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Usuária:Folkflore/Testes7

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Edna Maria Santos Roland (12/01/51, Codó, MA) é uma psicóloga ativista política do movimento negro, prestigiada com a Medalha de Honra pela UFMG[1]. Coordenadora de Combate ao Racismo e à Discriminação Racial da UNESCO para a região de América Latina e Caribe desde 2003[1]. Integrou o Grupo de Pessoas Eminentes encarregadas de monitorar a implementação do Programa de Ação de Durban, indicada pelo Secretário-Geral Kofi Annan da ONU[1]. Em 2001 assessorou e foi Relatora-Geral da Delegação Brasileira à III Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata em Durban[1]. Graduada pela UFMG e mestra pela PUC-SP em Psicologia Social, foi pesquisadora visitante no Harvard Center for Population and Development Studies em 1998[1].

Ativismo político.[editar | editar código-fonte]

Foi fundadora de quatro organizações negras: Bloco Afro Alafiá, em 1984; Coletivo de Mulheres Negras de São Paulo, em 1984; Geledés – Instituto da Mulher Negra, em 1988; e FALA PRETA! Organização de Mulheres Negras, em 1997[1][2].

Ingressou na UFMG em 1969, logo após o AI-5, durante a ditadura militar esteve na OPP, Organismo Para-Partidário e junto com seu companheiro alinhou-se com a POLOP, Organização de Combate Marxista-leninista Política e Operária. Foi perseguida pelo regime ditatorial e viveu na clandestinidade até a reabertura democrática. Primeiramente focada na causa de classe, até o fim dos anos 1970, quando em 1980 engaja-se com o movimento negro ao começar uma pesquisa na pós-graduação sobre trabalho doméstico. Atuou pelo movimento da água na zona sul de São Paulo, para levar água encanada nas regiões carentes. Também esteve ativa nas greves sindicais do ABC.

Em 1984, com Sueli Carneiro dentre outras pessoas, criou o Bloco Afro Alafiá e o Coletivo de Mulheres Negras. Este último para questiona a ausência de Mulheres Negras no Conselho Estadual da Condição Feminina, questionamentos que foram difundidos Marta Arruda.

Trabalhei como psicóloga em um centro de saúde de Taboão da Serra coordenou a da Comissão de Mulheres Negras no Conselho da condição feminina

  • Mas eu, como era uma profissional de Saúde, eu vinha no campo profissional debatendo, trabalhando com mulheres dentro de centros de saúde, eu de princípio tento redirecionar um pouco essa discussão, e já colocar questões acerca da necessidade de informação, da necessidade de opções para as mulheres, de tentar colocar a discussão de planejamento
  • Então eu apresentei a proposta de se fazer o Tribunal Winnie Mandela, que seria um tribunal que teria como objetivo avaliar a Lei Áurea cem anos depois. Avaliar as consequências da Lei Áurea para as condições presentes naquele momento, para as mulheres negras especialmente, e para a população negra como um todo. Esse projeto então começa a ser elaborado em parceria entre o Conselho da Condição Feminina de São Paulo, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e a OAB, que naquele momento tinha a OAB Mulher, a Comissão da Mulher Advogad Esse projeto causa, inicialmente, um debate acirrado no interior do Ministério da Justiça, que é onde o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher estava localizado. O ministro era o Paulo Brossard, e ele então considera absurdo que o Estado brasileiro fosse avaliar uma Lei que tinha sido elaborada pelo próprio Estado. Ele considerava uma contradição.Ministério da Justiça temia que o desenvolvimento desse projeto pudesse implicar em manifestações públicas na porta da embaixada e dos consulados da África do Sul, pelo Brasil afora, na medida em que o projeto pudesse vir a estabelecer relações entre o que se passava no Brasil e o que se passava na África do Sul, estabelecer a relação com o apartheid. O Porque na idéia original, concebida em conjunto com a OAB Mulher, seria um júri simulado. Se teria sessões deste Tribunal, que iria de maio a novembro de 1988, e nessas sessões seriam sessões em que pessoas seriam convidadas para vir trazer seus depoimentos. Depoimentos estes que iriam focalizar diferentes aspectos do problema do racismo, da discriminação racial, essa coisa toda. Com esse posicionamento do Ministério da Justiça, se muda um pouco o enfoque do Tribunal Winnie Mandela, que ao invés de fazer audiências públicas para ouvir casos, queixas e registros de demandas, ele passa então a ter seminários, uma série de seminários abordando, cada um, um tema diferente. E no final do Tribunal haveria um júri simulado. Mas assim: o processo dos depoimentos, da coisa viva e quente, isso é eliminado para que o projeto pudesse ser aceito pelo Ministério da Justiça.
  • instalação do Tribunal. Benedita da Silva foi uma das pessoas, Lélia Gonzalez foi outra pessoa que esteve presente. Sala do Estudante da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, lá de São Paulo depois então, se teve essas sessões, que foram Educação, Trabalho, Saúde, Violência... Se foi abordando as temáticas, em que eram convidados, digamos, especialistas para falar sobre os assuntos. Era uma coisa mais contida. Esses seminários aconteceram na OAB de São Paulo. E em novembro, no final, em uma data próxima ao 20 de novembro, não sei se foi no dia 17, uma coisa assim... Finalmente fizemos uma grande encenação, um grande júri, lá no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco
  • lançamento do Tribunal em maio, a presidenta do Conselho de São Paulo, a vereadora Ida Maria, decidiu que não queria mais o projeto Então o Conselho saiu, o Conselho que era o dono do projeto afinal, o autor do projeto, desistiu, e ela em um gesto magnânimo me cedeu para a OAB, para que eu pudesse continuar trabalhando. Porque o problema dela era que nós mulheres negras, nós duas, lá dentro do Conselho, causávamos muito incômodo. Era o ano do centenário da abolição, o Brasil inteiro estava em ebulição,
  • Era a militância dentro do Conselho. O fato de sermos negras era mais grave ainda, porque a forma de atuar, o comportamento, as mulheres negras e os homens negros que viviam transitando lá pelo Conselho atrás da gente... Para vocês terem uma idéia, nós éramos frequentemente acusadas de roubar coisas no Conselho. Qualquer coisa que acontecia no Conselho: “Foram as negras.
  • gente vai para a OAB vezes, trabalhava pelos elevadores, porque não havia um lugar decente para a gente poder trabalhar. A gente trabalhava lá no espaço da OAB Mulher, era o que era disponível, m
  • trabalhar na Secretaria da Saúde no governo da Erundina. Então eu fui e integrei a coordenação do Programa de Saúde da Mulher na prefeitura de São Paulo. Então eu tinha que trabalhar temas de saúde da mulher no geral. Eu começo trabalhando contracepção, esterilização, aborto, câncer de mama, DSTs, AIDS... Esses eram os temas prioritários. Ma
  • Coletivo ficou uma coisa débil, ele nunca... Ele fez uma coisa importante logo em 1984, que foi a organização do Encontro Estadual de Mulheres Negras. Nós colocamos cerca de 400 pessoas, mulheres e homens, porque os homens tinham muito interesse nos assuntos das mulheres e eles iam nas coisas das mulheres, no início
  • Quando Ida Maria, em 1988, quando a gente viu que o espaço político ia se fechar, nós falamos: “Nós precisamos de um espaço não-governamental.” E aí nós tínhamos duas alternativas: ou a gente recuperava o Coletivo que estava meio amortecido, ou a gente criava um novo espaço. Aí, avaliamos que o custo político de criar uma nova organização era menor do que o custo político de ter que enfrentar um debate interno. E aí então, resolvemos criar o que veio a ser o Geledés. O Geledés foi criado com base, inclusive, nos estatutos que tinham sido elaborados anteriormente para o INEB, aquele que não chegou a nascer. Então nós pegamos e reformulamos, agora já definindo para uma organização só de mulheres. Criamos isso no dia 30 de abril de 1988. Mas ficou standby.
  • Aí, em 1989 então, eu na Secretaria da Saúde, e com mais a Sueli, Deise Benedito, que é uma companheira que vinha também desde o Coletivo de Mulheres Negras, e outras companheiras, a gente começa a operar enquanto Geledés
  • Quando o Conselho praticamente fecha, ela então negocia com a Fundação Ford a transferência desse projeto, que seria do Conselho Nacional, para ser um projeto em parceria OAB com o Geledés, o nascente Geledés. Ela negocia isso e entra, a pedido da Ford, entra um terceiro parceiro, que é o Núcleo de Estudos de Violência da USP. Então aí ela está nesse processo de negociação, mas o primeiro financiamento que nós tivemos no Geledés, foi um financiamento da International Women’s Health Coalition. Um contato que eu fiz a partir da minha relação com a Masé lá na Secretaria. Acho que
  • primeiro escritório do Geledés foi um cômodo da minha casa, Então eu fiz parte da diretoria do Geledés nos dois primeiros mandato

http://www.fgv.br/cpdoc/historal/arq/Entrevista1247.pdf CONTINUAR p.56

https://www.escavador.com/sobre/1219938/edna-maria-santos-roland

https://www.google.com/search?q=edna+roland&rlz=1C1CHZN_pt-BRBR969BR969&sxsrf=ALiCzsag0g7uShN-_NszciPwVLOaj_GnUg%3A1652235530087&ei=Ch17Ysr7BLfa1sQPw5eAIA&ved=0ahUKEwjKqOz-sNb3AhU3rZUCHcMLAAQQ4dUDCA4&uact=5&oq=edna+roland&gs_lcp=Cgdnd3Mtd2l6EAMyBQgAEIAEMgYIABAWEB46BwgAELADEB46BAgjECc6BAgAEA06CAgAEBYQChAeOggIABAIEA0QHjoFCAAQywFKBAhBGAFKBAhGGABQzAtYx1NgilhoBXAAeACAAb4BiAGICpIBAzAuOZgBAKABAcgBAcABAQ&sclient=gws-wiz

  1. a b c d e f «Edna Maria Santos – COPI | UFMG» (em inglês). Consultado em 11 de maio de 2022 
  2. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «Edna Roland». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 11 de junho de 2022