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Usuário(a):Ana C. P. Dias/Testes

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A Diversidade Sociocultural: As várias realidades do Jardim da Luz[editar | editar código-fonte]

1. A Elite Paulistana[editar | editar código-fonte]

A origem do nome do bairro da Luz surgiu graças a devoção de um minerador, Domingo Luís, conhecido como “carvoeiro”, que construiu uma capela dedicada a Nossa Senhora da Luz, na região conhecida como Guaré. Em épocas de chuva, os rios Tamanduateí e Tietê transbordavam e inundavam o local conhecido como Campo de Guaré ou caminho do Guarepe (matas em terras molhadas, do tupi-guarani) que era formado por inúmeras fazendas de gado Com o passar do tempo, os pântanos foram aterrados, pontes construídas e em 1798 pela Ordem Régia da Coroa Portuguesa houve a intenção de se criar o Jardim da Luz, onde um documento real ordenava a fundação de um horto botânico em São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro. Dois anos mais tarde nasceria o parque. Mas apenas em 1825 após a sua primeira reforma o parque ganha status de Jardim da Luz, concebido para o deleite da aristocracia paulistana, São Paulo recebeu pela primeira vez um espaço com água, árvores, estátuas, e local de contemplação da natureza para passeio público. Na verdade, o parque só se tornou popular depois de mais algumas reformas que incluíram iluminação pública, bancos, coretos, água encanada. A população paulistana, portanto, passou a frequentar o parque regularmente. Segundo Resende (2011), a abertura do Jardim da Luz resultou no primeiro reduto de lazer para os paulistanos e foi um dos pontos iniciais para o seu desenvolvimento urbano. Nos finais de semana ensolarados o parque recebia homens e mulheres bem trajados, com seus filhos e suas amas para brincarem e tomarem sorvete ao ar livre, ali era a porta de entrada de São Paulo e os administradores e comerciantes queriam que fosse um lugar agradável; esse conceito de um ponto de encontro com lazer, diversão e natureza não existia nas cidades brasileiras daquela época. Em 1860, Barão de Mauá associado a investidores ingleses, iniciou a construção da ferrovia The São Paulo Railway, que escoaria a produção cafeeira do interior para o Porto de Santos e em 1865, a Estação da Luz foi inaugurada. A região ganhou melhorias como as linhas de bonde para melhorar o acesso à Estação da Luz e com isso a acessibilidade ao Jardim da Luz também foi ampliada.

2. A Decadência[editar | editar código-fonte]

Com a urbanização desordenada veio a degradação da região do centro da cidade de São Paulo e a partir da década de 1970, o parque ficou entregue à prostituição e as drogas. Boa parte dos frequentadores se afastaram do local que passou a ser considerado uma região perigosa. Segundo Santos e Miotto (2003), o processo desordenado de formação e crescimento das cidades brasileiras não garantiu espaço para uma ocupação planejada do solo urbano. A consequência deste problema aparece na forma de disfunções urbanas. A decadência do Jardim da Luz coincide com a crise do café no final de 1920 e gradualmente a ferrovia perdeu sua função inicial, passando a integrar o sistema metropolitano de transporte de passageiros das regiões mais periféricas para o centro, popularizando a região. A partir deste momento o jardim se torna um lugar de passagem, habitado por mendigos e marginais. Na década de 1930 os animais são transferidos para o Parque da Água Branca e as plantas para uma estufa no Parque do Ibirapuera. No início da década de 1970 foi o auge da degradação social por conta da presença do tráfico de drogas, da prostituição, dos produtos contrabandeados pelos camelôs e outras atividades criminosas praticadas no entorno. O Jardim foi vítima do seu próprio crescimento e da urbanização desorganizada da região.

3. A Revitalização[editar | editar código-fonte]

No final da década de 1990, entretanto, o governo assumiu a recuperação do Jardim da Luz. O coreto foi restaurado, bem como o lago e os caminhos. O lugar recuperou o seu caráter público; ali crianças, jovens, namorados e idosos podem esquecer o tumulto da cidade e realizar um agradável passeio entre árvores majestosas e esculturas de artistas brasileiros. Ricardo Ohtake iniciou um processo de revitalização quando foi Secretario do Meio Ambiente, no governo do prefeito Celso Pitta. Aliou-se com o historiador Carlos Dias, e dessa parceria surgiu o livro “Jardim da Luz - Um Museu a Céu Aberto”:(2011) onde retrata histórias, crônicas, fotos do antes e depois da reforma do Coreto, da Casa de Chá, com matérias-primas vindas da Europa. Ohtake, procurou resgatar a história do parque mais antigo de São Paulo e recuperar um pouco da sua auto-estima, fazê-lo reviver, com uma outra forma de revitalizar; contratou especialistas para pesquisar o plano paisagístico original do Jardim, onde se descobriu que o lago em formato de cruz de malta é um dos elementos mais antigos do parque, “Trata-se da parte francesa do jardim, toda simétrica”, explica o historiador Dias. A outra influência paisagística do parque é inglesa, a pedido do prefeito Antonio Prado no início do século XX. A restauração do parque durou cerca de um ano e meio, e custou aos cofres públicos a quantia de aproximadamente 500.000 reais, mas esse restauro trouxe um benefício enorme ao parque, pois ambientes antes interditados voltou a funcionar, como por exemplo o banheiro público; a remoção e/ou podas de mais de 500 árvores que atrapalhavam a caminhada pública e o crescimento de outras plantas, fizeram ressurgir preciosidades, antes ocultas pela degradação e pelo esquecimento, como a alameda de palmeiras-imperiais e um aquário subterrâneo descoberto no ano de 2000.

Referências

http://bairrodaluzsp.wordpress.com/ (Outubro/2014)

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,livro-conta-a-historia-do-parque-mais-antigo-de-sp-imp-,718047 (Outubro/2014)

http://www.pontourbe.net/edicao11-dossie-luz/264-reflexoes-em-torno-de-praticas-culturais-na-luz (Outubro/2014)

http://www.unifieo.br/files/download/site/PIBIC/IniciacaoCientifica/1008hismr.pdf(Out/14)

http://www.areasverdesdascidades.com.br/2012/06/parque-jardim-da-luz.html (Out/14)

http://sampa.art.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=521&Itemid=637

Jardim da Luz “ Um museu a céu aberto” (OHTACKE e DIAS): 2011


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