-governo local é oficialmente garantido; as câmaras de vereadores e os prefeitos municipais são eleitos pelo voto direto e controlam o orçamento local. Há um grande número de [[partido político|partidos políticos]] organizados na Ucrânia, muitos dos quais possuem pequeno número de membros e são desconhecidos do público. As agremiações pequenas usualmente se unem em coalizões para participar das eleições parlamentares.

=== Relações internacionais ===
{{VT|Relações entre Rússia e Ucrânia|Missões diplomáticas da Ucrânia}}
[[Imagem:Normandy_format_talks_in_Minsk_(February_2015)_03_cropped.jpeg|thumb|esquerda|Líderes da [[Bielorrússia]], [[Rússia]], [[Alemanha]], [[França]] e Ucrânia na cúpula de {{lknb|Minsk|II}}, 2015]]

A Ucrânia considera a integração euro-atlântica seu principal objetivo de política externa,<ref name=ifax1>{{citar web|url=http://en.interfax.com.ua/news/general/241388.html|título=Ukraine has no alternative to Euro-Atlantic integration&nbsp;– Ukraine has no alternative to Euro-Atlantic integration – Poroshenko|publicado=Interfax-Ukraine|data=23-12-2014}}<br/>{{citar web|url=http://en.interfax.com.ua/news/general/241359.html|título=Ukraine abolishes its non-aligned status – law]|publicado=Interfax-Ukraine|data=23-12-2014}}<br/>{{citar web|url=http://www.euronews.com/2014/12/23/ukraine-s-complicated-path-to-nato-membership/|título=Ukraine's complicated path to NATO membership|publicado=[[Euronews]]|data=23-12-2014}}<br/>{{citar web|url=https://www.nytimes.com/2014/12/24/world/europe/ukraine-parliament-nato-vote.html|título=Ukraine Takes Step Toward Joining NATO|publicado=[[The New York Times]]|data=23-12-2014}}<br/>{{citar web|url=https://www.wsj.com/articles/ukraine-ends-nonaligned-status-earning-quick-rebuke-from-russia-1419339226|título=Ukraine Ends 'Nonaligned' Status, Earning Quick Rebuke From Russia|publicado=[[The Wall Street Journal]]|data=23-12-2014}}</ref> mas na prática sempre equilibrou seu relacionamento com a [[União Européia]] e os [[Estados Unidos]] mantendo fortes laços com a [[Rússia]]. O Acordo de Parceria e Cooperação (APC) da [[União Europeia]] (UE) com a Ucrânia entrou em vigor em 1 de Março de 1998. A UE incentivou a Ucrânia a implementar o APC plenamente antes do início das discussões sobre um acordo de associação, emitido na Cúpula da UE em dezembro de 1999 em [[Helsinque]], reconhece as aspirações de longo prazo da Ucrânia, mas não discute a associação.<ref name=ifax1/>

Em 31 de janeiro de 1992, a Ucrânia aderiu à então Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa (agora [[Organização para a Segurança e Cooperação na Europa]] - OSCE) e em 10 de março de 1992, tornou-se membro do [[Conselho de Cooperação do Atlântico Norte]]. As relações entre a Ucrânia e a [[OTAN]] são estreitas e o país declarou interesse em uma eventual adesão.<ref name=ifax1/> Isso foi retirado da agenda de política externa do governo na eleição de [[Viktor Yanukovych]] para a presidência, em 2010. Mas após a expulsão de Yanukovych em fevereiro de 2014 e a (negada pela Rússia) após a [[Guerra Russo-Ucraniana|intervenção militar russa]], a Ucrânia renovou seu desejo de adesão à OTAN.<ref name=ifax1/>

A Ucrânia é o membro mais ativo da [[Parceria para a Paz]] (PfP). Todos os principais partidos políticos da Ucrânia apoiam a plena integração eventual na UE. Esperava-se que o Acordo de Associação com a UE fosse assinado e entrado em vigor no final de 2011, mas o processo foi suspenso em 2012 devido aos desenvolvimentos políticos da época,<ref>{{citar web|url=http://en.interfax.com.ua/news/general/116043.html|título=Teixeira: Ukraine's EU integration suspended, association agreement unlikely to be signed|publicado=[[Interfax]]|data=31-08-2012|acessodata=06-09-2012}}</ref> sendo que o acordo foi assinado apenas em 2014.<ref>{{citar web|url=http://en.interfax.com.ua/news/economic/209475.html|título=EU, Ukraine to sign remaining part of Association Agreement on June 27 – European Council|acessodata=25-06-2016}}</ref>

A Ucrânia tinha há muito laços estreitos com todos os seus vizinhos, mas as [[Relações entre Rússia e Ucrânia|relações Rússia-Ucrânia]] se deterioraram rapidamente em 2014 com a [[Anexação da Crimeia à Federação Russa|anexação da Crimeia]], dependência energética e disputas de pagamento. Há também algumas tensões com a [[Polônia]]<ref>{{citar web|url=https://www.irishtimes.com/news/world/europe/history-wars-strain-ukraine-poland-relations-again-1.3279262|título='History wars' strain Ukraine-Poland relations again|publicado=The Irish Times|data=3-11-2017}}</ref> e a [[Hungria]].<ref>{{citar web|url=http://www.dw.com/en/hungary-threatens-ukraines-eu-ties-over-new-education-law/a-40944967|título=Hungary threatens Ukraine's EU ties over new education law|publicado=[[Deutsche Welle]]|data=13-10-2018}}</ref>

=== Forças armadas ===
{{Artigo principal|Forças Armadas da Ucrânia}}
[[Ficheiro:Ukrainian_Air_Force_Sukhoi_Su-27P_Flanker_(29583343448).jpg|thumb|Caça [[Sukhoi Su-27]] da [[Força Aérea da Ucrânia]]]]
[[Ficheiro:Президент проінспектував бойові навчання Збройних Сил України 2.jpg|miniaturadaimagem|Blindados e aeronaves das forças armadas ucranianas]]

Após a [[dissolução da União Soviética]], a Ucrânia herdou uma força militar de 780&nbsp;mil homens em seu território, equipada com o terceiro maior arsenal de [[armas nucleares]] do mundo.<ref>{{citar web|url=http://www.globalsecurity.org/wmd/world/ukraine/index.html|título=Ukraine Special Weapons|acessodata=24-12-2007|publicado=Global Security}}</ref><ref name=milgov/> Em maio de 1992, no entanto, a Ucrânia assinou o [[Protocolo de Lisboa]], no qual o país concordou em entregar todas as armas nucleares à [[Rússia]] para descarte e aderir ao [[Tratado de Não-Proliferação Nuclear]] como um Estado sem armas nucleares. A Ucrânia ratificou o tratado em 1994 e em 1996 o país ficou livre de ogivas nucleares.<ref name=milgov>{{citar web|url=http://www.mil.gov.ua/index.php?lang=en&part=history&sub=history|título=The history of the Armed Forces of Ukraine|acessodata=05-07-2008|publicado=Ministério da Defesa da Ucrânia|wayb=20040223040810|urlmorta=sim}}</ref>

A Ucrânia tomou medidas consistentes para a redução de armas convencionais. Assinou o [[Tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa]], que pedia a redução de tanques, artilharia e veículos blindados (as forças do exército foram reduzidas para 300 mil). O país planeja converter os atuais militares recrutados em militares voluntários profissionais.<ref>{{citar web|url=http://www.mil.gov.ua/files/white_book_eng2006.pdf|wayb=20071108143812|urlmorta=sim|título=White Book 2006|acessodata=24-12-2007|publicado=Ministério da Defesa da Ucrânia}}</ref>

A Ucrânia tem desempenhado um papel cada vez maior nas operações de manutenção da paz. Em 3 de janeiro de 2014, a fragata ucraniana Hetman Sagaidachniy juntou-se à [[Operação Atalanta]] de combate à pirataria da União Europeia e fez parte da Força Naval da UE na costa da [[Somália]] por dois meses.<ref>{{citar web|url=http://eunavfor.eu/ukrainian-navy-warship-hetman-sagaidachniy-joins-eu-naval-force-counter-piracy-operation-atalanta/|título=Ukrainian Navy Warship Hetman Sagaidachniy Joins EU Naval Force Counter Piracy Operation Atalanta|publicado=Eunavfor.eu|data= 06-01-2014|acessodata=26-01-2014|wayb=20210228164241|urlmorta=sim}}</ref> As tropas ucranianas também estão posicionadas em [[Kosovo]] como parte do Batalhão Ucraniano-Polonês.<ref>{{citar web|url=http://www.mil.gov.ua/index.php?lang=en&part=peacekeeping&sub=kfor_kosovo|título=Multinational Peacekeeping Forces in Kosovo, KFOR|acessodata=24-12-2007|publicado=Ministério da Defesa da Ucrânia|wayb=20071014181206|urlmorta=sim}}</ref>

Uma unidade ucraniana foi implantada no [[Líbano]], como parte da [[Força Interina das Nações Unidas no Líbano|Força Interina da ONU]] para fazer cumprir o acordo de cessar-fogo obrigatório. Houve também um batalhão de manutenção e treinamento implantado em [[Serra Leoa]]. Em 2003-05, uma unidade ucraniana foi destacada como parte da [[Força Multinacional no Iraque]] sob o comando polonês. A mobilização total das forças armadas ucranianas em todo o mundo é de 562 militares.<ref>{{citar web|url=http://www.mil.gov.ua/index.php?part=peacekeeping&lang=en|título=Peacekeeping|acessodata=02-05-2008|publicado=Ministério da Defesa da Ucrânia|wayb=20040207215051|urlmorta=sim}}</ref>

Unidades militares de outros estados participam regularmente de exercícios militares multinacionais com forças ucranianas na Ucrânia, incluindo as [[forças armadas dos Estados Unidos]].<ref>{{citar web|url=http://www.kyivpost.com/news/politics/detail/67094|wayb=20100522053812|urlmorta=sim|título=Parliament approves admission of military units of foreign states to Ukraine for exercises|publicado=Kyiv Post|data=22 de maio de 2010}}</ref>

== Subdivisões ==
{{Artigo principal|Divisões administrativas da Ucrânia}}

A Ucrânia é dividida em 24 ''[[oblast]]s''. Além disso, a cidade de Kyiv, a capital, possui um estatuto jurídico especial. Os 24 ''oblasts'' e a Crimeia são subdivididas em 490 ''[[raion]]s'' (distritos) ou unidades administrativas de segundo nível. A área média de um ''raion'' ucraniano é de {{fmtn|1200|km²}}, enquanto a população média de um ''raion'' é de 52 mil habitantes. As áreas urbanas (cidades) podem ser subordinadas ao Estado, ou às administrações da região e dos ''raions'', dependendo da sua população e importância socioeconômica. As unidades administrativas inferiores incluem assentamentos de tipo urbano, que são semelhantes às comunidades rurais, mas mais urbanizados, onde existem empresas industriais, serviços educacionais, redes de transporte. Finalmente, existem comunidades ou aldeias rurais.<ref name=obl>{{Citar web|url=http://portal.rada.gov.ua/rada/control/en/publish/article/info_left?art_id=105828&cat_id=105543|título=Regions of Ukraine|acessodata=2-10-2009|autor=Rada Suprema da Ucrânia|ano=2009|publicado=Radas|língua=en|wayb=20080101114701|urlmorta=sim}}</ref>

Anteriormente, o território da Ucrânia moderna estava sob o domínio de vários reinos e principados, que originaram uma divisão posterior do país em várias regiões, que não têm validade administrativa, mas têm importância na identidade de seus habitantes e são usados por historiadores e etnógrafos.<ref>{{Citar web|url=http://etno.us.org.ua/book1/index.html|título=ЕТНІЧНІСТЬ ТА ЕТНІЧНА ІСТОРІЯ УКРАЇНИ|acessodata=12-10-2009|autor=Анатолій Пономарьов|ano=2000|publicado=Etno US|lingua= ucraniano|wayb=20090205131312|urlmorta=sim}}</ref> No total, existem 457 cidades na Ucrânia, das quais 176 são administradas por ''oblasts'', 279 por ''raions'' e duas têm estatuto legal especial. Existem, ainda, 886 assentamentos de tipo urbano e {{Fmtn|28552}} aldeias.<ref name=obl/>

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{{Mapa de óblasts da Ucrânia|options=float:left; border:3px; max-width:460px;}}
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!colspan=6|''[[Oblast]]s''
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* [[Oblast de Carcóvia|Carcóvia]]
* [[Oblast de Dnipropetrovsk|Dnipropetrovsk]]
* [[Oblast de Donetsk|Donetsk]]{{nre|[[Lista de disputas territoriais|Soberania disputada]]; constituída como república separatista sob o nome de [[República Popular de Donetsk]].}}
* [[Oblast de Ivano-Frankivsk|Ivano-Frankivsk]]
* [[Oblast de Jitomir|Jitomir]]
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* [[Oblast de Khmelnytski|Khmelnytski]]
* [[Oblast de Kiev|Kyiv]]
* [[Oblast de Kirovogrado|Kirovogrado]]
* [[Leópolis (oblast)|Leópolis]]
* [[Oblast de Luhansk|Luhansk]]{{nre|[[Lista de disputas territoriais|Soberania disputada]]; constituída como república separatista sob o nome de [[República Popular de Lugansk]].}}
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* [[Oblast de Mykolaiv|Mykolaiv]]
* [[Oblast de Odessa|Odessa]]
* [[Oblast de Poltava|Poltava]]
* [[Oblast de Kherson|Quérson]]
* [[Oblast de Rivne|Rivne]]
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* [[Oblast de Sumy|Sumy]]
* [[Oblast de Tcherkássi|Tcherkássi]]
* [[Oblast de Tchernihiv|Tchernihiv]]
* [[Oblast de Tchernivtsi|Tchernivtsi]]
* [[Oblast de Ternopil|Ternopil]]
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* [[Oblast da Transcarpátia|Transcarpátia]]
* [[Oblast de Vinnytsia|Vinnytsia]]
* [[Oblast da Volínia|Volinia]]
* [[Oblast de Zaporíjia|Zaporíjia]]
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!colspan=2|'''[[República autônoma]]'''
!colspan=3|'''[[Cidade com estatuto especial|Cidades com estatuto especial]]'''
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|colspan=2|
* [[República Autônoma da Crimeia]]{{nre|[[Lista de disputas territoriais|Soberania disputada]]; constituída como [[Subdivisões da Rússia|subdivisão federal]] da [[Rússia]] com a denominação de [[República da Crimeia]].}}
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* [[Kiev|Kyiv]]
* [[Sebastopol]]{{nre|Soberania disputada; constituída como [[Cidades Autônomas da Rússia|cidade federal]] da Rússia com a denominação de [[Sebastopol]].}}
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== Economia ==
{{Artigo principal|Economia da Ucrânia}}
[[Imagem:Міст_Патона_з_нічною_архітектурною_підсвіткою_та_панорама_Лівого_берега.jpg|thumb|[[Kiev|Kyiv]], o [[centro financeiro]] da Ucrânia]]
[[Imagem:Ukraine_Product_Exports_(2019).svg|thumb|Exportações ucranianas em 2019 {{en}}]]

Nos tempos soviéticos, a economia da Ucrânia foi a segunda maior da União Soviética, sendo um componente importante da atividade [[Indústria|industrial]] e [[Agricultura|agrícola]] na [[Economia planificada|economia centralmente planejada]] do país. Com o colapso do sistema soviético, o país passou de uma economia planejada para uma [[economia de mercado]]. O processo de transição foi difícil para o meio social ucraniano, com índices de pobreza aumentando no país.<ref>{{Citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/966616.stm|título=Child poverty soars in eastern Europe|acessodata=13-03-2018|autor=Fiona Werge|data=11-10-2000|publicado=BBC News|língua=en}}</ref> A economia ucraniana contraiu severamente nos anos que se seguiram ao colapso soviético. Um grande número de habitantes da área rural sobreviveu graças ao cultivo de sua própria alimentação, muitas vezes trabalhando em dois ou mais empregos e cobrindo as necessidades básicas através da [[Escambo|economia de troca]].<ref name=eb1>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/place/Ukraine|título=Ukraine|acessodata=13-03-2018|ano=2009|publicado=Encyclopædia Britannica|língua=en}}</ref>

Em 1991, o governo liberalizou a maioria dos preços para combater a escassez generalizada de produtos e conseguiu superar o problema. Ao mesmo tempo, o governo continuou a conceder [[subsídio]] a empresas paraestatais e agricultura por meio da emissão monetária. As [[Política monetária|políticas monetárias]] do início da década de 1990 levaram a [[inflação]] do país para níveis de [[hiperinflação]]; desta forma, a Ucrânia ganhou o recorde mundial de inflação em um ano natural (1993).<ref>{{citar web|url=http://www.mw.ua/2000/2040/54367/|título=The past and the future of Ukrainian national currency|acessodata=5-10-2009|autor=Yuriy Skolotiany|ano=2006|obra=Mirror Weekly|língua=en|wayb=20080625041853|urlmorta=sim}}</ref> As pessoas que viviam em [[renda fixa]] foram as mais afetadas.<ref name=eb1/> Os preços se estabilizaram somente após a introdução da nova moeda, a [[grívnia]] (UAH) em 1996. O país também foi lento na implementação das reformas estruturais. Após a independência, o governo criou um quadro legal para a privatização, mas a resistência generalizada à reforma pelo governo e uma parte significativa da população logo bloqueou os esforços que pretendiam mudar o modelo econômico. Um grande número de empresas estatais estavam isentas do processo de privatização. Enquanto isso, em 1999, o PIB havia diminuído para menos de 40% do nível de 1991,<ref>{{Citar web|url=http://www.faqs.org/docs/factbook/print/up.html|título=The World Factbook 2002: Ukraine|acessodata=13-03-2018|ano=2002|publicado=The World Factbook|língua=en}}</ref> embora no final de 2006 ele se recuperasse ligeiramente acima de 100%.<ref>{{Citar web|url=http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2007/02/weodata/weorept.aspx?sy=1992&ey=2008&scsm=1&ssd=1&sort=country&ds=.&br=1&c=926&s=PPPGDP&grp=0&a=&pr1.x=41&pr1.y=2|título=Report for Selected Countries and Subjects: Gross domestic product based on purchasing-power-parity (PPP) valuation of country GDP|acessodata=13-03-2018|ano=2009|publicado=Fundo Monetário Internacional|língua=en}}</ref>

No início dos anos 2000, a economia apresentou um forte crescimento nas exportações de 5 para 10% ao ano, com a produção industrial crescendo mais de 10% ao ano, até voltar a ser fortemente afetado pela crise econômica de 2008-2009. O PIB de 2000 apresentou crescimento forte, devido às exportações, com índice de 6% - positivo pela primeira vez desde a independência; a produção industrial cresceu 12,9%. A economia continuou a expandir-se em 2001, com um crescimento real do PIB da ordem de 9% e aumento da produção industrial de mais de 14%. O desempenho favorável baseou-se na demanda interna alta e na crescente confiança do consumidor e do investidor. O crescimento econômico acelerado no período 2002-2004 foi, em grande medida, resultado de um pico de exportações de [[aço]] para a [[China]].<ref>{{Citar web|url=http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact2004/geos/up.html|título=Ukraine|acessodata=13-03-2018|data=11-05-2004|publicado=CIA - The World Factbook|língua=en|wayb=20041107165317|urlmorta=sim}}</ref>
[[imagem:Ukraine salary by region 2016.svg|thumb|esquerda|Salário médio mensal em cada divisão administrativa da Ucrânia. Os valores estão expressos em grívnias ucranianas (2016)]]
[[imagem:Flag colors.jpg|thumb|esquerda|Campos de trigo semeados na região de [[Oblast de Kherson|Kherson]]]]

Em 2017, a CIA calculou o [[Produto interno bruto]] (PIB) da Ucrânia em 366,4 bilhões de dólares, sendo o [[Lista de países por PIB (Paridade do Poder de Compra)|51º maior PIB do mundo]]. No mesmo ano, o PIB per capita foi de {{fmtn|8700|US$}}, o 146.º mais alto do mundo, enquanto seu PIB nominal foi estimado em 104 bilhões de dólares. Em julho de 2013, o salário nominal médio na Ucrânia atingiu {{fmtn|3429|UAH}} por mês.<ref>{{Citar web|url=http://www.ukrstat.gov.ua/operativ/operativ2013/gdn/reg_zp_m/reg_zpm13_u.htm|título=Середня заробітна плата за регіонами за місяць у 2013 році (em [[Língua portuguesa|português]]: Salários médios por região em relação a 2013)|acessodata=13-03-2018|ano=2013|publicado=Governo da Ucrânia|lingua=ucraniano|wayb=20171223004630|urlmorta=sim}}</ref> Apesar de ser inferior ao dos países vizinhos da Europa Central, o aumento da renda salarial em 2008 foi de 36,8%.<ref>{{Citar web|url=http://me.kmu.gov.ua/control/en/publish/article?art_id=115924&cat_id=38912|título=Ministry of Economy of Ukraine|acessodata=13-03-2018|ano=2009|publicado=Servicio de prensa del Ministerio de Economía de Ucrania|língua=en|datali=maio de 2019}}</ref> De acordo com o [[Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento|PNUD]], em 2003, 4,9% da população ucraniana vivia com menos de US$ 2 por dia, e pelos dados da CIA, 24,1% da população vivia abaixo da [[linha de pobreza]] nacional em 2010.<ref>{{citar web|url=http://hdrstats.undp.org/en/indicators/104.html|título=Human Development Report 2009 - Population living below the national poverty line (%)|acessodata=5-10-2009|autor=UNDP|ano=2009|obra=UNDP|língua=en|wayb=20091012232939|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/up.html|título=Ukraine|publicado=Central Intelligence Agency – The World Factbook|data=07-01-2014|acessodata=14-03-2018|wayb=20140706113428|urlmorta=sim}}</ref>

A Ucrânia produz quase todos os tipos de veículos de transporte e naves espaciais. Os aviões [[Antonov]] e [[KrAZ]] são exportados para muitos países. A maioria das exportações ucranianas é comercializada com a [[União Europeia]] e a [[Comunidade de Estados Independentes]].<ref>{{citar web|url=http://www.ukrstat.gov.ua/operativ/operativ2005/zd/zd_rik/zd_u/gs_u.html|título=Географічна структура експорту-імпорту товарів (em português: Estrutura geográfica de exportação-importação de bens)|acessodata=13-03-2018|publicado=Governo da Ucrânia|ano=2013|lingua=ucraniano|wayb=20130725181313|urlmorta=sim}}</ref> Desde a independência, a Ucrânia tem mantido a sua própria agência espacial, a [[Agência Espacial do Estado da Ucrânia]] (NSAU), por isso tornou-se um participante ativo na exploração científica do [[espaço sideral]] e missões de sensoriamento remoto. Entre 1991 e 2007, a Ucrânia lançou seis próprios satélites e 101 [[Veículo de lançamento|veículos de lançamento]] e continua a projetar sua própria nave espacial.<ref>{{citar web|url=http://www.nkau.gov.ua/nsau/catalogNEW.nsf/mainE/731F5A089D942FA8C2256FBF002DFA78?OpenDocument&Lang=E|título=Statistics of Launches of LVs produced in cooperation with Ukrainian enterprises|acessodata=13-03-2018|publicado=National Space Agency of Ukraine|lingua=ucraniano}}</ref> Até hoje, a Ucrânia é reconhecida como líder mundial na produção de mísseis e tecnologia relacionada a mísseis.<ref>{{citar web|url=https://fas.org/nuke/guide/ukraine/|título=Ukraine Special Weapons|acessodata=13-03-2018|publicado=FAS|língua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.businessukraine.com.ua/missile-defence-nato-ukraine-s|título=Missle defence, NATO: Ukraine's tough call|acessodata=13-03-2018|ano=2010|publicado=Business Ukraine|lingua=ucraniano|wayb=20090806031126|urlmorta=sim}}</ref>

A [[agricultura]] é a maior base econômica do país, sendo um dos mais importantes países do mundo neste setor. Em 2018, o país era o maior produtor do mundo de [[semente de girassol]] (e também de [[óleo de girassol]]<ref>[https://www.fao.org/faostat/en/#data/QD Produção de óleos, pela FAO]. Acessado em 26 de fevereiro de 2022.</ref>), um dos 5 maiores produtores do mundo de [[milho]], [[batata]], [[repolho]], [[abóbora]], [[cenoura]], [[ervilha]] e [[trigo-sarraceno]], um dos 10 maiores produtores do mundo de [[trigo]], [[soja]], [[cevada]], [[colza]], [[centeio]], [[beterraba-sacarina]], [[pepino]], [[noz]] e [[cereja]], além de ter grandes produções de [[tomate]], [[cebola]], [[maçã]] e [[uva]], entre outros.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/ Agricultura da Ucrânia, pela FAO]. Acessado em 26 de fevereiro de 2022.</ref> Na [[pecuária]], em 2018, o país era o 5º maior produtor mundial de [[mel]], um dos 20 maiores produtores mundiais de [[leite de vaca]] e um dos 25 maiores produtores mundiais de [[carne de frango]], entre outros produtos.<ref> [http://www.fao.org/faostat/en/#data/QL/ Pecuária da Ucrânia, pela FAO]. Acessado em 26 de fevereiro de 2022.</ref> As maiores exportações de produtos agropecuários processados do país em termos de valor, em 2019, foram: [[milho]] (U$ 4,7 bilhões), [[óleo de girassol]] (U$ 3,5 bilhões), [[trigo]] (U$ 3,1 bilhões), [[soja]] (U$ 1,2 bilhões), [[colza]] (U$ 1,1 bilhões), [[semente de girassol]] (U$ 1,0 bilhões), [[cigarros]] (U$ 0,6 bilhões), [[cevada]] (U$ 0,44 bilhões), [[carne de frango]] (U$ 0,4 bilhões), [[óleo de soja]] (U$ 0,2 bilhões), produtos feitos de [[chocolate]] (U$ 0,14 bilhões), [[óleo de canola]] (U$ 0,13 bilhões), produtos feitos com [[tabaco]] (U$ 0,12 bilhões), [[noz]] (U$ 0,11 bilhões), entre outros.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/TP/ Exportações da Ucrânia, pela FAO]. Acessado em 26 de fevereiro de 2022.</ref>

A produção [[mineração|mineral]] da Ucrânia é bastante considerável. Em 2019, o país era um dos 10 maiores produtores do mundo de [[minério de ferro]],<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-iron-ore.pdf USGS Iron Ore Production Statistics]. Acessado em 26 de fevereiro de 2022.</ref> [[manganês]],<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-manganese.pdf USGS Manganese Production Statistics]. Acessado em 26 de fevereiro de 2022.</ref> [[titânio]]<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-titanium-minerals.pdf USGS Titanium Production Statistics]. Acessado em 26 de fevereiro de 2022.</ref> e [[urânio]].<ref>{{citar web|url=http://www.world-nuclear.org/info/inf23.html|título=World Uranium Mining|acessodata=26-02-2022|wayb=20220305185004|urlmorta=sim}}</ref>
[[Imagem:Antonov An-225 Beltyukov-1.jpg|thumb|O ucraniano [[Antonov An-225 Mriya|Antonov An-225 ''Mriya'']] é a maior aeronave já construída]]

Já na produção [[indústria|industrial]], o país não tem tanto destaque, mas ainda assim, possui um nível próximo ao do [[Chile]] ou do [[Peru]]. Em 2019, tinha a 59ª indústria mais valiosa do mundo (US$ 16,6 bilhões), de acordo com o [[Banco Mundial]].<ref>[https://data.worldbank.org/indicator/NV.IND.MANF.CD?most_recent_value_desc=true Fabricação, valor agregado (US $ corrente)]</ref> Em 2005, a Ucrânia foi o sétimo maior produtor de [[aço]] do mundo. Em 2019, se mantinha entre os maiores do mundo, estando em 13º lugar.<ref>{{citar web|url=https://www.worldsteel.org/en/dam/jcr:391fbe61-488d-46d1-b611-c9a43224f9b8/2019%2520global%2520crude%2520steel%2520production.pdf|título=World crude steel production|wayb=20200130161636|urlmorta=sim}}</ref><ref>[https://www.worldsteel.org/media-centre/press-releases/2020/Global-crude-steel-output-increases-by-3.4--in-2019.html Global crude steel output increases by 3.4% in 2019]. Acessado em 26 de fevereiro de 2022.</ref> A Ucrânia também tem uma grande produção de [[vinho]]: em 2018, foi o 19º maior produtor do mundo.<ref>[https://www.oiv.int/public/medias/6782/oiv-2019-statistical-report-on-world-vitiviniculture.pdf Major Wine Producers]. Acessado em 26 de fevereiro de 2022.</ref> No setor de manufaturados, o país fabrica equipamentos metalúrgicos, locomotivas a diesel, tratores e automóveis. A Ucrânia possui uma enorme base industrial de alta tecnologia, inclusive grande parte das antigas indústrias soviéticas de [[eletrônica|eletrônicos]], armamentos e artigos espaciais, embora estes setores sejam estatais e sofram com dificuldades na área de administração de negócios. Segundo estimativas, o [[PIB]] da Ucrânia totalizou US$ 81 bilhões (cálculo nominal) ou US$ 355 bilhões ([[Paridade do poder de compra|PPC]]) em 2006.

O [[Banco Mundial]] classifica a Ucrânia como um estado de renda média.<ref>{{citar web|url=http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/EXTOED/EXTMIDINCCOU/0,,contentMDK:21453301~isCURL:Y~pagePK:64168427~piPK:64168435~theSitePK:2831368,00.html|título=What are Middle-Income Countries?|acessodata=14-03-2018|publicado=Banco Mundial|ano=2007|autor=World Bank|língua=en|wayb=20071017033024|urlmorta=sim}}</ref> Os principais problemas incluem infraestrutura e transporte subdesenvolvido, corrupção e burocracia. Em 2007, o mercado de ações de títulos ucranianos registrou o segundo mais rápido crescimento no mundo, com um aumento de 130%.<ref>{{citar web|url=https://www.unian.info/society/99662-ukraine-macroeconomic-situation-feb-2008.html|título=Ukraine macroeconomic situation - The Ukrainian economy continued to show robust growth, demonstrating strong resilience to energy price shocks and a solid immunity to political instability and global financial turmoil. Ukraine was among the fastest growing economies in the region|publicado=UNIAN|ano=2008|acessodata=14-03-2018|autor=Olga Porgaska}}</ref> De acordo com a CIA, em 2006, a capitalização de mercado do mercado de ações ucraniano era de 1 118 milhões de dólares. Entre os setores da economia ucraniana ainda crescente é o mercado de tecnologias de informação e comunicação, que em 2007 liderou o resto dos mercados dos países da Europa Central e Oriental, com um índice de cerca de 40% de crescimento.<ref>{{ citar web|url=http://www.microsoft.com/emea/presscentre/pressreleases/BallmerVisitsUkrainePR_21052008.mspx|título=EMEA Press Centre - Microsoft CEO Steve Ballmer Visits Ukraine|acessodata=14-03-2018|publicado=Microsoft|ano=2009|língua=en|wayb=20100213212855|urlmorta=sim}}</ref>

=== Turismo ===
[[Ficheiro:46-101-0548 Lviv Latin Cathedral RB 18.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|[[Leópolis]]: Conjunto do Centro Histórico]]
De acordo com a classificação da [[Organização Mundial do Turismo]], a Ucrânia ocupa o oitavo lugar na Europa em número de visitação de turistas. Em 2018, tinha sido o 30º país mais visitado do mundo, com 14,2 milhões de turistas internacionais, porém, com receitas turísticas consideradas baixas em comparação com outros países.<ref>{{Citar livro|url=https://www.e-unwto.org/doi/book/10.18111/9789284421152|título=International Tourism Highlights, 2019 Edition|data=2019-08-28|editora=World Tourism Organization (UNWTO)|editor-sobrenome=World Tourism Organization (UNWTO)}}</ref> Todos os anos, milhões de turistas visitam a Ucrânia, principalmente da Rússia e Europa Oriental, bem como da [[Europa Ocidental]] e dos [[Estados Unidos]]. A estrutura do fluxo de tráfego é formada principalmente por visitantes que são cidadãos de países da Comunidade de Estados Independentes (11,9 milhões de pessoas; 63% do ingresso total), países da União Europeia (6,3 milhões de pessoas; 33% do total de visitantes), Estados Unidos e outros países (0,6 milhão pessoas; 4% do total de visitantes).<ref name=tur1>{{citar web|url=http://www.tourismroi.com/Content_Attachments/27670/File_633513750035785076.pdf|título=UNWTO World Tourism Barometer|acessodata=14-03-2018|publicado=Organização Mundial do Turismo|ano=2008|língua=en|wayb=20090325031626|urlmorta=sim}}</ref>

Entre os principais atrativos turísticos do país estão as [[Sete maravilhas da Ucrânia]], compostas por seus monumentos históricos e culturais. As sete maravilhas da Ucrânia foram escolhidas pelo público em geral através de votação na Internet. Até 1914, o turismo na Ucrânia não era generalizado. As primeiras tentativas de exploração do setor incluem a excursão estudantil de 1876 na Crimeia (liderada pelo professor da Universidade Novorossiysk, M. Golovinsky) e a jornada dos estudantes do ensino médio na Galiza na década de 1880.<ref name=tur1/> Além de Kyiv e seu entorno, a República Autônoma da Crimeia é o maior destino de turistas no país. A região possui um comprimento da costa de cerca de {{Fmtn|1000}} quilômetros, onde quase 800 estabelecimentos oficiais de turismo estão sediados. Em 2013, a Crimeia recebeu 5,9 milhões de turistas, incluindo cerca de 4 milhões oriundos de outras regiões da Ucrânia. O tempo médio de permanência em repouso foi de 7 dias, para o qual foi gasto, em média, {{Fmtn|2566}} UAH por pessoa.

== Infraestrutura ==
=== Transportes e energia ===
[[imagem:Скоростной поезд "Хендай".jpg|thumb|esquerda|Trem/Comboio em uma das linhas ferroviárias do país]]
A maior parte da infraestrutura é do tempo da União Soviética. A malha rodoviária engloba todas os centros mais populosos, mas é considerada de baixa qualidade para os padrões europeus.<ref>{{Citar web|url=http://www.nationsencyclopedia.com/economies/Europe/Ukraine-INFRASTRUCTURE-POWER-AND-COMMUNICATIONS.html|titulo=Ukraine Infrastructure-Power-and-Communications|acessodata=14-03-2018|publicado=National Economies Encyclopedia}}</ref> No total, as estradas pavimentadas somam {{Fmtn|164732}} quilômetros.<ref name=cia1>{{Citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/up.html|título=Ukraine - CIA World Factbook|língua=en|acessodata=14-03-2018|wayb=20181109053931|urlmorta=sim}}</ref> O [[transporte ferroviário]] conecta quase todas as áreas urbanas e transporta cargas. A maior concentração de [[ferrovia]]s está na região de [[Bacia do Donets|Donbass]], no extremo leste ucraniano. Apesar disso, o valor da carga transportada por ferrovias caiu 7,4% em 1995 em comparação com 1994. A Ucrânia continua sendo um dos países que mais usam a malha ferroviária tanto para o transporte de cargas quanto para o transporte de passageiros.<ref>{{Citar web|url=http://permanent.access.gpo.gov/lps3997/9510uktn.htm|titulo=Transportation in Ukraine|acessodata=14-03-2018|obra=U.S. Government Printing Office}}</ref> Existe um total de {{formatnum:22473}} quilômetros de ferrovias no país, sendo que destas, {{Fmtn|9250|km}} é eletrificado.<ref name=cia1/>

A Ucrânia é um dos países europeus que mais consome energia, consome o dobro de energia consumida na [[Alemanha]], por unidade do PIB.<ref>{{Citar web|url=http://www.energypublisher.com/article.asp?id=11203|titulo=Ukraine: Energy Profile|acessodata=14-03-2018|publicado=Energy Publisher|autor=Energy and Environment|wayb=20071005151321|urlmorta=sim}}</ref> Uma grande parte da energia produzida no país é por meio de usinas nucleares, e a Ucrânia recebe a maioria dos serviços e combustíveis nucleares da [[Rússia]]. O [[petróleo]] e o [[gás natural|gás]], são na maioria importados da [[Rússia]]. A Ucrânia é pesadamente dependente de sua [[energia nuclear]]. A maior [[usina nuclear]] na Europa, a Usina Nuclear de Zaporijia, é localizada na Ucrânia. Em 2006, o governo planejou construir novos [[Reator nuclear|reatores]] pelo ano 2030, em efeito, dobrando o atual valor de [[eletricidade|produção de energia]].<ref>{{Citar web|url=http://www.uic.com.au/nip63.htm|titulo=Nuclear Power in Ukraine|acessodata=2007-12-22|obra=Uranium Information Centre|wayb=20010410051623|urlmorta=sim}}</ref>

[[Imagem:Kernkraftwerk Saporischschja.JPG|thumb|[[Usina Nuclear de Zaporizhia]] em [[Enerhodar]]]]
O país importa grande parte dos suprimentos de energia, especialmente o [[petróleo]] e o gás natural, por isso depende em grande parte da Rússia como seu fornecedor de energia. Enquanto 25% do [[gás natural]] na Ucrânia vem de fontes domésticas, cerca de 35% provêm da Rússia e os 40% restantes da [[Ásia Central]], através de rotas de trânsito que a Rússia controla. Ao mesmo tempo, 85% do gás russo é entregue à Europa Ocidental através da Ucrânia. O país vem tentando diversificar a sua matriz energética, como forma de diminuir sua dependência da Rússia neste setor, através da adoção de parcerias comerciais com outros países europeus. A Ucrânia é, contudo, autossuficiente em termos de produção elétrica, devido a [[energia nuclear|usinas nucleares]] e [[hidrelétrica]]s.<ref>{{citar web|url=http://www.oxfordenergy.org/pdfs/NG21.pdf|título=Ukraine's gas sector|acessodata=14-03-2018|ano=2008|publicado=Oxford Energy|língua=en|wayb=20091015185610|urlmorta=sim}}</ref>

Fontes de energia renováveis desempenham um papel muito modesto na produção elétrica. Em 2005, a produção energética foi cumprida pelas seguintes fontes: nuclear (47%), térmica (45%), hidrelétricas e outros (8%).<ref>{{Citar web|url=http://www.uic.com.au/nip63.htm|título=Nuclear Power in Ukraine|website=Uranium Information Centre|acessodata=2007-12-22|wayb=20010410051623|urlmorta=sim}}</ref> Atualmente, o país possui quatro usinas nucleares ativas localizadas em [[Varash]], [[Energodar]], [[Yuzhnoukrainsk]] e [[Netyshin]]. Além desses em atividade, um quinto do complexo do reator foi planejado na Crimeia, mas a construção foi interrompida indefinidamente como resultado do [[Acidente nuclear de Chernobil|desastre de Chernobil]].

=== Educação ===
De acordo com a Constituição ucraniana, o acesso à educação gratuita é concedido a todos os cidadãos ucranianos. O ensino secundário geral completo é obrigatório nas escolas públicas, que constituem a esmagadora maioria. O ensino superior também é gratuito, nos estabelecimentos de ensino mantidos pelo governo. Há um pequeno número de escolas privadas e instituições de ensino superior de caráter privado.<ref>{{citar web|url=https://www.justice.gov/sites/default/files/eoir/legacy/2013/11/08/constitution_14.pdf|titulo=Constitution of Ukraine|formato=PDF|língua=en}}</ref>

[[Imagem:Universidad_Roja_de_Kiev.jpg|thumb|[[Universidade de Kiev|Universidade de Kyiv]]]]

Por causa da ênfase na educação, oriunda da União Soviética e que continua compartilhada até hoje, a taxa de [[alfabetização]] é de aproximadamente 99,7% entre a população com idade acima dos quinze anos. Desde 2005, o programa de onze anos escolares foi substituído por um de doze anos de ensino. O ensino primário dura quatro anos (a partir de seis anos de idade), o ensino de base fundamental é composto por cinco anos, e o ensino médio possui três anos de duração. Após a conclusão do ensino médio, os estudantes passam por testes educacionais. Estes testes são depois utilizados para admissão nas universidades. Em 2010 o Ministério da Educação aboliu a transição espontânea para o sistema de ensino secundário de 12 anos, o que, de acordo com profissionais e jovens, inibe indiretamente o progresso do estado.<ref>{{citar web|url=http://www.education.gov.ua/pls/edu/docs/common/secondaryeduc_eng.html|titulo=General secondary education|acessodata=26-12-2014|publicado=Ministério da Educação e Ciência da Ucrânia|wayb=20071016104343|língua=en|urlmorta=sim}}</ref>

O sistema de ensino superior ucraniano mantém inúmeras universidades. A organização do ensino superior é construída sobre a estrutura global de países desenvolvidos, conforme definido pela UNESCO e pela ONU. As primeiras instituições de ensino superior (IES) surgiram na Ucrânia durante os séculos XVI e início do XVII. A primeira instituição de ensino superior da Ucrânia foi a [[Escola Ostrozka]], ou ''Ostrozkiy greco-eslavo-Latin Collegium'', similar às instituições de ensino superior da Europa Ocidental da época. Fundada em 1576 na cidade de Ostrog, o Collegium foi a primeira instituição de ensino superior nos territórios eslavos orientais. A universidade mais antiga foi a [[Universidade Nacional Academia Mohyla de Kiev|Universidade Nacional Academia Mohyla de Kyiv]], estabelecida pela primeira vez em 1632 e, em 1694, reconhecida oficialmente pelo governo da Rússia Imperial como uma instituição de ensino superior. 

Dentre outras mais antigas, está também a [[Universidade de Lviv|Universidade Lviv]], fundada em 1661. As instituições de ensino mais prestigiadas foram criadas a partir do {{séc|XIX}}, sendo estas as universidades de [[Universidade de Carcóvia|Carcóvia]] (1805), [[Universidade de Kiev|Kyiv]] (1834), [[Universidade Nacional de Odessa|Nacional de Odessa]] (1865) e [[Universidade de Chernivtsi|Chernivtsi]] (1875), além de um notável número de instituições profissionais de ensino superior, como a [[Universidade Estadual Nizhyn Gogol]] (originalmente estabelecida como Ginásio de Ciências Superiores, em 1805), o Instituto de Veterinária (1873), o [[Instituto Politécnico de Carcóvia|Instituto Politécnico]] (1885), em Carcóvia, e outro [[Instituto Politécnico de Kiev|Politécnico em Kyiv]] (1898) e uma Escola Superior de Mineração (1899) em Katerynoslav. Em 1946, em Kyiv foi fundada [[Universidade Nacional de Kyiv do Comércio e Economia]]. Em 1988, uma série de instituições de ensino superior foi criada, elevando o número de instituições desse nível educacional para 146, com mais de 850 mil alunos matriculados.<ref>{{citar web|url=http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001465/146552e.pdf|titulo=Higher education in Ukraine; Monographs on higher education; 2006|formato=PDF|acessodata=30-12-2010}}</ref>

=== Saúde ===
[[Imagem:Міська_дитяча_лікарня_(Кременчук)_-_04.JPG|thumb|esquerda|O hospital infantil municipal em [[Kremenchuk]]]]

O sistema de saúde da Ucrânia é subsidiado pelo Estado e está disponível gratuitamente para todos os cidadãos ucranianos e residentes registrados. No entanto, não é obrigatório ser tratado em um hospital estatal, pois existem vários complexos médicos privados em todo o país.<ref>{{citar web|url=http://bestofukraine.com/travel-essentials/medical-care.html|título=Medical Care in Ukraine. Health system, hospitals and clinics|publicado=BestOfUkraine.com|data=01-05-2010|acessodata=30-12-2010|urlmorta=sim|wayb=20101209112933}}</ref>

Todos os prestadores de serviços médicos e hospitais da Ucrânia estão subordinados ao Ministério da Saúde, que supervisiona e fiscaliza a prática médica geral, além de ser responsável pela administração diária do sistema de saúde. Apesar disso, os padrões de higiene e atendimento ao paciente caíram.<ref>{{citar web|autor=Ukraine|url=http://europe-cities.com/destinations/ukraine/health/|título=Health in Ukraine. Healthcare system of Ukraine|publicado=Europe-cities.com|acessodata=30-12-2010|wayb=20151016045731|urlmorta=sim}}</ref>

A Ucrânia enfrenta uma série de grandes problemas de saúde pública e é considerada em [[crise demográfica]] devido à sua alta taxa de mortalidade e baixa taxa de natalidade (a [[taxa de natalidade]] ucraniana é de 11 nascimentos/1 000 habitantes, enquanto a [[taxa de mortalidade]] é de 16,3 mortes/1 000 habitantes). Um fator que contribui para a alta taxa de mortalidade é uma alta taxa de mortalidade entre homens em idade ativa por causas evitáveis, como [[alcoolismo]] e [[tabagismo]].<ref>{{citar web|url=http://www.worldbank.org/html/prddr/trans/julaug99/pgs3-4.htm|wayb=20090720122016|urlmorta=sim|título=What Went Wrong with Foreign Advice in Ukraine?|acessodata=16-01-2008|website=[[Banco Mundial]]}}</ref> Em 2008, a população do país foi uma das que mais declinaram no mundo, com um crescimento de -5%.<ref>{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2002.html|título=Field Listing – Population growth rate|acessodata=05-07-2008|website=CIA World Factbook|wayb=20140625150251|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.ukrstat.gov.ua/|arquivourl=http://webarchive.loc.gov/all/20020915155109|urlmorta=sim|arquivodata=15-09-2002|título=State Statistics Committee of Ukraine|publicado=Ukrstat.gov.ua|acessodata=26-01-2014}}</ref> A [[ONU]] alertou que a população da Ucrânia pode cair até 10 milhões até 2050 se as tendências não melhorarem.<ref>{{citar web|título=World Population Prospects: The 2012 Revision|url=http://esa.un.org/unpd/wpp/unpp/panel_population.htm|wayb=20140320035709|urlmorta=sim|publicado=United Nations|acessodata=08-01-2014}}</ref>

== Cultura ==
=== Literatura ===
A história da literatura ucraniana remonta ao {{séc|XI}}, após a cristianização da Rússia de Kiev.<ref name=eb3>{{Citar web|url=http://www.britannica.com/eb/article-30082|título=Ukraine - Cultual Life - Literature|ano=2009|publicado=Encyclopædia Britannica|língua=en|wayb=20081224042941|urlmorta=sim}}</ref> Os escritos da época eram principalmente litúrgicos e estavam escritos na antiga [[Antigo eslavo eclesiástico|língua eclesiástica eslava]]. Os contos históricos da época são conhecidos como "crônicas", a mais importante das quais é a [[Crônica de Nestor]].<ref name=name=enct1>{{Citar web|url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_761573617_4/Ukraine.html|título=Ukraine - Literature|ano=2009|acessodata=6-10-2009|publicado=MSN Encarta|língua=en|wayb=20080406035927|urlmorta=sim}}</ref> A atividade literária enfrentou um declínio súbito durante a [[Invasão mongol da Rússia]].<ref name=eb3/>
{{multiple image
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   |image1 =Taras Shevchenko selfportrait oil 1840-2.jpg
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}}
A literatura em ucraniano retomou o seu desenvolvimento no {{séc|XIV}} e avançou significativamente durante o XVI com a introdução da imprensa e com o início da era dos Cosacos, sob o domínio russo e polaco.<ref name=eb3/> Os cossacos estabeleceram uma sociedade independente e popularizaram um novo tipo de poemas épicos, que marcaram um ponto alto na tradição oral da Ucrânia.<ref name=name=enct1/> Nos séculos XVII e XVIII, esses avanços foram novamente interrompidos, quando a publicação na língua ucraniana foi banida. No entanto, no final do {{séc|XVIII}}, a literatura ucraniana novamente emergiu.<ref name=eb3/>

No {{séc|XIX}}, um período vernáculo começou na Ucrânia, liderado pelo trabalho de [[Ivan Kotliarevsky]], ''[[Eneyida]]'', a primeira publicação escrita em ucraniano moderno. Na década de 1830, começou a desenvolver-se o [[Romantismo]], e foi quando surgiu a figura cultural mais importante da nação, o poeta-pintor romântico [[Tarás Shevchenko]]. Enquanto Ivan Kotliarevesky é considerado o pai da literatura em ucraniano, Tarás Shevchenko é tido como o pai de um ressurgimento nacional.<ref>{{Citar web|url=http://www.encyclopediaofukraine.com/display.asp?AddButton=pages\L\I\Literature.htm|título=Literature|acessodata=6-10-2009|autor=Danylo Husar Struk|ano=1993|publicado=Encyclopedia of Ukraine|língua=en}}</ref> Mais tarde, em 1863, o uso de ucraniano em obras impressas foi efetivamente banido pelo czar {{lknb|Alexandre|II||da Rússia}}.<ref>{{Citar web|url=https://www.jstor.org/stable/40871165|título=Valuev Circular and Censorship of Ukrainian Publications in the Russian Empire (1863-1876)|acessodata=25-09-2009|autor=Johannes Remy|ano=2009|publicado=Bnet|língua=en}}</ref> Esta atividade literária foi severamente diminuída na área e os escritores cujas obras eram escritas em ucraniano foram forçados a escrever seus relatos em russo ou a publicar suas obras na região da [[Galícia (Europa Central)|Galícia]]. A proibição nunca foi oficialmente anulada, mas tornou-se obsoleta após a revolução e com a ascensão dos bolcheviques ao poder.<ref name=name=enct1/>

A literatura ucraniana continuou a prosperar nos primeiros anos sob o regime soviético, quando quase todas as tendências literárias foram aprovadas. Essas políticas enfrentaram uma parada na década de 1930, quando Stalin realizou sua política de [[realismo socialista]]. A doutrina não repressificou necessariamente o uso do ucraniano, mas fez com que os escritores seguissem um certo estilo em suas obras. As atividades literárias continuaram a ser um pouco limitadas pelo Partido Comunista até 1991, quando a Ucrânia ganhou sua independência, que os escritores foram livres para se expressar como desejariam.<ref name=eb3/>

=== Culinária ===
[[Ficheiro:Food_from_Puzata_Hata_restaurant_in_Lviv.jpg|thumb|Pratos populares da culinária ucraniana]]

A culinária tradicional ucraniana inclui [[frango]], [[porco]], [[carne bovina]], [[peixe]]s e [[cogumelo]]s. Os ucranianos também tendem a comer muitas [[batata]]s, grãos, [[legume]]s frescos, cozidos ou em conserva. Pratos tradicionais populares incluem [[varenyky]] (bolinhos cozidos com cogumelos, batatas, [[chucrute]], queijo [[cottage]], cerejas ou frutas vermelhas), [[nalysnyky]] (panquecas com queijo cottage, sementes de [[papoula]], cogumelos, [[caviar]] ou carne), [[kapuśniak]] (sopa feita com carne, batatas, cenouras , cebola, repolho, painço, massa de tomate, especiarias e ervas frescas), [[borscht]] (sopa de beterraba, couve e cogumelos ou carne), [[holubtsy]] (rolos de repolho recheados com arroz, cenoura, cebola e carne picada) e pierogi (bolinhos de massa recheado com batatas cozidas e queijo ou carne). As especialidades ucranianas também incluem [[frango à Kiev|frango à Kyiv]] e [[bolo de Kiev|bolo de Kyiv]]. Os ucranianos bebem compota de frutas, sucos, leite, [[leitelho]] (fazem [[requeijão]] com isso), água mineral, chá e café, cerveja, vinho e [[horilka]].<ref>{{citar web|url=http://www.encyclopediaofukraine.com/pages/T/R/Traditionalfoods.htm|título=Traditional Foods|acessodata=10-08-2007|último=Stechishin|primeiro=Savella|publicado=Encyclopedia of Ukraine}}</ref> A primeira [[Café vienense|cafeteria na Áustria]] foi aberta por [[Jerzy Franciszek Kulczycki]], enquanto a moderna [[Lviv]] é famosa por suas tradições de chocolate e café.<ref>{{citar web|título=Lviv's coffee secrets|url=https://www.lonelyplanet.com/articles/lvivs-coffee-secrets|acessodata=2022-02-26|website=Lonely Planet}}</ref><ref>{{citar web|último=Popova|primeiro=Yuliya|título=Tracing the coffee house revolution to its Ukrainian roots|url=https://www.bbc.com/travel/article/20120124-tracing-the-coffee-house-revolution-to-its-ukrainian-roots|acessodata=2022-02-26|website=BBC News}}</ref><ref>{{citar web|título=Lviv – the Coffee Mecca of Ukraine|url=http://lvivtoday.com.ua/exploring-lviv/3038|acessodata=2022-02-26|website=Lviv Today|wayb=20130208185939|urlmorta=sim}}</ref>

=== Esportes ===
A Ucrânia beneficiou-se de muitas das políticas soviéticas adotadas para o desporto, o que lhe deu um legado de centenas de estádios, piscinas, ginásios e muitas outras instalações esportivas.<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/place/Ukraine/Cultural-institutions#ref30127|título=Ukraine - Sports and recreation|acessodata=6-10-2009|ano=2009|publicado=Encyclopædia Britannica|língua=en}}</ref> O esporte mais popular do país é o [[futebol]]. A liga profissional é a ''Vyscha Liha'', também conhecida como [[Campeonato Ucraniano de Futebol]]. As duas equipes mais bem-sucedidas da Vyscha Liha são o ''[[Futbolniy Klub Dynamo Kyiv]]'' e o [[Futbolniy Klub Shakhtar]]. O Dynamo Kyiv tem sido muito mais bem sucedido historicamente, ganhando duas [[Taça dos Clubes Vencedores de Taças]], uma [[Supercopa da UEFA]], um recorde de treze campeonatos do [[Campeonato Soviético de Futebol]] e um recorde de doze campeonatos da Primeira Liga ucraniana, enquanto o Shakhtar ganhou apenas quatro campeonatos ucranianos.<ref>{{Citar web|url=http://www.fcdynamo.kiev.ua/ua/trophy/|titulo=тяофеї|acessodata=6-10-2009|ano=2009|publicado=FC Dynamo|lingua=ucraniano|wayb=20090420191814|urlmorta=sim}}</ref>[[Ficheiro:Ukraine national football team 20120611.jpg|miniaturadaimagem|[[Seleção Ucraniana de Futebol]]]]

Muitos ucranianos também estiveram na [[Seleção Soviética de Futebol|seleção de futebol nacional da União Soviética]], em particular [[Igor Belanov|Igor Belánov]] e [[Oleg Blojín]], vencedores da prestigiada [[Ballon d'Or|Bola de Ouro]] de melhor jogador de futebol do ano. Este prêmio só foi dado a um ucraniano após o colapso da União Soviética, [[Andriy Shevchenko]], ex-capitão da seleção ucraniana de futebol nacional. A seleção nacional de futebol da Ucrânia estreou na [[Copa do Mundo FIFA de 2006|Copa do Mundo de Futebol de 2006]] e chegou às quartas de final no evento. O [[boxe]] também é um esporte muito popular no país, onde os irmãos [[Vitali Klitschko|Vitali Klitschkó]] e [[Wladimir Klitschko|Wladímir Klitschkó]] ganharam o Campeonato Mundial de pesos pesados.<ref name=skiw/>

O país fez sua estreia olímpica nos [[Jogos Olímpicos de Inverno de 1994]]. Até agora, a Ucrânia teve mais sucesso nas Olimpíadas de Verão (96 medalhas em quatro aparições) do que nas Olimpíadas de Inverno (cinco medalhas em quatro aparições). Ao todo, ocupa o 25º lugar na tabela de medalhas dos Jogos Olímpicos, embora cada país acima, exceto a Rússia, tenha tido mais aparições nos jogos.<ref name=skiw>{{Citar web|url=http://www.ski-world.com.ua/|titulo=Зимний отдых на лучших горнолыжных курортах Украины и мира|ano=2009|publicado=Ski World|lingua=ucraniano|wayb=20100107180654|urlmorta=sim}}</ref>

Juntamente com a Polônia, a Ucrânia foi anfitriã da fase final da [[Campeonato Europeu de Futebol|Eurocopa]] em 2012, a máxima competição de [[futebol]] entre seleções da [[Europa]]. Foi o primeiro grande evento esportivo disputado na Ucrânia depois da sua independência. Quando fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Kyiv foi uma das subsedes do torneio de futebol nos [[Jogos Olímpicos de Verão de 1980]], realizados em Moscou.<ref>{{Citar web|url=http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2010/10/uefa-aprova-estadios-da-ucrania-e-polonia-para-eurocopa-2012.html|titulo=Uefa aprova estádios da Ucrânia e Polônia para a Eurocopa 2012|acessodata=08-03-2018|data=5-10-2010|publicado=Globo Esporte|wayb=20220520130206}}</ref>

===Feriados===
{| class=wikitable
|-
|1 de janeiro||[[Ano-Novo]]
|-
|7 de janeiro||[[Natal]]
|-
|8 de março||[[Dia Internacional das Mulheres]]
|-
|1 e 2 de maio||[[Primeiro de Maio|Dia Internacional do Trabalho]]
|-
|8 de maio
|Dia da memória e da reconciliação em honra às vítimas da Segunda Guerra
|-
|9 de maio||[[Dia da Vitória (9 de maio)|Dia da Vitória]]
|-
|28 de junho||Dia da Constituição
|-
|24 de agosto||[[Desintegração da União Soviética|Independência da Ucrânia]]
|-
|Festa Móvel||[[Páscoa]]
|-
|Festa Móvel||[[Trindade (cristianismo)|Trindade]]
|}

{{Listanota}}

{{Referências}}

=== Bibliografia ===
{{InícioRef|colwidth=32em}}
* ''Encyclopedia of Ukraine'' ([[University of Toronto Press]], 1984–93) 5 vol; [http://www.encyclopediaofukraine.com/ partial online version], from Canadian Institute of Ukrainian Studies
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* Aslund, Anders, and Michael McFaul. ''Revolution in Orange: The Origins of Ukraine's Democratic Breakthrough'' (2006)
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* Edwards Mike: "Ukraine&nbsp;– Running on empty" [[National Geographic Magazine]] March 1993
* Katchanovski, Ivan: ''Cleft Countries: Regional Political Divisions and Cultures in Post-Soviet Ukraine and Moldova'', Ibidem-Verlag, 2006, {{ISBN|978-3-89821-558-9}}
* Kuzio, Taras: ''Contemporary Ukraine: Dynamics of Post-Soviet Transformation'', M.E. Sharpe, 1998, {{ISBN|0-7656-0224-5}}
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* {{citar livro|título=Ukraine's Economic Reform: Obstacles, Errors, Lessons|último=Shen|primeiro=Raphael|publicado=Praeger/Greenwood|isbn=978-0-275-95240-2|ano=1996}}
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* [https://www.academia.edu/10220788/UKRAINIAN_UPPER_PALAEOLITHIC_BETWEEN_40_10.000_BP UKRAINIAN UPPER PALAEOLITHIC BETWEEN 40/10.000 BP]
* Bilinsky, Yaroslav ''The Second Soviet Republic: The Ukraine after World War II'' (Rutgers University Press, 1964) [https://www.questia.com/read/98757892/the-second-soviet-republic-the-ukraine-after-world online]
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* [[Orest Subtelny|Subtelny, Orest]]. ''Ukraine: A History'', 1ª edição. Toronto: [[University of Toronto Press]], 1988. {{ISBN|0-8020-8390-0}}.
* Yekelchyk, Serhy. ''Ukraine: Birth of a Modern Nation'' (Oxford University Press 2007) [https://www.questia.com/read/117724172/ukraine-birth-of-a-modern-nation online]
* {{citar livro|título=Ukraine During World War II: History and Its Aftermath|último=Boshyk|primeiro=Yuri|ano=1986|publicado=Canadian Institute of Ukrainian Studies|local=Toronto|isbn=978-0-920862-37-7|url=https://archive.org/details/ukraineduringwor0000unse}}
* Berkhoff, Karel C. ''Harvest of Despair: Life and Death in Ukraine Under Nazi Rule.'' Harvard U. Press, 2004. 448 pp.
* {{citar livro|último=Cliff|primeiro=Tony|título=Class Struggle and Women's Liberation|url=https://archive.org/details/classstrugglewom0000clif|publicado=Bookmarks|local=Londres|ano=1984|isbn=978-0-906224-12-0}}
* Gross, Jan T. ''Revolution from Abroad: The Soviet Conquest of Poland's Western Ukraine and Western Belorussia'' (1988).
* Wendy Lower|Lower, Wendy. ''Nazi Empire-Building and the Holocaust in Ukraine.'' U. of North Carolina Press, 2005. 307 pp.
* Piotrowski Tadeusz, ''Poland's Holocaust: Ethnic Strife, Collaboration with Occupying Forces and Genocide in the Second Republic, 1918–1947'', McFarland & Company, 1998, {{ISBN|0-7864-0371-3}}
* Redlich, Shimon. ''Together and Apart in Brzezany: Poles, Jews, and Ukrainians, 1919–1945.'' Indiana U. Press, 2002. 202 pp.
* Zabarko, Boris, ed. ''Holocaust In The Ukraine'', Mitchell Vallentine & Co, 2005. 394 pp.
{{-fim}}

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