Usuário(a):Camillo Cavalcanti/Massaud Moisés

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Massaud Moisés foi professor titular da Universidade de São Paulo (USP), Brasil, de 1973 a 1995, ano em que se aposentou.

Vida acadêmica[editar | editar código-fonte]

Tendo sucedido ao Prof. António Soares Amora na Cátedra de Literatura Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), desenvolveu importantes trabalhos de pesquisa nesta área, logo a partir da década de 1950.

Recorde-se que os estudos de Literatura Portuguesa foram introduzidos na universidade brasileira (São Paulo e Rio de Janeiro), a partir de finais dos anos 30, por um dinâmico e pioneiro professor português, Fidelino de Figueiredo, cujo trabalho foi depois continuado pelo seu mais directo discípulo, António Soares Amora. Massaud Moisés foi ainda Professor Visitante em diversas universidades dos EUA. Desde há alguns anos, é o coordenador literário da Colóquio/Letras no Brasil.

Obras[editar | editar código-fonte]

Entre as obras publicadas por M. Moisés no domínio da Literatura Portuguesa, em São Paulo, normalmente pela Ed. Cultrix, destacam-se:

  • A Novela de Cavalaria no Quinhentismo Português [1957];
  • Fernando Pessoa: o Espelho e a Esfinge, 3ª ed., 1998 [1958];
  • A Literatura Portuguesa, 29ª ed., 1997 [1960];
  • Presença da Literatura Portuguesa - Romantismo-Realismo [1961]
  • Presença da Literatura Portuguesa - Modernismo [1961]
  • A 'Patologia Social' de Abel Botelho [1962];
  • A Literatura Portuguesa Através dos Textos, 26ª ed., 1998 [1968];
  • Bibliografia da Literatura Portuguesa [1968];
  • O Conto Português, 4ª ed., 1991 [1975];
  • Pequeno Dicionário de Literatura Portuguesa [1981], em colaboração com outros especialistas.

No domínio da Literatura Brasileira, destacam-se:

  • Temas brasileiros [1964]
  • O Simbolismo [1966]
  • Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira [1967]
  • História da Literatura Brasileira [1983]

Já no domínio da teorização literária, entre outros trabalhos, publicou:

  • A Criação Literária. Poesia, 14ª ed. [1967];
  • A Criação Literária. Prosa, vol. I, 16ª ed., 1997 e vol. II, 16ª ed., 1998 [1967];
  • Guia Prático de Análise Literária [1969]
  • Dicionário de Termos Literários, 8ª ed., 1997 [1974]; e
  • Literatura: Mundo e Forma [1982].

Sob a direcção de Massaud Moisés, tem vindo a ser publicada uma utilíssima "Colecção de Textos Básicos de Cultura", de que já apareceram títulos como:

  • A Estética Simbolista, de Álvaro Cardoso Gomes (1985);
  • A Estética Romântica, de Álvaro Cardoso Gomes e Carlos Alberto Vechi (1992);
  • A Estética da Ilustração, de Lênia Márcia de Medeiros Mongelli (1992); e
  • A Estética Surrealista, de Álvaro Cardoso Gomes (1995).

Com o elucidativo subtítulo de "Textos Doutrinários Comentados", cada uma das obras analisa alguns dos textos teóricos mais representativos de cada um destes movimentos estético-literários. Tornam-se, assim, um instrumento fundamental para professores e alunos que pretendem ter um conhecimento dos textos básicos que expuseram o ideário estético de cada movimento. Seleccionados de línguas diversas, ordenados cronologicamente e traduzidos, estes textos doutrinários são criteriosamente comentados, de modo a fornecer uma ampla e fundamentada visão sobre cada período literário e cultural. Cada volume é ainda enriquecido por uma introdução genérica e, no final, por uma selectiva bibliografia.

História da Literatura Brasileira[editar | editar código-fonte]

Das Origens ao Romantismo

Origens (1500-1601)

Preliminares

Com a chegada das naus de Crabral em terras de Santa Cruz na data de 22 de abril de 1500,vieram uma visão de mundo do tipo medieval.Os navegantes portugueses falando na voz de pêro vaz de caminha, interpretaram de modo pré-renascentista o mundo novo que acabavam de revelar. A propagação do catolicismo,tornada ideal único justificava perante a consciência dos navegantes e exploradores todos os atos praticados por eles, mesmo aqueles considerados desumanos. A prática proletista do nome de jesus cristo em terra de pessoas infiéis determinou o surgimento de obras literárias e historigráficas paralelas, de cárater pragmático e ideológicamente dirigidas,Hernani cidade aponta crônicas,poemas, peças de teatro e as cartas deixam transparecer ligação com o clima cavaleiresco do império e da fé. O que marcou a progreção da literatura brasileira, foi o espirito de cruzada que ao mesmo tempo que era teológico também era comercial. Caracterizou-se por seu selo pragmático rigoroso a atividade literária das primeiras décadas de nossa formação histórica,esse sentido praguimático está evidente já no primeiro documento que o Brasil provocou:A carta de Pêro Vaz de Caminha.Além de sua grande importãncia histórica "quase toda a carta é uma esplendida página de antologia, cujas qualidades literárias Oswaldo de Andrade sabe sentir ao retirar dela sugestões poéticas transpostas para o pau brasil, e e um Mário de Andrade ao parafrasea-la em macunaima"

Literatura jesuítica

A companhia de Jesus foi muito importante na colonização e na história cultural do Brasil, e por isso não se pode falar de literatura jesuítica sem fazer uma reflexão disso. a ação dos jesuitas entre nós durante os séculos colôniais, precisa ser mostrado abertamente em dois planos:um se refere ao expansionismo geográfico da metrópole,e o outro referente a cultura que os mantinham informados e que se propuseram a espalhar nesta parte do mundo."no primeiro plano é inegável que colaboraram eficazmente para o alargamento e fixação de nossas fronteiras,procuravam atrair o indigena para um trabalho sistemático e rendoso(embora com discutiveis intuitos),exercem sobre o nativo e o colono uma influência que se desejava benéfica"[...]p.32 No plano cultaral, o que se sabe é que desde a entrega do colégio das artes, por D.João III, aos jesuitas, eles matém o seu controle sobre a cultura de Portugal.como consequência os jesuitas que Portugal se beneficie da filosofia natural e humana e do experimentalismo lançado em tendência com renascimento. os jesuitas deram-nos a cultura que puderam dar.Limitada pela formação e pelo espirito que possuiam e que os faziam caudatórios de uma tradição cultural. a atividade cultural dos jesuitas baseava-se em duas direções pragmaticamente bem definidos:A catequese do indigena, e a educação dos colonos..

Jesuitas que deixaram em cartas,o registro das suas observações acerca da realidade sócio-geográfica do Brasil e suas peregrinações missionárias:

Antônio Blásques

Leonardo do Vale

João de Aspilcueta Navarro

Leonardo Nunes

Luís da grã

Francisco Pires

Manuel da Nóbrega

josé de Anchieta

Fernão Cardim,e outros.

Vale destacar:

Manuel da Nóbrega

Nasceu em Portugal ,em 18 de outubro de 1517.Estudou em Salamanca e Coimbra.Ingressou na companhia de jesus em 1544,e veio para o Brasil cinco anos depois (1549),juntamente com Tomé de Souza.Acompanham-no os padres Leonardo Nunes,João de Aspilcueta Navarro, Antônio Pires,Vicente Rodrigues e jácome manuel Nóbrega.Foi nomeado primeiro Superior e primeiro provincial da ordem no Brasil,colaborou na fundação da cidade de Salvador, e seguindo para o sul do país,concorre para fundar a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e nesta mesma abre um colégio da companhia.Auxiliado pelo padre José de anchieta funda São Paulo de Piratininga,em 25 de janeiro de 1554.Dedicou boa parte do seu tempo á conversão e catequese do gentio,e a educação do colono.Faleceu no Rio de janeiro,em 12 de outubro em 1570. cartas:Cartas estampadas para o Brasil diálogo:Conversão de gentil

Informação da terra

Desde que a carta de Pêro Vaz de Caminha foi escrita com propósito de oferecer exata informação da terra,até Antonil,é evidente o interesse por tudo quanto contribuisse para melhor explorar e civilizar o solo inóspito.A informação da terra respira ar de elogio ou de expressão do alargamento da fé e do império. Mesmo quando culto e civilizado o modo de ver,desponta um sentimento de impacto pela terra nova que é de uma originalidade que o tempo apenas ressaltará.È verdade que o Brasil imprime nos relatos dos informantes uma presença que condiciona modificações involutárias na maneira de ver as novidades da fauna e da flora. mesmo que as notícias da terra nova permanececem em segredo na metrópole,cedo outras nações européias,se voltaram para esta parte do globo,motivado por iguais desejos de exploração e domínio.Impedidos prefiriram optar pelo recurso á pirataria,que os deixava longe dos perigos por que passavam os descobridores da terra.

colonos ou viajantes portugueses que fizeram relato de viagem e observação da terra e da gente:Duarte Fernandes,Domingos d'Abreu Brito,Mem de Sá,Cristovão Barros,Baltazar Ferraz,Feliciano Coelho de Carvalho,Lopes Vaz,Pêro de Magalhães de gândavo,Gabriel Soares de Sousa e Pêro lopes de Sousa.

Pero Lopes de Sousa Nasceu no inicio do século XVI,em Portugal, acompanhou em 1530 o seu irmão martin Afonso de Souza,na expedição ao Brasil.No ano de 1531 foi desiguinado a chefiar uma frota,com o objetivo a exploração do Rio da Prata.no ano seguinte voltou á portugal,e faleceu em um naufrágio,no ano de 1539,ao laargo de Madagascar. deixou minucioso relato-Diário da navegação da armada que foi a terra do Brasil em 153o, sob a capitania mor de Martim Afonso de Souza,escrito por seu irmão.


Barroco(1601-1768)

A literatua brasileira começa a despontar como atividade mais ou menos orgânica no século XVII.Correspondendo ao predominio da estilística barroca entre nós,constitue uma época literária iniciada com a publicação da prosopopéia de Bento Teixeira e terminada com as obras de Cláudio Manuel da Costa. A forma de cultura que confere ao barroco denominação estética barroca,cuja dificuldade se manifesta desde o problema posto pela origem do vacábulo "barroco".A dificuldade avulta prendendo os olhos em outros aspéctos da questão,como o das fontes de que proviria o barroco.Os especialistas no assunto divergem,ora optando por uma,ora por outra das matrizes plausíveis.Como frequentemente acontece no trânsito entre etéticas literárias contiguas, a arte barroca nasceria do movimento cultural imediatamente anterior, a renascença.E tem como característica pelo menos no país em que apareceu o barroco(Espanha),por clara bipolaridade,é fácil compreender o quanto lhe deve a nova corrente literária:o bifrontismo renascentista. A configuração multitudinária e polifacetada do barroco,advém de um tal consórcio entre entidades por natureza associáveis.Po isso constitue empresa ingente examina-la em todas as máscaras,além do que escaparia por total á perspectiva em que se coloca a presente história da literatura brasileira.Outra razão,e não menos importante do barroco entre nós,entendendo-se pela palavra "movimento" o mínimo de espirito corporativo entre escritores próximos no tempo e no espaço.Entretanto tomando a época em conjunto e levando em conta as condições em que nossos escritores barrocos produziam o seu artefato, verifica-se antes a existência de autores isolados,e numericamente reduzidos,assinaladora duma lúcida visão de caminhos estéticos. O barroco caracteriza-se, em resumo,numa batalha desesperada por conciliá-las numa unidade sem direito nenhum e maciça.

Poesia

A poesia barroca brasileira evoluiu segundo as três mutaçãoes mais ou menos diferenciadas assinalado como uma das características gerais do barroco em seu processo histórico.A primira mutação,ocupa os cinquenta anos iniciais do século XVII,e é marcada pela influência de camões e por manifestações coincidentemente barrocas. O segundo movimento da poesia barroca transcorre na outra metade do século XVII,e na Bahia.Salienta-se as linhas de forças que vinham do princípio da centúria.Gregório de Matos constitue a imagem exponencial do que ajustou chamar de "escola baiana",porquanto ainda concorrem outros poetas para transformar Salvador em um antro de sensível ebulição literária(1724).O terceiro momento da poesia barroca corresponde,a primeira metade do século XVIII,quando entraram em moda as academias literarias e cientificas,a começar da Academia Brasílica dos esquecidos(1724).

Poetas acadêmicos:

João Brito de Lima

Gonçalo Soares da Franca

Sebastião da Rocha Pita

Bento Teixeira

Gregório de Matos

Manuel Botelho de Oliveira

Frei Manuel de Santa Maria de Itaparica,entre outros.

Gregório de Matos

Gregório de Matos e Guerra nasceu na data de 23 de dezembro de 1636.filho de pai português e mãe baiana ,teve boa educação,que os haveres paternos facultavam.Depois de frequentar o colégio da companhia de jesus,segue para a metrópole,onde se forma em leis,na universidade de Coimbra,no mesmo ano em que se casa em lisboa.Passa a viver da magistratura.Foi nomeado procurador de Salvador no ano de 1672,mas depois de dois anos é destituido.Sua mulher morre em 1678 e ele recebe ordens menores(1681)um ano antes de regressar ao Brasil,casa-se novamente,agora com Maria de Povos,e torna-se irmão da Santa Casa.A boêmia,porém, a que se entregara desde os anos de Coimbra impele-o a pôr de lado as ocupações de homem sério.Aos poucos,as suas sátiras mordentes e o seu viver sem regras comprometem-no perigosamente arrastando-o a perder a proteção de governadores e altos prelados.Até que acaba sendo exilado para Angola(1694).Retornando em 1695 para o Recife,ali falece no mesmo ano.

Prosa doutrinária

A prosa doutrinária foi cultivada entre nós durante a hegemonia da estética barroca,como reflexo da literatura que se produzia na metrópole, e resposta aos estimulos do meio tropical com a sua problemática diversificada e específica.Boa parte dos escrirores dessa natureza acabou sofrendo as vicissitudes porque passava a atividade cultural na colônia.Constituiam,as mais da vezes,em documentos acordantes com a politica de além-atlantico,mas ainda assim não puderam vencer as barreiras interpostas a toda atividade intelectual,fosse qual fosse.As obras,ou se perderam,ou permaneceram manuscritas e relegadas ao esquecimento.Por outro lado, as obras de doutrina teológica predominam sobre as de erudição ou pensamento laico, o que as afasta de uma história literária escrita. destacam-se:Ambrósio Fernades brandão,Diogo Gomes carneiro,André João Antonil.

Ambrósio fernades Brandão

Não se sabe coom certeza as datas e locais de nascimento e morte,provavelmente cristão novo e português,em 1583 teria vindo para o Brasil e aqui permanecido até o ano de 1618,foi arrecadador de dízimos do açucar,sob as ordens de Bento de santiago,e também foi senhor de engenho da paraiba.Capristano de Abrel considerou-o autor do Diálogos das Grandezas do Brasil,que foi durante muito tempo atribuidos a Bemto Teixeira.


Arcardismo

Somente a época simbolista apresenta complexidade semelhante á do movimento árcadico.Período de transição,para ela unem tendências vindas do século XVII, que teimavam em permanecer por dentro do resurgimento progamático de soluções quinhentistas e greco-latinas,e sobretudo, da invasão súbita de idéias sugeridas pelo iluminismo europeu por fim, frisar o polimorfismo cultural dessa época o fato de se desenrolarem acontecimentos históricamente relevantes :como a Inconfidência Mineira e a transladação da corte de D.João VI para o Rio de Janeiro. A multiplicidade pode ser percebida nas fases em que se pode fragmantar:a primeira,se inicia em 1768,quando Cláudio Manuel da Costa publica obras e projeta a organização de uma Arcádia ultra marina,á semelhança da Arcádia Lusitana(1756)e da arcádia Profana(1690),e desenrola-se até 1789,com a Inconfidência Mineira:vinte poucos anos caracterizados pelo arcadismo dito ou neoclassicismo.A segunda fase,decorrida até 1808,quando D.João VI muda para o brasil,marca a divulgação das idéias iluministas entre os arcádes mineiros.E a terceira fase,até 1836,quando principia o romantismo,exibe o surgimento de tendências anticlassicas,que permitem divisar nesses anos um tipo de pré-romantismo. Alegando as aparições renascentistas em favor da cultura greco-latina,parcialmente esquecida durante a idade média,o movimento arcádico tem como característica a refeição polêmica do barroco e o retorno ao classicismo. A época do Arcadismo,como se vê abrange quase 80 anos de uma atribulada e complexa vida politica,econômica,social,estética,entre outros;nela se registram vestigios barrocos,a inserção do neoclassicismo em meio a dementos rococóso impacto das propostas iluministas,o advento de um esteto de arte fundamental no sentimento,numa evolução em espiral que não se interrompa de todo em 1836.

Cláudio Manuel da Costa

Nasceu na Vargem do Itacolome Cercanias de Ribeirão do Carmo,mais tarde Mariana em 5 de junho de 1729.Filho de pai portugês e mãe brasileira,iniciou os estudos em Vila Rica,e depois seguiu para o Rio de Janeiro,onde estuda no colégio dos jesuitas durante sete anos (1743-1749),que foi quando alcançou o titulo de mestre em letras.Viaja para Portugal já formado,com o desejo de cursar faculdade de cânones em coimbra.Permanece fora da pátria cerca de 5 anos começa nesta altura sua carreiera poética.De volta a Vila Rica monta banca de advogado.Exerceu as funções de procuradores substituto da coroa e fazenda em 1760, depois passa a secretário do Governo da capitania,de 11 de agosto de 1762 a 3 de setembro de 1765.Em 1768,publica as obras,e a 4 de setembro,por ocasião da posse do conde de valadares no Governo da capitania,organiza uma academia.Em 1769 é nomeado juíz das demarcações de Sesmaria do termo de Vila Rica e nas funções se mantém até o ano de 1773. Torna-se amigo de Antônio Gonzaga,se envolve na conjuração mineira.preso a 25 de maio de 1789,enforca-se na casa dos contos,em vila Rica,para onde fora recolhido,a 4 de julho do mesmo ano.

Tomás Antõnio Gonzaga

nasceu em 11 de agosto de 1744 no porto.De ascendência brasileira pelo lado paterno,e portuguesa pelo lado materno,viaja com o pai para pernanbuco em fins do ano de 1751.Vai para Bahia em 1759,onde entra no colégio dos jesuitas.Depois de concluir o curso secundário em 1761 matricula-se em direito.Formado no ano de 1768,ingrssa na carreira da magistratura,indo servir em Beja como juiz de fora.Foi designado ouvidor-geral de Bila Rica em fevereiro de 1782 e em agosto parte para o brasil,de onde apenas sairia em 1792.Namora com Maria Joaquina Dorotéia de seixas,que imortalizaria,ao mesmo tempo que se desavám com Luís da Cunha Menesis,governador da capitania.È nomeado desembargador da relação da Bahia,em meados de 1786,mas resolve adiar a tomada de posse,provavelmente movido pelo desejo de não se afastar de Márilia.Depois de dois anos,obtém licença para se casar,enquanto a mudança do governo de Minas Gerais,agora nas mãos do visconde de barbacena,vem destacar os ânimos com a perspectiva da derrama.Deflagrada a inconfidência,recebe voz de prisão a 21 de maio de 1789 e é remetido ao Rio de Janeiro.foi condenado ao degredo em monçanbique,para lá segue em 25 de maio de 1792.Recebido como referência,logo refaz a sua vida,casa-se com Juliana de Souza Mascarenhasuma jovem de 19 anos analfabeta ,de familia aparentemente abandonada,e alcança ser promotor de defuntos e ausentes e mais tarde juiz da alfândega.faleceu nos principios de 1810.--GLAUBIA|GLAUBIA]] (discussão) 17h42min de 23 de novembro de 2012 (UTC)


Romantismo

1° Momento: O Romantismo teve ínicio na Escócia e Alemanha.Tem como característica a oposição ao classicismo.O surgimento das ângustias humanas foram causadas por emoções de auto-elevação,gerando depressão e morte.Houve também a descoberta da relatividade do tempo.

Na prosa: Pereira da Silva: Narrativas- D.João de Noronha(1840),Manuel de Morais,Crônica brasileira do século XVII,Aspásia(1873)

Varnhagen: O descobrimento do Brasil,Caramuru(1852)

Gonçalves de Magalhães:Amância

Joaquim Noberto: Poesias-Modulações Poéticas(1841),Canto Épicos(1861) e Flores entre Espinhos(1864)

Teatro: Clitemnestra e Rainha de Micenas(1846)

Prosa:As duas órfãs(1841),Maria ou Vinte Anos Depois(1844),Januário Garcia,O Testamento Falso(1852)

Joaquim Manoel Macedo: A Moreninha -No teatro:Drama e comédia

José de Alencar: Iracema,O Guarani(1857).Autor de maior volume de obras, considerado o maior autor do romantismo.Idealizador,imaginário, assim foi descrevido por Massaud Moisés.Criava também histórias infantis.Escrevia a partir da época de criança na sua vivência com a mãe.

2° Momento Romântico: Em meados dos anos 60 inicia-se a Guerra do Paraguai.A nação está liderada por D.Pedro II.

Teatro

Martins Pena:Dramaturgo,dedicou-se exclusivamente ao teatro.Suas peças e escritos são de caráter comediante.Nota-se nos diálogos,os quais Massaud Moisés coloca em seu livro, a ambiguidade proposital que causa risos na sociedade.Criou também dramas.

Qorpo-Santo:Marcado como gênio e louco.

Poesia

Álvares de Azevedo: Sem fundamentos reais,este poeta representava o cerebralismo.Escreveu 'A Lira dos Vinte Anos' onde a ideia de morte e Deus é presente.Sonhos,imaginação,fantasia compõem as suas características poéticas.

Fagundes Varela: Poeta lírico e construtivo da épica romântica.Apresentava as dores da pátria para ajudar a população.

Junqueira Freire: Vítima das contradições, foi marcado pelas poesias psicóticas.Suas criações dividi-se em dois momentos:Inspirações do Claustro e Contradições Poéticas.Este autor saiu do seu exercício de Monge para então adentrar em conflitos intrínsecos.


Inspirações do Claustro:Poesia religiosa;As angústias e alegrias de crenças do próprio autor.

Contradições Poéticas: Substituição da religião pelo amor.

Bernado Guimarães- Escreveu 'Escrava Isaura',onde há questões escravocatas.O ficcionista mostra-se contra o repúdio aos negros e a ascendência da aristocracia,que é também notável em outras obras como 'Os quilombolas'.

Manuel Antônio de Almeida- Dedicou-se ao livro Memórias de um Sargento de Milícias.O autor,Massaud Moisés identifica esta narrativa como novela,pela sua estrutura romântica.Trata-se de uma obra com semelhanças picarescas.

3° Momento romântico:Em aproximadamente 1970 ocorre o terceiro momento.A história política da época foi marcada pelo fim da ditadura no Paraguai para ser substituída pelo Partido Republicano.É o momento em que a lei áurea é decretada,ocasionando então a Abolição da escravaturas.Há também neste período secas que abalam a economia nacional.Dois movimentos surgem,O Positivismo e o da Escola de Recife,um contrapõe ao outro.O romantismo prossegue.

[[Usuário(a):--GabrielySantosBrito (discussão) 19h28min de 27 de novembro de 2012 (UTC)[Gabriely Santos]


Realismo e Simbolismo

Preliminares

A obra “História da Literatura Brasileira: Realismo e Simbolismo” do autor Massaud Moisés é a segunda da sua trilogia, dando continuidade a ““História da Literatura Brasileira: Das Origens ao Romantismo”, onde relata como surgiram esses movimentos e assim consequentemente, a chegada deles aqui no Brasil. O início de seu volume introduz um breve resumo do Romantismo (movimento anterior aos que serão tratados), descrevendo o seu período, o seu berço e suas características: encontrado o seu ápice na cultura francesa, cultuava o sentimento e a natureza. Logo após o breve resumo, explicita o primeiro foco principal da leitura, Realismo: o oposto do Romantismo, por ser não mais individualista, tratando de causas realistas de forma “negativa” e irônica. Citando Gustave Courbert considerado o inventor do realismo e pai do termo, por escandalizar quando foi recusado numa exposição universal, criando a sua própria exposição. Por volta de 1858, chegam as propostas de maior grau do nível literário no realismo com Zola - Theresé Raquin. “A íntima contradição em que flutuava a arte romântica pressupunha a necessidade de um movimento dialético para se efetivar, aparecendo na tese o sentimento e a idealidade, e na antítese o apelo à missão altruística que se impunham os homens de letras, e, portanto, o contacto com a realidade imediata. Exaurido o pólo egocêntrico, natural que buscassem o extremo oposto.” Ou seja, a necessidade e a consequência da transição Romantismo-Realismo. Lembra-se também das obras referentes a este período, Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis e Madame Bovary de Gustave Flaubert. Seguindo a leitura, vê-se que o realismo não acaba aí; ele se fortalece e nasce o Naturalismo, com características diferentes na prosa. Eles tinham uma visão mecanicista do homem, as obras referentes eram cientificistas e consideravam meios patológicos. “os naturalistas avançam para descrever as repugnâncias hospitalares, movidos pelo afã de levar a cabo o compromisso com a medicina experimental (...) Partem da hipótese de que as personagens, burguesas, padecem de enfermidades orgânicas, além de morais ou situacionais, enquanto os realistas preferiam atribuir-lhes causas de ordem educacional.” Por fim, diz-se os padrões naturalistas e realistas continuarem até 1922, com misturas do meio simbolista (segundo foco principal do livro).A seguir, trechos dos resumos da vida e da obra de alguns dos literários estudados por Massaud aqui. Aluízio Azevedo – nascido em São Luis do Maranhão em 14 de abril de 1857, começa sua trajetória literária com Urna Lágrima de Mulher (1880), seguido pelo O Mulato (1881), que lhe granjeia desde logo renome nacional. Dedica-se a intenso labor jornalístico e literário até 1896, quando, desgostoso de não poder optar pela segunda alternativa, abraça a carreira diplomática, certo de usufruir por seu intermédio os lazeres indispensáveis à elaboração serena de suas obras Serve em Vigo, Nápoles, Japão e Buenos Aires, onde falece a 21 de janeiro de 1913, deixando, além dos volumes mencionados, os seguintes romances A Condessa Vésper (1882, com o título de Memórias de um Condenado), Girândola de Amores (1882, com o título de Mistério da TIJUCO), Fúomena Borges (1884), Casa de Pensão (1884), O Homem (1887), O Coruja (1890), O Cortiço (1890), O Esqueleto (1890, de parceria com Olavo Bilac), A Mortalha de Alzira (1894), Livro de uma Sogra (1895), um livro de contos, Demônios (1893), um de crônicas e cartas, O Touro Negro (1938), e várias peças de teatro, em colaboração com Artur Azevedo e Emílio Rouè. Sua faceta romântica, representada pela obra inaugural e mais A Condessa Vês per, Girândola de Amores, Füomena Borges, O Esqueleto, A Mortalha de Alzira, desenvolveu-se à luz do folhetim Embora sem os exageros com que esse tipo de ficção se revestia nos começos do século XIX, as narrativas folhetinescas de Aluísio, produzidas com o intuito de sobreviver da pena, acusam o mesmo apelo à intriga pela intriga, ao inverossímil por vezes descambando no fantástico, ao escapismo, ao melodramático, à superficialidade dos caracteres e à estereotipia das situações Na verdade, trata-se de tributo à novela, no sentido em que a vimos empregando seqüência de células dramáticas, organizadas de acordo com os critérios de intensidade, protagonizadas por vários figurantes, em "aventuras". Machado de Assis - Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, a 21 de junho de 1839, filho de um mulato e uma lavadeira portuguesa. Estréia sua vida literária com um soneto, publicado no Periódico dos Pobres, de 3 de outubro de 1854. Com dezessete anos, ingressa como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, onde ganha a amizade de Manuel Antônio de Almeida. Em 1858, trava contacto com expoentes literários do tempo, e deles recebe estímulo para continuar a escrever. Passado um ano, entra no Correio Mercantil, como revisor e colaborador. Em 1869, casa-se com Carolina Xavier de Novais, e quatro anos mais tarde é nomeado primeiro oficial da Secretaria de Estado do Mi-nistério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Alcançada a estabilidade econômica, entrega-se à criação de sua obra, numa sucessão apenas interrompida pela morte. Enquanto isso, vai ascendendo na burocracia, chegando no fim da vida a diretor-geral da Contabilidade do Ministério (1902). Em 15 de dezembro de 1896 funda, com outros escritores, a Academia Brasileira de Letras, e torna-se o seu primeiro presidente. Coroado de glória e admiração, experimenta a mágoa de perder Carolina a 2 de outubro de 1904. Talento polimórfico, cultivou o romance: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva,(1874), Helena (1876), M, Manórias Póstumas de Brás Cubos (1881) Quinais Borba (1891), Dom Casmurro (1900)Esaú e Jacó (1904) Memoria,l de Aires (1908) entre outros. Entram e saem as modas, passa o tempo sobre todos os "ismos", e a estrela de Machado de Assis continua a brilhar, a emitir a mesma luz dum estranho planeta, progressivamente fortalecida pelas sucessivas provas a que tem sido submetida. Duas fases têm sido apontadas, convencionalmente, na carreira de Machado de Assis, a romântica, que enfeixa os romances desde Ressurreição até laia Garcia, portanto a criação literária entre 1870 e 1880; e a realista, após as Memórias Póstumas de Brás Cubas. Divisão esclarecedora, e de certo modo valorativa, dado que a segunda fase engloba as obras mais acabadas do engenho de Machado de Assis, não espelha, porém, toda a verdade. A rigor, se há predominância da pigmentação romântica nos livros iniciais, lá também se observam traços de heterodoxia, a revelar um temperamento que aderiu com reservas à estética romântica, e nele instilou a marca de inconfundível talento. Por outro lado, as duas fases se ligam por osmose, e não só aspectos da primeira transitam para a segunda, como naquela já se divisam pormenores caracterizadores desta. Os momentos da trajetória do escritor seriam assinalados por uma unidade ou continuidade, nada surpreendente se lembrarmos que a obra de qualquer escritor, por mais variação que apresente, é sempre dominada pelas mesmas forças-motrizes. As fases machadianas refletiriam, à luz dessa observação, as modulações ascendentes da mesma cosmovisão: na primeira, o escritor ensaia os passos iniciais, ainda vacilante acerca do rumo a perseguir, mas intui, por entre as brumas da incerteza, o alvo a atingir; e na fase seguinte, vencidos os tateios, amadurece a visão do homem e do mundo. Sucede, pois, que uma análise global da obra de Machado de Assis mostra, à saciedade, que a sua concepção da realidade já se desenha, ainda que embrionariamente, na primeira fase. Por fim, retrata o Simbolismo. Para demonstrar a lascívia pela anarquia, o satanismo, a depravação, as morbidezas, o pessimismo, o horror da realidade banal e etc., deu-se a criação de neologismos e adoção de vocábulos preciosos. Os chamados Decadentes usavam disso para fugir à realidade que se encontravam. Essa estética decadente impulsionou Beauclair e Vicaire a definirem o termo “decadente” como “simbolismo”, começando daí a dominação total após o manifesto de Moréas chegando ao apogeu em 1891, tanto na Europa quanto na América. Exprimindo o “eu-profundo”, “invadiam os desvãos onde reinam vivencias fluidas, pré-lógicas, inefáveis.” Criou-se uma nova linguagem , fundada numa gramática psicológica e num vocabulário equivalente, recorria a neologismos, emprego de arcaísmos e expedientes gráficos, se aproximando também da música. O movimento simbolista misturou-se ao parnasianismo: “O apego à forma deitava a fundas raízes em nossa tradição literária para ceder facilmente ao ímpetos renovadores do Simbolismo: herdeiros da cultura portuguesa e tendo recebido o modelo simbolista através do exemplo que vinha de Lisboa, não estranha que o gosto pela versificação rigorosa, clássica, estivesse arraigado entre nós. O Romantismo custou a romper os módulos neoclássicos, que vigoravam praticamente desde o século XVIII. E a vertente parnasiana, renegando o conteúdo sentimental da revolução romântica, pouco precisou fazer para que o culto da forma ganhasse aceitação, a ponto de, resistindo às tentativas de mudança, permanecer ainda por muito tempo...” (pág 260) Diferenciando-se da parnasianista na audácia dos versos. Na poesia, tinha enfoque no desespero existencial e o transcendentalismo teocêntrico/ocultista, representados por Cruz e Souza e seus discípulos. Abordando temas como: o misticismo cristão, o medievalismo e o lirismo na poesia de Alphonsus de Guimaraens. Cruz e Souza - João da Cruz e Sousa nasceu em Santa Catarina, 24 de novembro de 1861, de pai escravo e mãe alforriada. A quem seus pais serviam, emprestaram-lhe o sobrenome e lhe deram uma educação. Começou o talento poético cedo. Quando começou o magistério, publicou os primeiros versos. Em 1885, ele e Virgílio Souza publicam Tropos e Fantasias, breves narrativas, cromos, poemas em prosa, impregnados da “Escola Nova”. Cruz e Sousa então se juntou à Companhia Dramática Julieta dos Santos, com a qual viajou por diversos estados brasileiros. Esse contato com os rincões do país influenciou sua produção literária e permitiu-lhe conhecer as mazelas do povo. Em 1885, foi efetivado como redator no jornal catarinense O Moleque. O foco do jornal era a crítica política, e mais uma vez Cruz e Sousa atraiu inimigos pelos comentários que fazia contra os medalhões da época. Depois da extinção de O Moleque, ele passou a trabalhar no Abolicionista, que, como o próprio nome diz, fazia campanha pela libertação dos escravos. Nas décadas de 1950 e 1960, Cruz e Sousa sofreu perseguição inclemente de alguns críticos, que desqualificaram sua produção. Somente há alguns anos os especialistas resgataram as obras de Cruz e Sousa, conferindo-lhe o devido reconhecimento.

Emiliano Perneta

Emiliano David Perneta nasceu no Sítio dos Pinhais, arredores de Curitiba, a 3 de janeiro de 1866. Filho do português e cristão-novo Francisco David Antunes, adotara como nome de família o apelido que lhe inculcaram em razão do seu modo de andar: “ perneta” Emiliano vem para S. Paulo em 1883 e matricula-se na faculdade de Direito, onde se torna colega de Afonso Arinos, Paulo Prado e outros.

Alphonsus de Guimaraens

Alphonsus de Guimaraens, nome literário de Afonso Henrique da Costa Guimarães, nasceu em Ouro Preto, a 24 de julho de 1870. Em 1887 já namorando com sua prima Constança, ingressa no Curso complementar de Minas com o intuito de estudar Engenharia. A morte de Constança o faz entrar em profunda depressão, anos mas tarde morre sua filha também por nome de Constança o deita abatido de vez e em 15 de julho de 1921, fecha os olhos para sempre.

Prosa

Devemos estabelecer dois parâmetros diferenciar a poesia da prosa se em algum momento quando os prosadores corriam o risco de se afastar do Simbolismo para se aproximar do realismo ou romantismo, conseguiam o equilíbrio resultante da historia. A poesia em prosa essa fusão evidencia uma duplicidade de categorias literárias e esses dois vocábulos “vetores de sentidos opostos” em virtude do poema ter ligação direta com a “poesia”.

Conto a infiltração por parte da poesia impede de poder separar “o poema em prosa, ou a crônica poética do conto”.

Este trabalho esta assinado por Laysla Portela por não ter conseguido cria o login e também por mim Lindiam.


Lindiam Silva (discussão) 14h39min de 27 de dezembro de 2012 (UTC)Layslaportela (discussão) 15h09min de 27 de dezembro de 2012 (UTC)

Modernismo

Falar em Modernismo sem preocupar-se com sua definição é irrelevante, afinal, como lidar com essa complexidade de um termo tão usado atualmente e tão pouco compreendido? A Modernidade manifestou-se trazendo consigo diferentes olhares críticos da sociedade que aos poucos foi adaptando-se a “onda contemporânea” que assustou uns e encantou outros. Os diversos e distintos artistas do Modernismo trouxeram consigo uma necessidade de inovar, ir além e quebrar o padrão das antigas formas, sentiram que era preciso apostar com coragem e criar novas formas, porque as que existem não encaixam-se mais a sociedade contemporânea que cada vez mais busca pelo novo. Em seu livro “História da Literatura Brasileira- Das origens ao Modernismo”, o Massaud Moisés descreve historicamente o modernismos e as fases importantes que marcaram essa época, dando ênfase aos importantes escritores da época. Inicialmente, o autor faz uma apresentação do que é o modernismo e dos acontecimentos que marcaram essa fase. Um desses acontecimentos é a Semana de 1922, mais conhecida como Semana de Arte Moderna, ocorrida nos dias 13 a 17 de Fevereiro, onde aconteceram apresentações de nomeados e importantes escritores e suas obras. No ano de 1917 iniciou-se a fase final dos preparativos para a “Revolução Moderna”. No ano de 1922, nos dias 13 a 17 de Fevereiro inicia-se a Semana de Arte Moderna, dividida em três festivais, uma parte literária, uma musical e outra plástica. O primeiro dia do evento foi aberto com uma conferência do escritor José Graça Aranha; “A emoção estética na Arte Moderna”. A segunda fase constou uma conferência de Ronald de Carvalho; “A pintura e a escultura moderna no Brasil”. No terceiro dia do evento realizaram-se diversas apresentações, como a palestra do Menotti del Picchio, ilustrada por poesias e trechos de prosa pelo Oswald de Andrade, Luís Aranha, Sérgio Millet, entre outros artistas importantes. O escritor Mário de Andrade, proferiu uma palestra acerca da exposição de artes plásticas. O último dia do evento foi marcado por música, pintura, arquitetura, escultura e muita arte. O movimento modernista evoluiu desde os primórdios de sua origem ao longo de três ciclos ou momentos históricos correspondentes às mudanças sucedidas no contexto social da nação. O primeiro ciclo desenvolveu-se até o ano de 1928, quando o Oswald de Andrade lança o “ Manifesto Antropólogo”, publicando suas obras relevantes, entre elas, uma das mais conhecidas atualmente, “Macunaína de Mário de Andrade”. Principia-se aí o segundo movimento modernista, apresentando alguns nomes importantíssimos da literatura brasileira, tais como, Carlos Drummond de Andrade, e surge o romance social do Nordeste com Jorge Amado á frente. Com o término da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1945, inicia-se com a “Geração de 45”, o terceiro movimento modernista, conhecido como “Neomodernismo”. É imprescindível citarmos os nomeados artistas do Modernismo, que encantaram-nos com suas obras, entre eles, destacam-se:

- Primeiro momento modernista

Tasso da Silveira (1895- 1968), nasceu em Curitiba, é filho do poeta simbolista Silveira Neto, além de jornalista e deputado, exerceu o magistério universitário no Rio de Janeiro. Tasso da Silveira foi a figura central do grupo “Festa”, exercitou-se no teatro, na crítica e no ensaio. Mesmo destacando-se nas áreas do romance, do teatro e do ensaio, foi na poesia que Tasso alcançou o sucesso que lhe garantiu lugar nos quadros do Primeiro Momento Modernista.

Mário de Andrade, nascido em São Paulo no dia 09 de outubro de 1893, formou-se no Conservatório Dramático Musical. E nessa mesma escola, tornou-se professor de História da Música. No ano de 1917, estreou com a poesia, “Há uma gota de sangue em cada poema”, sob o pseudônimo de Mário Sobral. Exerceu intensa atividade em favor das ideias modernistas, enquanto ia publicando outros livros. Ao mudar-se para o Rio de Janeiro, foi nomeado diretor do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal, ao mesmo tempo em que colaborava com o Ministério da Educação. Em 1940 retornou a São Paulo, vindo a falecer em 25 de fevereiro de 1945. Publicando “Paulicéia Desvairada” em 1922 e “Macunaíma” em 1928, Mário de Andrade destacava-se no primeiro momento modernista , chegando a ser chamado de “papa do modernismo”, devido ao fato de dizer se identificar com o movimento de 22 a ponto de servir-lhe.

Oswald de Andrade, nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Formou-se no Ginásio de S. Bento, no ano de 1908. Identifica-se com o jornalismo. Em 1917 bacharela-se pela Faculdade de Direito de São Paulo e conhece Mário de Andrade e Di Cavalcanti, e juntos passam a lutar pelas ideias modernas. Com a Semana de Arte Moderna, Oswald de Andrade torna-se o principal dinamizador do movimento modernista. Em 1931, adere ao Comunismo, mas afasta-se em 1945, quando chega a fase recordatória do Modernismo, e candidata-se à cátedra de Literatura da Faculdade de Filosofia da USP, vindo a falecer em 22 de outubro de 1953. Oswald de Andrade se diversificou, embora nem tanto quanto Mário de Andrade, pela poesia, pela narrativa, pela crítica e pelo ensaio.

Menotti Del Picchia, nasceu em Itapira- São Paulo, em 20 de Março de 1892. Estudou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, vindo a formar-se em 1913. Exerceu diversas atividades, tais como jornalista, político, editor, fazendeiro, industrial, banqueiro, procurador geral do Estado de São Paulo. Sua obra vincula-se com nitidez ao clima da Belle Époque.

Manuel Bandeira, nasceu no Recife, no dia 19 de abril de 1886. Veio para São Paulo para estudar Engenharia, mas a tuberculose o impediu de continuar os estudos. Após várias tentativas de melhoras, foi para a Suíça em 1913, mas devido a deflagração da Primeira Guerra Mundial, regressa ao Brasil. Em 1917 inicia sua carreira de poeta. Mesmo não querendo participar da Semana de Arte Moderna, integra-se ao movimento modernista. Em 1938, foi nomeado professor de Literatura do colégio em que havia estudado quando pequeno, o Colégio Pedro II, e a partir de 1943, passa a ensinar Literatura Hispano-Americana na Faculdade Nacional de Filosofia. Pertenceu à Academia Brasileira de Letras, onde ingressou em 1940. Faleceu no dia 13 de outubro de 1968. Manuel Bandeira dedicou-se à história literária (Noções de História das Literaturas, Literatura Hispano-Americana), fruto de sua atividade docente, à biografia (Gonçalves Dias), ao ensino (De Poetas e de Poesia), à crônica (Crônicas da Província do Brasil, Flauta de Papel), ao memorialismo (Itinerário de Pasárgada).

Cecília Meireles, nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901. Órfã aos três anos de idade, foi educada pela avó materna. Formou-se na Escola Normal, no ano de 1917, dedicando-se ao magistério, à literatura e ao jornalismo. Em 1935 foi nomeada professora da Universidade do Distrito Federal, vindo a falecer no dia 9 de novembro de 1964, na cidade do Rio de Janeiro.

Jorge de Lima, nasceu em 23 de abril de 1893 em Alagoas. No ano de 1908 vai para Salvador com o intuito de estudar Medicina. Torna-se conhecido graças à publicação do poema: “O Acendedor de Lampiões”. Transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde termina o curso de Medicina, retornando a Maceió, onde permanece até 1930, dividido entre a clínica, a política e o magistério. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde conserva os seus interesses, atuando como clínico, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e vereador, vindo a falecer no dia 15 de novembro de 1953, na Capital Federal.


-Segundo momento modernista Prosa

José Américo de Almeida, nasceu no ano de 1887 e faleceu no ano de 1980. O estilo, procurando modernizar-se, refletir a linguagem falada, acentua, por contraste, a feição romântica da narrativa. Os romances de José Américo de Almeida parecem constituir uma verdadeira trilogia em torno das secas.

Raquel de Queirós, teve como obra mais importante, “O Quinze”, escreveu-o aos dezenove anos de idade, com o intuito de defender e referir-se as mulheres que se dedicam às Letras, arriscando-se a imaginar e escrever narrativas extensas. A autora além de escrever romances, dedicou-se também na escrita de duas peças teatrais (Lampião, 1953; A Beata Maria do Egito, 1959), com a mesma força dramática e segurança com que escrevia seus romances.

Peregrino Júnior, nasceu no ano de 1898 e faleceu em 1983. O autor João Peregrino da Rocha Fagundes Júnior, agiu como “Doublé” de médico e literato, publicando obras nessas duas direções.

José Lins do Rego Cavalcanti, nasceu na Paraíba, no dia 03 de julho de 1901. Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife, no ano de 1923. Após ocupar o cargo de promotor num cidade de Minas Gerais, o autor mudou-se para Maceió, onde conviveu com Graciliano Ramos, Jorge de Lima e Raquel de Queirós. Autores modernos, o José Lins do Rego e Jorge Amado construíram obras paralelas, mas que, apesar da semelhança e contraste, se iluminam distintamente. O José Lins do Rego se conduzia por uma visão estética, não-participante, da Literatura e da realidade.

Jorge Amado, nasceu no dia 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, localizada no sul da Bahia, no município de Itabuna. Estudou em Ilhéus e depois na capital Salvador, foi quando sentiu o seu dom literário. Bacharel em Direito no Rio de Janeiro, entregou-se posteriormente à vida jornalística. Nenhum escritor brasileiro alcançou, como Jorge Amado, tanto prestígio dentro e fora de nossas fronteiras.

Graciliano Ramos, nascido no dia 27 de outubro de 1892, em Alagoas. Casou-se, abriu uma loja de fazendas em 1915, cinco anos depois enviuvou-se, iniciou a redação de Caetés e em 1927 elegeu-se prefeito. Renunciou-se ao cargo de prefeito, foi nomeado diretor da Imprensa Oficial de Alagoas em 1930, seis anos depois, foi preso por suas ideias políticas e solto meses após. Graciliano faleceu no dia 20 de março de 1953, publicando em vida, romances importantíssimos, tais como, Caetés (1933); Angústia (1936); Vidas Secas (1938), entre outros.

Érico Veríssimo nasceu no Rio grande do Sul, em 17 de dezembro de 1905. Em 1932 publicou "fantoches"' livro de contos e peças de teatro, e em 1993, a narrativa que lhe definiu p destino, "Clarissa". Sua ficção guarda um viço, comoção, uma autenticidade, um alto sentimento de humano, que não é fruto da técnica ou do estilo.

Ciro dos Anjos, autor de três romances, o Amanuense Belmiro (1937); Abdias (1945) e Montanha (1956), também emveredou-se pelas memórias e pelo ensaio.

Orígenes Lessa. Sua literatura destaca-se pela narrativa longa. Como contista, é o escritor despretensioso por excelência, não sendo incluído somente na categoria dos autores de entretenimento do jeito com que maneja a língua e com que trata dos mais diversos assuntos. É um escritor ligado à velha tradição da arte de cantar, sua literatura não obedece às modas.

Lúcio Cardoso nasceu em Minas Gerais em 14 de agosto de 1913. Das diversas e distintas faces da obra de Lúcio Cardoso, a primeira é a que lhe fixou o nome nos quadros da modernidade. Sua carreirade romancista iniciou-se em 1934, sob a influência do rolmance social de 30. Diferindo dos conteporâneos adeptos da prosa intimista, Lúcio Cardoso destacou-se por seu intinerário.

Carlos Drummond de Andrade(1902-1987) O maior poeta de nossa modernidade e um dos primeiros na evolução literária nacional, no mundo da língua portuguesa, assim como de toda a nossa história literária, cultivando ao longo de sua carreira, o conto, a crônica e a poesia, sempre num alto nível de inventividade e expressão. A crônica, libertária por natureza, focaliza - lhe o perfil dum ângulo apenas sugerido pela poesia: o do humor, no sentido britânico do termo, encarando as matizes fundamentais do nosso Modernismo. Sua obra atravessa praticamente todas as modalidades do poética pós 22. Entre 1922 e 1930, o poeta praticava o poema-piada, “um dos maiores defeitos a que levaram a poesia brasileira contemporânea.” A visão épica do mundo era uma das marcas drummondianas mais visíveis e distintas. Outro aspecto da poesia dessa fase, ainda vinculado ao ímpeto revolucionário modernista é o coloquialismo, o culto da banalidade ou do pensamento desativado e cotidiano. A segunda fase de sua carreira é assinalada pelo engajamento lírico e mais tarde político. Terminada a Segunda Guerra Mundial Carlos Drummond de Andrade volta-se para a Espanha e aos temas recorrentes de sua poesia: o cotidiano, a Natureza, o amor, o tempo, voltados para a indagação do mistério da existência. Sua poesia evolui por círculos em expansão, avançando por caminhos inicialmente vislumbrados: a depuração do mesmo evidencia a diferença, ingressando assim na quarta fase de sua carreira, tomada pelo experimental. Tendências Contemporâneas

POESIA GERAÇÃO DE 45

O clima de mudança pós 45, decorrentes do término da Segunda Guerra Mundial seria refletido pela poesia mais do que pela prosa, manifestando a crítica praticamente unânime em reconhecer o clima poético. Alguns autores foram muito importantes na representação da geração emergente. Um dos mais ousados em considerar encerrado o ciclo modernista, foi Tristão de Ataíde, propondo o designativo de “Neomodernismo” para as novas tendências. Em Agosto de 1959, foi realizada na Universidade do Ceará uma conferência intitulada de “O Modernismo e a Geração de 45”. Domingos de Carvalho assegurava que: “A geração de 45 encarou a poesia- não como uma aventura individual do talento de cada poeta- mas como uma arte a ser conquistada, com obediência a princípios teóricos, pois sem estes não há edifício artístico ou literário que vá além da improvisação. Na elaboração do poema, o poeta de 45 não se prende apenas ao seu corpo total, mas ao de cada estrofe, de cada verso, de cada palavra, de cada sílaba, de cada som.” Os de 45 reagiram contra os excessos de 22, como, o poema-piada de Carlos Drummond, desleixo formal, o prosaísmo, o falso brasileirismo de linguagem, o que se pretendia era restaurar a poesia, livre de tais descomedimentos e naturalidade, derivando soluções que lembram o passado, entendido não apenas como das décadas anteriores à Semana de Arte Moderna. A geração de 45 é heterogênea, não só por abrigar individualidades, senão por enfeixar os autores aparecidos pós 45, alinhados ou não com o grupo de S. Paulo, aderindo ou não as suas propostas. Por outro lado é uma geração ambígua. A Semana de Arte Moderna fora paulista, e ao falar em 1922, lembra-se dos moços de S. Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e outros estados presentes na época. A geração de 45 é produto paulistano na sua fase inicial, inserindo analogias figuras de outras regiões. Destacam-se nessa fase:

Péricles Eugênio da Silva Ramos (1919-1922) Publicou seu primeiro livro de versos em 1946. Sua dicção poética é caracterizada pelo signo da serenidade, que a alguns pareceu dever-se ao neo-parnasianismo que atribuem à geração de 45, mas é um indício de uma espécie de classicismo helenizante. O poeta respira ancestralidade, estética ou ética, manifestada no encontro das raízes pessoais.

Lêdo Ivo (1924-?) Autor de copiosa produção, repartida em poesia, uma eloquência de diverso tom e amplitude orienta-lhe os versos. A torrencialidade verbal do poeta alagoano escapa de ser caracterizada como romântica por uma contensão que não é de exclusivo recorte formal. Sem menosprezar a tradição clássica, camoniana, Lêdo Ivo pulsa entre o moderno e o antigo. O quadro de sua poesia se completa com acenos de poesia participante e com os poemas de viagem, menos tensos e menos fecundos.

Moacir Félix (1926-?) Sua produção poética é diversa nos temas e nas formas. O fundo suporte de seu lirismo, onde se pode discernir pigmentações várias, desde as românticas até as surrealistas reside na poesia de cunho social.

Geir Campos (1924-?) Poeta essencialmente lírico, que tem por características “o amor, o mar, a paisagem, e, sobretudo o ser no mundo”, identifica-se por sua concretude, o voltar-se para o mundo físico, em busca não de uma verossimilhança fotográfica, mas sim de uma claridade outra, inteligível. Nele a forma é uma obsessão, como se lutasse por aprisionar a Forma, ideia equivalente à Ideia platônica, os limites do poema.

Tiago de Melo (1926-?)Inicialmente a brevidade lhe preside o romântico, poesia despojada, uma espécie de antieloquência que vem do pensamento de dominar a emoção. Existe certo filosofismo, moralismo que arrasta o poeta a uma torre de marfim devido a natural comunhão com os semelhantes. Sua poesia é de um artesão que constrói os versos a pensar, perdido, nos “labirintos do tempo”.

Manuel de Barros (1917-?) Sua poesia baseia-se na observação das coisas simples do dia-a-dia, mesmo aquelas que o rigor parnasiano diria não serem poéticas, essa dicção própria que faz lembrar a poesia inventiva de Guimarães Rosa. O poeta “abre suas asas” livremente como se reproduzisse o voo dos pássaros movido peal ideia de que a “poesia é a ocupação da palavra pela imagem /- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser”, “o sentido normal das palavras não faz bem ao poema”. Resulta-se uma poesia inusitada, surpreendente de beleza e com uma conotação surrealista.

Anos 60

Os anos 60 foram marcados pelo prolongamento das tendências poéticas inauguradas nas décadas anteriores, não dando espaço para o surgimento de uma nova geração, e pelo desenvolvimento de um tipo de poesia, reagindo contra o clima de restrições às liberdades democráticas. O caráter efervescente da época se manifestará por meio das vanguardas, tendo em vista o domínio da cena literária. Escritores importantes da época:

João Cabral de Melo Neto (1920-?) Estreia em 1942, cortando as amarras com o modernismo de 22/30, e, se integrando ao agrupamento dos poetas surgidos com a II Grande Guerra. O primeiro ponto a observar em suas obras é a presença de um lirismo típico, por meio do qual o poeta confessa um sentimento pessoal, e o segundo aspecto envolve as nota surrealistas. O toque lírico não pode ser de um poeta derramado, expansivo, que continuará pulsando aos subsolos do poema, apesar da atração pelo suicídio. Já o impacto surrealista é mais atmosférico, e permanecerá tão vivo, possibilitando reconhecer suas obras.

PROSA

Clarice Lispector (1920- 1977) Apesar de ser romancista e contista, Clarice Lispector também escreveu crônica, mesmo não sendo a expressão adequada do seu talento. Em suas obras a autora trata de vários assuntos, falando sempre de si própria, como se continuasse a criar ficção, expondo-se na vitrina do jornal como se palmilhasse mundos ilusórios: crônicas de uma ficcionista obcecada pelo “eu”. Três maneiras podem ser vislumbradas na carreira de Clarice Lispector: 1ª) a espontânea, pura sensibilidade que se plasma em narrativa em torno da perplexidade existencial; 2ª) a consciente, ou elaborada, em que a matriz sofre o caldeamento do trabalho artesanal; 3ª) o retorno à impulsividade, já agora mais madura trabalhada pelas difíceis experiências que a vida lhe apresentou. Tudo se baseia como se as suspeitas vagas, indigestas, da adolescente hipersensível e imaginativa, se confirmasse na idade adulta. Participando do realismo mágico, a ficção de Clarice Lispector encerra uma cosmovisão desalentada para qual não há escapatória possível num horizonte sem mitos, salvo por acaso, no interior da Arte: sua ficção denuncia, com a veemência e verossimilhança do espaço encantador que constrói, a hesitação de uma civilização no ocaso onde a Vida parece vazia de significado, assediada, sem trégua por uma alienação vizinha da cegueira apocalíptica.

Guimarães Rosa (1908-1967) A bibliografia crítica a seu respeito já se ombreia com a de outros nomes de primeira plana exceção feita de Machado de Assis. A trajetória de Guimarães Rosa percorre uma curva senóide cujo ápice é assinalado por Grande Sertão: Veredas. Enorme impacto provocou o aparecimento dessa obra: os leitores e os críticos, tomados de perplexidade e assombro, mal sabiam como encarar aquela estranha narrativa, diferente de tudo o que se produziu nos anos 50 e do que o próprio autor publicara anteriormente. O autor usa o artifício da oralidade para fisgar o leitor, logo sua obra não é uma narrativa oral; é visual.

Carlos Heitor Cony (1926-?) Baseia sua ficção na experiência dos anos do seminário, que abandonou em 1945, bem como a consciência aguda dos dramas existenciais determinados pelas obsessões sexuais em conflito com os valores morais e religiosos. Com uma virulência, refletida no estilo desafetado, franco, de recortes coloquiais faz o balanço da pequena burguesia urbana decadente, uma espécie de microcosmos da condição humana, não sem apelar para lembranças autobiográficas de permeio com o testemunho da ordem ética e política reinante dos anos 60. Ultimamente se dedicou mais ao jornalismo.

Nélida Piñon (1935-?) Estreou em 1961 vindo reforçar as mudanças no nouveau roman, com uma narrativa caracterizada pelo fragmentário, como se utilizasse a técnica da colagem ou do guia-mapa, numa progressão em que cada vez mais o social histórico invade a teia de sua ficção.

Adonias Filho, natural da Bahia, nasceu em 1915 e veio a falecer no ano de 1990. Esperou três anos para publicar em 1946 o seu livro ficcional: Os Servos da Morte. Redigiu em 1938 a obra: Corpo Vivo, e publicou-a em 1938 após cautelosa remodelação. Publicou Memórias de Lázaro em 1952 completando uma trilogia nada regionalista apesar de serem ambientadas na zona cacaueira de Itajuípe. Alguns consideram Corpo Vivo como sua obra-prima. De um romance para outro pode-se observar o despojamento do estilo. Publica ainda O Forte em 1965, Os Contos de Léguas da Promissão em 1968, Luanda Beira Bahia em 1971 e os romances: As Velhas em 1945; O Largo da Palma em 1981 e Noite sem Madrugada em 1983.

Autran Dourado nasceu no ano de 1926 e sabe representar bem a ficção mineira. Inaugura em 1947 uma narrativa de nome: Teia, procedida por Sombra e Exílio em 1950 e Tempo de Amar em 1952. Publicou Três Histórias na Praia em 1955 e Nove Histórias em Grupo de Três em 1957, mas foi com sua obra A barca dos Homens em 1961, parodiada assumidamente dA História Trágico-Marítima que são relatos de náufragos da época dos Descobrimentos, que ele atingiu um dos pontos altos da sua carreira. Vida em segredo (1964) foi alvo de críticas e Ópera dos Mortos (1967) foi responsável pelo ápice na carreira do autor.

Lygia Fagundes Telles sendo da Capital de São Paulo , nasceu no ano de 1923 . De início lançou o livro de contos Praia viva em 1944 e posteriormente O Cacto Vermelho (1949), Ciranda de Pedra (1954), Histórias do desencontro (1958), Verão no Aquário (1963), Histórias Escolhidas (1964), etc. Lygia F. Telles tem preferência pela “arte do desencontro” e suas obras têm como marca essencial o detalhamento entre realista e “literário”, entre o documental e imaginário; “cultiva uma espécie de realismo, ora de intenções fotográficas ora sensíveis ao mágico”.

Rubem Fonseca nasceu em 1925 no estado de Minas Gerais. Publicou várias obras no Brasil como Os prisioneiros (sua primeira obra lançada em 1963), A coleira do cão (contos, 1965), Lúcia McCartney (contos, 1967), O caso Morel (romance, 1973), etc, sendo algumas obras traduzidas para outras línguas. Seus contos e até mesmo os romances possuem um aspecto realista feroz, violento e cruel, imerso em palavrões expressivos.

Sérgio Sant’Anna nasceu em 1941 no Rio de janeiro, porém mudando-se para o estado de Minas Gerais suas obras adquirem aparência mineira. Participou do grupo Estória (1966). Suas obras destacam-se em contos como: O sobrevivente (1969), Notas de Manfredo Rangel, repórter (1973); Romances: Confissões de Ralfo (1975); Poesia: Simulacros (1977), Peça de Teatro: Um romance de geração (1981).

Rubem Braga é natural de Espírito Santo e nasceu em 12 de janeiro de 1913. Mesmo sendo apenas cronista pode-se afirmar que foi “o único escritor a conquistar um lugar definitivo na nossa literatura exclusivamente como cronista”. Seu primeiro livro, "O Conde e o Passarinho", foi publicado em 1936 e depois vieram O Morro do Isolamento em 1944, Com a FEBoça em 1957, 100 Crônicas Escolhidas em 1958, Ai de ti, Copacabana em 1960, etc. Rubem Braga ameniza a realidade trágica do dia-a-dia do ser humano com um tempero de poesia compreensão/compaixão. Apresenta uma característica lírica romântica e utilizando-se do humor disfarça o seu sentimentalismo. “A força literária das crônicas de Rubem Braga residiu nessa harmonia dos contrários, que a linguagem desenvolta, cristalina, reafirma e reflete, deixando em evidência um caráter vigoroso, instintivo, natural, razões evidentes para o lugar que ocupa nos quadros do nosso Modernismo”.

Fernando Sabino nasceu em 12 de outubro de 1923 no estado de Minas Gerais, precisamente em Belo Horizonte. Seu primeiro lançamento literário, sendo ele um livro de contos, “Os Grilos não Cantam mais”, é publicado em 1941. Além de "O Encontro Marcado", 1956, editado no exterior , suas principais obras foram "O Homem Nu" (1960), "O Menino no Espelho" (1982) e "O Grande Mentecapto" (1979). Assim como Rubem Braga, Fernando Sabino utiliza-se da crônica para sintetizar uma percepção cômica extraída do cotidiano banal.

J.J. Veiga, nascido em Goiás no ano de 1915, iniciou sua carreira com o livro de contos O Cavalinho de Platiplanto que não foi muito divulgado, porém rendeu a seu autor uma premiação. Lançou no ano de 1996 A hora dos Ruminantes e posteriormente A máquina extraviada (1968), Sombras de Reis Barbudos (1972), Os Pecados da Tribo (1976), De Jogos e Festas (1980), Aquele mundo de Vasabarros (1982), etc. Possuía um vinculo à visão, ou à imaginação, infantil.

Adélia Prado nasceu em 1936. Publicou livros em prosa como Solte os cachorros (1979), Cacos para um vitral (1980), Os componentes da banda (1984) e em poesia como Bagagem (1976), O coração disparado (1978), Terra de Santa Cruz (1981), O Pelicano (1987), A Faca no Peito (1988).

Ariano Suassuna nasceu em 1927. Publicou em 1971 o livro Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Vai-e-Volta tendo por subtítulo “Romance armorial-Popular brasileiro”. Em 1976 lança Histórias d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: Ao Sol da Onça Caetana tendo também um subtítulo de nome” Romance Armonial e a novela Romançal Brasileira”. Essa tríade tem por estrutura o Romance de cavalaria medieval, onde este caráter épico , heroico, mítico se assemelha à obra Grande Sertão: Veredas.

João Ubaldo Ribeiro nasceu no ano de 1941. Tem como característica a literatura de inflexão política, da denúncia e da ação social. Explora um regionalismo nordestino, contudo de uma aparência bahiana. Sua primeira obra foi o romance Setembro não tem sentido lançada em 1968 despertou pouco interesse do público. Porém o seu livro Sargento Getúlio (1971) foi que lhe privilegiou um imediato prestígio. Vence cavalo e o Outro Povo (1974), Vila Real (1979), Livros de Histórias (1981), Viva o povo Brasileiro (1984), O Sorriso do Lagarto (1994).

Márcio Souza nasceu em 1946. Seu primeiro livro tendo como título Galvez, Imperador do Acre que é uma mistura de sátira de costumes, picardia e crítica política. Na obra Mad Maria (1980) ele aborda a construção da ferrovia Madeira Mamoré que matou milhares de trabalhadores. Márcio Souza também escreveu peças de teatros como Tem Piranha no Pirarucu e As Folias do Látex.


--Taty dos Santos (discussão) 18h14min de 8 de novembro de 2012 (UTC)--Ingrid Mendes Silva (discussão) 18h17min de 8 de novembro de 2012 (UTC)--Laise Gonçalves (discussão) 18h19min de 8 de novembro de 2012 (UTC)


Categoria:Professores da Universidade de São Paulo Categoria:Academia Paulista de Letras