Usuária:KellyMacedo/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

TEXTO 1

Enciclopédia[editar | editar código-fonte]

O significado da palavra enciclopédia no dicionário de Aurélio Ferreira corresponde a [Lat.mod.encyclopaedia.]sf1.O conjunto dos conhecimentos humanos.2.Pext.Obra que procura reuni-lo,ger.em ordem alfabética. '[...] as enciclopédias pretendem refletir uma unidade de saber que na realidade não existe para lá da justaposição material dos conhecimentos nas suas páginas.Na verdade , na própria forma da enciclopédia se insere uma contradição fundamental[...] a enciclopédia é vontade de realizar uma síntese a partir daquilo que se sabe ser uma heterogeneidade, uma pluralidade dos processos do conhecimento.A enciclopédia é, em suma, pretensão de unificar o que permanece irremediavelmente distinto, de fixar uma totalidade que continuamente se decompõe para novamente se recomporem outras formas.'

A enciclopédia ao ser criada se afirmou em confronto com o próprio saber com o qual procurou se identificar. Esse saber que se apresenta muitas vezes sistemático, com certa rigidez, mas que não descarta as contribuições da experiência e das práticas científicas, no qual permite a flexibilidade entre a certeza e o questionamento. A definição moderna de enciclopédia se restringe a uma combinação de exposições, formando um projeto sempre presente, objetivo e seletivo.A afirmação da enciclopédia com o confronto entre o saber que a identifica e o seu limite. Este saber que se caracteriza por rigidez sistemática,mas que se envolve e se abre para novas experiências e práticas no qual admite o questionamento.

No final do século XVIII e início do século XIX, o início da enciclopédia e a sua apropriação burguesa foi de inventariar, capitular e classificar o saber, aliada à renovação contínua de conhecimentos pois devido a história da classificação das ciências caracterizar-se como sistemática, empírica e pragmática. Em sua gênese mostra-se a vontade de integrar as técnicas das artes e as ciências num corpo único de saber de modo que se torne útil no seu uso.Torna-se importante a ordem enciclopédia ser reconhecida como dicionário com o propósito de introduzir os conhecimentos técnicos e científicos sob uma cultura reconhecida e literária.

Groethuysen(1947) afirma que os filósofos dos séculos XVIII ignoram colher a realidade e tentam amontoar o saber baseado em suas conquistas, recapitulando , apostilando os fatos e formando os seus inventários. Assim, há uma tensão entre os inventários criados com caráter classificatório e sistemático e as invenções com caráter renovador contínuo de conhecimentos formando sobreposições de produções enciclopédicas.[1] [2]

A Grande Depressão de 1930 ( interpretações ) 29/05[editar | editar código-fonte]

A grande depressão da década de 1930 é um objeto de estudo em potencial por correntes econômicas,principalmente ,de variadas discussões no século XX.

Por ser um longo período de recessão econômica nos Estados Unidos , foi um momento onde as quedas do produto Interno Bruto americano e da produção industrial ocasionaram o 'efeito dominó' na economia de outros países.O mercado de ações foi brutalmente afetado ocasionando o fechamento de fábricas, inúmeras empresas comerciais e consequentemente aumentando a taxa de desemprego.

No período de 1920 a 1929, ninguém sabia ou previa o início de um período crítico , caracterizado pela redução na produção de atividade econômica. Em 1930, quando a extensão da crise foi percebida , houve o surgimento de discussões sobre a depressão e quais as soluções para a situação na época.

Podemos mencionar duas correntes que visavam interpretar as causas, as mudanças no papel do Estado e na prática econômica que resultaram na grande depressão.Estudiosos contemporâneos que defendiam a estabilização, consideravam que a crise era causada por erros na política econômica e pelas ações de empresários agressivos e gananciosos e que, portanto, a crise poderia ser reparada por regulamentação.

Por outro lado haviam os estudiosos que não acreditavam na estabilização, pois acreditavam que a crise era um curso inevitável ocorridos pela dinâmica e ciclos econômicos e que naturalmente a crise em algum momento iria ceder. Analisaremos as interpretações entre os economistas acadêmicos Carl Snyder ( crente na estabilização), Joseph Schumpeter (cético da estabilização) e Arthur B.Adams ( cético da estabilização) sobre a discussão da origem da depressão.

Durante um encontro realizado na American Economic Association em 1931 ,o economista Joseph Schumpeter (economista e professor da Universidade de Bonn) argumenta que todo o fenômeno tem causas múltiplas e se for escolhida somente uma causa, esta acarretaria outras causas que foram ignoradas em uma primeira visão. Ele atribui a crise às mudanças tecnológicas no pós-guerra que criaram um contexto perturbador provocando recessões até que com o desdobramento de adaptações levassem o tempo necessário para produzirem as mercadorias e posteriormente chegassem ao consumidor, ou seja, a atribuição da crise se deve as ondas de inovações que afetaram os negócios produzindo reflexos em outros setores e vice-versa. A crise nos setores agrário, manufatureiro, os fatores monetários,a pouca flexibilidade nos salários e as taxas de juros elevadas por um longo período, também contribuíram para o agravamento da depressão.

Em contrapartida,Carl Snyder afirmou que a origem da depressão nos Estados Unidos se alastrou e afetou a economia mundial através de sistemas financeiros e monetários , pois os Estados Unidos importavam matéria-prima em grande escala para outros países e fazia empréstimos bancários. Pela dependência financeira de outros países em relação aos EUA, houve a depressão imediata na economia mundial.Snyder afirma que a crise em todos os setores provocou a depressão agrícola e quando as taxas de juros sobre os negócios deflacionaram, houve a redução das atividades econômicas, gerando uma crise global.

Assim sendo, na interpretação de Schumpeter, a depressão tinha causa monetária e as políticas econômicas poderiam ter contribuído para estabilizar a situação se fossem aplicadas corretamente.

Contudo, na interpretação de Arthur B.Adams (reitor da Universidade de Oklahoma e especialista em ciclos econômicos), a causa da crise era a superprodução em ritmo superior ao poder de compra do consumidor. Como causa principal deve-se a ação dos empresários que,protegidos pelo governo que resistiu em aplicar duramente a legislação de defesa da concorrência, formalizou o crescimento da produção muito acima do poder de compra dos trabalhadores, aumentando as margens de lucro , provocando grande concentração de renda dos empresários , através de cartéis e monopólios e o decréscimo da renda do trabalhador.

[3]

REFORMADORES 5/06[editar | editar código-fonte]

Conjuntura histórica. Na passagem da Idade Média para a Idade Moderna as transformações que aconteceram na Europa atingiram os princípios religiosos. Havia uma contradição entre a doutrina religiosa e a realidade. Dentro da Igreja Católica havia uma disputa de poder entre o Papado e a Cúria Romana, uma acirrada disputa pelas riquezas geradas das rendas das terras eclesiásticas, a venda de indulgências e a cobrança do dízimo que embelezavam os palácios episcopais e corrompiam o alto clero. Essa era a imagem de uma igreja que pregava a simplicidade somente para os outros, onde a leitura da Bíblia e textos mais básicos da doutrina contradiziam as suas práticas internas, muitas vezes confirmando uma igreja com bases sustentadas pela corrupção e riqueza. Surge um movimento da Reforma que recebe o apoio da aristocracia alemã, embasado na crítica a Igreja Católica e com apoio de um grupo significativo da nobreza inglesa, no qual, surgem os reformadores Lutero e Calvino que a concretizaram no século XVI. Os reformadores movidos pelo desejo de mudança nos hábitos e dogmas da Igreja Católica, reuniram muitos adeptos que lutavam pelo respeito aos costumes e hábitos locais e discordavam das ações e abusos da autoridade papal. A venda de indulgências pela Igreja Católica provocava indignação no monge Martinho Lutero, influenciado pelas obras de Santo Agostinho e São Paulo .Para ele, o homem nascia pecador e somente Deus ( autoridade divina ) podia dar-lhe a graça do perdão através do amor que tinha pela humanidade ,a salvação não dependia do clero e somente a fé poderia levar à salvação. Lutero confirmava a sua intenção em reformar as práticas religiosas da Igreja católica e por isso o Papa Leão X, por meio de uma bula papal, pediu que se retratasse, mas Lutero não acatou a ordem e foi excomungado. Porém , foi acolhido por parte da nobreza alemã ,onde pode encontrar bases para ir contra o papado. Entre as suas ideias, encontramos a eliminação de vários sacramentos católicos, pois não achava que estes tivessem o poder de salvar o homem,manteve o batismo e a eucaristia, permitiu o casamento dos sacerdotes e ,em substituição à missa, a ceia do senhor.Traduziu a Bíblia para o alemão com a ajuda de um professor grego chamado Melanchthon e rejeitou o culto de santos e da adoração das imagens. Outro reformador , Ulrich Zwinglio (padre e de educação humanista) foi o introdutor da reforma na Suíça , exigindo uma religião exclusivamente baseada na Bíblia, atacou a venda das indulgências, rompeu com o celibato, considerou a confissão desnecessária, dizia que o homem alcançaria a salvação através da caridade e que somente cabia a Deus perdoar. Com o seu falecimento em 1531, a Reforma prossegue com o teólogo francês Jean Calvino que também criticava a Igreja incansavelmente. Para ele , a riqueza era um indício da graça divina e não de pecado , o lucro e usura não eram mais condenados, conservou o batismo , a eucaristia, e através da moralidade controlava os excessos cometidos nos hábitos religiosos condenados pelo calvinismo. No seu governo em Genebra, eliminou o ritual, a música instrumental, os vitrais, os quadros e as imagens , mantendo um lugar para oração com paredes vazias , brancas e o sermão. Estimulava a acumulação de capital,os valores éticos e valorizando o trabalho, acreditava que o ser humano deveria lutar pelo seu progresso. Na Inglaterra , seus seguidores eram chamados de puritanos. Na Escócia, a Reforma foi estabelecida pelo reformador John Knox e seus seguidores nomeados de presbiterianos. Henrique VII (rei da Inglaterra) pretendia construir um estado nacional absolutista, livre da influência papal e dos impostos cobrados pela igreja. Apoderou-se dos seus bens, fechou os conventos e se nomeou chefe da igreja na Inglaterra. Os filhos de Henrique implantaram o calvinismo,o catolicismo e o anglicanismo onde havia o poder do Estado sobre a igreja. O movimento da Reforma atingiu diversas regiões e gerações.Como resposta ao grande avanço do protestantismo ,surge o movimento da Contrarreforma no qual reforça a mobilização dos papas, convocando em 1545 o Concílio de Trento (visando unificar a ação e a doutrina católica) reafirmando o poder papal. Com a criação do Santo Ofício (uma espécie de tribunal papal) houve a prática de castigos para os que não aceitavam os dogmas da Igreja Católica , decidindo manter o monopólio do clero e reforçando o poder papal numa verdadeira caça às bruxas e aos costumes de cultura popular considerados profanos aos olhos dos reformadores católicos. Surge uma tentativa de levar as reformas católicas e protestantes aos camponeses impedindo contra certas formas de religião popular. Os reformadores não tinham as mesmas razões para objetarem a cultura popular. A reforma católica sugeria e implantava modificações nas práticas religiosas e a reforma protestante implantava as eliminações. [4] [5] [6]


CULTURA POPULAR NA IDADE MODERNA artigo 26/06

Cultura Popular na Idade Moderna é um livro de Peter Burke (historiador inglês). Este livro descreve e interpreta a cultura popular no início da Europa Moderna. Peter Burke define cultura como um sistema de significados, atitudes e valores compartilhados e formas simbólicas em que eles são expressos ou encarnados. Quanto a cultura popular refere-se aos hábitos, costumes às classes subalternas ou povo comum: camponeses, artesãos, mulheres, idosos e crianças, assim como outras classes.

Há a ênfase nas convenções dos gêneros literários permitindo uma margem ao estudo do folclore europeu, a cultura dos azandes, bororós e a cultura dos artesãos de Florença ou dos camponeses de Languedoc. O livro apresenta três partes, a primeira refere-se a busca pela cultura popular e suas peculiaridades, a segunda parte refere-se a estrutura da cultura popular e a terceira parte se refere as transformações da cultura popular.

Ficheiro:Cultura popular na Idade Moderna

Abordando o capítulo a Vitória da Quaresma; a reforma da cultura popular, há descrição das transformações na primeira fase da Reforma (1500-1650), a cultura dos devotos e a segunda fase da reforma (1650-1800). Peter Burke escreve que a reforma da cultura popular foi a tentativa por parte de alguns devotos ou denominados reformadores de modificar ou aperfeiçoar atitudes e valores do restante da população. Nesse capítulo, mostra-se que católicos e protestantes nem sempre divergiam às mesmas práticas tradicionais ou quando divergiam nem sempre eram pelos mesmos motivos.

Os reformadores objetavam contra certas formas de religião popular e contra inúmeros itens da cultura popular, entre eles os que eram ligados ao carnaval. Queimavam livros, fechavam teatros e picavam mastros. Ambas as partes achavam que o carnaval era não cristão e o povo se entrega à licenciosidade. Também reprovavam muitos costumes populares por considerarem pagãs ou superstições. Os protestantes acusavam os católicos de praticar uma religião de magia com sortilégios e fórmulas mágicas porém católicos e protestantes concordavam na caça as bruxas por serem hereges, adoradoras de deusas pagãs.

Assim sendo,ambos reformadores separavam o sagrado e o profano e na transformação da cultura popular ,reforçava-se, a todo momento, a importância na alteração da mentalidade popular ou sensibilidade religiosa. Encontramos duas éticas ou modos de vida rivais em conflito aberto. A ética dos reformadores mostrava-se em constante conflito com uma ética tradicional com maior tolerância à desordem.

Contudo,os reformadores católicos e protestantes não tinham a mesma hostilidade quanto a cultura popular, pois a reforma católica inclinava a adaptar as modificações e a reforma protestante inclinava a eliminação dos costumes, como por exemplo as festividades e feriados religiosos que eram aceitos pelos reformadores católicos mas havendo objeção para os reformadores protestantes.

Portanto,verificava-se que os reformadores católicos da cultura popular na Idade moderna eram menos radicais do que os protestantes (BURKE, p.291) pois ainda praticavam uma religião que permitia a doutrina da adaptação, como a permissão das imagens santas. Enfim, católicos e protestantes queriam criar uma cultura própria que atingisse o povo e o trouxesse para si.

[7]

  1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa (org).8.ed.Curitiba:Positivo,2010.p.284
  2. SALSANO,Alfredo.Enciclopédia.In Romano Ruggiero(coord)Enciclopédia Einaudi.Lisboa.Imprensa Nacional.Casa da Moeda.2000
  3. LIMONCIC,Flávio."A grande transformação da economia americana:o New Deal e a promoção da contratação coletiva do trabalho.In LIMONCIC, Flavio e MARTINHO, Francisco Carlos Palomanes(orgs). A Grande depressão. Política e economia na década de 1930-Europa, Américas,África e Ásia.Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2009,p.16-29
  4. BURKE,Peter.Cultura popular na Idade Moderna.São Paulo:Cia das Letras, 1989, p.280 a 323.
  5. REZENDE,Antonio Paulo. DIDIER,Maria Thereza.Rumos da história:história geral e do Brasil.São Paulo.Atual,2005.
  6. MULLET.Michael.A Contrarreforma.Lisboa:Gradiva,1985, p.7 a 69.
  7. BURKE,Peter. A cultura popular na Idade Moderna.São Paulo:Companhia das Letras,2010.