Usuário(a):AlexRGuevara/Língua turiaura

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Turiuara
Outros nomes:Turiguara, Turiwára
Falado(a) em:  Brasil (Pará)
Região: Rio Acará-Mirim, perto de Tomé-Açu
Total de falantes: Nenhum falante nativo conhecido.
Família: Tupi
 Tupi-guarani
  Ramo IV[1] ou ramo V [2] das Línguas tupi-guaranis
   Turiuara
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: twt

A língua turiaura, turiguara ou turiwára é um idioma pertencente à família tupi-guarani. Atualmente não se tem conhecimento de nenhum falante com proeficiência, tendo o último morrido ou sido assimilado a outra comunidade nos anos 80, mas como ainda tem usos sociais entre o povo turiauara, se considera uma língua dormente, ainda que em vias de extinção.[3][4] Os poucos turiauaras seriam falantes hoje do tembé, idioma de outro grupo indígena com o qual conviveram historicamente[3][5]

Classificação[editar | editar código-fonte]

O idioma faz parte da família das línguas tupi-guaranis, mas seu pertencimento ao ramo IV (línguas tenetearas) ou ramo V (línguas xingus) da mesma varia de acordo à fonte, com o Ethnologue a categorizando no quarto ramo, enquanto Rodrigues e Cabral (2012)[6] o fazem no quinto.

Gramática e Fonologia[7][editar | editar código-fonte]

Algumas características do idioma que o distinguem de daqueles pertencentes a outros subconjuntos dentro da família tupi-guarani [nota 1]:

  • Perda parcial das consoantes finais
  • Fusão de *t[ʃ] e *ts, ambos mudados em h ou zero
  • Mudança de *pw em kw
  • Mudança de *pj em s
  • Conservação de *j

Vocabulário[8][editar | editar código-fonte]

Português Turiuara
Boca Jurú
Mão Nepó
Nepýi
Olho Nerehá
Cabeça Neakánga
Água, rio Ýa
Pedra Itá
Fogo Tatá
Homem Awá
Mulher Kuñâ´
Macaco Kaí
Muito Hetá
Pouco Nahetái

Notas

  1. Rodrigues (1985) distingue oito subconjuntos dentro da família, atribuindo características em comum a cada um deles. O turiuara pertenceria ao VIII, ao lado do oiampi, amanaié e urubu.

Referências

  1. RODRIGUES, Aryon Dall'Igna; ARRUDA CÂMARA CABRAL, Ana Suelly (2012). «Tupían». The Indigenous Languages of South America: A Comprehensive Guide. Berlim: Walter de Gruyter. pp. 495–575. ISBN 311025803X 
  2. Eberhard, David M.; Simons, Gary F.; Fennig, Charles D., eds. (2023). «Turiwára - Ethnologue: Languages of the World. Twenty-sixth edition». Ethnologue (em inglês). Texas: SIL International. Consultado em 16 de maio de 2023 
  3. a b Eberhard, David M.; Simons, Gary F.; Fennig, Charles D., eds. (2023). «Turiwára - Ethnologue: Languages of the World. Twenty-sixth edition». Ethnologue (em inglês). Texas: SIL International. Consultado em 16 de maio de 2023 
  4. «What is the difference between a dormant language and an extinct language? | Ethnologue». web.archive.org. 2 de janeiro de 2022. Consultado em 16 de maio de 2023. Arquivado do original em 2 de janeiro de 2022 
  5. CarlosAlberto Ricardo, (coordenador geral), ed. (1985). Povos Indígenas no Brasil (PDF). Sudeste do Pará (Tocantins). 8, tomo II. São Paulo: [s.n.] p. 171. 227 páginas 
  6. RODRIGUES, Aryon Dall'Igna; ARRUDA CÂMARA CABRAL, Ana Suelly (2012). «Tupían». The Indigenous Languages of South America: A Comprehensive Guide. Berlim: Walter de Gruyter. pp. 495–575. ISBN 311025803X 
  7. Rodrigues, Aryon Dall’Igna (1985). «Relações internas na família linguística Tupí-Guaraní». Revista de Antropologia. 27/28: 33-53. Consultado em 17 de maio de 2023 
  8. Nimuendajú, Curt (1914). «Vocabularios da Lingua Geral do Brazil nos dialectos dos Manajé do Rio Ararandéua, Tembé do Rio Acará Pequeno e Turiwara do Rio Acará Grande, Est. do Pará». Zeitschrift für Ethnologie. 46: 615-618. Consultado em 17 de maio de 2023