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Usuário(a):Alana da Rosa/Testes

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A conspiração dos negros Haussás de maio de 1814, em Salvador Bahia de Todos os Santos, é apenas um de uma série de levantes que datam desde o ano de 1807, protagoniados por indivíduos dessa etnia. Vindos forçosamente ao Brasil através do tráfico transatlântico, muitos embarcaram na região conhecida como Costa da Mina, no golfo do Benim, porção do litoral da África Ocidental. Prisioneiros de guerra em consequência do acirramento de conflitos religiosos nos territórios haussás na África, sobretudo a partir de 1804 quando é iniciada a jihad fulani-haussá por Usuman dan Fodio, muitos eram levados até a costa para serem negociados com traficantes e embarcados com destino à Bahia. A partir de então, o número de sujeitos dessa etnia cresce cada vez mais na Bahia buscando suprir a demanda por mão de obra escravizada nos engenhos de cana de açúcar e fumo, no Recôncavo, devido à alta demanda daquele produto após o fim da Revolução Haitiana, pois o Haiti (colônia francesa de Saint-Domingue) era o principal exportador de açúcar do período.

Sujeitos participantes[editar | editar código-fonte]

  • Haussás: escravizados e libertos haussás que viviam em Salvador e no Recôncavo baiano nos engenhos de açúcar e fumo.
  • Germano: cativo de José Ferreira e quem ouviu uma conversa sobre a conspiração quando estava no porto.
  • Jerônimo: cativo de José Ferreira e acompanhou Germano entre o grupo de sublevados
  • José Ferreira: senhor de Germano e Jerônimo, cativos que orientou para que se infiltrassem no movimento para obter informações.
  • Antonio Garcez: Desembargador

A Conspiração[editar | editar código-fonte]

Pensada por negros haussás, em sua maioria escravizados, mas também libertos, ainda com a indicação de presença indígena, a conspiração do grupo era vista pelos sublevados como uma "guerra contra os brancos desta cidade". A partir dessa motivação e da constante desigualdade e exploração experienciadas, os membros do grupo tentavam arregimentar mais indivíduos da mesma etnia para o levante, afirmando que todos os negros da cidade sabiam da proposta e deveriam guardar segredo, cuidando quando estivessem na presença de senhores brancos e outros. Planejada para acontecer na véspera de São João, no dia 23/06, aproveitando-se da movimentação e dos barulhos dos festejos na cidade, os revoltosos seguiriam os seguintes passos:

  1. Matar quem estivesse fazendo a guarda da Casa de Pólvora do Matatu, região próxima de Salvador, pegar o máximo de pólvora que conseguissem e molhar o que ficou para trás, inutilizando o restante.
  2. Até chegar ao quilombo para se abrigar, nos matos ao redor de Salvador, matariam o que estivesse pelo caminho, sem que tais notícias chegassem na cidade.

Para colocar o plano em prática, muito teve de ser feito, a começar pelos objetos de defesa como flechas feitas de ferrões e taquaras, armamento; e mantimentos como carnes do sertão e de sol e gado.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • REIS - Entre parentes: nações africanas na cidade da Bahia, Século XIX. In: MARQUES, Guida; SILVA, Hugo R.; SOUZA, Evergton Sales (Org.). Salvador da Bahia: retratos de uma cidade atlântica. Salvador; Lisboa: EDUFBA; CHAM, 2006. p. 273-312.
  • SCHWARTZ, Stuart. Cantos e quilombos numa conspiração de escravos haussás – Bahia, 1814. In: REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos (Org.). Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 373-406.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Revolta dos Malês

Hauçás