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Usuário(a):Arthur Delavald Marques/Testes

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Passado Prático[editar | editar código-fonte]

O passado prático é um projeto conceitual teórico que se popularizou a partir da ampliação conceitual feita por Hayden White influenciado pelo livro "Sobre a História" de Michael Oakeshott. No livro "Sobre a História" Oakeshott desenvolve uma diferença no que ele chama de passado histórico e passado prático. Para Oakeshott o passado histórico é aquele produzido por historiadores mediante evidências, fontes, documentos e métodos científicos e o passado prático seria a compreensão do passado baseado em crenças e valores do presente. A grosso modo a distinção que Oakeshott propõem entre passado prático e passado histórico acaba por reafirmar a separação entre o mundo da história e o mundo da experiência.

Hayden White mantém essa distinção onde o passado histórico é aquele construído por historiadores e o passado prático aquele que diz respeito ao modo que os não especialistas conhecem o passado e se apropriam de algum modo mediada a sua própria experiência. Nas palavras de White é o passado dos sonhos da memória e dos desejos. Assim como também o da resolução de problemas. White ressignifica e amplia essa compreensão de Oakeshott, ao ressignificar ele muda o modo de usar apontando para outras possibilidades e em decorrência disso outros problemas são postos a historiadores e historiadoras. Dentro dos problemas há três mais importantes:

1 ) Mudança na indagação ao passado; (mudança na forma de interrogar o passado) Essa mudança pressupõem que a compreensão que é produzida do passado não é apenas disciplinar metódica, intelectual ou conceitual mas ela é também e principalmente afetiva, presentista e prática. Ou seja, a noção de passado prático está também ligado ao quanto a compreensão que construímos do passado informa a prática, escolhas e condutas no presente.

2) A segunda questão seria uma espécie de dissolução da oposição rígida entre facto e ficção, real e imaginário. O modo como se comunica ou narra o passado produz efeitos de sentido que vão informar o modo como o leitor vai produzir ele próprio uma relação com o passado e essa relação com o passado é para White um dos elementos fundamentais no processo de auto determinação dos indivíduos.

3) A importância de reconhecer a legitimidade que outras narrativas que não apenas históricas também possuem em uma capacidade de produzir conhecimento sobre o passado. White defende não só o processo que transforma uma narrativa estética artística em fonte mas o reconhecimento que essas narrativas elas próprias podem produzir um tipo de conhecimento, permitir um modo de abordar o passado em especial os passados traumáticos ou que o autor chama de eventos modernistas cuja a intensidade ultrapassa o próprio tempo.

Além do passado prático ser um projeto conceitual teórico ele é também um projeto ético politico e essas duas dimensões não estão separadas, a reflexão teórica vem acompanhada de uma tomada de posição que é ética e politica frente ao passado e ao presente.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

[1] [2] [3]


  1. Lima De Avila, Arthur (2018) "Indisciplinando a historiografia: do passado histórico ao passado prático, da crise à crítica"
  2. WHITE, Hayden.(2018) “O passado prático” , ArtCultura.
  3. GRUNER, Clóvis. (2021) "Do passado histórico ao passado prático"