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== Educação em Saúde no Ensino Fundamental ==


INTRODUÇÃO

Ao longo da vida, as necessidades nutricionais modificam-se e sofrem alterações, de acordo com a nossa idade, estilo de vida e metabolismo, por isso não pode-se definir, por completo, alimentação saudável. Mas ela se define como aquela que proporciona nutrientes que o corpo necessita e, por conseguinte, proporcionando a manutenção da saúde. A quantidade de nutrientes (energéticos, construtores e reguladores) varia de acordo com o indivíduo, já que cada um pode precisar, dependendo de sua dieta (DANIEL, 2005). Um boa alimentação também ajuda a prevenir doenças infecciosas (ABC DA SAÚDE, 2007).

A idéia de uma alimentação saudável vem sendo deturpada, ao passo que as pessoas não atentam muito para essa prática, seja pela falta de tempo ou pelo julgamento errado do que é uma boa alimentação. Esse dado pode ser confirmado quando nota-se presente a quantidade de pessoas com transtornos alimentares nos dados. Os transtornos alimentares prevalecem, sobretudo entre raparigas adolescentes e jovens adultas, mas cerca de 5 a 10% dos casos ocorrem com rapazes. Soma-se a isso o desenvolvimento da indústria alimentícia e o incremento de alimentos com gordura saturada, excesso de sal e açúcar disponíveis no mercado. Conseqüentemente, é comum observar crianças e adultos com a saúde comprometida, a exemplo da desnutrição ou do excesso de peso (obesidade). Essa situação vem de encontro à construção de um conceito que é construído no âmbito escolar, que é aonde todo o aprendizado sobre o que vem a ser uma boa alimentação é complementado (MARQUES, 2009). As afirmações “Deixe que a alimentação seja o seu remédio e o remédio a sua alimentação” de Hipócrates (360 a.C - 377 a.C.) e “O destino das nações depende daquilo e de como as pessoas se alimentam” de Brillant-Savarin (1825), demonstram como é antiga a relação entre alimentação e saúde (BRASIL, 2005).

É de responsabilidade governamental promover a saúde, contribuindo para a prevenção das doenças causadas por deficiências nutricionais, para reforçar a resistência orgânica a doenças infecciosas e para reduzir a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) por meio da alimentação saudável (BRASIL, 2005).

Em 1999, o governo brasileiro homologou a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) que integra a Política Nacional de Saúde e tem como principal objetivo contribuir com o conjunto de políticas de governo voltadas à concretização do direito humano universal à alimentação e nutrição adequadas e à garantia à Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) da população. Isto significa que o acesso à alimentação adequada, suficiente e segura, é um direito humano inalienável. SAN é a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social econômica e ambientalmente sustentáveis (BRASIL, 2004 citado por BRASIL, 2005).

Apesar disso, o problema da nutrição no Brasil é grave: Quarenta e quatro milhões de cidadãos passam fome, ainda que tenhamos registrado um ligeiro progresso dentro dessa questão. Uma coleta de dados, em 2002, feita pela Organização Mundial de Saúde diz que o mundo produz 2.805 kcal diárias por pessoa, quantidade superior à dieta de 2.350 kcal necessária para alimentar adequadamente cada habitante do planeta. Mostrando assim, que o problema da população não é a falta de alimento e sim o desperdício e a desigualdade humana. Enquanto a desnutrição ameaça um enorme contingente, paradoxalmente, tem havido crescimento contínuo dos níveis de sobrepeso e obesidade, nosso país contabiliza 70 milhões de indivíduos acima do peso ideal, ou seja, 40% da população, incluindo aí ricos e pobres (INSTITUTO AKATU, 2003).

Atualmente, a falta de tempo tem sido uma das principais causas da deficiência de uma dieta equilibrada. Isso faz com que, a cada dia, mais crianças e adultos tenham hábitos de alimentações rápidas, excessivas e muito pouco aproveitadas pelo organismo. É a partir disso que, essa falha integra-se à dieta do consumidor o Fast-food, que significa comida rápida. Esse serviço se caracteriza pela rapidez, horários de funcionamento e os preços econômicos. Esses fatores levam cada vez mais pessoas a optar diariamente ou freqüentemente por esse tipo de alimentação. São nesses ‘lanches’ que são ingeridas gorduras trans, presentes nos produtos industrializados, fazendo com que eleve o nível de colesterol ruim (LDL) no sangue. Além disso, o risco de “lanchinhos rápidos” que podem estar contaminados com, por exemplo, a Salmonella, uma bactéria que pode apresentar-se na maionese, que causa intoxicação. Por isso, pode ser prejudicial ao corpo persistir com esses hábitos, principalmente para organismos jovens. Reconhecendo isso, é muito importante que este tema seja trabalhado no âmbito escolar, uma vez que as crianças são as mais susceptíveis a este tipo de alimentação (ABC DA SAUDE, 2007).

Uma instituição de ensino atua como grande e sólido alicerce na educação de uma criança, uma vez que é nesse espaço onde ela desenvolve suas potencialidades e tem acesso a todo tipo de conhecimento. Se o ensino numa escola, a qual deveria ser base de conceitos, for deficiente, tudo irá ocorrer para que o educando também tenha sempre uma idéia errônea do que venha ser aprender. (GALVÃO-DE-ARAÚJO, 2007).

Desde os primórdios da humanidade até hoje, as concepções de educação vêm se aperfeiçoando, mas não perdendo seu sentido principal, que é a de transmitir conhecimentos. Nas aldeias de índios, por exemplo, a educação é tratada como orientação principal na formação dos jovens nativos, uma vez que está presente intensamente nessa cultura, que é transmitida hereditariamente. Dentro desse processo, o hábito alimentar se enquadra nessa passagem de conhecimento, sendo um reflexo do que é ensinado. É dentro dessa análise que pode ser perceptível o quanto o conceito de educar está presente desde o início, apontando como disciplinador das características jovens. Assim, o termo Educação tem a finalidade de moldar a criança, a fim de que ela se torne um bom membro de sua comunidade (BRANDÃO, 1995). 

Educação é o meio que o homem usa para instruir, lecionar, e, além disso, transmitir para aprendizes não só conceitos, mas também práticas. Como forma de consolidar essa idéia, inúmeras práticas surgem a fim de construir uma satisfatória base educacional para toda população. No âmbito educacional que deve estar articuladas as informações e práticas educativas a serem utilizadas pelos professores para tratar o tema saúde em sala de aula como ciência, para ser levado em prática pelos estudantes. (SANTANA, 2007)

É a partir desse conceito que surgem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), estabelecidos pelo Ministério de Educação (MEC), para auxiliar as escolas, de modo complementar ao currículo escolar. Este apoio é necessário, já que, na prática, a educação infelizmente está se tornando cada vez mais secundária no cenário da educação brasileira. Os PCN propõem alguns temas a serem abordados de maneira transversal, para serem ensinados de maneira interdisciplinar, com a participação de um maior número de disciplinas e professores. Um destes temas é a Saúde e a educação alimentar, que devem ser trabalhados em todas as matérias do currículo escolar (BRASIL, 1997).

O ensino de saúde nas escolas tem sido desafiador, uma vez que os professores agem de maneira decisiva na formação dos educandos. Em paralelo, fazer com que os alunos construam e ampliem os conteúdos aprendidos na sala de aula e, concomitantemente, vivenciem esse conteúdo, se torna também um desafio. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948, “saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. A prática de uma alimentação saudável, por sua vez, está inserida no conceito de saúde, uma vez que a mesma colabora para a manutenção do bem estar do indivíduo.

A educação para a saúde escolar não deve se limitar a simples informações de assuntos de saúde. A educação para saúde só pode ser efetiva se promover mudança no comportamento da criança, tornando-a consciente do que é necessário à conservação da saúde. Os objetivos a serem atingidos são no sentido não somente de contribuir para que os alunos adquiram conhecimentos relacionados com saúde, mas, principalmente, no sentido de que eles sejam auxiliados a adquirirem, ou reforçarem hábitos, atitudes e conhecimentos relacionados com a prática específica de saúde (BASTOS, 1979).

	O conceito que define uma boa alimentação vem sendo distorcido dentro do ambiente familiar, quando a criança ainda está em processo de formação de seus hábitos e costumes. Analisando isso é que se percebe o quanto é importante contextualizar os temas citados nos PCN no que diz respeito à educação para saúde, de forma que este tema seja tratado em todas as disciplinas, permeando todas as aulas. A saúde discutida no ambiente escolar proporcionará uma melhoria na qualidade de vida, com o ensino da alimentação saudável, higiene, saúde, além das orientações sobre prevenção e cura de doenças (BARROS & MATARUNA, 2005). Assim, o ensino sobre nutrição é essencial na promoção de saúde, sendo fundamental na escola, tornando necessário que a educação nutricional faça parte do plano de ensino básico (GALLUZZI, 2005).

A Educação Alimentar e Nutricional, de acordo com os PCN, se envolve nos tema Saúde apresentando um vasto espaço de ações educativas para o Ensino Fundamental. Partiu-se da hipótese de que os interesses dos alunos não vêm sendo contemplados na escola, quanto à Educação Alimentar e à Nutricional (MAINARDI, 2005).

	Para o auxilio dessa dieta ou nutrição há uma Pirâmide Alimentar, mostrando os alimentos que devem ser ingeridos e suas quantidades ao dia. Até 2006 havia um modelo de Pirâmide Alimentar que tinha recomendações simplificadas. A antiga Pirâmide recomendava, por exemplo, reduzir total o consumo de gorduras saturadas, e priorizando carboidratos, mas pesquisadores descobriram que o consumo elevado de carboidratos poderia alterar os níveis de glicose e insulina. Desde 1992 os pesquisadores vêem erros na pirâmide, pois é visto que gorduras são essenciais para o corpo. Por esses erros atualmente é usada uma nova Pirâmide Alimentar, de acordo com as necessidades da população brasileira. Essa pirâmide tem como base exercícios físicos e controle de peso, e não mais cereais, pães e raízes. Foi feita uma Pirâmide funcional que é a nova proposta de Walter C. Willett em 2006. (WILLET, 2006)

A promoção de hábitos alimentares saudáveis através da inserção da educação nutricional no contexto escolar é um ponto de influência e, quando uma lanchonete escolar comercializa alimentos considerados “insalubres”, acaba prejudicando os alunos, uma vez que eles desenvolvem péssimos hábitos alimentares de acordo com a demanda escolar. Embora os hábitos se originem na esfera familiar, a escola tem um papel importante na educação nutricional, logo, a deficiência de hábitos alimentares é causada por uma falha também no contexto escolar. Os alimentos energéticos são os que fornecem energia para o corpo e essa energia pode ser usada para atividades do cotidiano como correr, brincar, pular, ler e outros. Exemplos desses alimentos são: cereais, óleos e gorduras, doces, arroz, etc., todos podendo fazer parte de uma dieta saudável ou contribuindo para qualquer tipo de funcionamento do organismo, dependendo do indivíduo. Os alimentos construtores, por sua vez, são os que abastecem o corpo com nutrientes que recompõem tecidos, causando um efeito de restauração no corpo. Exemplos desses alimentos são: carne (boi, frango, peixe), leite e seus derivados (ovos, feijão). Por fim, os alimentos reguladores têm por finalidade orientar e adequar o organismo e seu funcionamento, prevenir doenças e ajudar no processo de digestão dos nutrientes. Exemplos desses alimentos são as vitaminas e os minerais, encontrados, por exemplo, em frutas e legumes, respectivamente (GALANTE, 2005).

Este trabalho tem por objetivo investigar as percepções dos estudantes do 1º e 2º ciclos do ensino fundamental sobre o tema Saúde. Analisamos a importância desse tema na escola, observando suas conseqüências e resultados, focalizando a alimentação. DEMAIS TÍTULOS

Procedimentos Metodológicos

Foi realizada uma pesquisa quali-quantitativa, com a aplicação de questionários semi-estruturados, com a abordagem do tema ‘saúde’ no que se refere ao conceito de alimentação saudável. O questionário continha 26 questões (11 analítico-expositivas e 15 de múltipla-escolha) para estudantes de 1ª a 4ª série do ensino fundamental, do Colégio da Polícia Militar (rede pública) e outro do Colégio da Península (rede privada). Salienta-se que os colégios foram escolhidos através de uma amostragem não-aleatória por conveniência. Foram abordados 10% dos alunos de cada série de ambos os colégios de Salvador-Bahia, totalizando 150 estudantes, 95 do CPM e 55 do CPM. A pesquisa de campo foi no período de março a maio de 2008. Foi aplicado concomitantemente ao questionário o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), consentimento de participação da pessoa como sujeito atendendo à Portaria 196\96 do Ministério da Saúde.

Concluída a aplicação dos questionários, os dados obtidos foram categorizados por conveniência e quantificados, de acordo com as respostas e inseridos em um banco de dados, utilizando-se do pacote estatístico SPSS for Windows 11.0 (Statistical Package for the Social Sciences). De posse dos resultados, foi feita uma análise crítico-discursiva com o uso de referenciais teóricos previamente pesquisados.

Resultados e Discussão

A análise dos dados mostrou que dos 150 alunos entrevistados, 53% (n=80) eram do sexo feminino, e a idade os entrevistados variava entre 7 e 11 anos. Trinta e sete por cento (n=55) estudavam no Colégio da Península (CP) e 63% (n=95) no Colégio da Polícia Militar - Unidade Dendezeiros (CPM), e cursavam da 1ª a 4ª série do ensino fundamental. Quando os estudantes das duas escolas foram questionados sobre o conceito de saúde, a maioria respondeu que saúde é “ter boa alimentação” (20,7%, n=31), como pode ser visto abaixo:

“... come verdura e tem uma boa alimentação...” (B.H., 7 anos).

“... pessoas bem alimentadas, bem saudáveis, alimentação boa...” ( L.C., 8 anos).

A alta frequência para a primeira resposta foi influenciada pelas respostas dos estudantes do CPM (24,5%, n=23), uma vez que para apenas 8 (14,5%) estudantes do CPM, a saúde está relacionada a uma boa alimentação. Quatorze estudantes desta escola não responderam a esta pergunta (25,5%) e, para a maioria dos estudantes que respondeu, saúde é “estar bem” (18,2%, n=10).

          O conceito de saúde como “ter boa alimentação”, está presente na definição de Minayo (1992) de que saúde é resultante também das condições alimentares, ou seja, a alimentação vem a ser indispensável na promoção de saúde.

A idéia de saúde como “estar saudável” e “estar bem”, representaram 15,3% (n=23) e 14,7% (n=22), respectivamente das resposta dos estudantes das duas escolas:

                         “... a saúde é quando a pessoa estiver saudável, forte etc.” (A.S.C., 10 anos).

Pesquisa realizada por Galvão et al. (2007) com escolares do ensino fundamental (5ª à 8ª série), mostrou que a idéia mais presente de saúde era a sensação de estar bem. As autoras referem que segundo Ausubel et al. (1980), a percepção de sensações ou estados (estado de bem estar) representa uma evolução cognitiva. A estratégia de traduzir o abstrato ao concreto facilita a compreensão mais íntima do que se pretende assimilar conceitualmente, fase cognitiva em estudantes das primeiras séries do ensino fundamental (Bouruchovitch et al., 1991 apud Galvão et al., 2007), como o grupo de estudantes da nossa pesquisa.

Interessante é que para as crianças, a saúde como “ausência de doença” só apareceu em quarto lugar, sendo referida por 12% (n=18) delas, ou seja, elas não se restringiram aos conceitos biológicos, até porque não possuem estes referenciais constituídos. Isso é bom, porque o conceito de saúde não pode se restringir aos biológicos, já que há vários fatores, como sociais e culturais, que resultam numa sociedade saudável ou não (BUSS, 2003).

Para a Organização Mundial de Saúde (1948): 

(...) saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.

Além da OMS, Assumpção et al. (2002) se referem ao conceito holístico da Saúde, como a capacidade de superação de dificuldades físicas, psíquicas, sociais, culturais e simbólicas.  Esta relação esteve presente nas respostas de 4,7% (n=7) quando se referiram à saúde como “fazer exercícios” e “estudar e brincar”, uma vez que a indicação das mães quando elas estão doentes, na sua maioria, é moderar a brincadeira ou não brincar em determinadas condições, por exemplo, (no frio, no chão, com coisas geladas, etc.).

Por outro lado, se vê saúde como forma de medicina preventiva, como pode ser comprovada com as respostas no conceito de saúde como cuidar do corpo (7%, n=11) e exercícios físicos como requerimento da saúde (3%, n=4). Esse pensamento se faz diligente não no processo de intervenção da doença, mas sim na manutenção dela ou recuperação do seu estado salubre Que se faz presente também no conceito de alopatia (5%, n=8), no efeito dos remédios como ocasionador da saúde.

	Apenas 2% (n=3) alegam saúde como estudar, brincar. E uma quantidade considerável de alunos, 15, obteve um conceito ignorado ou atribuições não válidas, representando 10% dos entrevistados.
	Quando os estudantes foram questionados sobre o conceito de doença, eles referiram que era “sentir-se mal fisicamente” (21%, n=32), seguido de “ter febre, tosse e dores” (18%, n=27) e a doença como “um estado prejudicial” (16,7%, n=25) (Tabela 2). Estes conceitos de doença foram totalmente coerentes com seus conceitos de saúde.

“... doença é você fica quente, se sente mal e pode espirrar...” (G.S.O., 9 anos)

“Doença é a virosi da febre amarela e mais doenças” ( B.C., 10 anos)

A idéia de não se alimentar bem, referida por 7,3% (n=11) dos estudantes, demonstram alguma relação que eles têm entre doença e alimentação, que deve ser reforçada principalmente na família. Isso se faz evidente na formação de conceitos biológicos, como o corpo necessitando de nutrientes. Além disso, se faz presente o conceito de que uma alimentação adequada pode previnir deficiências nutricionais, e protege o organismo contra doenças infecciosas, pois ela é rica em nutrientes que melhoram a defesa do corpo (ABC DA SAÚDE, 2007).

“...pode ser por falta de uma alimentação saudável” (E., 10 anos)

Já 8% (n=12) dos alunos concordam que doença tem conceito reducionista, ou seja, causado por um agente (vírus, bactéria).

“...são microbios e bactérias que entram em seu corpo e causa doença” (L.F., 9 anos) Comparando estes dados com os da pesquisa realizada por Galvão (2007) com estudantes do ensino fundamental (5ª a 8ª série) da rede publica de ensino, que mostrou 18% (n=50) dos estudantes apontam doença limitando-se a agentes biológicos como causadores de doenças, apresentando a maioria das respostas na pesquisa.


         Quando foi perguntado se há uma relação entre os conceitos de saúde, doença, prevenção e cura com alimentação saudável, a grande maioria dos estudantes disse que sim (84,0%, n=12===Texto de cabeçalho===6), sem diferença nas percentagens das respostas positivas e negativas entre as escolas. Estes dados concordam com Minayo (1992) que assegura a relação de saúde como resultante das condições alimentares.

“... agente come coisas saudáveis como frutas, saladas e outras coisas e assim agente pode ter saúde” ( P.S.R., 8 anos).

Conceitos parecidos foram obtidos nos dados do questionamento do que é alimentação saudável. Uma considerável parte dos estudantes optou por escolher alimentação saudável aquela que incluía frutas, legumes e comidas saudáveis (58,6%, n=88) (Tabela 3). “... comer frutas, verduras, legumes e outras coisas...” (V.V.G., 8 anos)

Essa visão foi observada no trabalho de MARTINS (2005), que trabalhou as noções conceituais e práticas educativas em alimentação e nutrição dos Professores de 1ª a 4ª série do Distrito Federal. A maioria dos professores disse que a alimentação saudável se referia somente ao consumo de frutas e legumes, visão frequentemente abordada nos livros didáticos e na mídia. As crianças, em nossa pesquisa, também associaram alimentação saudável a “se alimentar regularmente” (24%, n=36) (Tabela 3), de acordo com as necessidades do dia-a-dia e as necessidades nutricionais. “... porque agente se alimenta bem” (M.B., 10 anos). “Comer muito regularmente as coisas como: legumes, doces, frutas...” (G.T.M., 9 anos)

Onze por cento (n=16) das crianças, disseram que a alimentação saudável como “importante para saúde” (Tabela 3), mostrando que elas têm plena consciência da sua importância para a promoção de saúde. Esse dado mostra mais uma vez que está saúde inteiramente relacionada à nutrição, pois é a alimentação saudável que contribui para o equilíbrio do corpo e da mente (TUA SAÚDE, 2007).

“Comer coisas que faz bem para saúde” ( J.E.S., 9 anos).

Já 3% (n=4) dos alunos mostraram um conceito fragmentado falando sobre digestão da alimentação, sendo categorizado em ter uma digestão. Esse conceito pode ser analisado de acordo com a excessiva obtenção de alimentos, sendo preciso ter uma boa digestão de forma que não atrapalhe na saúde. A indigestão pode causar desconforto e uma série de sintomas que sejam capazes de prejudicar a saúde (NDDIC, 2007).

	O questionamento sobre se seus professores falam do tema Saúde na sala de aula é muito importante devido à proposta da transversalidade deste tema, indicada nos PCN (1997) que tem como do tema saúde em sala de aula para subsidiar o ensino de saúde dentro das escolas públicas, visando suprir as necessidades das deficiências no ensino, haja vista que os alunos não vêm sendo contemplados nas escolas. Os métodos a serem utilizados são ações educativas não se restringindo a poucas disciplinas. 
	Sessenta e dois por cento (n=94) dos estudantes pesquisados, afirmaram que esse tema é sim trabalhado em todas as disciplinas no âmbito escolar (Tabela 4). Isto é positivo porque é aí que a escola pode fornecer elementos necessários para auxiliar os indivíduos para uma vida saudável (BASTOS, 1979). Não é necessário que seja um professor específico de ciências, mas sim tratar do assunto de forma a ser promovido o objetivo É também necessário citar, dentro de saúde, a educação nutricional, que nos últimos tempos, se mostra importante para a divulgação do conceito saudável. (PCN, 1996)
         A pergunta sobre a comercialização dos alimentos no colégio pode refletir a sua preocupação e contribuição em relação à alimentação saudável para os estudantes. Um número significativo de estudantes (52%, n= 78) afirmou que a alimentação vendida é saudável e faz bem para sua saúde. Chama a atenção um grande percentual de estudantes (34,7%, n=52) que admitem que existe uma deficiência na cantina das escolas e que não consideram a alimentação das cantinas saudável. Este dado mostra que o espaço escolar é contraditório e que o que é abordado em sala de aula muitas vezes não tem nenhuma relação com a prática alimentar na escola. Essa idéia é reforçada pelas respostas ao questionamento: “Você gosta da alimentação do colégio?”, onde 13% (n=19) dos estudantes disseram que não se alimentam na cantina da escola por falta de opção, dentro desse numero 42% (n=8) disseram que comem, mas não gostam da comida servida (Tabela 4).

Por outro lado, 35% (n=52) dos estudantes disseram ser saudável a alimentação do colégio, mostrando que nem todos os alunos têm a mesma concepção do que vem a ser alimentação saudável. Pode-se afirmar que os interesses dos alunos não vêm sendo contemplados pela escola, já que 52% dos alunos dizem não ter uma alimentação saudável na escola. Essa alimentação saudável, segundo os estudantes é comer frutas e legumes, alimentar-se regularmente e que a nutrição saudável está relacionada à saúde (ABC DA SAÚDE, 2007).



CONCLUSÃO A análise dos dados mostrou que os estudantes sabem discernir alimentação saudável de não saudável, mas há um conflito entre os conceitos passados pelos professores e hábitos alimentares nas escolas. Isso pode ser devido à deficiência escolar no que se refere à comercialização de alimentos saudáveis.


REFERÊNCIAS

BASTOS, N. Educação para a Saúde na Escola. Revista da Fundação SESP, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 35-49, fev.1979.

BASTOS, N. Educação Sanitária: Um Relatório. Semana Médica, n. 506, 1969, Rio de Janeiro, RJ.

BRANDÃO, C. O Que é Educação. 33ª ed., São Paulo: Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 1995. 116p

BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetro Curricular Nacional: Tema Transversal Saúde; Brasília: Secretaria de Educação Básica. v. 10 p. 283, 1996

CRUZ, A.; PEROTA, M. ; MENDES, M. Elaboração de referências: NBR 6023/2000. Rio de Janeiro: Interciência: Niterói: Intertexto, 2000. 71 p.

GALLUZZI, M. Educação nutricional nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. Revista de Nutrição, São Paulo, v. 18, n. 5, set./out. 2005. ISSN 1415-527.

GALVÃO-DE-ARAÚJO, L., LIRA-DA-SILVA, R., MISE, Y. F., JUCÁ, R. N. Concepções sobre saúde no ensino fundamental: qual a verdadeira realidade? In: LIRA-DA-SILVA, R.M (Ed). Laboratório do Mundo: O Jovem e a Ciência. Edufba: Salvador, 2007. 51-68p. GREGÓRIO, S. Educação e Espiritismo – São Paulo, 1993. Disponível na internet em <www.ceismael.com.br/artigo/artigo071>. Acesso em 10 de Abril de 2008.

MAINARDI, N. A ingestão de alimentos e as orientações da escola sobre alimentação, sob o ponto de vista do aluno concluinte do ensino fundamental. São Paulo, USP, 2005. Disponível na internet em <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-12092005-135732/>. Acesso em 23 de Junho de 2008.

MINAYO, M. Violência e Saúde. In: Rubens Adorno. (Org.). Pesquisa Social em Saúde. São Paulo: Cortez, 1992, 257-268p. ISBN 85-249-0287-6

MINISTÉRIO DA SAÚDE DIRETORIA DE PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE - EDUCAÇÃO EM SAÚDE. Disponível em <www.datasus.gov.br/cns/temas/educacaosaude/educacaosaude>. Acesso em 15 de junho de 2008.

SÃO PAULO. Educação em Saúde: Planejando as Ações Educativas. São Paulo: 115p, 1997. L1942; BR1310.1

SCOTNEY, N. Educação para a Saúde. Trad. Maria Terezinha C. Aflavo, São Paulo: Ed. Paulinas, 1981, 160p.

--DRIELLE BIDU (discussão) 01h53min de 9 de outubro de 2009 (UTC)Drielle Bidu, 9 de outubro de 2009Texto grandeResponder