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Usuário(a):Ana Lara Ottaviani/Potencial evocado auditivo de tronco encefálico

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PEATE LIMIAR ELETROFISIOLÓGICO[editar | editar código-fonte]

Introdução[editar | editar código-fonte]

O PEATE pode ser utilizado com dois fins, ou seja, para a pesquisa da integridade do nervo auditivo e da via auditiva no tronco encefálico, isto é, com fins de neurodiagnóstico e para a pesquisa do limiar eletrofisiológico. Para a pesquisa do neurodiagnóstico, em geral, utiliza-se uma intensidade de 80 dBNA, permitindo a visualização das ondas I, III e V e analisam-se as latências absolutas e os intervalos interpicos.[1]

Das sete ondas que constituem o PEATE, cinco ondas são as mais importantes, e destas, as ondas I, III e V são as utilizadas para interpretar o exame. Observam-se nessas três ondas as latências absolutas e os intervalos interpicos para fins de neurodiagnóstico, e para a pesquisa do limiar eletrofisiológico, observa-se o menor valor de intensidade do estímulo no qual se vê a onda V. [2]

Pesquisa do limiar eletrofisiológico[editar | editar código-fonte]

O limiar eletrofisiológico é determinado pelo menor valor de intensidade de estímulo no qual se observa a presença da onda V. Este valor é considerado normal até 25dBNA.[3]

O estímulo utilizado pode ser o “clique”, que possui faixa de frequência de 1000 a 4000Hz ou o “tone burst” que abrange uma faixa relativamente estreita, permitindo a obtenção dos limiares eletrofisiológicos por banda de frequência, como 500, 1000, 2000 e 4000 Hz[1]. Sendo assim, o estímulo com frequência específica auxilia na determinação do grau e da a configuração da perda auditiva em cada orelha, permitindo melhores informações para uma adequada protetização auditiva. Segundo Stapells (2010), a pesquisa do PEATE com o estímulo clique deve ser utilizada apenas para fins de neurodiagnóstico, pois esse estimula a cóclea como um todo, não apresentando especificidade de frequências.

Para a pesquisa do limiar eletrofisiológico inicia-se a realização do exame em altas intensidades e vai-se diminuindo a intensidade de 20 em 20 dB NA, até a onda V não ser mais visualizada. Posteriormente, procura-se a menor intensidade que a onda V aparece, aumentando a intensidade de 5 em 5 dB.

Fator de correção[editar | editar código-fonte]

O limiar eletrofisiológico (dBnHL) não é equivalente ao limiar comportamental (dBhl). Nesse sentido, a fim de estimar o nível de audição, após a obtenção dos limiares eletrofisiológicos utiliza-se o fator de correção.

Quando o estímulo utilizado é o “clique” o fator de correção é de até 15dB, ou seja, se a menor intensidade que apareceu a curva V foi 40dBNHL, o nível de audição desse indivíduo na faixa de frequência de 1000 a 4000Hz poderá ser, 40, 35,30 ou 25dB.

O fator de correção do estímulo “clique” possui uma maior correlação com a frequência de 2000Hz, sendo assim, espera-se que essa frequência seja a de melhor limiar dentre as outras frequências da faixa do estímulo.

No caso do estímulo “tone burst” também existe um fator de correção, que varia para cada frequência e idade.

Norrix & Velenovsky, 2017
IDADE 500Hz 1000Hz 2000Hz 4000Hz
Crianças (2meses) 25dB 10dB 10dB 15dB
Crianças (4meses) 25dB 5dB 5dB 10dB
Crianças (6meses) 20dB 5dB 5dB 10dB
Maiores que 6 meses 20dB 5dB 5dB 0dB

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b MATAS, C. G.; MAGLIARO, F. C. L. Introdução aos Potenciais Evocados Auditivos e Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Encefálico. In: BEVILACQUA, M. C. et al. (Org). Tratado de Audiologia. São Paulo: Santos, 2011. p. 181-196.
  2. SOUSA, L. C. A. et al. Eletrofisiologia da audição e emissões otoacústicas: princípios e aplicações clinicas. São Paulo: Tecmedd, 2008.
  3. Alves Sousa, Luiz Carlos; Ribeiro Toledo Piza, Marcelo; Freitas Alvarenga, Katia; Luis Coser, Pedro. Eletrofisiologia da audição e emissões otoacústicas: princípios e aplicações clínicas. [S.l.: s.n.]